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APOSTILA-HISTÓRIA-DA-ARTE (2)

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HISTÓRIA DA ARTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUARULHOS – SP 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4 
2 HISTÓRIA DA ARTE ............................................................................................... 5 
2.1 A arte na Pré-História ....................................................................................... 6 
2.2 Pintura pré́-histórica ........................................................................................ 10 
2.3 Esculturas e monumentos pré-históricos ........................................................ 16 
3 ARTE EGEIA E GRÉCIA....................................................................................... 18 
3.1 Arte arcaica grega .......................................................................................... 21 
3.2 Arte clássica grega ......................................................................................... 24 
4 ROMA ................................................................................................................... 26 
4.1 Arquitetura romana ......................................................................................... 28 
4.2 Aquedutos romanos ........................................................................................ 28 
4.3 Templos romanos ........................................................................................... 29 
4.4 Teatros romanos ............................................................................................. 31 
5 EGITO ................................................................................................................... 32 
5.1 Arquitetura Egípcia ......................................................................................... 33 
5.2 Templos Egípcios ........................................................................................... 35 
5.3 Pinturas egípcias ............................................................................................ 37 
6 PÉRSIA ................................................................................................................. 38 
6.1 Arte persa ....................................................................................................... 40 
Figura 10 – ruinas da ................................................................................................ 40 
7 IMPÉRIO BIZANTINO ........................................................................................... 41 
7.1 Arte bizantina .................................................................................................. 44 
7.2 Estilo ítalo-bizantino ........................................................................................ 47 
8 IMPÉRIOS DA CHINA .......................................................................................... 47 
8.1 As dinastias imperiais chinesas ...................................................................... 49 
 
3 
 
8.2 A arte na dinastia Xia ...................................................................................... 52 
8.3 A arte na dinastia Shang ................................................................................. 53 
8.4 A arte na dinastia Zhou ................................................................................... 54 
8.5 A arte na dinastia Qin ..................................................................................... 56 
8.6 A arte na dinastia Han e as seis dinastias ...................................................... 57 
8.7 A arte na dinastia Tang ................................................................................... 61 
8.8 A arte na dinastia Song................................................................................... 64 
8.9 A arte na dinastia Yuan................................................................................... 66 
8.10 A arte na dinastia Ming ................................................................................... 68 
8.11 A arte na dinastia Qing ................................................................................... 71 
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 74 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 HISTÓRIA DA ARTE 
 
De acordo com Gombrich (2015), a arte é uma atividade humana que está 
intrinsecamente relacionada a manifestações de ordem estética. Ela surge a partir de 
percepções, emoções e ideias do artista, com o objetivo de estimular percepções em 
outras pessoas. Em geral, cada obra de arte possui um significado único, embora 
possa ser entendida de formas diferentes por pessoas de outras culturas. Assim, a 
arte é uma forma de o ser humano expressar suas emoções, sua cultura e, 
consequentemente, sua história. 
ALBUQUERQUE, (2018, 2020), se refere a arte como uma faculdade ou ato 
pelo qual o homem, ao trabalhar a matéria, a imagem ou o som, cria algo considerado 
belo ao dar expressão ao material bruto, ou imaterial, que o inspira como base para 
sua realização. Assim, intrinsecamente, a arte contém valores estéticos de seu autor, 
tais como beleza, harmonia e equilíbrio, que são característicos de uma sociedade e 
estão relacionados ao seu estado de evolução social. 
Alguns pensadores, Arnold (2008), Janson (2001), Proença (2011), definem a 
arte como uma imitação da realidade, ou, como a exacerbação da condição atípica 
inerente à realidade. A dificuldade em definir a arte está em sua relação direta e 
dependência com a conjuntura histórica e cultural na qual está́ inserida. Isso acontece 
porque, quando um estilo é criado e estabilizado, ele quebra com os sistemas e os 
códigos sociais previamente estabelecidos. 
Arte é um termo que vem da palavra latina ars, que significa técnica ou 
habilidade. A definição de arte pode variar de acordo com a época e a cultura. A arte 
pode ser percebida como sendo rupestre, artesanal, da ciência, da religião e da 
tecnologia. Neste início de século XXI, a arte é usada como atividade artística, ou 
produto da atividade artística. A arte é uma criação humana com valores esté- ticos, 
como beleza, equilíbrio e harmonia, os quais representam um conjunto de 
procedimentos utilizados para realizar obras. Gombrich (2015). 
Para os povos primitivos, a arte, a religião e a ciência se confundiam, e, 
originalmente, a arte poderia ser entendida como o produto, ou o processo, no qual o 
conhecimento era usado para realizar determinadas habilidades. Para os gregos, 
havia a arte de fazer esculturas, pinturas, sapatos ou até mesmo navios. 
 
6 
 
Metaforicamente, a arte éum reflexo do ser humano e, muitas vezes, representa a 
sua condição social e a sua essência de ser pensante. 
A história da arte é uma ciência que estuda os movimentos artísticos, as 
modificações na valorização estética, as obras de arte e os artistas. Wölfflin (2000), 
explica que esta análise é feita de acordo com a vertente social, política e religiosa da 
época em que é estudada. Várias outras ciências servem de auxílio para a história da 
arte, como a numismática, paleografia, história, arqueologia etc. Por meio da história 
da arte é possível aprender um pouco sobre o ser humano, através da evolução das 
diversas expressões e manifestações artísticas. 
A arte apresenta-se de diversas formas, como plástica, música, escultura, 
cinema, teatro, dança, arquitetura, entre outras. Existem várias expressões que 
conseguem descrever diferentes manifestações de arte, por exemplo: artes plásticas, 
artes cênicas, arte gráfica, artes visuais etc. 
Embora não haja consenso, uma classificação aceitável sobre as artes 
contemporâneas é que ela pode estar relacionada a: música; dança / coreografia; 
pintura; escultura; teatro; literatura; cinema; fotografia; história em quadrinhos; jogos 
de computador e de vídeo; arte digital. 
 
2.1 A arte na Pré-História 
 
Na concepção de Prince (2000), a Pré́-História é uma forma simplificada de 
se referir à história anterior à escrita, que se desenvolveu antes do surgimento das 
primeiras civilizações. Conhecido como o mais extenso período da história humana, o 
Paleolítico, ou Idade da Pedra Lascada, abrange uma datação bastante variada, que 
vai de 5 milhões de anos a.C. até́ 10 mil anos a.C.). 
O período Mesolítico surgiu de 10.000 a.C. até 8.000 a.C. Ocorreu durante o 
domínio do fogo, com o qual era possível afugentar animais, cozinhar, iluminar 
ambientes e aquecer do frio. O homem passou a desenvolver a agricultura e a 
domesticar animais, diminuindo sua dependência da natureza e podendo se fixar nos 
locais, o que gerou o sedentarismo. 
O período Neolítico, ou Idade da Pedra Polida, surgiu cerca de 8.000 a.C. e 
durou até 3.000 a.C. Nesse período desenvolveu-se a metalurgia, tornando possível 
 
7 
 
a criação de objetos de metais, como lanças e ferramentas como machados, o que 
melhorou a caça e os trabalhos da agricultura. 
Assim, o homem pôde estocar alimentos para as épocas de estiagem. Houve 
o crescimento das populações, o que levou à necessidade de trocas de produtos entre 
as diversas comunidades e ao surgimento dos trabalhadores especializados. E por 
que são chamados de homens das cavernas? Desprovidos de técnicas muito 
sofisticadas, os grupos humanos dessa época desenvolviam hábitos que facilitavam 
sua sobrevivência, como o fato de morar em cavernas em meio às hostilidades 
impostas pela natureza, seja pelas baixas temperaturas ou por ataque de animais. 
Para fabricar suas armas e utensílios, os homens faziam uso de ossos, madeira, 
marfim e pedra. 
Eles eram praticantes do nomadismo, isto é, não tinham habitação fixa, e 
utilizavam os recursos naturais existentes à sua volta. Depois de consumi-los, 
migravam para regiões que apresentavam maior disponibilidade de alimentos, como 
frutas, caça e pesca. Sem dúvida, o fogo foi uma das mais importantes descobertas 
da época, porque os homens alcançaram melhores condições de sobrevivência 
mediante às severas condições climáticas. Os bens de produção eram de propriedade 
e uso coletivo. 
Para Prince (2000), o homem das cavernas tinha sua própria produção 
cultural, por meio da comunicação visual com a confecção de desenhos primitivos. Os 
exemplos de sua produção variam, de marcas de mãos nas paredes até verdadeiras 
histórias em quadrinhos, que serviam como manual de caça. A arte não era algo que 
pudesse ser separada das outras esferas da vida da época, ou seja, da economia, 
religião e política. Tudo tinha que ser arte, ter estética, porque nada era puramente 
utilitário. 
 
Figura 1 – Divisão do período Paleolítico. Linha do tempo dividindo o 
Paleolítico em duas categorias: inferior e superior. No superior, o destaque é a 
expressão artística do homem das cavernas através da pintura, da escultura e da 
arquitetura (construção de templos e monumentos). 
 
 
8 
 
 
 
Fonte: historiadasartes.com 
Figura 2 – Cena típica do dia a dia de uma comunidade dos nossos ancestrais 
pré-históricos: um homem estabelecendo moradia. 
 
 
 
Fonte: super.abril.com.br 
 
 
9 
 
Arte rupestre, originária da palavra latina rupes, que significa rochedo, é o 
termo mundial- mente aceito para designar os desenhos feitos pelo homem nas 
rochas. As mais antigas obras de arte feitas pelo ser humano, que datam de 35 mil 
anos, são consequência de milhares de anos de lento amadurecimento. Os homens 
da caverna distinguem-se em dois grupos, derivados de descobertas arqueológicas 
importantes: os Aurinhancenses (de Aurignac, França); os Madalenianos (de La 
Madeleine, França. Prince (2000). 
As obras mais impressionantes da arte paleolítica são as representações de 
animais nas superfícies internas de cavernas. O bisão ferido de Altamira, no norte da 
Espanha (15.000 a 10.000 a.C.), é a imagem de um animal abatido no chão, com a 
cabeça tombada para ainda tentar se defender do ataque humano. Sem dúvida, é 
uma imagem viva e realista com traçado vigoroso. 
Os animais selvagens descobertos em Lascaux, na região de Dordogne, na 
França, apresentam- se em pinturas menos elaboradas, mas que trazem vida e 
movimento. As técnicas para realizar o registro na rocha são, principalmente, a 
gravura e a pintura. A técnica para fazer gravuras corresponde à retirada de matéria 
da superfície rochosa por meio de uma ferramenta. A pintura, ao contrário da gravura, 
adiciona matéria à superfície. Na Europa e na Austrália, por exemplo, há sítios com 
pinturas rupestres de mais de 30 mil anos. 
A produção artística era muito variada, feita por povos diferentes, em locais 
diversos, mas com algumas características em comum. Por exemplo, os aspectos de 
destaque são: utilidade (ferramentas, armas ou figuras que envolvem situações 
específicas, como a caça), material, cotidiano ou mágico-religioso. 
Mas por que a expressão mágico-religiosa? Prince (2000), explica que, para 
surpresa de muitos, as cenas de caça representadas em cavernas não descreviam, 
na verdade, uma situação vivida pelo grupo; possuíam caráter de treino e de busca 
por “boas energias”, preparando as pessoas para esta tarefa que lhes garantiria a 
sobrevivência. Outra versão aceita é a de que se o “caçador-pintor” conseguisse pintar 
cenas de abate de animais nas paredes internas das cavernas, estas imagens criariam 
o “efeito mágico” de previamente já dominar e vencer os animais. 
No caso das pinturas confeccionadas no interior profundo das cavernas, 
demonstrando grupos de animais correndo em liberdade, a explicação reside no 
desejo dos seres humanos primitivos de que uma energia vital oriunda do seio da 
 
10 
 
Terra auxiliasse na fecundidade e na proliferação dos animais. Os desenhos mais 
antigos de que se tem conhecimento foram encontrados na antiquíssima cidade de 
Çatal Hüyük, na Turquia, e datam de cerca de 6.200 a.C., e estão pintados em uma 
parede. As manifestações artísticas mais antigas foram encontradas na Europa, 
especialmente na Espanha, no sul da França e no sul da Itália, e datam de 
aproximadamente de 25.000 a.C., portanto, do período Paleolítico. 
 
2.2 Pintura pré́-histórica 
 
De acordo com Arnold (2008), a França e a Espanha guardam o maior número 
de obras pré-históricas, que, até́ hoje, estão em bom estado de conservação, como 
as cavernas de Lascaux, Altamira e Castilho. Na caverna de Lascaux, as pinturas 
foram achadasem 1942, e estima-se que tenham 17.000 anos. A cor preta, por 
exemplo, contém carvão moído e dióxido de manganês. Nela estão representados 
bovinos, cavalos, cervos, cabras e felinos. 
Na Europa, existem nas seguintes localidades: 
➢ Altamira e Castilho (Espanha); 
➢ Lascaux (França) 
➢ Cornwall e Wiltshire (Reino Unido); 
➢ Oliveira dos Frades (Portugal); 
➢ Alta (Noruega) 
As descobertas nas cavernas de Altamira ocorreram em 1879 e representam 
obras do período Paleolítico. A obra mais importante é o Bisonte Encolhido 
 
 
 
11 
 
 
turomaquia.com 
 
As pinturas não devem ser completamente dissociadas das gravuras, porque 
há esboços gravados sobre as paredes, o que sugere que os artistas gravavam antes 
de pintar. A quantidade de cores utilizadas é grande. Tem-se o preta, extraído do 
carvão vegetal, de ossos calcinados e triturados ou da fumaça e da gordura queimada; 
o vermelha e o marrom, provenientes do óxido de ferro; e o branco, obtido a partir do 
caulim e do excremento de animais, do látex ou de óxidos de zinco. 
Na África, as gravuras de contornos profundamente entalhados estavam 
relacionadas a finalidades religiosas, enquanto os desenhos feitos com ranhuras mais 
delicadas teriam finalidade pedagógica. Neste continente, por exemplo, existem 
pinturas rupestres nas seguintes localidades. 
 
➢ Cederberg (Figura 1.1), 
➢ Drakensberg (Figura 1.2) e Gifberg Mountains (Figura 1.3) (República 
da África do Sul); 
➢ Montanhas Akakus (Figura 1.4) (Líbia); 
➢ Twyfelfontein (Figura 1.5) (Namíbia). 
 
 
12 
 
Figura 1.1- Pintura rupestre em caverna de Cederberg, República da África do Sul. 
 
vidadeturista.com 
 
Figura 1.2 - Pintura rupestre de rinoceronte em caverna nas montanhas de 
Drakensberg, República da África do Sul. 
 
istockphoto.com 
 
Figura 1.3 - Pesquisador em área externa, analisando pinturas nas 
montanhas de Gifberg Mountains, próximo a Wanrhynsdorp e Cederberg, República 
na África do Sul. 
 
 
13 
 
 
vidadeturista.com 
Figura 1.4 - Pintura rupestre encontrada nas montanhas de Akakus (Saara, 
Líbia). 
 
turomaquia.com 
 
 
 
 
14 
 
Figura 1.4 - Pintura rupestre mostrando leões, equinos e bovinos (Twyfelfontein, 
Namíbia). 
 
turomaquia.com 
Em consonância com o mesmo autor, o conceito de “Pré-História”, quando 
aplicado ao continente americano, tem significado diferente daquele trabalhado em 
outros continentes. A definição de Pré-História na América tem como referência 
tradicional o período anterior à chegada dos espanhóis, no final do século XV. 
No continente americano, existem nas seguintes localidades: 
➢ Tierradentro (Colômbia); 
➢ Trujillo (Peru); 
➢ Cidade do México (México); 
Patagônia (Argentina); 
 
Parque Nacional de Mamute (Kentucky, EUA: célebre porque nele se encontra 
grande parte da mais extensa e intrincada rede conhecida de cavernas do mundo, 
com 591 quilômetros explorados). 
Nos locais de acampamento encontram-se instrumentos de pedra de tipos 
bem definidos, como batedores, alisadores, raspadores, facas, buris, pontas de projétil 
e também sovelas de osso, agulhas e espátulas. Essa intensa diversificação é 
atestada e corroborada pelo descobrimento de vários sítios arqueológicos, que se 
estendem de norte a sul da América, sendo o artefato mais comum as pontas 
 
15 
 
lanceoladas, com lados paralelos e uma base reta, ou no formato oval, estreito e 
alongado. 
Outra evidência da cultura americana são as pinturas rupestres, muito bem 
representadas, indicando alto grau de desenvolvimento. Na Patagônia (sul da 
Argentina) foram encontrados pinturas rupestres, restos de fogueira e pontas de lança, 
os quais evidenciam a chegada do homem à esta região há mais ou menos 11.500 
anos. 
Assim como no litoral brasileiro, a Patagônia é marcada pela existência de 
depósitos calcários, também conhecidos como sambaquis. O nome sambaqui vem da 
língua tupi e significa um “amontoado de mariscos”. No Brasil, é possível relacionar 
algumas localidades que possuem vestígios dos nossos ancestrais e de seus hábitos: 
 
➢ Naspolini e Florianópolis (Santa Catarina); 
➢ Lagoa Santa (suas pinturas de animais, conhecidas desde 1834, têm entre 
2.000 e 10.000 anos de idade), Varzelândia, Diamantina, Unai (Gruta do 
Gentio – restos de seres humanos), Barão dos Cocais (Sítio Arqueológico 
da Pedra Pintada – desenhos semelhantes aos famosos de Altamira e 
Lascaux), Matozinhos (a Lapa da Cerca Grande é o único sítio arqueológico 
no Brasil tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 
– IPHAN). A riqueza da região foi descoberta pelo renomado cientista 
dinamarquês, Peter Lund (Minas Gerais). 
➢ Coronel José Dias e São Raimundo Nonato (Parque Nacional Serra da 
capivara – Piauí, com pinturas rupestres datando de mais de 10 mil anos 
a.C.) e Parque Nacional das Sete Cidades (Piripiri), no Piauí; 
➢ Parque Nacional do Catimbau (Pernambuco – segundo em importância 
após a Serra da Capivara); 
➢ Chapada Diamantina (Serra das Paridas – Bahia): as figuras representam 
pessoas – parto de uma mulher de cócoras (que originou o nome do lugar), 
animais pré-históricos (que parecem extraterrestres) e figuras geométricas. 
➢ Vale dos Dinossauros (área superior a 700 km2, cidade de Sousa), Pedra 
Lavada do Ingá (Cariri) e Pedra Pintada (Paraíba – complexas inscrições 
rupestres produzidas em alto e baixo relevo com cerca de 11 mil anos de 
idade); 
 
16 
 
➢ Lajedo de Soledade (Chapada do Apodi – Rio Grande do Norte); 
➢ Cavernas de Monte Alegre (Pará); 
➢ Serranópolis (Goiás); 
➢ Caverna do Diabo (Eldorado, São Paulo). O Parque Caverna do Diabo, 
criado em 1969, é a segunda maior unidade de conservação do Estado de 
São Paulo, com área total de aproximadamente 150.000 hectares. Abriga 
grandes extensões de mata atlântica e outros ecossistemas em seu interior. 
 
2.3 Esculturas e monumentos pré-históricos 
 
Berenson (2010), pontua que na África, as descobertas arqueológicas têm 
cerâmicas e objetos de osso e metal encontrados na região do Saara, que 
demonstram a ligação entre os povos pré-islâmicos e as áreas culturais que se 
estendem até o Nilo e o deserto líbio. São estatuetas de argila cozida, como ornatos 
corporais das estatuetas, formas de vasos, braceletes, arpões, ossos, pontas de 
flechas e facas de arremesso. Além dos desenhos, estudos arqueológicos destacam 
a arte em cerâmica por meio da confecção de armas e utensílios feitos com pedra, 
ossos e metais rudimentares. A pintura e a escultura também estão representadas 
como descobertas arqueológicas. Na pintura, as cores já eram utilizadas para 
incrementar a comunicação visual. 
Albuquerque (2020), aponta que outra manifestação artística, diferente da 
pintura, é a escultura. Animais e utensílios de caça eram a preferência dos nossos 
artistas ancestrais. E em relação aos seres humanos? Quem era o principal modelo? 
Homens ou mulheres? Havia mais esculturas de mulheres (nota-se a ausência de 
figuras masculinas). Predominam figuras femininas com a cabeça surgindo do 
prolongamento do pescoço, com seios volumosos, ventre saltado e grandes nádegas. 
Entre as mais famosas estão a Vênus de Lespugne, encontrada na França, e a Vênus 
de Willendorf (estatueta com 11,1 cm de altura), encontrada na Áustria. Estas foram 
criadas principalmente com pedra calcária, utilizando ferramentas de pedra 
pontiaguda. 
As esculturas das Vênus esteatopígicas, também conhecidas como mãe-
terra, apresentavam sentido religioso e de respeito à fertilidade humana feminina. 
Arqueólogos acreditam que essas estatuetas sejam emblemas de segurança e 
 
17 
 
sucesso, ícones de fertilidade ou de pornografia, ou ainda, que sejam representações 
diretas de deusas locais. Eram feitas empedra ou marfim e demonstravam figuras 
femininas estilizadas, com formas muito acentuadas. 
 
Figura 3- Vênus da Pré-história representa a figura de uma mulher pré-
histórica. 
 
 
Fonte: revistagalileu.globo.com 
Monumentos eram utilizados como moradia pelas civilizações antigas, e 
demonstravam a tecnologia que possuíam. No México, a utilização de pedras era 
predominante na construção de pirâmides e, no Peru, utilizava-se também argila para 
a construção de muros e edificações. 
A arquitetura da época preocupava-se com a criação de obras feitas de 
pedras, que auxiliavam a marcação do tempo (calendário), a demarcação de lugares, 
a homenagem aos mortos e a criação de abrigos. Essas construções monumentais 
eram feitas de pedras que pesavam toneladas. Eram câmaras mortuárias ou de 
templos, e raramente serviam de habitação. 
 
Existe uma classificação para esses monumentos feitos de rocha 
(megalíticos): 
 
 
18 
 
➢ Dólmens: galerias para acessar tumbas; 
➢ Menires: grandes pedras cravadas no chão de forma vertical; 
➢ Cromeleque: menires e dólmens organizados em círculo. 
 
O mais famoso cromeleque é o de Stonehenge (Inglaterra). Na planície de 
Salisbury, ao sul da Inglaterra, ergue-se esse estranho e indecifrável complexo 
monolítico, chamado Stonehenge, um enigma tão grande quanto o das pirâmides. 
Stonehenge é o monumento pré-histórico mais importante da Inglaterra, e não há 
nada semelhante a ele em todo o mundo. Este altar de pedras tem sido usado há́ 
5.000 anos e, até hoje, não se sabe ao certo qual era sua finalidade. Rituais druidas, 
cerimonias em homenagem ao Sol ou portal para seres de outros planetas são 
algumas das possibilidades já́ comentadas. 
Os saxões chamavam o grupo de pedras eretas de “Stonehenge”, ou 
“Hanning Stones” (pedras suspensas), enquanto os escritores medievais se referem 
ao monumento como “Dança de Gigantes”. Albuquerque (2020). 
O mesmo autor esclarece que as “pedras azuis” usadas para construir 
Stonehenge foram trazidas de 400 quilômetros de Distância, das montanhas de Gales, 
com direito à travessia marítima, quando faltavam pedreiras na vizinhança. Algumas 
pesam 50 toneladas e tem 5 metros de altura. Ao traçar uma linha no chão, passando 
no meio do círculo formado pelas pedras, forma-se uma linha que aponta para a 
posição do nascer do sol no verão. 
 
3 ARTE EGEIA E GRÉCIA 
 
Povo cicladense 
 
De acordo com Albuquerque (2020), Este povo viveu na época da Alta Idade 
do Bronze (3.500 a 2.200 a.C.), representando a cultura cicládica. Localizava-se em 
um grupo de ilhas chamadas Ciclases, ao norte de Creta. Como característica geral, 
as casas eram simples e retangulares. As aldeias eram feitas de pedra e tijolos tipo 
adobe (argila com fibras). Os moradores enterravam seus mortos em túmulos de 
pedras e, junto com eles, prestavam uma homenagem à deusa da fertilidade, 
 
19 
 
representada pela figura de uma escultura em mármore. Os jarros e as loucas 
comuns, com bico, eram usuais no estilo cicladense de pintura fosca. 
Em termos de produção artísticas, construíam pecas em cerâmica, como 
vasos, tacas e cálices decorados com motivos geométricos lineares, espirais ou 
curvilíneos. Também construíam pequenos ídolos em mármore, até o tamanho 
natural. Criavam também pequenas figuras representando homens tocando lira ou 
flauta e mulheres segurando crianças de colo. Em 1.400 a.C., foram domina- dos pelo 
povo micênico. 
 
Povo minoico 
 
De acordo com Arnold (2008), este povo viveu na época da Média Idade do 
Bronze (2.200 a 1.650 a.C.), sendo representante da cultura cretense, ou minoica. 
Localizava-se na extremidade oriental da ilha de Creta. 
Como características gerais, seu maior governante foi o rei Minos, de onde 
deriva o nome Minoico. Sua principal lenda é o labirinto do Minotauro, referente ao 
palácio de Cnossos e seus incontáveis cômodos. Outros palácios representativos 
dessa fase histórica, além do Cnossos (o maior), são Faístos e Mália. Os palácios 
causaram uma revolução, tanto em termos arquitetônicos quanto sociais. Os muros 
de pedra eram reforçados com vigas de madeira para dar flexibilidade em caso de 
terremotos. Abrigavam o governante principal e seu séquito, e serviam de centro 
administrativo, religioso e fabril (metalurgia). 
A olaria cretense mais refinada é chamada de louça de casca de ovo, 
decorada segundo o estilo Kamarés (policromado sobre fundo preto). Sua produção 
artística, relacionada a esculturas, constituía-se de pequenas figuras de animais, 
deusas e sacerdotisas, feitas de argila ou terracota (argila cozida). Suas pinturas 
tinham cores vivas e movimentos ondulatórios, representando cenas da vida nos 
palácios, procissões, esportes, danças, flores e animais. 
As ilhas Cíclades de Paros e Naxos eram ricas em mármore. Os ancestrais 
gregos começaram a usar a rocha calcária mais frequentemente em 600 a.C., devido 
à suavidade e à facilidade de esculpir. As colunas começaram a ter formatos 
padronizados e tornaram-se peças decorativas, principalmente em templos. O 
 
20 
 
mármore é uma rocha metamórfica, é a forma compacta e mais resistente do calcário. 
Foi primeiramente utilizada na Grécia, em esculturas de deuses e deusas. 
Nas ilhas de Milo e Tera havia a obsidiana (espécie de vidro vulcânico), 
utilizada como base para a fabricação de ferramentas e armamentos com 
extremidades cortantes. A obsidiana é uma rocha ígnea extrusiva com composição 
química variável. Forma-se quando a lava vulcânica, que esfria velozmente, em vez 
de produzir um rochedo, resulta em um vidro estruturado naturalmente. As fraturas 
apresentadas na obsidiana têm o formato de conchas. 
O principal palácio da ilha de Creta, Cnossos, tinha 25 mil m2, com 1.300 
quartos conectados por meio de corredores de vários tamanhos e direções. Dentre os 
vários cômodos estavam os armazéns, os quais abrigavam grandes recipientes de 
barro contendo petróleo, grãos, peixe seco, feijão e azeitonas. 
Os palácios possuíam grandes áreas de paredes livres para a arte da pintura 
em afresco. Os afrescos mais famosos apresentavam cenas naturalistas (flores e 
animais), que também relatavam a vida marinha e desenhos de touros, tidos como 
sagrados, em “jogos”. O esporte ou ritual da tauromaquia (luta com touro) acontecia 
nos pátios dos palácios, e era representado em diversas expressões artísticas. 
Os artistas gregos foram os primeiros a conseguir representar a figura humana tal 
como ela era observada pela visão. E, para isso, recorreram à perspectiva e ao 
profundo conhecimento da anatomia humana – os quais observavam em repouso e 
em movimento. Nos casos da arte egeia, as representações humanas diferenciavam 
a mulher por uma tonalidade mais clara de pele e cintura mais fina. Também como 
expressão artística e cultural, eram utilizados recipientes de argila para 
armazenamento em geral. 
Faístos (em inglês, Phaistos) foi um dos mais importantes centros da 
civilização minoica. Era a cidade mais rica e poderosa, ao sul da ilha de Creta. Foi 
habitada desde o período Neolítico até a fundação e o desenvolvimento dos palácios 
minoicos, no século 15 a.C. O palácio da Faístos situa-se na extremidade leste de 
Kastri, colina localizada no final da planície Mesara, no centro sul de Creta. 
O palácio de Mália, construído cerca de 1.900 a.C., é o terceiro maior da ilha de Creta. 
Mália está localizada 37 quilômetros a leste de Heraclião. Está localizado em um 
cenário maravilhoso, próximo ao mar. 
 
 
21 
 
Povo micenense 
Arnold (2008), descreve que este povo viveu na época da Média Idade do 
Bronze (1.650 a 1.100 a.C.), sendo representante da cultura helênica, ou micênica. 
Localizava-se a sudeste do continente grego. Como características gerais, viviam em 
diversospovoados, e seus moradores ficaram conheci- dos como micenenses, nome 
originário do maior desses povoados, o de Micenas. A arte dos micenenses era pouco 
expressiva e se resumia a cerâmicas e armamentos em metais. Os artesãos 
micênicos trabalharam tanto com metais comuns quanto preciosos, e criaram armas 
e armaduras (de bronze) e objetos de luxo (de prata e ouro). As obras de destaque 
são: 
➢ Vasos repuxados de ouro de Váfio, com base, por exemplo, na captura 
de touros; 
➢ Vasos de prata, por exemplo, Rhyton del Sitio, encontrado na IV Tumba 
Circular de Micenas. 
 
3.1 Arte arcaica grega 
 
Figura 4 - Templo Partenon 
 
 
Fonte: arteref.com 
 
22 
 
Berenson (2010), pontua no sentido mais amplo, que o termo arcaico pode 
ser aplicado a todas as formas de arte grega, a partir do colapso dos povos 
anteriormente citados. Na linha do tempo, esse período de seis séculos abrange de 
1.100 a.C. até 479 a.C. (invasões persas). 
Os principais monumentos da arquitetura arcaica grega são: 
 
➢ Templos: o mais importante é o Partenon, situado na cidade de Atenas. 
O Partenon é uma homenagem à deusa Palas Atena, protetora da cidade 
de Atenas. Construído entre 447 a.C. e 438 a.C., é uma obra retangular 
de estilo dórico, que fica na acrópole (cidade elevada, em grego). Tem-
se, também, o templo de Apolo na cidade de Delphi (Delfos). 
➢ Teatros: construídos em lugares abertos (encosta), eram compostos de 
três partes: a cena, para os atores; a orquestra, para o coro; e a 
arquibancada, para os espectadores. Um exemplo típico é o Teatro de 
Epidauro, construído no século IV a.C., ao ar livre, composto por 55 
degraus divididos em duas ordens e calculados de acordo com uma 
inclinação perfeita. Chegava a acomodar 14.000 espectadores, e ganhou 
fama por sua acústica perfeita. O teatro Odeon (Odeão) era um pequeno 
anfiteatro utilizado em competições musicais. 
➢ Ginásios: edifícios destinados à cultura física. 
➢ Praças: a “ágora” era um espaço aberto no qual os gregos se reuniam 
para discutir os mais variados assuntos, entre eles, filosofia. 
 
As edificações que despertam mais interesse são os templos. A característica 
mais evidente dos templos gregos é a simetria entre o pórtico de entrada e o dos 
fundos. A utilização de colunas de pedra é uma das características marcantes da 
arquitetura grega, sendo responsável pelo aspecto monumental das construções. Os 
templos eram normalmente construídos sobre uma plataforma de um metro de altura, 
chamada estereóbato. 
O urbanismo aparece estreitamente ligado à arquitetura, já que se baseava 
em estudos sociológicos relativos às diferenciações e às diversas exigências da 
população, segundo o tipo de trabalho e as características de uma determinada 
categoria social. Hipódamo de Mileto considerava perfeita uma comunidade de não 
 
23 
 
mais de 10 mil habitantes. Um exemplo de obra pública que levava em conta os 
princípios do urbanismo foi o teatro de Siracusa, que remonta ao século IV a.C. 
Acolhia 15 mil espectadores em apresentações musicais e espetáculos cênicos. 
O fim do século VII a.C. foi muito importante para a Arquitetura porque 
registrou o domínio de materiais nobres e a conquista do espaço e dos volumes. Nas 
construções, adotou-se a pedra cortada, a qual substituiu materiais perecíveis, como 
madeira, argila e palha. Isso permitiu o desenvolvimento de templos religiosos 
cercados de colunas isoladas. O destaque principal é a simetria que existe entre o 
pórtico de entrada, conhecido como pronau, e o dos fundos, chamado de pórtico. A 
arquitetura grega influenciou outras regiões como na atual Itália. 
A criação da coluna levou à definição das dimensões e das formas do fuste, 
do capitel e da arquitrave, que constituíram as primeiras classes arquitetônicas. Elas 
se diferenciavam principalmente pelo feitio do capitel das colunas: 
➢ Dórica: (típica do continente grego, de Creta e das colônias 
ocidentais): traços de elegância e beleza; 
➢ Jônica: (característica de algumas ilhas egeias e da Asia Menor): 
funcionalidade e rigor das formas; 
➢ Coríntia: abundância e riqueza de detalhes. 
 
Os vasos tornaram-se objetos artísticas a partir de quando passaram a revelar 
forma equilibrada e trabalho de pintura harmonioso. As pinturas dessa época 
chegaram até́ nós por meio dos vasos feitos em olaria. De todas as formas de arte, a 
cerâmica pintada foi a que mais resistiu à ação do tempo. Restam-nos numerosos 
exemplos de todos os estilos e períodos artísticas. 
A confecção dos vasos seguia, em geral, o seguinte procedimento: primeiro, 
a argila era preparada e o pote era moldado, em partes separadas, em uma roda 
simples de oleiro, que girava com a ajuda do próprio ceramista ou de um ajudante. 
Depois de secarem durante algum tempo ao ar livre e serem novamente levadas à 
roda, para dar a forma final, as peças eram unidas com argila liquida, as alças eram 
colocadas e as superfícies eram alisadas. 
Berenson (2010), considera que a técnica de pintura mais difundida em peças 
de cerâmica era a seguinte: o corpo dos vasos e taças eram cobertos com esmalte 
negro, e as partes decoradas ficavam com a cor natural da argila, adicionando os 
 
24 
 
detalhes em uma linha característica, em relevo. A ânfora e a hidra eram recipientes 
de armazenagem (para vinho, azeite ou cereais); a cratera, a emoção, o cálice e o 
skýphos, uma espécie de canecão, eram utilizados em refeições festivas; 
o lécito, o alabastro e o aríbalo guardavam azeite ou perfume para higiene pessoal; e 
o lutróforo era usado somente em alguns rituais das cerimônias de casamento. 
Os pintores gregos representavam cenas cotidianas, batalhas, religiões, 
mitologias e outros aspectos da cultura grega. Uma obra importante que representa 
essa técnica é o “Vaso de Eufrônio”, que está à mostra no Metropolitan Museum, em 
Nova Iorque (EUA). A pintura grega encontra-se na arte cerâmica, e a escultura está 
presente no uso do mármore e do bronze, assim como na confecção de mosaicos. 
Buscava-se o equilíbrio de sua forma, mas também a harmonia entre o desenho, as 
cores e o espaço utilizado para ornamentação. As estátuas adquiriram, além do 
equilíbrio e da perfeição das formas, o movimento. O bronze começou a substituir o 
mármore por ser mais resistente e por poder fixar o movimento sem quebrar pernas e 
braços. 
Ao retratar o homem, as estátuas gregas exibiam personagens belos, rostos 
serenos, fortes emoções, corpos perfeitos e farta decoração. Diz-se até que as 
criações de pedra eram tão harmoniosas que chegavam a ganhar vida própria. A 
representação do ser humano na arte grega correspondia à visão ideal do homem que 
eles tinham à época. A busca da perfeição, da harmonia e da proporcionalidade – 
traduzidas no “cânone” (a regra) – condiciona certo realismo da arte grega pela 
necessidade de representar arquétipos perfeitos, no sentido de alcançarem, afinal, o 
belo ideal. Berenson (2010). 
Os primeiros mosaicos decorados na Grécia datam do período Clássico, 
iniciado em meãdos do século V a.C. Conjuntos importantes dessa fase foram 
encontrados em vários locais, como Peloponeso, Olímpia e Ática, sendo impossível 
assinalar um centro de origem e irradiação. Seus desenhos mostram figuras humanas, 
animais e vegetais delineados com simplicidade. Sua origem pode ter sido oriunda de 
pequenas peças de terracota (argila) ou de seixos de rio. As paredes também serviam 
como espaço de manifestação artística. Pintura de afrescos, artesanato em bronze e 
esculturas em formato de mural são alguns exemplos. 
 
3.2 Arte clássica grega 
 
25 
 
 
A arte clássica grega ocupa o período que começou com a derrota dos 
exércitos invasores persas e seguiu até a ascendência de Alexandre Magno (330 
a.C.). O primeiro templo erigido depois da guerrafoi o de Zeus, em Olímpia (470 a 
456 a.C.). Os escultores fizeram pleno uso do conhecimento do corpo humano. A obra 
Apolo, exposta no Museu Nacional de Atenas, é um estudo sobre como uma leve 
assimetria partilha um equilíbrio perfeito. 
Na cidade de Tarquinia, com vista para o mar Tirreno, existem famosas 
pinturas em túmulos e ruínas. Janson (2009), salienta que numa profundidade de 
alguns metros no subsolo, há um grande número de túmulos (cerca de 6 mil), 
escavados em pedra calcária (“macco”), e aproximadamente 60 delas contêm pinturas 
murais importantes. Os seguintes túmulos têm a maior riqueza de pinturas: Augurs 
(530 a.C.), Baron (final do século VI a.C.), Cardarelli (final do século VI a.C.), Leoas 
(final do século VI a.C.), Leopardos (470 a.C.), Touros (530 a.C.), Tufão (150 a.C.), 
flores de Lótus (primeira metade do século VI a.C.) e Caça pavilhões (entre os séculos 
VI e V a.C.). Na Tumba Cardarelli (510-500 a.C.), as pinturas nas paredes mostram 
jogadores de kottabos. Neste jogo, os jogadores deveriam atirar a última gota restante 
do vinho na taça em direção a uma chapa de ferro equilibrada no topo de uma vara. 
Quem fizesse o prato cair no chão seria o vencedor. 
O nome do túmulo não está relacionado à pintura, mas é uma homenagem ao 
poeta italiano Vincenzo Cardarelli, que nasceu em Tarquinia. Em cada caso, as 
pinturas reproduzem cenas de caça, banquetes, jogos, animais, elementos florais, 
corridas de cavalos, demônios, e assim por diante. 
As ruínas gregas de Rhamnus localizam-se nas montanhas de Ática, na 
região central da Grécia. O local era conhecido na Antiguidade pela presença do 
santuário de Nemesis. Omphalos são rochas em formato oval que possuem esculturas 
em relevo de rede de corda ao seu redor. Havia várias possibilidades de finalidades 
para esse objeto peculiar, por exemplo: funcionou como um funil para a fumaça do 
Oráculo de Delfos, para obter visões; ou como um presente da deusa Rhea (mãe dos 
deuses) para Cronos (seu irmão e marido), em um esforço para impedi-lo de comer o 
filho recém-nascido que tiveram juntos, Zeus. 
Na escultura, o antropomorfismo – esculturas de formas humanas – foi 
insuperável. Figuras femininas esculpidas em mármore serviram de suporte de 
 
26 
 
templos, com a função de colunas, e ficaram conhecidas como cariátides, nome 
originário das “moças de Karyai” (antiga cidade do Peloponeso). 
Berenson (2010), também ressalta que as cariátides eram colunas com forma 
de mulheres, as quais suportavam na cabeça todo o peso da cobertura do templo 
Erecteion. Representavam a imortalidade e as virtudes em forma de jovens mulheres, 
com rostos suaves ou graves; por vezes, estavam sorridentes, e sempre vestidas com 
roupas longas e flutuantes, recobertas por um manto; típica visão de divindade. 
A história das antigas moedas gregas pode ser dividida em três períodos: o 
Arcaico, o Clássico e o Helenístico. Todas as moedas gregas eram feitas à mão. No 
período Arcaico, utilizavam desenhos geométricos ou símbolos que indicavam sua 
cidade natal. No período Helenístico, foram utilizados retratos de pessoas da época, 
especificamente reis. 
. 
4 ROMA 
 
Figura 5 – Exercito romano 
 
Fonte: historiadomundo.com.br 
Dentre as artes de datas mais remotas, a romana é a que mais se destaca na 
cultura do século XXI. Para Janson (2009), na linha do tempo, ela está posicionada 
entre o final do reinado etrusco e o estabelecimento da República Romana no ano de 
 
27 
 
509 a.C. O estilo romano e sua temática pagã continuaram sendo representados 
durante séculos, reproduzidos frequentemente por meio de imagens cristãs. 
Janson (2009), explica que as manifestações artísticas de Roma são divididas 
em dois períodos: 
 
➢ República (509 a.C. – 27 a.C.): arte realizada na cidade de Roma, que 
conserva o rastro do seu passado etrusco, com foco em esculturas e pinturas. 
➢ Império (27 a.C. – 476 d.C.): a expansão pela Itália e pelo Mediterrâneo 
permitiu a assimilação de traços de outras culturas, principalmente a grega. 
 
A expansão romana deve-se, especialmente, a algo que nenhuma outra 
civilização da época possuía: a arte de guerrear extremamente avançada. A 
organização militar de Roma foi o ponto chave que tornou este um dos maiores e mais 
poderosos impérios do mundo. A divisão básica do exército romano foi uma criação 
local, e foi a grande responsável pelo sucesso das campanhas militares de Roma. A 
Legião Romana era a divisão fundamental do exército, composta basicamente por 
soldados denominados legionários e auxiliares. O chefe de cada legião era um 
representante do imperador, livremente nomeado e destituído. 
Ainda, segundo o autor, a lealdade das tropas romanas aos seus estandartes, 
nos quais estavam a águia e as letras SPQR (Senatus Populusque Romanus – 
Senado e Povo de Roma), era inspirada pela influência conjunta da religião e da 
honra. A águia que reluzia à frente da legião tornava-se objeto da mais profunda 
devoção; era considerado tão ímpio quanto ignominioso abandonar essa insígnia 
sagrada em momento de perigo. 
A pluralidade da cultura romana pode ser percebida, por exemplo, na 
construção dos templos romanos. A maioria dos templos foi concebida pela 
combinação de elementos gregos e etruscos. Os templos eram compostos de planta 
retangular, teto de duas águas, vestíbulo profundo com colunas livres uma escada na 
fachada, dando acesso ao pódio ou à base. 
A admiração romana levou à conservação das ordens gregas (dórica, jônica 
e coríntia). A arte romana contribuiu com mais duas ordens: a toscana (similar à ordem 
dórica, porém, sem estrias no fuste) e a composta (com um novo capitel criado a partir 
de elementos jônicos e coríntios). 
 
28 
 
Um aspecto curioso é o pouco conhecimento dos nomes de artistas e 
arquitetos. Isso acontecia porque o destaque era direcionado aos nomes dos mecenas 
homenageados ou dos que pagavam para ter uma escultura. Na cidade de Roma, 
dentre os destinos mais visitados estão os Museus Capitolinos (Piazza del 
Campidoglio) criados em 1471, quando o Papa Sisto IV presenteou a cidade com 
famosas estátuas de bronze, dentre elas a estátua da loba que amamenta Rômulo e 
Remo, uma referência ao momento de fundação da cidade. 
Outro exemplar da estátua de bronze da loba localiza-se na Basílica de 
Aquileia (Basílica de Santa Maria Assunta), localizada na comuna italiana da região 
de Friuli-Venezia Giulia, província de Udime. Essa basílica foi construída em 313 d.C. 
e restaurada posteriormente, em 1031 d.C. e 1381 d.C. Possui uma torre com sino de 
73 metros de altura e mosaicos em ótimo estado de preservação, Janson (2009). 
 
4.1 Arquitetura romana 
 
De acordo com Janson (2001), as estradas, que eram feitas de pedra, eram 
importantes rotas para o comércio e deslocamentos do exército, pois ligavam várias 
cidades, regiões e províncias. Eram tão resistentes que muitas delas existem até hoje. 
A mais conhecida foi a Via Ápia. 
 
4.2 Aquedutos romanos 
 
Janson (2009), descreve que os aquedutos romanos eram arcos com 
canaletas que conduziam a água dos reservatórios para as cidades. Eram feitos de 
pedra e representavam um avanço na canalização e distribuição de água na 
Antiguidade. 
A Pont du Gard é um antigo aqueduto romano (100 d.C.) que atravessa o rio 
Gardon, no sul da França. Faz parte do aqueduto de Nimes. É o mais alto de todos os 
aquedutos romanos porque o terreno entre os dois pontos é montanhoso, e possui 
uma rota longa e sinuosa para atravessar o desfiladeiro do Gardon (50 quilômetros de 
extensão). 
O aqueduto de Segóvia (Espanha) foi inaugurado no século II d.C., tendo 29 
metros de altura e 728 metros de comprimento. A ponte do aqueduto de Segóvia, 
 
29 
 
composto de 167arcos feitos de blocos de granito encaixados, é uma prova viva da 
criatividade e da engenhosidade humanas, porque permanece de pé graças a um 
notável equilíbrio de forças. Quando ainda era utilizado, trazia água do rio Frio para a 
cidade de Segóvia, distantes um do outro 16 quilômetros, Janson (2009). 
 
4.3 Templos romanos 
 
 Figura 6 – Templo de Júpiter 
 
Fonte: apaixonadosporhistoria.com.br 
De acordo com Proença (2011), os templos romanos eram construídos em 
homenagem aos deuses. Por isso, precisavam ser luxuosos e bem iluminados. 
Possuíam apenas um portal de entrada com escada de acesso. Apesar de os templos 
romanos não possuírem uma estrutura que servisse como modelo, a maioria deles 
contava com uma planta retangular. No pórtico de entrada havia uma escadaria, as 
laterais se diferenciavam da entrada e não tinham a mesma simetria. 
O referido auto, explica que o Templo de Júpiter foi uma homenagem ao 
governante dos deuses, por isso era aclamado como Júpiter Optimus Maximus; ao 
lado das deusas Juno e Minerva, formaram a tríade central do Império Romano. O 
edifício media 52 metros frontais e 62 metros de comprimento, e tinha 40 metros de 
altura. 
 
30 
 
O Templo de Vesta era um edifício localizado em Roma, dentro do Fórum 
Romano. O templo é dedicado a Vesta (em grego, Héstia), a deusa do lar. O templo 
existente é redondo e foi construído sobre um pódio de 15 metros de diâmetro, com 
entradas de frente para o leste para simbolizar a conexão entre o fogo de Vesta e o 
sol como fonte de vida. Utilizou-se a arquitetura grega, com colunas de mármore em 
estilo coríntio, Proença (2011). 
 A estrutura restante indica que havia 20 colunas coríntias. O telhado, 
provavelmente, tinha uma abertura no ápice para permitir a liberação de fumaça de 
uma lareira (fogo sagrado). As guardiãs do templo, as seis virgens vestais, ou 
sacerdotisas, mantinham o fogo sagrado, que acreditava-se representar a resistência 
e a força do Estado Romano. 
O Templo de Marte foi feito em homenagem ao deus romano da guerra 
durante a batalha de Filipos, em 42 a.C. O Fórum de Augusto foi construído para 
abrigar esse templo e para fornecer espaço para atividades judiciais. Era comum que 
os generais militares partis- sem do Templo de Marte, depois de terem participado de 
uma cerimônia. Outras cerimônias aconteceram no templo, como a inclusão de novos 
soldados, a reunião do Senado e a comemoração de batalhas vitoriosas, com a 
exposição das armas e outros bens tomados do inimigo derrotado. 
O Panteão de Roma (Panteão de Agripa), construído em 27 a.C., durante a 
República Romana, é o único edifício construído na época greco-romana que, 
atualmente, encontra-se em perfeito estado de conservação. Desde que foi 
construído, manteve-se em uso: primeiro como templo dedicado a todos os deuses 
do panteão romano (por isso a origem do seu nome) e, desde Século VII, como templo 
cristão. É famoso pela cúpula com abertura zenital, por onde passam raios solares e 
chuva. 
A Maison Carrée é uma construção antiga em Nimes, no sul da França. para 
Proença (2011), é um dos mais bem preservados templos romanos que pode ser 
encontrado em qualquer lugar do território do antigo Império Romano. Foi construído 
em 16 a.C. O Templo de Augustus e Lívia é muito bem preservado e está situado em 
Viena. Porém, o primeiro templo deve ter sido provavelmente construído em algum 
momento entre 20 a.C. e 10 d.C. 
O Ara Pacis é um altar, cercado por um muro de mármore, dedicado por 
Otávio Augusto à deusa Pax (Paz), em 9 a.C., para celebrar o período da Pax 
 
31 
 
Romana. Este monumento, uma obra-prima da arquitetura romana, representa um 
dos mais significativos testemunhos da arte da época de Augusto. O conjunto foi 
criado sobre uma base de mármore com degraus. Tanto o altar como sua estrutura 
envolvente foram ricamente ornamentados com temas ligados à fertilidade e à pujança 
de Roma, sem se esquecer da oferta de sacrifícios. Está localizado na periferia, ao 
norte da cidade de Roma, no Campo de Marte, a uma milha (1.472 metros) dos limites 
sagrados da cidade. Fica em vasta planície delimitada de um lado pelo rio Tibre, ao 
norte do Quirinal e do Capitólio. 
 
4.4 Teatros romanos 
 
 Figura 7 - Coliseu 
 
 
Fonte: pixabay.com 
De acordo com Proença (2011), o teatro Coliseu de Roma recebeu este nome 
por causa da expressão latina Coliseus, devido à estátua colossal do imperador 
romano Nero. O nome oficial é Amphitheatrum Flavium, construído no período da 
Roma Antiga. Estima-se que sua capacidade original seria de abrigar 50 mil pessoas 
e tinha 48 metros de altura. Durante os quatro séculos em que esteve em 
funcionamento, sua utilização foi muito variada. Nele, presenciaram-se desde 
atividades culturais até competições esportivas mortais. 
 
32 
 
O Teatro de Marcellus, localizado na zona meridional do Campo de Marte, 
parece uma pequena cópia do Coliseu. Porém, é diferente porque foi construído 83 
anos mais tarde, utilizando-se de uma estrutura semicircular, enquanto o Coliseu é 
redondo (anfiteatro) e o mais antigo teatro, inaugurado em 11 a.C. Até hoje está em 
condições de uso. Nele, apresentam-se artistas italianos e estrangeiros do mais alto 
nível, Gombrich (2015). 
 
5 EGITO 
 
A cultura egípcia 
 
 
Fonte: testahy.com.br 
Prince (200). Em seus estudos, afirma que o Egito (3000 a.C. até o século IV 
d.C.), foi a civilização antiga que durou mais tempo dentre as que floresceram em 
torno do Mediterrâneo e, principalmente, ao longo do Rio Nilo. A agricultura “ganhava 
chuvas” de junho a setembro (período das cheias), quando o rio Nilo transbordava e 
ocorria o “milagre” de banhar e fertilizar o deserto, depositando matéria orgânica 
(húmus) e permitindo o cultivo de alimento e a criação de animais. Os peixes eram 
abundantes no rio, e serviam para o comércio e a alimentação do próprio povo. 
A regularidade desses ciclos naturais e o constante amanhecer-anoitecer dos 
dias eram considerados presentes dos deuses às pessoas do Egito. O pensamento, 
 
33 
 
a cultura e a moral egípcios eram fundamentados em um profundo respeito pela ordem 
e pelo equilíbrio. Os faraós, reis no antigo Egito, que eram considerados deuses vivos, 
podiam agir como intermediários entre os deuses e a população egípcia. Para o povo, 
a felicidade do monarca era de fundamental importância, pois dessa forma as colhei- 
tas teriam bom desempenho e nenhuma calamidade atingiria a população. 
O papel dos faraós, segundo o autor, na sociedade também era muito 
importante para a administração financeira, porque os impostos arrecadados no Egito 
concentravam-se em suas mãos. No antigo Egito trabalhava-se com trabalho servil, e 
o Estado era o único proprietário de terras, responsável pela condução das atividades 
agrícolas de toda a nação. 
Prince (2000), esclarece que o faraó realizava o planejamento estratégico e a 
execução das obras, graças a um grande contingente de funcionários públicos e 
militares. Era de fundamental importância que o faraó estivesse ciente de todas as 
informações necessárias para a condução de seu governo. Cabia a ele orientar quais 
seriam as obras públicas e demais construções a serem executadas pelos servos, 
inclusive orientações sobre a construção de sua própria pirâmide e túmulo. Como os 
egípcios acreditavam na vida após a morte, a pirâmide servia para guardar, em 
segurança, o corpo mumificado do faraó e seus tesouros. No sarcófago colocava-se 
também o livro dos mortos, contando todas as coisas boas que o faraó fez em vida. 
 
5.1 Arquitetura Egípcia 
 
 Figura 8 - Pirâmide de Quéops 
 
Fonte: segredosdomundo 
 
34 
 
 
 
No Egito, as manifestações artísticas eramsempre envoltas por alguma 
concepção espiritual. A crença na vida após a morte motivou a temática mortuária e 
impulsionou a construção de tumbas, templos, mastabas e pirâmides. Curiosamente, 
as tumbas egípcias construídas para personalidades importantes ou faraós 
reproduziam, no início, suas respectivas residências. 
Os templos dos faraós e aqueles destinados a deuses deveriam ser 
grandiosos, mostrando a importância dos seus homenageados. O faraó representava 
os homens junto aos deuses e os deuses junto aos homens, assim como era 
responsável pelo bem-estar do povo, sendo considerado também como um próprio 
deus. 
As características gerais da arquitetura egípcia são: solidez e durabilidade; 
sentimento de eternidade; aspecto misterioso e impenetrável. Os tipos de colunas dos 
templos egípcios são divididos conforme as características de seu capitel: palmiforme 
– flores de palmeira; papiri- forme – flores de papiro; e lotiforme – flor de lótus. 
A Pirâmide de degraus de Djoser foi a primeira pirâmide do Egito. De acordo 
com Prince (2000), foi construída em Saqqara aproximadamente 4.700 anos atrás, 
durante o século XXVII a.C., para o enterro do Faraó Djoser por Imhotep sobre uma 
base quadrada. Começou como uma tumba mastaba – estrutura de telhado plano com 
lados inclinados – e, através de cinco expansões construídas umas sobre as outras 
(que eram claramente revisões e desenvolvimentos do plano original), evoluiu para 
uma pirâmide de 62 metros de altura. 
Quantas pirâmides foram descobertas no Egito? Cerca de cem! A mais 
célebre é a de Quéops – nome em homenagem ao mais rico dos faraós do Egito 
antigo, a única das sete maravilhas antigas que resiste ao tempo. A pirâmide de 
Quéops foi construída por volta de 2.550 a.C. A experiência foi passada de geração 
para geração – Quéfren, filho de Quéops, e Miquerinos, seu neto, concluíram as três 
pirâmides de Gizé. As pirâmides de Gizé ficam próximas aos subúrbios do Cairo. 
A pirâmide mais impressionante, devido a suas dimensões, é a de Quéops, 
cujo lado mede 230 metros e tem 146 metros de altura. A Grande Pirâmide de Gizé 
era originalmente revestida de pedra calcária polida. Esse acabamento deu um “efeito 
visual”, porque a pirâmide brilhava quando exposta ao Sol. Na área ocupada pela 
 
35 
 
Grande Pirâmide caberiam oito campos de futebol. Para rodeá-la, é necessário 
caminhar quase um quilômetro. 
A Grande Esfinge é a figura de um leão em repouso com o rosto de um 
homem, provavelmente o de Quéfren. Ela foi esculpida inteiramente a partir de um 
único afloramento de rocha de calcário, e está voltada para o nascer do Sol. 
Nas tumbas de diversos faraós foram encontradas várias esculturas de ouro. 
Os artistas egípcios conheciam muito bem as técnicas de trabalho artístico em ouro e 
faziam estatuetas representando deuses e deusas da religião politeísta egípcia. O 
ouro também era utilizado para fazer máscaras mortuárias, que serviam de proteção 
para os rostos das múmias. O interior da pirâmide era um verdadeiro labirinto, que 
levava à câmara funerária, local onde estava a múmia do faraó e seus pertences. 
 
5.2 Templos Egípcios 
 
 Figura 9 - Templo de Luxor 
 
 
Fonte: got2globe.com 
Os templos egípcios, por sua monumentalidade, espelhavam o poder do faraó 
e dos deuses. Os sistemas de construção desses templos expressam, pelo uso da 
linha e de ângulos retos, o conceito de equilíbrio inspirado pelo meio geográfico em 
que viviam. A escultura, os baixos relevos e as pinturas dos túmulos, que 
 
36 
 
representavam o morto, correspondem à crença na vida no Além, ideia reforçada pelo 
efeito da conservação que o clima do local exercia sobre os cadáveres. 
O tamanho das pessoas e dos objetos não caracterizava necessariamente a 
distância de um ao outro, e sim a importância do objeto, seu poder e nível social. O 
templo de Luxor é um dos mais fascinantes do Egito. Situado à margem oriental da 
cidade de Luxor, estende-se do Norte para sul. Foi construído pelo rei Amenhotep III 
(Neb-Maat-Ra), que era um dos grandes monarcas da 18º dinastia, reinando entre 
1397 e 1360 a.C. 
O templo de Karnak foi dedicado a uma família sagrada de egípcios, 
conhecida como Tríade Tebana, formada pelos deuses Amon (pai), Mut (mãe) e 
Khosu (filho. A construção mais importante do conjunto de Karnak é o grande templo 
de Amon-Rá, cujo plano, muito complexo, testemunha numerosas vicissitudes da 
história dos faraós. O grande eixo este-oeste é balizado por uma série de pátios e 
pilones; medindo 103 metros de largura por 52 metros de profundidade, a célebre sala 
hipóstila contém 134 colossais colunas em forma de enormes papiros. Com 21 metros 
de altura e 4 metros de diâmetro, essas colunas, apesar de maciças, não passam a 
impressão de serem pesadas. 
Segundo Arnold (2008), o templo de Karnak foi ampliado por reinados 
egípcios ao longo de mais de 1.700 anos, sendo o maior do mundo. O complexo 
contém um grupo de templos, como o Grande Templo de Amon-Rá, o templo do 
Khonso, o templo IPT, o templo de Ptah, o templo de Montho e o templo do deus 
Osíris. 
O templo de Filas, dedicado à deusa Ísis, está localizado na ilha Agilikanum, 
em um belo cenário natural. Suas várias capelas e santuários incluem o Vestíbulo de 
Nectanebos I, usado como entrada da ilha. O templo de Kom Ombo localiza-se na 
cidade de mesmo nome. É o único templo duplo egípcio, assim chamado por ser 
dedicado a duas divindades: um lado do templo é dedicado ao deus crocodilo Sobek, 
deus da fertilidade e criador do mundo; e o outro é dedicado ao deus Falcão Hórus. 
O complexo do templo de Dendera, que contém o templo de Hathor, é um dos 
mais bem preservados de todo o Egito. Todo o complexo cobre cerca de 40 mil metros 
quadrados e é cercado por um robusto muro feito de tijolos de barro. Hathor era a 
deusa do amor, da alegria e da beleza. Talvez por isso o lugar encante com a música 
das centenas de pássaros que utilizam pequenas rachaduras e buracos como poleiro. 
 
37 
 
O hieróglifo é um tipo de escrita pictórica (pictograma ou pictógrafo), isto é, as 
ideias são transmitidas através de desenhos ou símbolos. A palavra geralmente se 
refere à antiga escrita do Egito, mas é também utilizada para designar a escrita dos 
astecas e de outros grupos indígenas primitivos americanos. A palavra grega 
hieróglifo significa “entalhe sagrado ou sacerdotal”. Os gregos acreditavam que 
apenas os sacerdotes egípcios compreendiam e valiam-se desse sistema de escrita. 
Pensavam que os hieróglifos representavam alguma sabedoria secreta, mágica, e que 
era preciso compreender o seu significado mágico para entender a escrita que o 
representava. 
 
5.3 Pinturas egípcias 
 
 
revistagalileu.globo.com 
Grande parte das pinturas era feita nas paredes das pirâmides e retratava a 
vida dos faraós, as ações dos deuses, a vida após a morte, entre outros temas da vida 
religiosa. Esses desenhos eram feitos de maneira que as figuras eram mostradas de 
perfil, pois os egípcios não trabalhavam com a técnica da perspectiva (imagens 
tridimensionais). Os desenhos eram acompanhados de textos, feitos em escrita 
hieroglífica (as palavras e expressões eram representadas por desenhos). As tintas 
eram obtidas na natureza (pó de minérios, substâncias orgânicas etc.). 
 
38 
 
Tendo funções para além do simples deleite estético, a arte dos povos 
egípcios era bastante padronizada e não valorizava o aprimoramento técnico, nem o 
desenvolvimento de um estilo autoral. Geralmente, as pinturas e baixos relevos 
apresentavam uma mesma representação do corpo, pela qual o indivíduo tinha seu 
tronco colocado de frente e os demais membros desenhados de perfil. No estudo da 
arte, essaconcepção ficou conhecida como a lei do frontalidade, Janson (2001). 
 
6 PÉRSIA 
 
Janson (2001), explica que estudar a Pérsia antiga significa estudar as origens 
históricas do atual Irã. O país que conhecemos como Irã nos dias atuais foi chamado 
de Império Persa até 1935. Os persas eram um povo seminômade até que, 
aproximadamente em 550 a.C., o rei Ciro conquistou a Babilônia, dando início a um 
dos maiores impérios da Antiguidade. O termo “Pérsia” é originário de uma região do 
sul do Irã, conhecida como Persis ou Parsa. 
O Império Persa, herdeiro do antigo reino Assírio, teve seu apogeu durante os 
reinados de Dario I e de Xerxes. Os persas formaram uma importante civilização na 
Antiguidade oriental, ocupando a região da Pérsia (atualmente, Irã, Iraque e Turquia). 
Este povo dedicou-se às atividades comerciais, fazendo desta a principal fonte de 
desenvolvimento econômico. 
Ciro, que adotou o nome de rei da Babilônia, foi o fundador da dinastia 
Aqueménida. Estas conquistas de Ciro foi possível mediante uma política de respeito 
aos costumes das populações dominadas. Esta dinastia terminou com a conquista da 
Pérsia por Alexandre, o Grande, em 331 a.C. Ciro conquistou o reino da Lídia em 546 
a.C., e o da Babilônia, em 539 a.C. Assim, o Império Persa tinha o poder dominante 
da região. 
Cambises, filho e sucessor de Ciro, deu continuidade ao processo de 
ampliação dos territórios persas. Em 525 a.C. conquistou o Egito – na Batalha de 
Peleusa e anexou os territórios da Líbia, Janson (2001). 
A prematura morte de Cambises, no ano de 522 a.C., deixou o trono persa 
sem nenhum herdeiro direto. Depois de uma reunião entre os principais chefes das 
grandes famílias persas, Dario I foi eleito o novo imperador persa. Em seu governo, 
 
39 
 
foram observadas diversas reformas políticas, as quais fortaleceram a autoridade do 
imperador e permitiram a conquista das planícies do rio Indo e da Trácia. 
Essa sequência de conquistas militares só foi interrompida em 490 a.C., 
quando os gregos venceram a Batalha de Maratona. Enquanto era imperador, 
reformou o sistema administrativo e dividiu o reino em 20 satrapias, cada uma com 
um administrador: o sátrapa, escolhido a dedo por Dario e com sucessão hereditária. 
Esses homens de confiança garantiram a continuidade do crescimento interno do 
reino. 
De acordo com Janson (2001), foi durante o reinado de Dario que a Pérsia 
passou pela unificação do sistema monetário, com a implantação do dárico, cunhado 
em ouro, que virou a moeda oficial do Império Persa. Dario também incentivou o 
comércio externo do reino, liderando expedições para abrir novas rotas comerciais. 
Dario I subiu ao trono em 521 a.C., e governou o Império Persa de 521 a 486 
a.C. Seu filho e sucessor foi Xerxes I. Em 466 a.C., Xerxes I foi assassinado em 
Persépolis, juntamente com seu filho primogênito. Em seu lugar, assumiu outro 
herdeiro, Artaxerxes I, que tratou de firmar um acordo de paz com os gregos. 
Durante o reinado de Artaxerxes I, segundo filho de Xerxes, os egípcios se 
rebelaram com a ajuda dos gregos. Embora a revolta tenha sido contida em 446 a.C., 
ela representou o primeiro ataque importante contra o Império Persa, assim como o 
começo de sua decadência. Finalmente, Alexandre Magno anexou o Império Persa 
ao seu domínio mediterrâneo depois de derrotar as tropas de Dario III em uma série 
de batalhas, entre 334 e 331 a.C. 
Dario também mudou a capital de Pasárgada para Persépolis, iniciando 
grandes obras de infraestrutura na cidade. Ordenou também a abertura da Estrada 
Real, que ia de Sardes, na Lídia –, que fica na Ásia Menor – até Susa e Persépolis, já 
no centro do Império. Esta estrada tinha dezenas de postos de controle e era muito 
usada para transmitir mensagens pelo reino de forma rápida para os padrões da 
época. Excêntrico, antes de sua morte, Xerxes I mandou construir inúmeros palácios, 
monumentos e complexas obras arquitetônicas na cidade de Persépolis, contribuindo 
para sua beleza. 
Os povos dominados pelos persas podiam conservar seus costumes, suas 
leis, sua religião e sua língua. Eram obrigados, porém, a pagar tributos e a servir o 
exército persa. A religião persa, no início, era caracterizada pelo seu caráter 
 
40 
 
eminentemente politeísta. No entanto, entre os séculos VII e VI a.C., o profeta 
Zoroastro empreendeu uma nova concepção religiosa na população. 
O pensamento religioso de Zoroastro negava as percepções ritualísticas 
encontradas nas demais crenças dos povos mesopotâmicos. Em vez disso, acreditava 
que o posicionamento religioso do indivíduo consistia na escolha entre o bem e o mal. 
Esse caráter dualista do zoroastrismo pode ser mais bem compreendido com o Zend 
Vesta, o livro sagrado dos seguidores de Zoroastro. 
Janson (2001), salienta que segundo essa obra, Ahura-Mazda era a divindade 
representativa do bem e da sabedoria. Além dele, havia o deus Arimã, representando 
o poder das trevas. Sem contar com grande número de seguidores, o zoroastrismo 
ainda sobrevive em algumas regiões do Irã e da Índia. 
Os reis persas eram monoteístas (seus rituais religiosos eram realizados em 
altares de fogo, ao ar livre) e manifestavam publicamente seu poder com a construção 
de grandes palácios e túmulos. Em termos artísticos, a cultura persa revelou 
influências muito diversas, constituindo-se como uma síntese das manifestações 
estéticas dos povos conquista- dos. Com especial desenvolvimento no campo da 
arquitetura monumental, a arte persa conheceu também notável qualidade expressiva 
e estética em termos da produção de objetos utilitários e ornamentais 
 
6.1 Arte persa 
 
 Figura 10 – ruinas da cidade de Persépolis 
 
Fonte: em.com.br 
 
41 
 
A arte persa recebeu grande contribuição dos estilos mesopotâmicos e 
egípcios. A arquitetura persa teve, contudo, caráter bastante original com a 
harmoniosa combinação dos elementos estrangeiros, com o luxo da decoração e com 
a grandiosidade das estruturas. Segundo Janson (2001), não se pode considerar a 
arquitetura persa como arte popular. Ela foi, sobretudo, uma criação dos reis para a 
sua própria exaltação. Um exemplo de tamanha glorificação é a cidade de Persépolis, 
hoje Irã, construída em 520 a.C., que foi uma das grandes capitais do Império Persa. 
A existência de cidades como Pasárgada e Susa demonstraram claramente – 
com seus imensos palácios e salões magníficos, sustentados por colunas de estilo 
extremamente original e pelos capitéis com motivos baseados em cabeças de cavalo, 
águia ou touro – a arte dos grandes soberanos persas. As grandes construções 
continham revestimento de ladrilhos esmaltados em tonalidades vivas, que geravam 
grande efeito ornamental. O bronze marchetado era usado nas portas. O ouro e a 
prata foram também cuidadosamente trabalhados. 
Os artistas persas esculpiram utilizando ouro, prata e pedras decorativas, 
principalmente para adornar seus palácios. Os imperadores mandavam construir 
grandes esculturas de si mesmos, para demonstrar seus poderes. Os relevos 
decorativos e as pinturas persas retratavam aspectos sociais, grandes vitórias e con- 
quistas militares, pois demonstravam a grandeza do império e de seus imperadores. 
 
7 IMPÉRIO BIZANTINO 
 
Cultura no Império Bizantino 
 
Segundo Berenson (2015), no ano de 330 d.C. o imperador Constantino 
(Flávio Valério Aurélio Constantino) transferiu a capital do Império Romano, que 
estava em crise, para a cidade de Bizâncio, no Oriente Médio, que mais tarde passou 
a ser chamada de Constantinopla, hoje denominada Istambul. Essa porção do Império 
Romano era inicialmente conhecida como Império Romano do Oriente. Essa 
significativa parte sobreviveu à fragmentação e ao colapso doImpério Romano do 
Ocidente no século V, e continuou a prosperar, existindo por mais mil anos, até sua 
queda diante da expansão dos turcos otomanos, em 1453. 
 
42 
 
O Império foi dividido em dois, a partir de 395 d.C.: o império do Ocidente, 
englobando a Itália, a Gália, a Espanha e a África do Norte, no qual o latim era a língua 
oficial; e o império do Oriente, abrangendo o Egito, a Palestina, a Ásia Menor, a Grécia 
e a Macedônia, região em que se falava grego. Nos dois impérios, a partir de 380 d.C., 
o cristianismo tornou-se religião de Estado. 
Constantino, que concedeu aos cristãos, em 313 d.C., a liberdade de culto e 
sua proteção oficial, não imaginava que a tradição intelectual bizantina não morreria 
em 1453. Isso pode ser explicado por dois motivos: 
 
➢ Os eruditos bizantinos que visitaram a Itália durante os séculos XIV e XV 
exerceram forte influência sobre o Renascimento italiano; 
➢ Os otomanos mantiveram muito da estrutura urbana das cidades bizantinas, 
como as igrejas, transformando algumas em mesquitas, mas modificando-as 
muito pouco. Permitiram também que os que professavam a religião cristã-
ortodoxa e falavam o idioma grego mantivessem suas tradições, sendo 
liderados pelo patriarca de Constantinopla, que respondia diretamente ao 
sultão. 
 
Berenson (2015), ressalta que sob a perspectiva ocidental, não é errado 
inserir o Império Bizantino no estudo da Idade Média, mas, a rigor, ele viveu uma 
extensão da Idade Antiga. No Império Bizantino, as dinastias Constantiniana e 
Justiniana são as mais relevantes, porém, existiram outras. A seguir, estão listadas as 
dinastias Constantiniana (324-363), Valentiniano-Teodosiana (364-457), de Lion ou 
Trácia (457-518), e Justiniana (518-602). 
 
Dinastia Constantiniana (324-363), fundada por Constantino I, em 324: 
 
➢ Constantino I (306-337); 
➢ Constâncio II (337-361); » Juliano, o Apóstata (361-363) – filho de Constantino 
I. Não dinástico: 
 
Dinastia Valentiniano-Teodosiana (364-457): 
 
 
43 
 
➢ Valente (364-378) – Batalha de Adrianópolis – marco histórico utilizado para 
iniciar a Idade Média; 
➢ Teodósio I (379-395); 
➢ Arcádio (395-408) – filho de Teodósio – primeiro imperador do Oriente; 
➢ Teodósio II (408-450) – filho de Arcádio; 
➢ Marciano (450-457) – filho de Arcádio e irmão de Teodósio II. 
 
Dinastia Lion ou Trácia (457-518): 
 
➢ Leão I (457-474); 
➢ Zeno (474-491) – filho de Leão I; 
➢ Isauricus Anastásio (491-518) – filho de Leão I. 
 
 Dinastia Justiniana (518-602) 
 
➢ Justino I (518-527); 
➢ Justiniano (527-565); 
➢ Justino II (565-578); 
➢ Tibério II (578-582); 
➢ Mauricio I (582-602). 
 
De acordo com Berenson (2015), após a morte de Constantino, a disputa entre 
os herdeiros ao trono imperial, as sucessivas invasões bárbaras e a grave crise 
financeira do Império aceleraram o processo de separação entre o Ocidente e o 
Oriente. Com a morte de Teodósio I, em 395 d.C., o império foi separado oficialmente 
entre os seus dois filhos: Honório (imperador do Ocidente) e Arcádio (imperador do 
Oriente). 
Com a queda do império do Ocidente, o império do Oriente tentou reunir todo 
o Império Romano sob o seu poder, esforço alcançado apenas parcialmente com 
Justino I, fundador da dinastia Justiniana. A harmonia entre a Igreja e a autoridade 
imperial, instituída por Constantino I, dominou e caracterizou toda a história do poder 
imperial bizantino, até sua queda, em 1453, perante os turcos. 
 
 
44 
 
7.1 Arte bizantina 
 
 Figura 11 – Mosaico bizantino 
 
Fonte: culturagenial.com 
Segundo Albuquerque (2018), a arte bizantina, eminentemente cristã, nasceu 
no Império Romano do Oriente e foi influenciada por Roma, Grécia e pelo Oriente, 
principalmente pelos persas. Essa mescla de formas gerou um estilo novo, rico e 
colorido. Sempre vinculada ao Cristianismo, privilegiou o espiritual em detrimento do 
material, destacou o conteúdo, não a forma, e enveredou por um caminho místico. 
O mosaico é sua expressão mais conhecida, mas sua função principal não 
era decorativa, e sim educativa, para instruir os fiéis mostrando-lhes cenas da vida de 
Cristo, dos profetas e dos vários imperadores aos quais se atribuíam poderes divinos, 
pois o regime político vigente era a teocracia. 
O mosaico bizantino possui uma técnica diferente do mosaico romano. Por 
exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas, para criar certa 
espiritualidade; a perspectiva e o dourado são demasiadamente utilizados devido à 
associação com o maior bem existente na terra: o ouro. 
 
 
 
 
 
45 
 
Figura – 12 Mosaico romano 
 
Fonte: arteespana.com 
 
Os mosaicos romanos tinham como principais motivos cenas da natureza e 
mitológicas, além de temas geométricos. No entanto, durante a cristianização do baixo 
Império Romano, algumas formas de expressão artística, como a estatuária, perderam 
bastante importância, enquanto outras ganharam enorme relevância, entre as quais 
podemos citar os mosaicos. Seus principais temas, desse modo, passaram a ser 
religiosos. Ainda assim, cenas da corte, dos imperadores e seus próximos, e mesmo 
motivos mitológicos, continuaram a ser retratados. 
A arquitetura bizantina teve lugar de destaque, herdou o arco, a abóbada e a 
cúpula, mas também utilizou o plano centrado, de forma quadrada ou em cruz grega, 
com cúpula central e absides laterais. Toda essa tecnologia foi amplamente aplicada 
em igrejas e basílicas. Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente 
decorado com mosaicos e chão de mármore polido. 
A Igreja de Santa Sofia (Sofia = sabedoria), na atual Istambul, foi um dos 
maiores triunfos da nova técnica bizantina, projetada pelos arquitetos Antêmio de 
Tralles e Isidoro de Mileto. Possui uma cúpula de 55 metros, apoiada em quatro arcos 
plenos. Esse método construtivo tornou a cúpula extremamente elevada, sugerindo, 
por associação à abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder absoluto. 
 
46 
 
Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel rica- mente decorado com 
mosaicos e chão de mármore polido. 
Toda essa atração por decoração, aliada à prevenção que os cristãos tinham 
contra a estatuária que lembrava de imediato o paganismo romano, afasta o gosto 
pela forma e, consequentemente, a escultura não teve tanto destaque neste período. 
O que se encontra restringe-se a baixos relevos acoplados à decoração. 
A arte bizantina teve seu apogeu no século VI, durante o reinado do imperador 
Justiniano. Porém, logo sucedeu um período de crise, chamado de iconoclastia. Nos 
séculos VIII e IX, o mundo bizantino foi dilacerado pela questão da iconoclastia, uma 
controvérsia em relação ao uso de pinturas ou entalhes na vida religiosa. Toda 
representação humana que fosse realista poderia ser considerada uma violação ao 
mandamento de não adorar imagens esculpidas. Em 843, essa lei foi revogada. 
A igreja do Santo Salvador, em Chora, é considerada um dos mais belos 
exemplos sobre- viventes de arte bizantina em igrejas. A igreja é situada em Istambul, 
no bairro de Edirnekapi, que fica na parte ocidental do município de Fatih. 
Os romanos bizantinos se especializaram na técnica do mosaico, 
enriquecendo-a com um estilo hierático característico e com materiais finos, como 
ouro e pedras preciosas. Apesar de terem ficado conhecidos por aqueles que estão 
em igrejas e catedrais, os mosaicos bizantinos continuaram a decorar espaços laicos, 
como prédios públicos, moradas aristocráticas e palácios imperiais. Porém, estes não 
sobreviveram ao desaparecimento do império bizantino. Os artistas bizantinos eram 
chamados para lugares como Itália, Palestina e Rússia para decorar igrejas e palácios. 
A história deste

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