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Anti-hipertensivos Fármacos que atuam em um ou mais dos quatro locais anatômicos de controle para interferirem nos mecanismos normais de regulação da pressão arterial. Introdução Em virtude de seus mecanismos comuns de ação, os fármacos dentro de cada categoria tendem a produzir um espectro semelhante de toxicidades. As categorias incluem as seguintes: • Diuréticos, que reduzem a PA por meio da depleção do sódio corporal, diminuição do volume sanguíneo e, talvez, outros mecanismos. • Fármacos que bloqueiam a produção ou a ação da angiotensina e, portanto, reduzem a RVP e (potencialmente) o volume sanguíneo. • Vasodilatadores diretos, que reduzem a pressão ao relaxarem o músculo liso vascular, dilatando, assim, os vasos de resistência e, em graus variáveis, aumentando também a capacitância. • Fármacos simpatoplégicos, que reduzem a PA por meio da redução da RVP, inibição da função cardíaca e aumento do acúmulo venoso nos vasos de capacitância. (Os últimos dois efeitos reduzem o débito cardíaco.) Esses fármacos são ainda subdivididos de acordo com seus supostos locais de ação no arco reflexo simpático. A atuação desses grupos de fármacos por diferentes mecanismos possibilita a associação de agentes de dois ou mais grupos com aumento da eficácia e, em alguns casos, diminuição da toxicidade. Fármacos que alteram a função do sistema nervoso simpático Em muitos pacientes, a hipertensão é iniciada e mantida, pelo menos em parte, por ativação neural simpática. Os fármacos que pertencem a esse grupo são classificados de acordo com o local em que comprometem o arco reflexo simpático. Os fármacos que reduzem a pressão arterial por meio de suas ações sobre o sistema nervoso central (SNC) tendem a causar sedação e depressão mental e podem produzir distúrbios do sono, inclusive pesadelos. Os agentes anti-hipertensivos simpaticoplégicos são mais efetivos quando usados concomitantemente com um diurético. FÁRMACOS SIMPATICOPLÉGICOS DE AÇÃO CENTRAL Esses agentes reduzem a descarga simpática dos centros vasomotores no tronco encefálico, porém permitem que esses centros conservem ou até mesmo aumentem a sua sensibilidade ao controle barorreceptor. Metildopa A metildopa baixa a pressão arterial, principalmente pela redução da resistência vascular periférica, com diminuição variável da frequência cardíaca e do débito cardíaco. Clonidina A redução da pressão arterial pela clonidina decorre de uma diminuição do débito cardíaco, devido à frequência cardíaca diminuída e ao relaxamento dos vasos de capacitância, bem como de uma redução da resistência vascular periférica acompanhada de diminuição da resistência vascular renal e manutenção do fluxo sanguíneo renal. AGENTES BLOQUEADORES GANGLIONAR A maioria desses agentes não está mais disponível, devido aos efeitos tóxicos intoleráveis relacionados com a sua ação primária. Os bloqueadores ganglionares bloqueiam competitivamente os bloqueadores colinérgicos nicotínicos dos neurônios pós-ganglionares nos gânglios tanto simpáticos como parassimpáticos. Além disso, esses fármacos podem bloquear de forma direta o canal de acetilcolina nicotínico, da mesma maneira que os bloqueadores nicotínicos neuromusculares. Agentes bloqueadores dos neurônios Esses fármacos reduzem a pressão arterial ao impedirem a liberação fisiológica normal da norepinefrina dos neurônios simpáticos pós-ganglionares. Guanetidina Em doses suficientemente altas, pode produzir simpaticoplegia profunda. Pode produzir todos os efeitos tóxicos esperados da “simpatectomia farmacológica”, inclusive hipotensão postural pronunciada, diarreia e distúrbio da ejaculação. Em razão desses efeitos colaterais, a guanetidina é, hoje, raramente usada. A guanetidina inibe a liberação de norepinefrina das terminações nervosas simpáticas. Reserpina A reserpina, um alcaloide extraído das raízes de uma planta indiana, a Rauwolfia serpentina, foi um dos primeiros fármacos efetivos utilizados em larga escala no tratamento da hipertensão. Hoje, é raramente prescrita devido a seus efeitos colaterais. A reserpina bloqueia a capacidade de captação e armazenamento das aminas biogênicas pelas vesículas transmissoras aminérgicas, provavelmente ao interferir no transportador associado à membrana vesicular (VMAT, vesicular membrane-associated transporter; AGENTES BLOQUEADORES DOS RECEPTORES β- ADRENÉRGICOS Entre os inúmeros β-bloqueadores testados, a maioria demonstrou efetividade na redução da pressão arterial. Propranolol O propranolol foi o primeiro β-bloqueador que demonstrou ser efetivo no tratamento da hipertensão e da cardiopatia isquêmica. O propranolol inibe a estimulação da produção de renina pelas catecolaminas (mediada pelos receptores β1). Metoprolol e Atenolol O metoprolol e o atenolol, que são cardiosseletivos, são os β-bloqueadores mais amplamente usados no tratamento da hipertensão. Nadolol, carteolol, betaxolol e bisoprolol O nadolol e o carteolol, antagonistas não seletivos dos receptores β, não são apreciavelmente metabolizados e são excretados, em grau considerável, pela urina. O betaxolol e o bisoprolol são bloqueadores β1-seletivos, metabolizados primariamente no fígado, mas que apresentam meias-vidas prolongadas. Pindolol, acebutolol e pembutolol O pindolol, o acebutolol e o pembutolol são agonistas parciais, isto é, β-bloqueadores com alguma atividade simpatomimética intrínseca. Esses fármacos reduzem a pressão arterial ao diminuírem a resistência vascular e parecem deprimir menos o débito cardíaco ou a frequência cardíaca do que outros β- bloqueadores, talvez devido a efeitos agonistas significativamente maiores do que os efeitos antagonistas nos receptores β2. Labetalol, carvedilol e nebivolol Esses fármacos exercem efeitos tanto β- bloqueadores como vasodilatadores. O labetalol possui a redução da pressão arterial deve-se à diminuição da resistência vascular sistêmica (por meio de bloqueio α), sem alteração significativa da frequência cardíaca ou do débito cardíaco. O carvedilol é um bloqueador não seletivo dos receptores β-adrenérgicos. O nebivolol é um bloqueador β1 seletivo com propriedades vasodilatadoras que não são mediadas por bloqueio α. Esmolol O esmolol é um bloqueador β1 seletivo, que é rapidamente metabolizado por esterases eritrocitárias por meio de sua hidrólise. Prazosina e outros α1-bloqueadores A prazosina, a terazosina e a doxazosina produzem a maior parte de seus efeitos anti- hipertensivos por meio do bloqueio seletivo dos receptores α1 nas arteríolas e nas vênulas. Esses agentes provocam menos taquicardia reflexa quando reduzem a pressão arterial do que os antagonistas α não seletivos, como a fentolamina Os agentes não seletivos, fentolamina e fenoxibenzamina, são úteis no diagnóstico e no tratamento do feocromocitoma, bem como em outras situações clínicas associadas a uma liberação exagerada de catecolaminas Vasodilatadores Todos os vasodilatadores úteis na hipertensão relaxam a musculatura lisa das arteríolas, diminuindo, assim, a resistência vascular sistêmica. Os vasodilatadores atuam melhor em combinação com outros fármacos anti-hipertensivos que se opõem às respostas cardiovasculares compensatórias Hidralazina A hidralazina, um derivado da hidrazina, dilata as arteríolas, mas não as veias. A combinação de hidralazina com nitratos mostra- se efetiva contra a insuficiência cardíaca e deve ser considerada nos casos de pacientes hipertensos que apresentam essa insuficiência MINOXIDIL O minoxidil é um vasodilatador muito eficaz e ativo por via oral. O efeito resulta da abertura dos canais de potássio nas membranas musculares lisas pelo sulfato de minoxidil, o metabólito ativo. O aumentoda permeabilidade ao potássio estabiliza a membrana em seu potencial de repouso e torna menos provável a contração Nitroprusseto de sódio O nitroprusseto de sódio é um poderoso vasodilatador administrado por via parenteral, utilizado no tratamento de emergências hipertensivas, bem como na insuficiência cardíaca grave. O nitroprusseto dilata os vasos tanto arteriais como venosos, com consequente redução da resistência vascular periférica e do retorno venoso. Diazóxido O diazóxido é um dilatador arteriolar efetivo e de ação relativamente longa, administrado por via parenteral, usado, em certas ocasiões, no tratamento de emergências hipertensivas. Fenoldopam O fenoldopam é um dilatador arteriolar periférico, usado em emergências hipertensivas e na hipertensão pós-operatória. Atua principalmente como agonista dos receptores D1 dopamínicos, resultando em dilatação das artérias periféricas e em natriurese. BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO Além de seus efeitos antianginosos e antiarrítmicos, os bloqueadores dos canais de cálcio também reduzem a resistência periférica e a pressão arterial. O mecanismo de ação na hipertensão (e, em parte, na angina) consiste na inibição do influxo de cálcio nas células musculares lisas arteriais. O verapamil, o diltiazem e a família da di- hidropiridina (anlodipino, felodipino, isradipino, nicardipino, nifedipino e nisoldipino) são todos igualmente efetivos na redução da pressão arterial, e muitas formulações já estão aprovadas para uso nos Estados Unidos. O clevidipino é um membro mais recente desse grupo, formulado exclusivamente para uso intravenoso. Inibidores da Angiotensina A pressão arterial de pacientes hipertensos com renina elevada responde de modo satisfatório a fármacos que interferem no sistema, sustentando a função do excesso de renina e angiotensina nessa população. Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (ECA) O captopril e outros fármacos dessa classe inibem a enzima conversora, a peptidildipeptidase, que hidrolisa a angiotensina I em angiotensina II e (com a designação de cininase plasmática) inativa a bradicinina, um potente vasodilatador, que atua, pelo menos em parte, estimulando a liberação de óxido nítrico e de prostaciclina. O enalapril é um profármaco oral, convertido por hidrólise em inibidor da enzima conversora, o enalaprilate, cujos efeitos assemelham-se aos do captopril. O benazepril, o fosinopril, o moexipril, o perindopril, o quinapril, o ramipril e o trandolapril são outros membros da classe de ação longa. Os inibidores da angiotensina II reduzem a pressão arterial principalmente ao diminuir a resistência vascular periférica. Agentes bloqueadores dos receptores de angiotensina A losartana e a valsartana foram os primeiros bloqueadores comercializados do receptor de angiotensina II tipo 1 (AT1). Há também a candesartana, eprosartana, irbesartana, telmisartana e olmesartana. Esses fármacos não exercem nenhum efeito sobre o metabolismo da bradicinina e, portanto, são bloqueadores mais seletivos dos efeitos da angiotensina do que os inibidores da ECA
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