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Classificação dos Carboidratos Segundo o Grau de Polimerização A classificação dos carboidratos é dada pelo tamanho da molécula, que é determinada pelo grau de polimerização, tipo de ligação e pelas características dos monômeros. São eles: Classes Subgrupos Principais componentes Açúcares (GP: 1 a 2) Monossacarídeos Dissacarídeos Polióis (açúcares de álcoois) Glicose, frutose, galactose. Sacarose, lactose, maltose, Trealose. Oligossacarídeos (carboidratos de cadeia curta) (GP: 3 a 9) Malto- oligossacarideos (alfaglucanos) Oligossacarídeos (não alfaglucanos) Maltodextrina Rafinose, estaquiose, fruto e galato- oligossacarídeos, Polidextrose, inulina. Polissacarídeos Amidos (alfaglucanos) Polissacarídeos não amido Amilose, amilopectina, amidos modificados. Celulose, Hemicelulose, pectina, arabinoxilanas, betaglucanas, glucomananas, goma de plantas, mucilagens, hidrocoloides Monossacarídeos São carboidratos: - simples; - aldeídos ou cetonas com dois os mais grupos hidroxilas; - a glicose é o monossacarídeo mais abundante na natureza, com 6 carbonos; - sólidos cristalinos, incolores, solúveis em água; - a maioria tem sabor doce; Dissacarídeos São carboidratos: - formados por duas unidades de monossacarídeos; - sacarose = glicose + frutose - lactose = galactose + glicose - maltose = glicose + glicose - ligados por uma ligação covalente, a ligação glicosídica. Oligossacarídeos São carboidratos: - cadeias curtas de monossacarídeos ou resíduos unidos por ligações glicosídicas. - a maioria dos oligossacarídeos formados por três ou mais unidades não ocorre de maneira livre, mas ligados a lipídeos ou proteínas. Polissacarídeos São carboidratos: - polímeros com mais de 20 unidades; - também chamados de glucanos; - os tipos de ligação podem ser do tipo alfa ou beta, as enzimas digestivas humanas são capazes de hidrolisar somente ligações do tipo alfa. Homopolissacarídeos São carboidratos: - contém apenas um tipo de monossacarídeo; - são utilizados como fonte de energia; - o amido é o homopolissacarídeo mais importante para a estocagem de energia nas plantas; - o glicogênio é o homopolissacarídeo mais importante para a estocagem de energia nos animais; - amido = amilose + amilopectina. É insolúvel em água fria, sofre gelatinização sob aquecimento; - a celulose também é um polímero de glicose de origem vegetal, insolúvel em água, encontrada nas paredes celulares de plantas; - a quitina é um homopolissacarídeo, o principal componente do exoesqueleto dos artrópodes. Heteropolissacarídeos São carboidratos: - contêm dois ou mais tipos de monossacarídeos; - suporte extracelular de organismos de todos os reinos; - peptídeoglicano, componente da parede celular de bactérias; - ágar, heteropolissacarídeo componente da parede celular de algas marinhas. Classificação Fisiológica dos Carboidratos Fontes de Carboidratos O principal tipo de carboidrato encontrado nos alimentos é o amido (60%), seguido por dissacarídeo, sacarose (30%) e lactose (10%). Os principais alimentos fontes de amido são arroz, inhame, mandioca, milho, trigo, batata e feijão. Fonte Alimentos Sacarose Cana de açúcar, beterraba, abacaxi. Maltose Trigo e cavada germinadas Trealose Leveduras, fungos (cogumelos) e em pequenas quantidades no pão e no mel. Glicose Mel e frutas Frutose Mel e frutas Sorbitol Algumas frutas, utilizado como substituto de sacarose na alimentação de indivíduos diabéticos. Aspectos Fisiológicos Absorção No processo digestivo dos carboidratos costumam-se enfatizar a hidrólise do amido, devido ser o mais abundante nos alimentos. A digestão do amido inicia-se na boca. Uma secreção serosa contendo amilase (ptialina) inicia a digestão do amido. Está se torna inativa quando em contato com o ambiente ácido do estômago. A maior parte da digestão dos carboidratos ocorre no intestino delgado proximal. Ao atingir o duodeno (ph=7,0) o amido é neutralizado pela liberação de bicarbonato. Logo, entra em contato com a amilase pancreática. A alfa-amilase pancreática hidrolisa as ligações glicosídicas alfa 1-4 do amido. O produto da digestão é a dextrina limite, que sofre clivagem removendo uma única unidade de glicose. As enzimas da borda em escova dos enterócitos quebram os dissacarídeos e oligossacarídeos em monossacarídeos. Enzima Substrato Produto Local de ação enzimática Sacarase Sacarose Glic + Frut Lig. Alfa1- beta2 Lactase Lactose Glic + Galac Lig. Beta 1,4 Maltase Maltose Glic + Glic Lig. Alfa – 1,4 Os componentes da FA são alguns carboidratos que escapam da digestão e não são absorvidos. Fermentação Os componentes da alimentação que não são degradados pelas enzimas gastrointestinais e nem absorvidos, irão para o intestino grosso, onde será degradado pela microbiota presente. Esse é o processo de fermentação colônica, que consiste na degradação anaeróbica de principalmente carboidratos. A fermentabilidade reflete, em geral, uma alta produção de ácidos graxos de cadeia curta. A fermentação pode ser proteolítica ou sacarolítica. Fermentação Produto Proteolítica Ácidos graxos de cadeia ramificada – isobutírico, 2-metil- butírico, isovalérico. Sacarolítica Ácidos graxos de cadeia curta – acetato, propionato, butirato. Os AGCC contribuem para o organismo como: - as necessidades energéticas diárias do hospedeiro; - estimulam o fluxo sanguíneo do cólon; - utilização de fluidos e eletrólitos do cólon; - essenciais para o bom funcionamento do intestino grosso. O ph do cólon humano varia de 5,5 a 7,5, a redução do ph resultante da fermentação pode ser fator responsável pela redução do risco de colonização por bactérias patogênicas sensíveis a ácidos. O aumento da massa bacteriana e dos AGCC traz benefícios ao organismo e se relaciona com a etiologia e menor risco de diferentes DCNT, como doenças cardiovasculares e câncer de cólon. Absorção Há duas famílias de transportadores de monossacarídeos do lúmen intestinal até a circulação. - cotransporte de sódio e glicose – SGLT - transportadores de glicose – GLUT A expressão desses transportadores é específica de cada tecido, e suas propriedades fazem parte da regulação de glicose naquele determinado tecido. Cotransporte de sódio e glicose – SGLT 1 e 2 transportadores expressos nas células epiteliais da membrana apical. - os rins e o intestino são os dois principais órgãos com função específica de transporte de monossacarídeos de suas células para a corrente sanguínea, utilizando o SGLT1 e SGLT2 (específico dos rins). Nos rins, as células do túbulo proximal captam a glicose do filtrado glomerular, levando-a de volta para o sangue, e no intestino captam monossacarídeos provenientes da digestão. Em baixas quantidades, a glicose e galactose são absorvidos por transporte ativo, o SGLT1 e 2. Em concentrações luminais mais elevadas de glicose, o GLUT 2 se torna o principal transportador. O SGLT1 transporta glicose e galactose em quantidades equimolares de sódio, contra o gradiente de concentração da glicose e com gasto de energia. Depois disso a glicose é transportada pela membrana basolateral por difusão facilitada, utilizando o GLUT. Difusão Facilitada: realizada com auxílio de uma família de transportadores conhecidos como GLUT. Os GLUT são proteínas de membrana encontradas em todas as células, capazes de transportar a glicose a favor do seu gradiente de concentração. A energia para a transferência é obtida por meio da dissipação da diferença de concentração da glicose. Em humanos já foram identificadas 12 diferentes GLUT, sendo que há cinco principais (GLUT 1 a GLUT5), que foram numerados conforma a ordem e descoberta. GLUT1 Carreador eritroide-cerebral Primeiro a serclonado Coração, rins, células adiposas, fibroblastos, placenta, retina, cérebro. Alta eficiência de transporte quando a glicose extracelular se encontra baixa e a demanda intracelular é alta GLUT2 Transportador hepático de glicose Fígado, rins, intestino delgado, células beta- pancreáticas secretoras de insulina. Capaz de transportar galactose, manose, frutose Eficiente para o transporte de glicose proveniente da gliconeogênese para a circulação sanguínea GLUT 3 Transportador cerebral de glicose Cérebro, rins, placenta (neurônios), sptz Afinidade com a glicose relativamente baixa GLUT 4 Transportador de glicose sensível à insulina Principal transportador de glicose dos tecidos sensíveis à insulina Dentro das células, há grandes quantidades de GLUT4, armazenados em vesículas e, quando a insulina se liga ao seu receptor, há liberação de GLUT4 das vesículas para a membrana celular (translocação), assim estarão disponíveis para realizar o transporte de glicose para dentro da célula. Quando a insulina cessa sua ação, os transportadores são reciclados para dentro das vesículas novamente. Músculo esquelético, cardíaco, tecido adiposo marrom e branco. GLUT5 Transportador de frutose Intestino delgado e sptz Baixa afinidade pela glicose e alta pela frutose A frutose tem pouco ou nenhum efeito sobre a estimulação da secreção de insulina. Fosforilação da Glicose A glicose ao entrar na célula se liga a um fosfato, sob a ação da glicoquinase, no fígado, ou hexoquinase, em outros tecidos. Glicose glicose-6-fosfato Glicoquinase ou hexoquinase Essa reação garante que a molécula de glicose se mantenha dentro da célula. Absorção e Transporte de Galactose A galactose é um dissacarídeo proveniente da hidrólise da lactose, em galactose e glicose. A galactose usa os mecanismos de absorção presentes nos enterócitos, SGLT e GLUT2. Absorção e Transporte de Frutose A frutose é um monossacarídeo que é proveniente da hidrólise da sacarose, em glicose e frutose. Os transportadores SGLT1 não são tão utilizados para o transporte da frutose, o principal utilizado é o GLUT5, com participação do GLUT2. Metabolismo Os produtos finais da digestão são quase que inteiramente glicose, frutose e galactose. Grande parte da frutose e galactose é convertida em glicose, no fígado. Nas células hepáticas há enzimas que promovem a interconversão entre os monossacarídeos. Isso favorece a formação de glicose. Armazenamento e Utilização de Glicose Depois de ser captada pela célula a glicose pode ser usada imediatamente para liberar energia ou pode ser armazenada na forma de glicogênio. Essa conversão permite que sejam armazenadas grandes quantidades de carboidratos sem alterar significativamente a pressão osmótica do meio intracelular. Todas as células do organismo podem armazenar glicogênio, porém, o fígado e o músculo tem maior capacidade. O glicogênio muscular é utilizado pelo próprio músculo e o hepático é direcionado para a manutenção da glicemia. O fígado tem a capacidade de armazenar este polissacarídeo de 12 a 18 horas de jejum, depois inicia a depleção do glicogênio. Formação e Degradação do Glicogênio A glicogênese, formação de glicogênio a partir de moléculas de glicose, é catalisada pela enzima glicogênio sintetase. O hormônio insulina estimula esse processo. As enzimas responsáveis pelo controle do metabolismo do glicogênio são reguladas por mecanismos complexos de fosforilação e desfosforilação sob a influência hormonal da insulina e glucagon. A glicogenólise, degradação do glicogênio, é estimulada pelos hormônios epinefrina e glucagon. Glicólise A glicólise é a via mais importante de início da liberação de energia a partir da molécula de glicose. No final desse processo, que ocorre em duas fases constituídas de dez reações químicas sucessivas, ocorre a formação de duas moléculas de ácido pirúvico, as quais serão oxidadas para fornecer energia. A frutose, a galactose e a manose também podem ser utilizadas na via glicolítica, ao serem fosforiladas e convertidas em glicose-6-fosfato, frutose-6-fosfato ou frutose-fosfato.37 A glicólise é estreitamente regulada pelos hormônios glucagon, epinefrina e insulina, para que, em coordenação com outras vias de suprimento de energia, haja um pronto suprimento de ATP.37 A etapa seguinte da degradação da glicose é a conversão de ácido pirúvico em acetil CoA; posteriormente, a acetil CoA é convertida no ciclo do ácido cítrico, ou também conhecido como ciclo de Krebs. Gliconeogênese A gliconeogênese é a formação de glicose a partir do lacta to, dos aminoácidos glicogênicos (os não glicogênicos, ou estritamente cetogênicos, são a leucina e a lisina) e do glicerol resultante da degradação de triacilgliceróis, quando as reservas de carboidratos do organismo diminuem, sendo que há uma regulação recíproca entre glicólise e gliconeogênese para evitar desperdício de energia.21.37 Nos mamíferos, a gliconeogênese no fígado, nos rins e no intestino delgado fornece glicose para uso pelo cérebro, pelos músculos e pelos eritrócitos. Metabolismo da galactose Nas células hepáticas, a galactose é convertida em galactose-1-fosfato pela enzima galactoquinase, e depois em glicose-1-fosfato em mais uma transformação enzimática de duas fases, e é, então, armazenada sob a forma de glicogênio. Muitos elementos estruturais das células e dos tecidos (glicoproteínas e mucopolissacarídeos) contêm galactose. A glicose pode ser convertida em galactose, suprindo as necessidades celulares, em caso de ausência de galactose na alimentação. Metabolismo da frutose Após a absorção, a frutose, ao passar pelo fígado, é quase completamente removida. Uma parte pode ser metabolizada em lactato por meio da glicólise e depois liberada, e a outra podem ser utilizadas como metabólito intermediário, tanto da via glicolítica como da gliconeogênese. 49 A ingestão oral de frutose livre provoca elevação de frutose na corrente sanguínea, mas diminuição lenta ao longo dos 90 minutos seguintes, por conta de sua metabolização, descritas acima. Já o consumo elevado e rápido de bebidas adoçadas com sacarose (50% de frutose) provoca uma elevação nas concentrações circulantes de triacilgliceróis. Esse fato pode ser explicado pela saturação da via glicolítica, formando intermediários que são utilizados na produção de glicerol para síntese de triacilgliceróis, e pela metabolização preferencial da frutose para essa mesma via. Intolerância a Carboidratos Como mencionado anteriormente, antes de absorvidos para o interior do lúmen intestinal os dissacarídeos são hidrolisados em monossacarídeos, isso ocorre por enzimas específicas, logo depois, são transportados pela membrana de borda em escova dos enterócitos para o interior celular. A ausência ou a redução da atividade enzimática é a causa da intolerância ao respectivo dissacarídeo, cujos sintomas são dores abdominais, cólicas, flatulências, náuseas e diarreia osmótica. Os distúrbios costumam ser decorrentes de fatores como: - fatores congênitos; - fatores secundários de alguma outra doença; - digestão prejudicada de algum dissacarídeo; - absorção reduzida de algum monossacarídeo. Intolerância a Lactose A intolerância a lactose pode se manifestar de três formas distintas: - intolerância a lactose congênita; - hipolactasia primária do adulto; - hipolactasia secundária a doença. Intolerância a Lactose Congênita - Herdade e autossômica recessiva; - Condição extremamente grave, caso não diagnosticada pode levar ao óbito; O RN apresente diarreia líquida ao ser amamentado ou ao receber formula contendo lactose. A diferença entre a ILC e a hipolactasia primária do adulto, é que na primeira, a enzima lactase, está ausente ou inativae, na segunda, a expressão da enzima lactase é normal, mas diminui ao longo da vida. Hipolactasia Primária do Adulto - também conhecida como má absorção u má digestão da lactose, é a diminuição na capacidade de hidrolisar a lactose; - hipolactasia significa diminuição da atividade da enzima lactase na mucosa do intestino delgado; - também chamada “lactase não persistente” ou “não persistência a lactase” O aparecimento de sintomas abdominais caracteriza a intolerância a lactose, mas a má absorção de lactose nem sempre provoca sintomas de intolerância. Após o desmame, ocorre a redução geneticamente programada e irreversível da atividade da lactase na maioria das populações do mundo, cujo mecanismo é desconhecido, resultando em má absorção primária da lactose. A enzima lactase é codificada pelo gene LCT. Hipolactasia Secundária a Doenças - Ocorre quando há danos na borda em escova da mucosa do intestino delgado ou aumento significativo do tempo de trânsito intestinal; - como em: enterites infecciosas, giardíase, doença de chron, enterites induzidas por drogas ou radiação, doença diverticular do cólon. - é transitória e reversível. Resposta Glicêmica dos Alimentos Cada tipo de carboidrato tem seu perfil de digestão, proporcionando diferente aumento da resposta glicêmica. O amido resistente a digestão e outros carboidratos que não são digeridos no intestino delgado passam para o intestino grosso, onde serão fermentados. Tanto a resposta glicêmica quando os produtos da fermentação estão relacionados à diminuição do risco de DCNT e de SM. Dessa forma, muito dos efeitos fisiológicos dos carboidratos estão relacionados a seu grau de utilização no intestino delgado e no intestino grosso. Basicamente, há dois tipos de resposta glicêmica produzida pelos diferentes tipos de CHO dos alimentos: CHO disponível: simples - rápida digestão; - produz aumento importante da glicemia após sua ingestão; - em ocorrência da liberação elevada de insulina, pode ocorrer a hipoglicemia. CHO não disponível: complexo - produz liberação moderada de glicose e de insulina no plasma; - representa uma resposta mais adequada do ponto de vista fisiológico. O consumo contínuo e elevado dos alimentos ricos em CHO disponível (alto índice glicêmico) é uma preocupação. Ingestão por indivíduos saudáveis e ativos – a glicemia pós-prandial pode ser ajustada pelo aumento da sensibilidade da insulina em tecidos periféricos. Ingestão por indivíduos menos ativos – pode proporcionar aumento na secreção de insulina a fim de restabelecer a homeostase da glicose. Isso pode resultar no aumento da glicemia e da insulinemia pós-prandiais, e grande demanda da função das células beta, o que pode eventualmente promover o desenvolvimento de DM2. Para a compreensão das diferentes respostas glicêmicas produzidas, é necessário que sejam levadas em consideração as características dos alimentos e as características do indivíduo. Os carboidratos da alimentação são constituintes majoritários que influenciam no controle da glicemia; entretanto o impacto desses compostos no controle da glicose depende das propriedades dos carboidratos ingeridos, como a extensão e a velocidade de absorção, o tipo de monômeros absorvidos, a extensão e a velocidade da fermentação colônica e local, e os produtos da fermentação colônica. Para a avaliação da resposta glicêmica produzida após o consumo de um alimento ou dieta, foram criados biomarcadores, como o IG e a CG. Índice Glicêmico - visa a classificação dos alimentos de acordo com a resposta glicêmica produzida pelo carboidrato do alimento estudado em relação a um alimento controle; - é calculado pelo aumento da área abaixo da curva glicêmica (2h) produzida por um alimento teste (50g/25g de carboidratos disponíveis, principalmente amido disponível e açúcares solúveis) em relação ao aumento da área do alimento controle (pão branco ou glicose) com a mesma quantidade de carboidrato. - o IG é expresso em %. Considerando o pão como alimento controle igual a 100%: Baixo IG ≤ 75% Médio IG 76 a 94% Alto IG ≥ 95% Considerando a glicose como alimento controle igual a 100%: Baixo IG ≤ 55% Médio IG 56 a 69% Alto IG ≥70% Para converter os valores de IG obtidos com o pão para a glicose como controle, esses valores devem ser multiplicados por 0,7. Alimentos com alto valor de IG são mais rapidamente digeridos e absorvidos, causando maiores flutuações na glicose sanguínea por unidade de carboidrato do que alimentos com baixo valor de IG. A CG tem por finalidade relacionar a resposta glicêmica da alimentação como um todo (e não somente a quantidade de carboidratos ingeridos) com o risco de DCNT. - definida como o produto do IG do alimento pela quantidade de carboidratos disponível presente na porção consumida dividida por 100; - os valores de referencia utilizados para classificação dos alimentos quanto a CG sempre consideram a glicose como alimento controle (IG igual a 100%): Baixa CG ≤ 10 Média CG 11 a 19 Alta CG ≥ 20 Dessa forma, a CG considera tanto a quantidade carboidratos como sua qualidade e o IG considera somente a qualidade em uma quantidade fixa de carboidratos. A exaustão das células beta pode tornar a produção de insulina ineficiente e determinar a resistência à insulina ou até mesmo ao DM2. A introdução de alimentos com baixo IG, geralmente fontes de carboidratos não disponíveis, pode contribuir para minimizar esse problema, seja não sobrecarregando o pâncreas com altas cargas de glicose, seja pela produção de propionato, decorrente da fermentação desses carboidratos, pois já se observou que esse AGCC é capaz de inibir a secreção de insulina induzida por glicose em células pancreáticas em estudos in vitro.
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