Buscar

Patologias do sistema reprodutor feminino, masculino e glândula mamária

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

1 Nathália Brendler | Med. Vet. | Unidade do conhecimento 18: sistema reprodutor e glândula mamária 
Piometra 
1) Etiologia: a causa provável é a repetida 
estimulação hormonal no útero. 
2) Patogenia: a patologia é observada durante o 
diestro (quando há maior produção de 
progesterona), ou após a administração 
exógena do hormônio. A função normal da 
progesterona é estimular o crescimento e 
atividade secretória das glândulas 
endometriais, sendo ainda responsável pela 
manutenção da gravidez. Dessa forma, pode 
levar à proliferação excessiva de glândulas 
produtoras de muco e formação de cistos no 
endométrio, acompanhado por edema, 
infiltração de linfócitos e plasmócitos e acúmulo 
de fluido no lúmen uterino. Uma vez que este 
fluido é contaminado por bactérias oriundas da 
flora vaginal, há a colonização no útero anormal, 
resultando no desenvolvimento da piometra. 
3) Lesões macroscópicas: animais com piometra 
aberta (com abertura da cérvix) apresentam 
corrimento vulvar purulento, mucopurulento 
ou sanguinolento com odor fétido. Já na 
piometra fechada (sem abertura da cérvix), há 
retenção do exsudato no lúmen uterino, com 
distensão acentuada dos cornos uterinos. 
 
Piometra aberta em cadela. 
 
Piometra fechada em cadela. 
4) Lesões microscópicas: na análise 
histopatológica, observa-se superfície do 
epitélio hiperplásica e papilar, células bastante 
vacuolizadas e um grande número de linfócitos 
e plasmócitos no estroma endometrial. No 
ensaio imuno-histoquímico, é possível 
identificar células bacterianas com formato 
cocoide a bacilar, ao longo das células epiteliais 
do endométrio, no interior do tecido, na região 
endometrial, e no lúmen uterino e glandular. 
 
À esquerda, lâmina histológica uterina de fêmea 
canina. À esquerda, ensaio ensaio imuno-
histoquímico com anticorpos anti-E.coli, em que a 
seta indica a adesão bacteriana no epitélio do 
endométrio e o asterisco indica as bactérias 
presentes o interior do endométrio. 
Síndrome do ovário remanescente 
1) Etiologia: a presença de tecido ovariano 
funcional após procedimento de 
ovariohisterectomia em cadelas e gatas é 
resultante de técnica cirúrgica inadequada ou 
de resquícios de tecido ovariano ectópico na 
cavidade abdominal, mesmo após a realização 
correta da técnica. 
2) Patogenia: o ovário remanescente une-se ao 
mesentério e sofre revascularização, o que 
permite a atividade funcional deste. 
3) Lesões macroscópicas e microscópicas: 
 
Ovário remanescente de uma felina com inúmeros cistos. 
 
2 Nathália Brendler | Med. Vet. | Unidade do conhecimento 18: sistema reprodutor e glândula mamária 
 
Resíduo ovariano com folículos em diferentes fases de 
desenvolvimento e lúmen repleto de conteúdo levemente 
eosinofílico. 
Orquite 
1) Etiologia: os agentes etiológicos mais 
frequentes em cães são Mycoplasmas, Brucella 
canis, Blastomyces, Coccidioides imminti, 
Ehrlichia, Proteus sp., além do vírus da cinomose 
e Leishmania sp. 
2) Patogenia: a infecção dos testículos pode ser 
decorrente de ferimentos penetrantes, 
adquirido via hematológica ou resultarem de 
uma disseminação via urogenital. 
3) Lesões macroscópicas: a orquite intratubular, 
aquela que acomete os túbulos seminíferos, 
apresenta focos amarelados de até 1 cm que se 
tornam firmes e esbranquiçados quando as 
lesões se tornam crônicas. 
 
Orquite micótica causada por Coccidioides immintis. Testículo 
esquerdo aumentado de volume com reação inflamatória 
granulomatosa difusa no parênquima testicular. 
4) Lesões microscópicas: o revestimento dos 
túbulos é perdido e formam-se granulomas 
espermáticos, nos quais espermatozoides 
podem ser observados livres e no interior dos 
macrófagos. Macrófagos e linfócitos cercam os 
espermatozoides e, com o tempo, ocorre 
deposição de colágeno na borda da lesão. 
 
Orquite intersticial com inflamação granulomatosa que cerca 
os agregados de espermatozoides e minerais que substituem 
os túbulos seminíferos após sua destruição. Linfócitos e 
plasmócitos predominam ao redor do interstício. 
Carcinoma de células escamosas peniano 
1) Etiologia: a exposição prolongada à luz 
ultravioleta, ausência de pigmento epidermal e 
o acúmulo de esmegma produzido pelas 
glândulas prepuciais têm associação com a 
etiologia deste carcinoma. Em alguns animais, o 
papilomavírus equino tipo 2 foi identificado em 
CCE, o que evidencia uma possível correlação 
entre estas duas afecções. 
2) Patogenia: o desenvolvimento do CCE ocorre, 
primeiramente, pela dermatose solar, seguida 
de eritema, edema, descamação e formação de 
úlceras, a partir disso, ocorre a invasão da 
derme, tornando a lesão com aspecto mais 
firme. 
3) Lesões macroscópicas: tecido fibroso 
abundante, cujo resultado é um pênis firme e 
maior com úlceras focais que podem secretar 
um exsudato sanguinolento. 
 
Glande de pênis equino com grande massa ulcerada. A seta 
indica a abertura da uretra. 
4) Lesões microscópicas: a neoplasia bem 
diferenciada, com a aparência clássica de ninhos 
invasivos, cordões e nódulos do epitélio 
neoplásico com diferenciação para o estrato 
espinhoso, muitas vezes com pérolas de 
queratina bem desenvolvidas. 
 
3 Nathália Brendler | Med. Vet. | Unidade do conhecimento 18: sistema reprodutor e glândula mamária 
 
Células epiteliais escamosas neoplásicas geralmente são 
organizadas em volta de “pérolas de queratina”. As mitoses 
são frequentes (setas). 
Adenoma 
O adenoma é uma neoplasia benigna de 
células epiteliais ou mioepiteliais bem 
diferenciadas, circundadas por membrana basal. As 
células apresentam crescimento expansivo e 
poroso, com bordas bem definidas. O adenoma 
deve ser diferenciado da adenose, pois apresenta 
perda da arquitetura com ausência de ductos 
intralobulares. Alguns adenomas podem apresentar 
secreção intratubular. 
 
Adenoma ductal da glândula mamária de felino. 
Carcinoma in situ 
Proliferações epiteliais confinadas aos 
ductos, ocupando a espessura total da parede, sem 
a ruptura da membrana basal. São lesões que 
podem evoluir e tornarem-se invasivas. 
 
Células epiteliais neoplásicas que proliferam no lúmen sem 
invasão ou descontinuidade da membrana basal. Mama de 
felino. 
Carcinoma micropapilar 
Proliferação maligna com prognóstico 
desfavorável. Microscopicamente, a neoplasia 
revela espaços císticos semelhantes a vasos 
linfáticos difusamente distribuídos no tecido 
mamário. No interior dos espaços observam-se 
grupamentos de células epiteliais que exibem um 
padrão micropapilar denominado “morule like”. O 
índice mitótico é variável e metástase para 
linfonodos é comumente observada. 
 
Carcinoma micropapilar em felino. Células epiteliais dispostas 
em padrão moruliforme (seta) dentro de espaços císticos.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando