Prévia do material em texto
SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III – TICS Atividade: “Reação Tipo 1 e Tipo 2 - Hanseníase” Aluno: Enzzo Fayssander Norbim Fase 3 – turma 47 Grupo: D Os surtos reacionais representam episódios inflamatórios que se intercalam no curso crônico da hanseníase. Devem ser prontamente diagnosticados e tratados. Encaminhe aqui um texto definindo as reações do Tipo 1 e do Tipo 2. A hanseníase é uma doença sistêmica, infecto-contagiosa, causada pelo Mycobacterium leprae que ocasiona o comprometimento da pele e dos nervos periféricos. O M. leprae é muito imunogênico e, portanto, possui grande capacidade de ativar o sistema imunológico do hospedeiro. As reações hansênicas (ou estados reacionais) são decorrentes de uma exacerbação aguda da imunidade celular (Reação do Tipo 1) ou de acentuada formação de imunocomplexos (Reação do Tipo 2). Nas reações hansênicas, os pacientes que evoluíam de forma lenta, agudamente apresentam uma exacerbação com componente inflamatório exuberante. Essas reações hansênicas constituem assim intercorrências na doença, com sinais e sintomas que levam o paciente ao sofrimento e sequelas neurológicas, muitas vezes mais expressivas que as esperadas na hanseníase sem quadro reacional. Como mencionado anteriormente, as reações hansênicas são classificadas em dois tipos: Reação Hansênica Tipo 1 ou Reação Reversa (RR), quando está envolvida a imunidade celular, e a Reação Hansênica Tipo 2 com os tipos Eritema Nodoso Hansênico (ENH), Eritema Polimorfo (EP) e Eritema Nodoso Necrotizante (ENN), com participação mais efetiva da imunidade humoral. Episódios de Reação Tipo 1 ou RR acometem entre 10 e 33% dos pacientes com hanseníase e, geralmente surgem, durante o tratamento ou após o primeiro ano da alta. A característica clínica da Reação do Tipo 1 é que as lesões preexistentes se tornam mais inflamadas, com eritema intenso, dolorosas, elevadas e as máculas tornam-se placas. Pode haver certa descamação e até ulceração em algumas lesões. Também há o surgimento de pequenas novas lesões semelhantes às lesões pré-existentes. Alguns pacientes cursam com edema dos pés e das mãos. Sintomas sistêmicos como febre e mialgia estão ausentes. A principal complicação da Reação do Tipo 1 é a neurite, que tende a ser grave e acentuada, ocasionando paralisia súbita e perda de função. Os nervos tornam-se intumescidos, com dor à palpação do trajeto neural, além de haver exacerbação da sensibilidade no local inervado por aquele nervo, acometendo principalmente os nervos ulnar e tibial posterior. As Reações do Tipo 2 são caracterizadas pelo surgimento abrupto de nódulos que podem variar de poucos a inúmeros, de coloração rósea, que podem evoluir para necrose nas formas mais graves do ENH. Acredita-se que infecções, gestação, vacinação, estresse emocional e alguns fármacos estejam implicados no desencadeamento desse tipo de reação. É uma reação sistêmica e o paciente frequentemente abre o quadro com sintomas sistêmicos, queda do estado geral, febre e dores no corpo. O processo inflamatório envolve qualquer órgão em que o bacilo ou seus antígenos estejam presentes. Ao exame físico, o paciente pode apresentar hepatoesplenomegalia, neurite, orquite, artrite, irite e iridociclite. Do ponto de vista cutâneo, há o surgimento de múltiplas pápulas, placas e/ou nódulos eritematosos que são dolorosos ao toque e distribuem-se por todo o tegumento. As margens são mal definidas. Ao contrário do eritema nodoso, que costuma limitar-se à região pré-tibial, o eritema nodoso hansênico é difuso, ainda que por outras causas! As lesões podem tornar-se vesicobolhosas e até ulcerar. Alguns pacientes apresentam ulceração extensa da pele, o que torna o quadro grave. Laboratorialmente, encontra-se leucocitose com neutrofilia, aumento de provas inflamatórias (PCR e VHS), autoanticorpos (FAN), aumento de bilirrubinas e transaminases, além de hematúria e proteinúria. REFERÊNCIAS CORIOLANO, C. R. F.; NETO, W. A. F.; PENNA, G. O.; SANCHEZ, M. N. Fatores associados ao tempo de ocorrência das reações hansênicas numa coorte de 2008 a 2016 em Rondônia, Região Amazônica, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 37, n. 12, p. 1-17, 2021. FILHO, G. B. Bogliolo – Patologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2016. 1556 p. SANTOS, L. M. P.; SILVA, A. N. C.; SOUSA, B. R.; SILVA, A. K. C.; ROSS, J. R. Reações tipo I e tipo II na hanseníase: integrando publicações científicas. Caderno Saúde e Desenvolvimento, v.12, n.7, p. 27-38, 2018.