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Digestão de Carboidratos 18-08 BMC II Prof Micheli

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO – 18/08/21 
KATIELLE ROCHA BERNARDO 
BASES CELULARES E MOLECULARES II 
 
Carboidratos 
É a fonte de energia mais econômica, é 
fácil de acessar e digerir pelas células. 
Possui as seguintes funções: 
• Energética: o carboidrato é 
convertido em glicose é crucial para a 
produção de ATP 
• Reserva energética 
(polissacarídeos): amido nos vegetais 
e glicogênio nos animais. 
• Estrutural: celulose e quitina 
• Lubrificação: o ácido hialurônico nas 
cartilagens articulares. 
• Sinalização celular: carboidrato + 
proteína, ou carboidrato+ lipídeo, os 
quais funcionam como localização 
intracelular e reconhecimento de 
moléculas extracelulares. 
• Farmacológica: Heparina 
(polissacarídeo anticoagulante) 
 
 
Classificação dos Carboidratos 
Quanto ao grupo funcional: Aldose 
(aldeído) ou Cetose (cetona). Exemplos: 
glicose e frutose, respectivamente. 
 
 
Quanto ao nº de unidades glicosídicas 
(número de moléculas de açúcar: 
Monossacarídeo (absorvemos nesse 
formato): glicose, frutose, galactose 
Dissacarídeos: 
• sacarose (glicose+ frutose), 
• lactose (glicose + galactose), 
• maltose (glicose + glicose). 
Polissacarídeos (3 ou mais mono): 
celulose, amido, glicogênio 
Ligação Glicosídica 
É a ligação que une dois açúcares 
As enzimas digestivas agem na ligação 
glicosídica, isto é, na quebra dela. 
 
Obs: ligação alfa e 
ligação beta 
 
 
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KATIELLE ROCHA BERNARDO 
BASES CELULARES E MOLECULARES II 
 
 
 
*(trealose - dissacarídeo encontrado em 
alguns cogumelos jovens) 
___________________________________ 
Amido (principal fonte de glicose na 
nossa dieta) – demorada digestão 
- Amilose: linear alfa 1-4 
- Amilopectina: ramificada alfa 1-6 
 
 
 
Digestão de Carboidratos 
Polissacarídeos e dissacarídeos são 
convertidos em monossacarídeos pelas 
glicosidases, enzimas que hidrolisam a 
ligação glicosídica entre os 
monossacarídeos. 
 
 
 
 
1. Começa pela boca digerimos 
polissacarídeos e dissacarídeos na 
maioria das vezes, como: amido, 
sacarose, lactose. (mais consumidos) 
2. Há 3 fases. 
3. Absorve na forma de monossacarídeo 
(remove do trato gastrointestinal e envia 
para corrente sanguínea) 
4. Transporte para dentro das células 
para acontecer o metabolismo celular. 
 
1.Ingestão → 2. Digestão→ 3. absorção 
(pela corrente sanguínea)→ 4.Transporte 
para dentro da célula→ 5. dentro da 
célula (citoplasma)→ 6. metabolismo 
celular→ ENERGIA 
 
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KATIELLE ROCHA BERNARDO 
BASES CELULARES E MOLECULARES II 
 
 
Processo de digestão 
1. Trituração, Lubrificação e 
homogeneização de alimentos com 
fluidos secretados pelas glândulas do 
trato gastrintestinal, começando na boca. 
Obs: Lembrando que a digestão na boca 
não é muito completa, uma vez que o 
alimento fica pouco tempo nela e por isso 
não dá tempo para que as enzimas da 
boca faça a quebra de moléculas mais 
complexas, por ex: o amido é 
“parcialmente” digerido, mas mesmo 
assim elas não possuem essa capacidade, 
precisa de outros enzimas para continuar 
o processo, aquelas que estão no 
intestino. 
2. Secreção de enzimas que quebram 
macromoléculas para formar uma 
mistura de oligômeros, dímeros e 
monômeros. 
 3. Secreção de eletrólitos, íons 
hidrogênio e bicarbonato em partes 
diferentes do trato GI para otimizar as 
condições para a hidrólise enzimática. 
Obs: Seja no estomago ou no intestino. O 
pH no estomago é mais baixo e aquele 
bolo alimentar está ácido, então quando 
chega no intestino há secreção de 
bicarbonato para possibilitar o trabalho 
das enzimas que só funcionam em PH 
mais alto. 
4. Secreção de ácidos biliares e 
pancreáticos para emulsionar os lipídios 
da dieta, facilitando a hidrólise enzimática 
apropriada e a absorção. 
5. Posterior hidrólise de oligômeros e 
dímeros por enzimas ligadas a 
membranas (jejuno) para acabar de 
digerir esse carboidratos menores a partir 
da hidrólise anterior. 
6. Transporte específico de material 
digerido para os enterócitos e daí para 
o sangue ou linfa. 
 
Digestão: 3 etapas 
FASE CEFÁLICA 
• Trituração pela mastigação (boca) 
•Ação de enzimas produzidas pelas 
glândulas salivares 
-amilase salivar 
 FASE GÁSTRICA (Estômago) 
• Enzimas do suco gástrico (HCl) 
• Secreção de pepsina (para digestão de 
proteínas) 
FASE INTESTINAL 
• O bolo alimentar é neutralizado que veio 
ácido do estômago para o funcionamento 
das enzimas que funcionam em pH básico 
e levar adiante a hidrólise. 
 • Adição de novas enzimas 
• Absorção 
OBSERVAÇÃO: Como ocorre a digestão dos 
carboidratos no estômago? 
Não ocorre nada. No estômago se inicia a 
digestão de PROTEÍNAS (HCl converte 
pepsinogênio em pepsina). O carboidrato só 
será digerido no intestino delgado. (participa 
da cefálica e intestinal) 
PRINCIPAIS ENZIMAS: Envolvidas na 
digestão de carboidratos 
Enzima — Origem — Efeitos 
Amilase Salivar α 1,4 — Glândula 
Salivar — Início da quebra do 
polissacarídeo em dissacarídeos na boca* 
Amilase Pancreática α 1,4 — Pâncreas 
— No intestino delgado, o polissacarídeo é 
convertido em dissacarídeo * 
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Sacarase α 1,2 — Células do Intestino — No intestino delgado, a sacarose é convertida 
em glicose e frutose. 
Maltase α 1,4 — Células do Intestino — No intestino delgado, a maltose é convertida em 
2 moléculas de glicose. * 
Lactase β 1,4 — Células do Intestino — No intestino delgado, a lactose é convertida em 
glicose e galactose. 
Isomaltase α 1,6 — Células do Intestino — No intestino delgado, a isomaltose é convertida 
em glicose. * 
Trealase α 1,1 — Células do Intestino — No intestino delgado, a trealose é convertida em 
glicose. 
Legenda: Ligação glicosídica 
que a enzima é capaz de 
quebrar. 
*As amilases- São específicas 
para a ligação glicosídica 
alpha 1,4 dos polissacarídeos 
(cadeias grandes). No caso, o 
amido, o carboidrato 
complexo que mais 
digerimos. 
*Amilase salivar inicia, e a 
amilase pancreática 
continua. Assim, além delas 
transformar o polissacarídeo 
em dissacarídeo, também 
transforma em 
oligossacarídeo (Entende-se 
que o Polissacarídeo -- 
complexo e maior--, é 
quebrado em moléculas 
menores [oligossacarídeos 
ramificados de até 10 
glicoses]) 
*Isomaltase -Além de 
quebrar a isomaltose, 
degrada também parte 
ramificada que a amilase não 
quebrou do amido 
DISSACARIDADES QUEBRAM DISSACARÍDEOS 
E AMILASES QUEBRAM POLISSACARÍDEOS(milhares de glicoses). 
 
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Na boca a amilase salivar inicia-se a 
digestão parcial do amido que resulta em 
alpha-dextrina ou alpha dextrina limite, 
que ainda é um carboidrato robusto, mas 
uma cadeira menor, isto é um 
oligossacarídeo ramificado aplha 1,6. 
Assim, ele mais os dissacarídeos 
(sacarose e lactose) seguem para sofrer a 
ação no intestino. 
No suco pancreático é liberado a amilase 
pancreática que vai agir sobre a dextrina 
limite nas ligações alfa 1,4 e liberar 
dissacarídeos, como maltose, isomaltose e 
maltotriose. 
Dissacaridases localizadas nas 
microvilosidades (bordas em escova) do 
intestino em ação, a Isomaltase quebram 
as ligações alpha 1,6 das ramificações da 
dextrina; sacarase e lactase agem sobre a 
sacarose e lactose, assim são liberados os 
monossacarídeos (glicose, frutose, 
galactose) que já podem ser absorvidos e 
lançados para a corrente sanguínea. 
!!No intestino grosso, irão os carboidratos 
que não foram absorvidos e sai nas fezes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Absorção dos Carboidratos 
• Polissacarídeos e dissacarídeos são convertidos em monossacarídeos pelas 
glicosidases, enzimas que hidrolisam a ligação glicosídica entre osmonossacarídeos 
Carboidratos precisam ser digeridos a monossacarídeos para serem absorvidos. 
• Monossacarídeos são absorvidos via circulação portal e distribuídos para as diferentes 
células. 
• A absorção deles se dá através de transportadores celulares. 
-Precisa sair do lúmen intestinal e 
acessar o capilar (sangue) 
 
- Temos dois tipos de transportadores 
de glicose: Dependentes de sódio e 
independentes de sódio. 
 
- Dependentes de sódio funcionam a 
partir do transporte ativo segundo 
(usufrui de outro gasto de energia da 
entrada do Na+ para por glicose dentro 
da célula), ele é o SGLT. A glicose vai 
contra o gradiente, já que o lúmen 
intestinal está cheio de glicose, e é 
claro, porque acabamos de digerir! 
Resumo sobre a dextrina: - cadeia menor, mas ainda maior que 
um dissacarídeo, resultante da digestão parcial do amido pela 
amilase salivar. E tem ramificações aplha 1,6. Amilase 
pancreática vai agir na dextrina nas alpha 1,4. E só a Isomaltase 
vai agir diretamente sobre a ramificação quebrando a 1,6. 
Liberando resíduos menores como a maltose e isomaltose 
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-Independentes de Na+, são as GLUT, que colocam a glicose para dentro da célula por 
transporte passivo – difusão facilitada. As GLUT são canais que na membrana na 
grande maioria das células, uma vez que são super importantes, seja para a absorção 
dos carboidratos do lúmen intestinal para corrente sanguínea, seja para a glicose 
entrar nos outros tecidos e gerar energia. 
 
Com a ação da bomba de sódio e Potássio, a dominância do Na que era dentro da célula, 
passou a ser fora. Por isso, o Sódio vai precisar entrar na célula com gasto de energia 
(contra o gradiente) e com ele a glicose ou galactose vai de “carona”. Por ter gasto 
energético, e ser mais rápido, quer dizer, a glicose, por ex, é absorvida mais fácil que a 
frutose. Uma parte pode até ser absorvida pela célula intestinal de julgar necessário, 
mas boa parte vai para o sangue a fim de entrar nos tecidos ( também feito pelas Glut) 
 
O que são as GLUTs? 
• São proteínas (cerca de 500 aa). 
• Função: catalisar a transferência (bidirecional facilitada) dos seus substratos através 
das membranas. 
• GLUT = Super Família de Facilitadores (em torno de 14 GLUTs) 
 
Absorção de monossacarídeos – Transportadores 
As GLUT são específicas de várias células, como pode ser visto na tabela a seguir. 
As GLUT 5 e 2 fazem a absorção da glicose até a chegada na corrente sanguínea lá no 
intestino. Mas há outros tipos de GLUT espalhados por vários tecidos para tirar a 
glicose do sangue para dentro da célula. 
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A função das diferentes GLUT são as 
mesmas, isto é transportar glicose, só 
muda o local. 
 
A GLUT 4 é CRUCIAL e abundante, 
está tecidos super importantes, 
grandes captores de glicose. E, 
portanto, tem um papel essencial para 
reduzir a quantidade glicose da 
corrente sanguínea (uma vez que tem 
muita glicose já que acabei de comer e 
claro, não pode ficar lá, uma vez que 
leva quadro de hiperglicemia, 
diabetes). Além disso é insulino-
dependente, ou seja, só vai funcionar 
se a insulina estiver participando do 
processo. 
Liberação da insulina por excesso de glicose no sangue 
Insulina, importante para ativação da GLUT 4, é secreta quando os níveis de glicose no 
sangue estão altos. 
Então ocorre o seguinte: 
1) O Glut 2 nas células β pancreática 
vai por a glicose para dentro da 
célula. 
2) Lá dentro sofre todo o processo 
metabólico e produz ATP. 
3) Em seguida, como tá sempre 
entrando glicose e produzindo mais 
e mais ATP, acaba bloqueando o 
canal de K+, assim ele fica preso lá 
dentro, favorece a despolarização 
da célula e fica bem positivo dentro. 
4) Por conseguinte ativa o canal de 
cálcio que está na membrana da 
célula pancreática entra e estimula 
a ruptura da vesícula dos grânulos 
contendo insulina para que seja 
liberada na circulação. 
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Ativação dos transportadores de glicose 
A insulina liberada pelo pâncreas para o sangue vai para os tecidos (esquelético, 
cardíaco e adiposo) que possuem GLUT 4 para ativá-lo. 
 
Depois de ser liberado pelas vesículas e ir para a membrana e fazer o seu trabalho de 
por glicose para dentro, elas retornam e esperam a próxima sinalização da insulina 
Após a absorção 
2 OU 3 DESTINOS 
Fígado para reserva energética ou para os tecidos conseguir produzir energia 
 
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DIABETES 
Diabetes tipo 1: defeito metabólico originado da destruição autoimune das células β 
pancreáticas. Assim, “não existe” insulina para sinalizar para as GLUT 4 funcionarem. 
Diabetes tipo 2: o principal defeito no receptor de insulina que é necessário para ativar o 
transportador. O receptor não responde a sinalização da insulina. Ou o defeito é na GLUT 
4 mesmo no qual não consegue mudar sua conformação para por a glicose para dentro. 
Ou ainda uma extensa camada de gordura (obesidade) em torno de toda a célula que 
captam glicose e assim, a glicose não consegue ultrapassar essa barreira para chegar no 
transportador. Assim, em todos os fatores, o sangue fica preso na corrente sanguínea. 
 
 
 
 
 
Quadro Resumo

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