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Parte 1 · Doenças essencialmente transmitidas pelo contato sexual: sífilis, gonorreia, cancro mole, linfogranuloma inguinal, uretrite por clamydia sp, varíola do macaco. · Doenças frequentemente transmitidas pelo contato sexual: donavanose, uretrites não gonocócicas/não clamídicas, condiloma acuminado, herpes simples genital, fitríase, hepatite B e HIV. · Doenças eventualmente transmitidas pelo contato sexual: escabiose, pediculose, molusco contagioso, shigelose, amebíase e hepatite A. - Sífilis Os treponemas: · Bouba: treponema pallidum (subespécie pertenue) – alterações ósseas. · Pinta: treponema carateum – alterações dermatológicas como vitiligo. · Sífilis endêmica: treponema pallidum endemicum. Sífilis: treponema pallidum – afeta todos os órgãos (doença sistêmica). Desde o primeiro contato sífilis já é considerada doença sistêmica. Treponema pallidum – “espiroqueta pallidum”. · Tem baixa resistência ao meio ambiente. · Impossibilidade de cultivo em meios artificiais. · Sensível a ação do sabão e de outros desinfetantes. Doença exclusivamente humana. As vezes sífilis é descrita como “luz 1°, 2°...” no prontuário. Penicilina benzatina ou cristalina é única droga que efetivamente trata sífilis. Tratamento proporcionou certo controle da doença. Epidemiologia: · Cerca de 3,5-4% de todas as gestações. · Transmissão preferencialmente sexual. · Aumentam o risco de infecção pelo HIV. · No Brasil, cerca de 1 milhão de pessoas com sífilis. Patogenia: · Contágio varia entre 10-60%. · 95% das transmissões são pela via sexual (adquirida ou congênita). · Incubação em torno de 3 semanas (10 dias a 3 meses). · 30 dias após momento do contato sexual – sífilis primária. Formação do cancro sifilítico. · 1 mês após desaparecimento do cancro sifilítico forma secundária pode aparecer. · É doença sistêmica desde o início. Localização: · Homem: sulco balanoprepucial, prepúcio, meato uretral e mais raramente intrauretral. · Mulher: mais comum nos pequenos lábios, parede vaginal e colo uterino. Pode também ocorrer anal, boca, região mamária. · Extragenital: anal, boca, língua, mamária, quirodáctilos. Clínica: · 1° cancro duro (1 mês após primeiro contato sexual): · Úlcera, indolor, não sangrante, não pruriginosa e assintomática, bordas infiltradas, fundo limpo. Geralmente é única. · Geralmente lesão é única. · Sexo oral – lesão da sífilis na orofaringe e lábios. · Linfadenopatia regional e ipslateral (do lado da lesão). · Cerca de 2-6 semanas após lesão desaparece e não deixa cicatriz. · Lesão única, indurativa, indolor, boras nítidas e limpas, base plana, adenopatia indolor e não supurativa – regride entre 4-5 semanas sem cicatriz. · 2° roséola (secundária): · 6 semanas – 6 meses após infecção. · Lesões eritematosas, difusas, infiltradas, papulosas. Não esquecer do caráter infiltrativo. · Lesão palmo-plantares são muito características. · Lesões assintomáticas, não há coceira. · Quadro de infecção sistêmica – febre, fotofobia, artralgia, dor de cabeça, dor de garganta, coriza, otalgia (as vezes), linfoadenopatia generalizada, rouquidão. · Aspecto sistêmico inespecífico – mal-estar, poliadenomegalia, astenia, anorexia, febre baixa, cefaleia, síndrome nefrótica, glomerulonefrite. · Alopecia sifilítca, pelos da região da sobrancelha podem cair. · Linfadenopatia é a sombra da sífilis. · Em negros é comum lesão arciforme geralmente localizadas na região facial. · Descamação em regiões periféricas. · Sinal de madarose – ocorre na sífilis e hanseníase, perda das sobrancelhas. · Alopécia da sífilis – em clareira. · Ás vezes lesão aparece em formato condilomatoso (lata ou plano) – altamente contagiosa e rica em treponema. Lesão desfigurantes. · Forma secundária desaparece sem tratamento e dá início a fase assintomática (sífilis latente), mas ainda transmissível. · Lesões desaparecem sem cicatrizes em 4-12 semanas. · Sífilis latente (fase assintomática): · Latente recente – doença tem menos de 1 ano de evolução. · Latente tardia – doença tem mais de 1 ano de evolução. · Depois há forma terciária que ocorre anos depois. Forma não contagiosa que destrói tecidos – comprometimento no SNC, aorta, pele, ortite sifilítica, ósseas, oculares, fígados... · Assintomática. Pensou em sífilis: olhar palmas das mão e planta dos pés, linfadenopatia, e história de contato sexual sem uso de preservativo. Reativação do cancro primário no mesmo local na forma secundária – cancro redux. História natural da sífilis: · 60% têm cura espontânea ou latência para toda vida. · 40% evoluíram para forma tardia. Desses: · 10,8% foram a óbito. · 6,6% neurosífilis. · 10,45% cardiovascular. · Demais tiveram outras formas da doença. Diagnóstico diferencial da sífilis primária: · Herpes genital, trauma genital, erupção medicamentosa fixa, CEC genital ulcerado, doença de Beget, linfogranuloma venéreo... (slide). · Sífilis não coça, não doi, doença emoldurado, lesão tem fundo limpo e bordas infiltradas. Sífilis x HIV: · Lesões exuberantes, atípicas... Testes na Sífilis: · Testes treponêmicos: identificação do treponema (qualitativo). · Teste rápido (tem no MS). · FTA-ABS (pesquisa IgM e IgG) – primeiro teste que positiva e por vezes se mantém positivo por toda vida. · Cerca de 85% dos casos permanecem positivos mesmo após tratamento. · Teste não-treponêmicos: quantificar resposta imunológica (quantitativo). · VRDL: titulação sorológica do paciente – reagente cerca de 1 a 3 semanas (espera da resposta imunológica) após o aparecimento do cancro duro na parte inflamatória. Alta sensibilidade e baixa especificidade. Pode apresentar falso-positivo em outras doenças como LES, síndrome antifosfolipídica e outras colagenoses, hepatite crônica, usuário de drogas injetáveis, hanseníase e malária. · FTA-abs é primeiro a positivar, em seguida o VDRL positiva. · Falsos positivos podem ocorrer transitoriamente, no caso de: · Infecções, vacina, uso concomitante de medicamentos, transfusão de hemoderivados, na gravidez ou em idosos. · Fenômeno prozona: · Presença elevada de antígenos consome todo anticorpo, fazendo com que teste VDRL seja negativo. Sífilis conata – adquire-se através de fômites (rara). 54:00 Controle de cura: · Tratamento do paciente – acompanhar titulação do VDRL (progressão geométrica). · VDRL aos 3, 6, 12, 18 e 24 meses – acompanha sorologia do paciente. · Aumento de 2 titulações é sífilis – no caso de titulações mais baixas (1:4, 1:8). · No caso de titulações altas é sífilis. · Na gestante com sífilis: · Pedir VDRL mensalmente até o parto, pois pode haver recontaminação. Sexo seguro · Usar preservativo, imunização para hepatites (a, b e c) e HPV, conhecer status sorológico do parceiro. · Realizar PrEP e PEP. · Conhecer e ter acesso a anti-concepção. Tratamento para sífilis · Primária, secundária e latente recente: · Penicilina benzatina 2.400.000 UI IM glúteo em dose única. Aplicar 1.200.000 UI em cada nádega. · Se for gestante 4.800.000 UI no glúteo com intervalo de 1 semana. 2.400.000 UI em 1 semanas e mais outra dose equivalente na semana seguinte. Caso intervalo passe de 14 dias, esquema deve ser reiniciado. · Benzilpenicilna benzatina é única opção segura para tratamento adequado de gestantes. · Tratamento alternativo para quem não pode utilizar penicilina benzatina (paciente não é considerado tratado): · Doxiciclina 100mg – slide. · Cefrtiaxone 1gr EV – slide. · Latente tardia e tardia: · Penicilina benzatina 7.200.000 UI IM (2.4 por semana). · Paciente sem história clínica definida com VDRL de 1:128, fazer tratamento com 7.2. · Paciente com alta titulação de VDRL com uso penicilina (extremamente treponemicida) tem reação inflamatória forte – reação de Jarisch-Herxheimer (exacerbação do caso clínico). Aconselhável 30min antes do uso de penicilina: · 1 (ou 2) comprimido de prednisona de 20mg para evitar boom inflamatória. · Ou injeção de dexametasona. · Reação regride espontaneamente após 12 a 24 horas sem necessidade de interromper tratamento e não configura alergia a penicilina. Uso de penicilina na atenção básica de saúde · É recomendado! · Epinefrinaé droga de escolha em caso de choque anafilático. · Taxa de reação anafilática é 0,02%.
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