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APOSTILA DE PATOLOGIA SISTEMA GENITAL VALESKA BARIMACKER 1 | P á g i n a • Definir a gônada → produzir hormônio → hormônio estimular células para o desenvolvimento das estruturas secundárias • 4º semana – células endodérmicas são formadas pelos genes Estella, Fragilis e BMP-4 e migram para as cristas gonadais, onde serão diferenciadas em células germinativas, formando o cordão gonadal, que dará origem à genitália. • 5º semana – é quando temos o primeiro indício de desenvolvimento gonadal, uma vez que há espessamento do epitélio celômico que reveste a crista urogenital → epitélio germinativo • 6º semana – chegada das células germinativas primitivas ao cordão gonadal, onde se incorporam e formam as gônadas indiferenciadas o Compostas por um córtex (epitélio germinativo) e por uma medula (mesênquima) • 7º semana – ocorre a diferenciação sexual das gônadas de acordo com o sexo cromossômico o WT-1, LIM-1 e SF1 – diferenciarão o mesoderma em gônadas indeterminadas → gônada bipotencial • 8º semana– começa a diferenciação das gônadas indeterminadas A. Masculina • O desenvolvimento é mais rápido – 25º dia • Genes DMRT 1 e 2, SOX 9 e SRY farão essa diferenciação em embriões que possuem o cromossomo Y → testículo • Ainda ocorrerá a diferenciação em: o Células de Sertoli – produzirá o hormônio anti-milheriano (AMH) o Células de Leydig – produzirá testosterona → 70º dia • Tubos e ductos mesonéfrico – Conjunto de tubos e ductos que darão origem ao sistema urinário, testículos, epidídimo, ducto deferente e glândulas anexas o Leydig estimula de maneira andrógena • Ocorre a regressão do ducto paramesonéfrico B. Feminina • O gene DAX-1 fará a diferenciação em embriões que não possuem o cromossomo Y → ovário o O desenvolvimento é mais lento o Cordão gonadal é menos proeminente e acaba involuindo. Simultaneamente a isso, o cordão gonadal secundário se desenvolve o 16º semana – formação dos folículos primordiais, constituídos por uma ovogônia que sofrerá mitoses e formará os folículos primários o Ducto paramesonéfrico/de Müller – paralelo ao mesonéfrico ▪ Darão origem aos órgãos internos femininos através do estímulo de estrógeno o Ocorre a regressão do ducto mesonéfrico ▪ Podem não regredir em mulheres, sendo chamados de cistos mesonéfricos/ hidátides de morgagni – não traz grandes problemas para as mulheres → se não estimulados até o 84º dia Obs: Os hormônios só irão ser produzidos mediante a diferenciação gonadal. Se os hormônios não forem produzidos, não haverá a diferenciação dos ductos acessórios, das genitálias externas e dos caracteres sexuais secundários • 9º semana em diante – começa a diferenciação da genitália externa A. Masculina • Testosterona estimula o alongamento do tubérculo genital para formar o pênis • As pregas urogenitais são arrastadas por esse alongamento, fundindo entre si e formando a uretra peniana SISTEMA GENITAL APOSTILA DE PATOLOGIA 2 | P á g i n a V A L E S K A B A R I M A C K E R • As pregas urogenitais vão fechando e fazendo com que o orifício uretral se localize na extremidade da glande • Os corpos cavernosos e esponjosos se desenvolvem a partir do mesênquima do falo • As tumefações labioescrotais crescem em direção à linha média, formando o escroto • Os testículos migram da região lombar para o interior do escroto através da ação dos hormônios androgênicos e gonadotróficos e do gubernáculo, um ligamento que une os testículos às saliências labioescrotais o 6º mês – no orifício profundo do ducto inguinal o 7º mês – cruzam o ducto inguinal o 8º mês – já estão na sua posição escrotal definitiva Obs: é o trajeto que segue uma alça intestinal nas hérnias inguino-escrotais quando tal canal não foi adequadamente fechado → comum em bebês prematuros B. Feminina • A diferenciação ocorre pela falta de testosterona • O tubérculo genital se desenvolve pouco e se transforma em clitóris • As tumefações labioescrotais se fundem para formar a comissura labial posterior e as não fundidas formam os grandes lábios • A porção distal do seio urogenital se transforma no vestíbulo da vagina, onde desemboca a uretra, a vagina e as glândulas vestibulares • A migração se dá da parede abdominal dorsal até a pelve, onde se fixa ao útero • Porções remanescentes do sistema mesonéfrico – epoóforo, paraóforo, cisto de Gartner ❖ Reprodução ❖ produção e transporte de espermatozoides ❖ secreção de hormônios – testosterona ❖ secreção de fluidos – função das glândulas anexas ❖ transporte de urina – é função complementar Órgãos externos • Bolsa escrotal • Pênis – visível no períneo Órgãos internos • Testículo – 2 → produção da testosterona • Epidídimo – 2 • Ductos deferentes – 2 • Glândulas anexas o Vesícula seminal o Próstata o Glândulas bulborretrais • Uretra OBS: Falha na expressão dos genes durante o desenvolvimento embrionário • Pseudo-hermafroditismo – cromossômico é normal, mas não há desenvolvimento adequado das estruturas que compõe o aparelho genital • genitália ambígua o pode ser em virtude de falha na expressão dos genes ou de falha na produção hormonal, que só irão surgir se houver diferenciação das gônadas – DMRT 1 e 2, SOX 9 e SRY o possui característica externa de genitália masculina e da feminina APOSTILA DE PATOLOGIA SISTEMA GENITAL VALESKA BARIMACKER 3 | P á g i n a • Órgão de cópula • Se divide em duas porções – ambas envoltas por pele → epitélio estratificado pavimentoso queratinizado com anexos o Raiz – fixado ao períneo ▪ Tecido erétil – estrutura altamente vascularizado. Constitui os ramos do pênis e o bulbo do pênis ▪ Ramos dos pênis – laterais e compõe os corpos cavernosos ▪ Bulbo do pênis – mais central e compõe o corpo esponjoso → forma a glande do pênis Obs: entre os corpos esponjoso e cavernosos, há a fáscia de Buck, composta por tecido conjuntivo denso → separa os dois corpos o Corpo – pendente ▪ É constituído por 3 massas alongadas de tecido erétil, 2 corpos cavernosos e 1 corpo esponjoso ▪ Posterior – bulbo do pênis ▪ Anterior – glande do pênis ➢ Onde se localiza o óstio uretral externo – onde se exterioriza a uretra ➢ É recoberta por uma dobra de pele ✓ Forma o prepúcio ✓ Presa por uma prega epitelial presa à glande – frênulo do prepúcio Obs: a pele vai se modificando e os anexos vão cedendo lugar à mucosa no revestimento interno do pênis, que diminui a quantidade de queratinização, mas mantém o mesmo padrão epitelial. • Ereção – responsabilidade dos corpos cavernosos o É um tecido altamente vascularizado o Presença de capilares sinusoides – epitélio e membrana basal descontínuos o Presença da túnica albugínea – tecido conjuntivo fibromuscular que emite septos para dentro do aglomerado de capilares → manutenção da ereção o Estímulos ▪ Neuronais ▪ Psicológicos ▪ Hormonais ▪ Vasculares – Óxido nítrico → vasodilatador o Disfunção erétil – possui vários fatores ▪ Tadalafil, vardenafil e sildenafil ▪ Papaverina – vasodilatador▪ Prostaglandinas ▪ Drogas que atuam no SNC ▪ Prótese peniana – colocada na fáscia de Buck o Ereção matinal – é fisiológica e ocorre durante a fase REM do sono → dura de 5 a 15 min e está relacionada com o reflexo da micção • Ejaculação – expulsão de secreções produzidas pelas glândulas anexas → função reprodutiva o Esperma – formado por espermatozoide + líquido seminal o Precoce – desencadeamento da ereção é normal, mas o paciente não consegue segurar o sêmen por mais do que 1min o Noturna – observada na puberdade SISTEMA GENITAL APOSTILA DE PATOLOGIA 4 | P á g i n a V A L E S K A B A R I M A C K E R DISTÚRBIOS CONGÊNITOS A. Hipospádia e Epispádia o Hipospádia é a abertura da uretra na face ventral do pênis, ao invés da glande o Epispádia é a abertura da uretra na face superior ou dorsal do pênis o Associadas a outras anomalias do sistema urinário e na descendência dos testículos o A epispádia está associada à extrofia vesical o Ocorre falha no fechamento da fenda, da protuberância genital primordial o As duas condições trazem risco aumentado de infecções ascendentes do trato urinário o Se ocorrer na base do pênis, há dificuldade de micção e de ejaculação → esterilidade o Deve ser corrigida ainda na infância por meio de cirurgia B. Fimose o A dobra que reveste a glande é muito estreita, não conseguindo exteriorizar a glande o Pode ser: ▪ Congênita ▪ adquirida – quando tiver processo inflamatório no local, gerando processo cicatricial e retração da dobra, interferindo no processo de deslizamento o parafimose – consegue exteriorizar a glande, mas não consegue retornar o prepúcio ao seu local habitual o favorece o desenvolvimento de infecções secundárias e, possivelmente, carcinoma DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS A. Disfunção erétil o É importante investigar a causa o Incapacidade de alcançar ou manter a ereção suficiente para o desempenho sexual satisfatório o Jovens – idiopática, neuropsiquiátrica, endócrina o Idosos – vascular, medicações B. Priapismo o Ereção contínua do pênis que não está relacionada com a excitação sexual o Primário – idiopático e não tem tratamento eficaz o Secundário – a doenças pélvicas, que impedem a saída de sangue do pênis ou por uso indiscriminado de medicamentos para disfunção erétil INFLAMAÇÕES A. Balanite – inflamação da glande B. Postite – inflamação do prepúcio C. Balanopostite – inflamação da glande e do prepúcio o É a mais comum Causas: o Higiene o Imunossupressão o Fungos, vírus e bactérias o Herpes genital o Sífilis – treponema pallidum o granuloma inguinal – Klebsiella granulomatis o Linfogranuloma venéreo – Chlamydia trachomatis Complicações o Estenose uretral o Fimose e parafimose o Gangrena de Fournier/fasceíte necrosante – infecção de tecidos moles do períneo e celulite necrosante secundária a germes anaeróbicos ou bacilos gram-negativos APOSTILA DE PATOLOGIA SISTEMA GENITAL VALESKA BARIMACKER 5 | P á g i n a o Doença de Peyronie – é a fibrose do pênis, causando curvatura adquirida ▪ Estrabismo peniano ▪ Interfere na ereção – causa dor ▪ Substituição da musculatura do corpo cavernoso por colágeno ▪ Uso da papavirina pode ser um agente causador ▪ Complicação – fratura do pênis durante a relação sexual TUMORES • Mais comum em países subdesenvolvidos • Circuncisão é fator de proteção • Esmegma – material que fica acumulado no prepúcio • Fimose pode ser um fator de risco – dificuldade para limpar a área → Benignos A. Condiloma Acuminado o Causado pelo HPV tipos 6 e 11 o Clínica – aparecimento de uma lesão verrucosa na superfície mucocutânea úmida dos genitais externos ▪ excrescências papilares vermelhas únicas ou múltiplas, sésseis ou pedunculadas, com mais de 1mm de diâmetro ▪ Mais comum na região do sulco coronal e na superfície interna do prepúcio ▪ Tendem a recorrer, mas não evoluem para câncer invasivo o Histologia ▪ Estroma com tecido conjuntivo papilar coberto por epitélio com hiperceratose superficial e espessamento da epiderme subjacente → presença de hiperceratose e acantose ▪ Preservação da maturação ordenada das células ▪ Ocorre vacuolização das células da camada espinhosa – coilocitose ➢ forma um halo claro ao redor do núcleo → Malignos A. Carcinoma de células escamosas “In Situ” o Associação com o HPV do tipo 16 o Doença de Bowen ▪ Geralmente após os 35 anos ▪ Tende a envolver a haste do pênis e o escroto ▪ Histologia ➢ Presença de mitoses, algumas com atipia ➢ Células displásicas – com núcleos grandes, hipercromáticos e ausência de maturação ordenada ➢ Borda derme-epiderme nitidamente delineada por uma membrana basal intacta ▪ Macroscopia – placa solitária, espessada, branco-acinzentada e opaca com ulceração superficial e formação de crosta ▪ Geralmente evolui com carcinoma invasivo SISTEMA GENITAL APOSTILA DE PATOLOGIA 6 | P á g i n a V A L E S K A B A R I M A C K E R o Eritroplastia de Queyrat – é a variação da doença de Bowen que acomete glande e prepúcio. Manifesta-se como placas vermelhas brilhantes, moles, solitárias ou múltiplas o Papulose Bowenoide – ocorre em adultos sexualmente ativos ▪ Pacientes mais jovens que os da doença de Bowen ▪ As lesões são múltiplas ▪ Podem ter aparência verrucoide, sendo facilmente confundido com condiloma acuminado ▪ Histologicamente – igual à Doença de Bowen ▪ Praticamente nunca evolui com carcinoma invasivo B. Carcinoma de células escamosas invasivo o Histologia o Macroscopia ▪ Apresenta-se como úlcera, cratera endurecida, sangramento ao toque, massa hemorrágica friável, lesão papilífera vegetante ▪ Em geral, inicia na glande ou na superfície interna do prepúcio próximo ao sulco coronal ▪ Padrão papilar – simulam lesões de condiloma e podem produzir massas em forma de couve-flor ▪ Padrão plano – áreas de espessamento epitelial com coloração acinzentada e com fissuras na superfície mucosa ▪ Padrão Verrucoso – apresenta-se como uma lesão exofítica, de baixo potencial maligno e geralmente não forma metástases. Invade tecidos subjacentes o Clínica ▪ Crescimento lento – 1 ano ou mais ▪ A dor só é presente quando há ulceração ou sinais de inflamação secundárias ▪ Frequentemente são hemorrágicas ▪ A manifestação inicial é com metástases para linfonodos inguinais e ilíacos, mas raramente possui disseminação generalizada, exceto se lesão muito avançada • Nutrição dos espermatozoides • Limpeza do trato uretral antes da ejaculação • Transporte dos espermatozoides • Secreções para garantir a fertilização DUCTO DEFERENTE • Túbulo reto de parede espessas que se dirige à uretra prostática • É revestido por um epitélio pseudoestratificado cilíndrico com lâmina própria conjuntiva rica em fibras elásticas • Presença de camada muscular bem desenvolvida • Ao longo do ducto, há a presença de vasos e nervos que entram e saem dos testículos GLÂNDULAS AMPOLARES • É uma dilatação da porção terminal do ducto deferente o Forma saculações revestidaspor epitélio cilíndrico simples com lâmina própria o Produção de uma secreção serosa – não se sabe a sua função, mas pode armazenas espermatozoides viáveis APOSTILA DE PATOLOGIA SISTEMA GENITAL VALESKA BARIMACKER 7 | P á g i n a GLÂNDULAS VESICULARES / VESÍCULAS SEMINAIS • Formadas por tubos de aproximadamente 15cm enovelados sobre si • Possuem células secretoras – dependente de testosterona • Localizadas acima da próstata • Histologia o Revestidas por epitélio cilíndrico simples ou pseudoestratificado, com lâmina própria, camadas muscular e adventícia → reflexo da ejaculação o Epitélio mucoprodutor – pode cristalizar a substância em virtude dos açúcares • Produzem o líquido seminal – fluido rico em frutose, para fornecer energia aos espermatozoides • Armazenar, nutrir, manter a viabilidade dos espermatozoides e propulsionar com a ejaculação • Ductos ejaculatórios – realiza o contato das vesículas seminais com a próstata PRÓSTATA • Conjunto de 30 a 50 glândulas túbulo- alveolares ramificadas • Glândula seromucosa – produz o líquido prostático o Contém – citrato, fosfatase ácida e PSA (proteolítico). Zinco (estabilidade da cromatina do espermatozoide), IgA e poliaminas bacteriostáticas o O líquido prostático confere mobilidade para os espermatozoides o serve como tampão vaginal – protege o espermatozoide contra o Ph ácido vaginal • Desemboca na uretra prostática – atravessa o centro da próstata • É envolta por uma cápsula fibroelástica de tecido conjuntivo denso não-modelado rica em músculo liso – septos penetram na glândula para sustentação • Internamente é revestida por epitélio cúbico simples ou pseudoestratificado cilíndrico o Camada basal – epitélio cuboide baixo o Camada superior – cobre a basal e é composta por epitélio colunar secretor • Macroscopia o Órgão retroperitoneal que circunda o colo vesical o Pesa aproximadamente 20 gramas SISTEMA GENITAL APOSTILA DE PATOLOGIA 8 | P á g i n a V A L E S K A B A R I M A C K E R o Zonas – cada uma delas é mais passível de um tipo de lesão proliferativa ▪ Periférica – carcinomas ▪ Central – hiperplasia nodular → produz obstrução urinária ▪ Transicional – hiperplasias ▪ Estroma fibromuscular anterior INFLAMAÇÕES • Inflamação da próstata causada por uropatógenos coliformes – alguns casos podem não ter a etiologia detectada • O tratamento é clínico – raramente são realizadas biópsias → são contraindicadas por poderem levar a sepse • Macroscopia o Pode se apresentar como pequenos abcessos disseminados o Pode se apresentar como grandes e coalescente áreas focais de necrose o Pode se apresentar como edema difuso, congestão e supuração amolecida em toda a glândula o A. Prostatite Bacteriana Aguda o E. coli, bacilos gram-negativos, enterococos e estafilococos o Presença de refluxo intraprostático de urina a partir da uretra posterior ou da bexiga o Pode ocorrer semeadura por via linfo- hematogênica o Quase sempre é uma complicação de outras infecções do trato urinário o Clínica ▪ Febre ▪ Calafrios ▪ disúria ▪ exame retal – próstata anormalmente macia e dolorosa → quando o processo por difuso B. Prostatite Bacteriana Crônica o De difícil diagnóstico e tratamento ▪ ATB quase não penetra na próstata, por isso seu difícil tratamento ▪ Diagnóstico baseado em leucocitose e cultura bacteriana positiva em secreções prostáticas e devem ser acompanhados de sinais e sintomas o Geralmente causado por infecções recorrentes do trato urinário causadas pelo mesmo organismo o Clínica ▪ Dor lombar baixa ▪ Disúria ▪ Desconforto perineal e suprapúbico o Na maioria dos casos, não há ocorrência prévia da forma aguda – geralmente é insidiosa C. Prostatite Abacterniana Crônica o É a mais comum o Clínica – é indistinguível da bacteriana crônica → mas não há histórico de infecção recorrente do trato urinário o Secreção prostática com mais 10 leucócitos por campo de grande aumento e cultura bacteriana negativa D. Prostatite Granulomatosa o Acomete pacientes imunocomprometidos – Micobactérias e histoplasma o A inespecífica representa uma reação contra secreções de ductos e ácinos prostáticos rompidos HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA • Acomete homens com mais de 50 anos e é mais frequente quanto maior a idade • Caracterizada por hiperplasia do estroma prostático e de células epiteliais o nódulos grandes, relativamente nítidos, na região perituretral → pode comprimir a uretra APOSTILA DE PATOLOGIA SISTEMA GENITAL VALESKA BARIMACKER 9 | P á g i n a • Patogênese o a dihidrotestosterona é o mediador final do crescimento prostático e 10x mais potente do que a testosterona, em virtude de se dissociar mais lentamente do que a testosterona e, com isso, sintetiza mais fatores de crescimento do estroma prostático • A próstata medeia a contração do músculo liso, levando ao aumento da obstrução urinária. Por isso, Fármacos antagonistas do receptor adrenérgico alfa 1, que está localizado no estroma prostático, são utilizados para o alívio da obstrução urinária destes pacientes • Não é considerada uma lesão pré-maligna • Macroscopia o A próstata pode pesar entre 60 e 100g o Origem na zona de transição o Pode ocorrer hipertrofia do lobo médio, ocasião em que a hiperplasia se dá em direção ao assoalho da bexiga o Nódulo de proliferação estromal ▪ São os primeiros a serem formados ▪ Possuem coloração cinza-pálida ▪ Não há exsudação ▪ É menos demarcado o Nódulo de proliferação glandular ▪ ocorrem como uma espécie de “segunda leva” do crescimento prostático ▪ possuem coloração rosa-amarelado ▪ consistência macia ▪ presença de líquido branco leitoso nessas áreas • Microscopia o Nodularidade devida à proliferação ou dilatação glandular e proliferação fibrosa ou muscular do estroma o Presença de agregados de glândulas cisticamente dilatadas e revestidas por duas camadas ▪ Interna – colunar →produzem o antígeno prostático específico ▪ Externa – cúbica ou plana ▪ Membrana basal permanece intacta o Pode emitir papilas, mas não é achado característico o Pode haver foco de metaplasia escamosa – tende a ocorrer nas margens dos focos de infarto como ninhos de células escamosas → podem ser confundidas com adenocarcinoma de próstata ou adenocarcinoma urotelial envolvendo a próstata o Pode haver pequenas áreas de infarto o A secreção é mais espessa – glicoproteica → corpos amiláceos • Clínica o Compressão da uretra → dificuldade de micção ▪ Nictúria ▪ Gotejamento ▪ Disúria ▪ Dificuldade em iniciar e terminar a corrente urinária o Retenção de urina na bexiga → distensão e hipertrofia da bexiga ▪ O paciente nunca consegue terminar de esvaziar a bexiga, levando a quadros de: ➢ Infecção urinária ➢ Cistite ➢ Infecções renais → pielonefrite • Tratamento o Alfa bloqueadores – não funciona muito o Alimentar ▪ Diminuição da ingesta de água antes de dormir ▪ Diminuição da ingesta de cafeína ▪ diminuição da ingesta de álcool o ressecção transuretral– escolha o prostatectomia – melhor evitar SISTEMA GENITAL APOSTILA DE PATOLOGIA 10 | P á g i n a V A L E S K A B A R I M A C K E R TUMORES MALIGNOS – ADENOCARCINOMA • é a forma mais comum de câncer em homens e a segunda maior causa por câncer • acomete tipicamente homens com mais de 50 anos de idade • é incomum em asiáticos • é mais comum em negros • pouco se sabe sobre a etiologia do câncer de próstata, mas há evidências de que fatores ambientais contribuem na ocorrência • evidências apontam que uma das alterações mais comuns é a hipermetilação do GSTP1, inativando-o o ele é responsável por prevenir danos • atualmente acredita-se que inicia como lesões displásicas • Macroscopia o geralmente são multicêntricos o geralmente estão localizados na periferia ▪ palpados no exame de toque retal o o tecido é áspero e firme o disseminação local – vesícula seminal e base da bexiga urinária → obstrução uretral o disseminação hematogênica – ossos da coluna lombar, fêmur proximal, pelve e vísceras o disseminação linfática – linfonodos obturadores, perivesicais, hipogástricos, ilíacos, pré-sacrais e paraórticos → geralmente precede a disseminação hematogênica • Microscopia o A maioria das lesões produzem padrões glandulares bem definidos e facilmente demonstráveis o As glândulas neoplásicas: ▪ São bem menores do que as benignas ▪ são revestidas por apenas uma camada de células cúbicas ou colunares baixas ▪ são mais amontoadas – não forma mais o padrão papilar o membrana basal ausente o células neoplásicas: ▪ citoplasma com coloração anfifílica ▪ núcleos grandes com um ou dois nucléolos bem desenvolvido ▪ o pleomorfismo não é acentuado ▪ incomum encontrar mitose o neoplasia prostática intra-epitelial de alto grau (PIN) ▪ Glândulas maiores ▪ Presença de muitas ramificações e formação de papilas ▪ Camada basal é salpicada ▪ Membrana basal intacta • Evolução e estadiamento o Sistema de Gleason – estratificação em 5 graus de acordo com os padrões glandulares e o grau de diferenciação celular ▪ Junto com o estadiamento, é o melhor marcador para servir como base prognóstica ▪ Quando tem 1 único padrão – duplica-se o número da escala ▪ Quando tem dois padrões – soma-se os números da escala ▪ 2 a 4 – câncer bem diferenciado → tumores pequenos na zona de transição. ➢ Achado incidental na ressecção transuretral para sintomas de HPB ➢ Melhor prognóstico ▪ 5 e 6 – câncer de grau intermediário ▪ 7 – Câncer de moderado a fracamente diferenciado APOSTILA DE PATOLOGIA SISTEMA GENITAL VALESKA BARIMACKER 11 | P á g i n a ▪ 8 a 10 – câncer de alto grau → tendem a ser cânceres de baixa probabilidade de cura o Estadiamento – para escolher a terapia o T1 – achado incidental de ressecção transuretral ou de biópsia por agulha quando tem níveis plasmáticos de PSA elevados o T2 – confinado ao órgão o T3 – extensão extraprostática com e sem invasão da vesícula seminal o T4 – invasão direta de estágios contíguos o Invasão para linfonodos – fatal • Fatores prognósticos o Margem positiva – preditor de recorrência bioquímica após prostatectomia radical ▪ Extensão em mm do tumor ▪ Localização ▪ Grau/score de Gleason na área o Presença de carcinoma intraductal da próstata ▪ É a disseminação intraductal de um carcinoma prostático agressivo ▪ Deve ser separado do PIN de alto grau ▪ Associado a achados adversos na prostatectomia radical ➢ Score de Gleason alto ➢ Grande volume tumoral o Invasão perineural ▪ Relacionado com o estadiamento patológico da prostatectomia radical • Clínica o Geralmente são assintomáticos o Geralmente são achados incidentais o Quando houver metástases, o prognóstico é fatal o Sintomas urinários ocorrem tardiamente, por ser uma neoplasia periférica e ocorrer longe da uretra • Diagnóstico o Exame clínico – toque retal o Exames laboratoriais – PSA → 0,2ng/ml tem recidiva o Biópsia transretal GLÂNDULAS BULBORRETRAIS • Estão situadas abaixo da próstata • Revestidas por células prismáticas – com a base um pouco maior • São glândulas túbulo-alveolares com células mucosas – menores do que as da próstata • São responsáveis pela produção do fluido pré- ejaculatório – através de estímulos sexuais • O muco contém galactose o Limpa e lubrifica a uretra peniana e a vagina o É fonte de energia para os espermatozoides SÊMEN: 10% espermatozoide(testículo), 30% fluido prostático, 60% fluido seminal. • É uma bolsa músculo cutânea onde estão contidos os testículos, o epidídimo e a primeira porção dos ductos deferentes • epitélio estratificado pavimentoso • Interna – derme + fibras musculares lisas → região fibromuscular com revestimento de pele • Túnica de Dartos – reforço de fibra muscular para propiciar a contratilidade ou relaxamento da região de acordo com a temperatura Obs: Túnica de Dartos e músculo Cremaster – proteger a gônada contra as variações de temperatura ambiental • Túnica vaginal – é a camada mais interna, tendo dois folhetos o Pariental – parte do escroto o Visceral – parte do testículo Diferença entre Espermatogênese e Espermiogênese Espermatogênese – é a produção do gameta e ocorre nos testículos Espermiogênese – é a maturação e a diferenciação dos espermatozoides e ocorre no epidídimo SISTEMA GENITAL APOSTILA DE PATOLOGIA 12 | P á g i n a V A L E S K A B A R I M A C K E R ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIAS A. Edema Escrotal o Acúmulo de líquido dentro da bolsa escrotal – transudato na túnica vaginal o Pressão hidrostática – Insuficiência cardíaca direita, cirrose o Pressão oncótica – anasarca por síndrome nefrótica, cirrose o Drenagem linfática – aumenta a pressão hidrostática do local e faz com que os vasos percam líquido para a região escrotal ▪ Tumores pélvicos ou abdominais, cicatriz ou filariose B. Hidrocele o Coleção de líquido compartimentalizada entre os dois folhetos da túnica vaginal o Congênita – aumento do volume ▪ Hérnia inguinal o Adquirida – geralmente secundária a uma inflamação ou trauma, que terá um processo cicatricial, levando à compartimentalização o Tem de drenar – isquemia e atrofia testicular em virtude da compressão realizada pela coleção de líquido → diminuição da produção de gametas C. Hematocele o Acúmulo de sangue entre os folhetos da túnica vaginal o Neoplasias, infecções ou traumas o Tem de ser drenado – comprime e gera isquemia e atrofia testicular D. Espermatocele o Cisto formado a partir dos ductos eferentes projetados e alargados o Manifesta-se como um nódulo paratesticular hilar ou como uma massa flutuante repleta de líquido leitoso o Revestido por um epitélio cúbico simples em virtude da compressão E. Varicocele o Dilatação e tortuosidade das veias testiculares o Geralmente na face lateral o Geralmente assintomáticos – diagnóstico se dá através de uma anamnese muito bem feita em paciente com queixa de infertilidade o Interfere na drenagem venosa e consequentemente na temperatura F. Hérnia Inguinal o Defeito no desenvolvimento da parede abdominalo Mantém a comunicação da região abdominal com a inguinal o Possibilidade de vísceras se alojarem na região inguinal. Quando não se consegue reduzir a hérnia, ou seja, voltá-la para sua posição original, chamamos de hérnia encarcerada NEOPLASIAS • O mais comum é por invasão de tumor de pênis • Carcinoma de células escamosas – tumor primário da região • Acomete homens entre 50 e 60 anos • Geralmente o diagnóstico se dá quando já há invasão para os linfonodos inguinais • 2 gônadas • Situadas numa bolsa – saco escrotal • Há dois folhetos de revestimento o + Interno – túnica albugínea ▪ Tecido conjuntivo denso não modelado que emite APOSTILA DE PATOLOGIA SISTEMA GENITAL VALESKA BARIMACKER 13 | P á g i n a projeções para o testículo, formando septos intertesticulares o + Externo – folheto visceral da túnica vaginal • São glândulas mistas o Porção exócrina – secreta espermatozoide o Porção endócrina – hormônios ▪ Células de Leydig – intersticiais ➢ Fora do túbulo seminífero ▪ Células de Sertoli ➢ Dentro do túbulo seminífero ➢ Célula grande, prismática e alta ➢ Várias reentrâncias do citoplasma ➢ Núcleo ovoide e grande ➢ Nucléolo evidente ➢ Função: ✓ nutrição e a sustentação da espermatogênese ✓ Fagocitose – proteção e limpeza ✓ Proteção – barreira hematotesticular ✓ Secretar fluido para movimentar os espermatozoides – estímulo do FSH • Músculo cremaster colabora na mobilidade testicular • Túbulos seminíferos o Forma o parênquima testicular – é a porção exócrina o Constituídos por: ▪ Túnica própria – tecido conjuntivo fibroelástico com células mioepiteliais – contratilidade e propulsão ▪ Membrana basal – colágeno tipo IV → laminina, forma uma espécie de peneira ▪ Epitélio germinativo – camada interna formada por células de Sertoli e células da linhagem espermatogênica • Tubos eferentes/retos – formados pela convergência dos túbulos seminíferos e tem como função o transporte até o epidídimo o Revestidos por um epitélio cúbico simples ANOMALIAS CONGÊNITAS A. Criptorquidia o Falha na descida dos testículos o Fixa – não houve a descida o Testículos retráteis – ficam se movimentando entre a bolsa e a parte superior o Pode estar associada à hipospádia ou epispádia ou de maneira isolada o Pode estar associada à hérnia inguinal o Geralmente desce até o 3º mês de vida o Descida ocorre em duas fases: ▪ Transabdominal – descem até o abdome inferior ou até a borda pélvica → controlada pela substância inibidora mülleriana ▪ Inguinoescrotal – descem através do canal inguinal até o escroto → controlada por andrógenos o Geralmente é unilateral o Se for bilateral, pode gerar infertilidade o Os testículos acabam sendo reduzidos de tamanho e possuem consistência firme o Cirurgia é necessária se não descer até os 6 meses de vida SISTEMA GENITAL APOSTILA DE PATOLOGIA 14 | P á g i n a V A L E S K A B A R I M A C K E R ALTERAÇÕES REGRESSIVAS A. Atrofia o Alteração regressiva dos testículos o Causas ▪ Estreitamento aterosclerótico progressivo do suprimento sanguíneo em idade avançada ▪ Estágio final de uma orquite de qualquer etiologia ▪ Criptorquidia ▪ Hipopituitarismo ▪ Desnutrição generalizada ou caquexia ▪ Irradiação ▪ Administração prolongada de hormônios sexuais femininos ▪ Atrofia por exaustão ▪ Síndrome de Klinefelter o Se for bilateral, pode gerar esterilidade INFLAMAÇÕES A. Orquite o É a inflamação aguda ou crônica do testículo causada, geralmente, por via ascendente o Silifítica – causada pela sífilis o Bacteriana – bactérias gram-negativas o Associada à caxumba – Paramixovirus ▪ Geralmente é unilateral – mantém a fertilidade o Granulomatosa – auto-imune ▪ Acomete homens de meia idade ▪ Apresenta-se como massa testicular moderadamente macia e de início súbito, podendo acompanhar febre ▪ Pode se apresentar de maneira insidiosa, imitando um tumor testicular ▪ Histologia – presença de granulomas dentro dos túbulos seminíferos TRANSTORNOS VASCULARES A. Torção o Pode cortar a drenagem venosa e o suprimento arterial ▪ Como as artérias têm paredes grossas, continua havendo ingurgitamento vascular ▪ Há infarto venoso o Neonatal – ocorre durante a vida intra- uterina e peri-natal ▪ Não há qualquer sinal anatômico que justifique a sua ocorrência o Adulto – comumente ocorre na adolescência ▪ Início súbito ▪ Acompanha dor intensa ▪ Resulta de defeito anatômico bilateral – mobilidade aumentada → badalo de sino ▪ É considerada uma emergência, visto que pode causar a perda do testículo acometido – deve ser desfeita a torção em até 2h ▪ Para evitar futura torção do testículo contralateral, realiza-se a fixação cirúrgica ao escroto – orquipexia NEOPLASIAS A. Tumores germinativos o Adultos jovens – entre 24 e 45 anos o De caráter maligno – epitélio de turn over → alta entrada de diferentes formas no ciclo celular o A resposta terapêutica é muito boa o Marcadores: ▪ isocromossomo braço curto do cromossomo 12 – rastreio ▪ AFP – alfa-fetoproteina → diferencia em saco vitelínico ▪ BHCG – fração beta da gonadotrofina coriônica → diferencia em trofoblasto ▪ DHL – desidrogenase Lática → não é específica o Metástases ▪ Via linfática para abdominais e peri- aórticos ▪ Via hematogênica para pulmão o Esses tumores se originam das células germinativas primordiais – células totipotente que dão origem aos tecidos embrionários e extra-embrionários o Gonadais → testículos ▪ Raros na infância ▪ Adolescência – 15 a 19 anos o Extra-gonadais ▪ Sacrococcígeo, retroperitoneal, mediastinal, SNC → linha média APOSTILA DE PATOLOGIA SISTEMA GENITAL VALESKA BARIMACKER 15 | P á g i n a • Função – manutenção da viabilidade dos espermatozoides • Tubo longo e enovelado formado por tecido conjuntivo e músculo liso • Revestido por epitélio pseudo-estratificado prismático com estereocílios o Com grânulos de secreção e vesículas o Com lisossomos – pinocitose de resíduos da espermiogênese INFLAMAÇÕES A. Epididimite o A inflamação do epidídimo é mais comum do que a do testículo o Geralmente é causada por gonorreia e tuberculose o Em crianças é mais comum estar associada a anormalidades geniturinárias congênitas e infecções por gram- negativas o Em homens sexualmente ativos com menos de 35 anos, é mais comum ser por Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae o Em homens com mais de 35 anos, é mais comum ser por patógenos urinários – E. coli e Pseudomonas o Na maioria dos casos, as células de Leydig não são totalmente destruídas, preservando a atividade sexual o O envolvimento testicular secundário pode levar a esterilidade, em virtude de haver cicatrização local Causas de Infertilidade Masculina Pré-testiculares • estímulos hormonais da hipófise, adeno-hipófise e hipotálamo Testiculares • espermatogênse deficiente e idiopática → encaminhar para estudo genético • iatrogênicas – fármacos, radiação, cirurgia • traumas Pós-testiculares • desenvolvimento, infecções, traumas, vasectomiaSISTEMA GENITAL APOSTILA DE PATOLOGIA 16 | P á g i n a V A L E S K A B A R I M A C K E R ❖ Produção de gametas – ovócitos ❖ Desenvolvimento do embrião Órgãos externos • Monte do púbis – acúmulo de gordura recoberto por pelos pubianos • Lábios do pudendo – proteção da vagina • Clitóris – tecido erétil • Bulbo do vestíbulo • Glândulas vestibulares maiores Vulva Órgãos internos • Ovários – 2 • Tubas uterinas – 2 • Útero – 1 • Vagina – 1 INFECÇÕES • Maioria é transmitida via contato sexual • Diagnóstico – clínica, exame microscópico, microbiologia e molecular • A microbiota normal é composta por lactobacilos – alimentam-se do glicogênio presente nas células superficiais da ectocérvice → mantém o Ph ácido da vagina A. Herpes simples – tipo 2 o É comum e geralmente afeta vulva, vagina e colo o Lesões aparecem de 3 a 7 dias após o contato sexual ▪ Pápulas vermelhas e dolorosas ▪ Evoluem com vesículas e úlceras coalescentes ▪ Cicatrizam e 1 a 3 semanas o Infecção inicial produz sintomas sistêmicos – febre, mal-estar e linfonodos inguinais dolorosos o Quando compromete cérvice e vagina, causa leucorreia o Pode ocorrer transmissão vertical B. HPV – Papiloma vírus humano o É uma IST prevalente em jovens entre 20 e 29 anos C. Sífilis – Treponema pallidum o Apresenta-se como lesão genital ulcerada, indolor e com consistência endurecida o Na histologia, há infiltrado importante de plasmócitos, células bem coradas e com núcleo descolado para a lateral APOSTILA DE PATOLOGIA SISTEMA GENITAL VALESKA BARIMACKER 17 | P á g i n a D. Candidíase – Candida o Mais comum é a C. albicans o Quando for candidíase de repetição, é mais provável que seja a não-albicans o Manifesta-se como pequenas áreas brancas superficiais o Acompanha leucorreia e prurido o Identificada no exame a fresco o Na histologia, observamos as hifas o Ausência de microbiota E. Tricomoníase – Trichomonas vaginalis o Protozoário flagelado e ovoide o Identificado no exame a fresco o Acompanha secreção purulenta, espumosa, de odor fétido, de coloração amarelo-esverdeada, desconforto local, disúria e dispareunia o Mucosa de coloração avermelhada – processo inflamatório → colo em morango/framboesa F. Gonorreia – Neisseria gonorrhoeae o É um diplococo gram-negativo o Diagnóstico por cultura G. Vaginite e Cervicite o Causada por muitos patógenos o Mycoplasma e Chlamydia estão associadas a casos de abortos o Gardenerella está implicado em casos onde não se consegue encontrar outros microorganismos → lactobacilos o Clínica – corrimento fino e homogêneo, odor desagradável quando realizado o teste de aminas e Ph maior do que 4,5 H. Doença Inflamatória Pélvica – DIP o Caracterizado por dor pélvica, anexos sensíveis à palpação, febre e secreção vaginal o É resultante de infecções por gonococos, Chlamydia e bactérias entéricas o Gonococo – causa mais comum e a complicação mais grave da gonorreia em mulheres ▪ Geralmente começa na glândula de Bartholin ▪ O acometimento do colo é comum e geralmente assintomático o Pós-parto ou abortamentos – é polimicrobiana o Complicações – peritonite SISTEMA GENITAL APOSTILA DE PATOLOGIA 18 | P á g i n a V A L E S K A B A R I M A C K E R • É revestida por pele e mucosa escamosa • Abertura da vagina = vestíbulo → é o local onde se abre a uretra e os ductos das glândulas vestibulares • Presença de várias glândulas sudoríparas, écrinas e apócrinas • Glândulas de Bartholin – produzem o líquido que lubrifica a vagina durante o estímulo sexual • Glândulas de Skene – produzem e expelem um líquido incolor ou esbranquiçado e viscoso pela uretra → ejaculação feminina • Histologia – epitélio estratificado pavimentoso ANOMALIAS CONGÊNITAS A. Hipertrofia dos pequenos lábios B. Imperfuração do hímen Obs: Hematocolpo – retenção de secreção e de sangue do período menstrual Hematométrio – retenção do sangue no útero por atresia da vagina – não tem abertura Hematosalpinge – sangramentos nas tubas uterinas CISTOS A. Cisto de Bartholin o Inflamação aguda da glândula que pode originar um abcesso o São relativamente comuns em qualquer idade o Causa – obstrução do ducto de Bartholin por alguma infecção precedente o Histologia – epitélio de transição do ducto normal ou por metaplasia escamosa o Clínica – dor e desconforto local o Tratamento – excisão ou marsupialização, que é deixa-lo aberto B. Cistos foliculares o São cistos epiteliais ou queratinosos revestidos por epitélio estratificado escamoso C. Cistos Mucinosos o São revestidos por células colunares mucinosas VESTIBULITE VULVAR • Clínica – dor crônica → vulvudinia o Inflamação da mucosa da superfície e das glândulas vestibulares → inflamação crônica, recorrente e intensamente dolorosa o Presença de pequenas ulcerações → causa extrema sensibilidade local • Tratamento cirúrgico, mas nem sempre é eficaz LEUCOPLASIA • Inflamação da vulva caracterizada por: o Espessamento da mucosa de maneira semelhante a placas o Aparência escamosa, branca e opaca o Gera desconforto vulvar e prurido • Causas o Vitiligo – despigmentação o Dermatoses inflamatórias – psoríase e dermatite crônica o Neoplasias – serão vistas adiante • O tratamento é difícil, pois pode haver os dois tipos de líquen na mesma área, além de serem lesões múltiplas A. Líquen Escleroso o Atrofia, fibrose e cicatrização o Mais comum após a menopausa o Desenvolvimento insidioso, lento e progressivo o Não é condição pré-cancerosa o Morfologia ▪ Coloração cinza pálida semelhante a pergaminho(amadoh?) ▪ Lábios atrofiados e introito estreitado APOSTILA DE PATOLOGIA SISTEMA GENITAL VALESKA BARIMACKER 19 | P á g i n a o Histologia ▪ Atrofia – adelgaçamento da epiderme e consequente desaparecimento das cristas interpapilares ▪ Degeneração hidrópica das células basais ▪ Substituição da derme subjacente por tecido fibroso colagenoso denso ▪ Infiltrado linfocítico monoclonal em formas de faixas B. Líquen Simples Crônico o Resulta da fricção ou da raspagem da pele para aliviar prurido o Histologia ▪ Acantose ▪ Hiperceratose ▪ Epitélio está espessado e pode exibir aumento da atividade mitótica na camada basal e/ou na espinhosa ▪ Invasão linfocítica na derme NEOPLASIAS BENIGNAS A. Hidradenoma Papilar o Nas glândulas sudoríparas o Nódulo nítido e circunscrito o Células colunares secretoras com células mioepiteliais externamente B. Siringoma o Tumores das glândulas sudoríparas écrinas C. Condiloma Acuminado o Lesão exofítica o Estimulação viral no crescimento o IST – HPV tipos 6 e 11 o Histologia ▪ Formação de coloicitose – halos claros ao redor do núcleo ▪ Hiperceratose ▪ Atipia celular D. Tumores Mesenquimais o São mais raros o Hemangioma o Fibroma o Leiomioma NEOPLASIAS PRÉ-MALIGASE MALIGNAS NIV – Neoplasia Intraepitelial Vulvar → Pré- malignas A. NIV Usual o HPV relacionado ao câncer de alto risco o Muitas vezes é precedida por uma displasia – NIV o Associada a Carcinoma in Situ ou Doença de Bowen o Subtipos ▪ Verrucoso – espessura epitelial substituída por células de maturação e diferenciação irregular com coloicitose e pleomorfismo celular ▪ Basaloide – substituição do epitélio escamoso por células basais, pequenas, com maturação anormal e ausência de queratinização – é rara a presença de células multinucleadas, mas as células imaturas apresentam pelomorfimos, hipercromasia e múltiplos núcleos ▪ Misto o Macroscopia ▪ Placas brancas ou pigmentadas da vulva o O risco de progressão a um câncer invasivo aumenta de acordo com a idade da paciente, sendo maior em mulheres mais velhas SISTEMA GENITAL APOSTILA DE PATOLOGIA 20 | P á g i n a V A L E S K A B A R I M A C K E R B. NIV Diferenciado o Associado à hiperplasia de células escamosas e ao líquen escleroso o Não tem como característica a associação com o HPV, embora possa ocorrer o Acúmulo da proteína p53 o Histologia ▪ Agrupamento de células neoplásicas em focos de localização intraepitelial ▪ Alterações nucleares sutis ▪ Hiperceratose ▪ Discariose e mitose limitadas às camadas basal e parabasal C. Carcinoma de Células Escamosas o Relacionado ao HPV ▪ Geralmente associados a outras carcinomas genitais ▪ Mulheres com menos de 65 anos o Não Relacionado ao HPV ▪ Etiogenia desconhecida ▪ Mulheres com mais de 65 anos ▪ Aspecto queratinizante D. Melanoma Maligno o São raros o Acomete mulheres entre 50 e 60 anos o O prognóstico é ruim o Pode ser confundido com a doença de Paget – diferenciação se dá com imuno- histoquímica E. Doença de Paget extramamária o Lesão rara e singular o Manifesta-se como uma área bem demarcada com contorno semelhante a um mapa, vermelha, encrostrada e pruriginosa o Geralmente acomete grandes lábios o Geralmente confinada aos folículos pilosos e às glândulas sudoríparas adjacentes o Quando se associa com adenocarcinoma, o prognóstico é ruim, mas é pouco comum • É um canal fibromuscular de 8 a 10 cm de comprimento que se dilata durante a excitação sexual e une a vulva ao útero • Em sua abertura externa, existe uma membrana circular cuja função é de proteção → hímen • Funções: o Local onde se deposita o esperma o Expulsão da menstruação o Canal do parto • Histologia o camadas – mucosa(1), muscular e adventícia o Não há glândulas na região ▪ Por isso não existe secreção vaginal considerada normal, mas sim conteúdo vaginal o A forma da célula vai ser representativa do ciclo menstrual ▪ estrógeno faz com que haja acúmulo de glicogênio → por isso que na região há lactobacilos – o glicogênio serve de alimento para eles ▪ progesterona inibe a maturação das células superficiais, fazendo com que haja células intermediárias na superfície cuidado: só pode ocorrer isso em um determinado período menstrual, caso contrário é indicativo de alterações de crescimento APOSTILA DE PATOLOGIA SISTEMA GENITAL VALESKA BARIMACKER 21 | P á g i n a ANOMALIAS CONGÊNITAS • pode decorrer de síndromes genéticas • pode decorrer de distúrbios associados a anormalidades na sinalização epitelial- estromal recíproca A. Ausência total da vagina o Extremamente rara o Só acontece quando há malformações graves em todo o aparelho genital B. Vagina Septada o Surge em decorrência da fusão incompleta dos ductos müllerianos o Acompanha útero didelfo (duplo) C. Cistos do Ducto de Gartner o Relativamente comuns o Derivados de remanescentes do ducto de Wolff o São cistos de 1 a 2 cm compostos por líquido e que surgem na submucosa o Compostos por células escamosas, transicional ou colunar, depende da porção – a célula colunar provém do remanescente dos ductos mesonéfricos D. Adenose vaginal o Presença de epitélio colunar mülleriano abaixo do epitélio escamoso, podendo substitui-lo ou não o Observado em meninas em que as mães, durante a gestação, foram tratadas com diethylstilbestrol o Clínica – focos granulares vermelhos TUMORES BENIGNOS A. Pólipo Fibroepitelial o É uma lesão pseudoneoplásica – pré- neoplásico o Tumor no estroma B. Tumores Mesenquimais o São raros o Leiomiomas o Rabdomiomas o Neurofibromas TUMORES MALIGNOS A. Carcinoma de Células Epiteliais o NIVA – neoplasia intraepitelial vaginal → displasia precursora o É o mais frequente na vagina o Geralmente associado ao HPV o Fator de risco – diagnóstico prévio de carcinoma de colo ou de vulva o Histologia ▪ Começa com foco de espessamento epitelial na junção com a ectocérvice ▪ Progride para uma massa semelhante a uma placa ▪ Lesões superiores – metástase para linfonodos ilíacos regionais ▪ Lesões inferiores – metástase para linfonodos inguinais o Clínica ▪ Secreções pequenas e irregulares ▪ Leucorreia B. Adenocarcinoma – Carcinoma de células claras o São raros o Geralmente acomete mulheres jovens que sofrem de adenose vaginal, em virtude do tratamento durante a sua gestação o Possui crescimento insidioso e invasivo → difícil tratamento o Localizados mais comumente na parede anterior da vagina o Acomete mulheres entre 15 e 20 anos o As células são vacuoladas e com glicogênio C. Rabdomiossarcoma Embrionário o Remanescentes de células embrionárias o Formação de cachos de uva – botrioide o Presente em crianças menores de 4 anos o Apresentam-se como massas polipoides, arredondadas e volumosas que preenchem toda a vagina e se projetam para fora dela SISTEMA GENITAL APOSTILA DE PATOLOGIA 22 | P á g i n a V A L E S K A B A R I M A C K E R o Histologia ▪ Células pequenas e com núcleos ovais ▪ Pequenas protusões de citoplasma em uma das extremidades – assemelha-se a uma raquete de tênis ▪ As células ficam amontoadas em uma camada abaulada, mas, profundamente, podem estar situadas em um tecido fibroso e frouxo, que é edematoso – pode ser confundido com pólipos benignos inflamatórios • É a região de conexão da cavidade uterina com a vagina e, consequentemente, com o meio externo • Em nulíparas, a cérvice é menor e mais arredondada do que nas multíparas, em que passa a ser maior e mais ovalada/em fenda Ectocérvice – epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado • É a parte visível na vagina • Possui coloração esbranquiçada • Não possui glândulas • Células vacuolizadas e ricas em glicogênio – aparência mais clara • CT – tecido conjuntivo • BM – membrana basal • L1 – células basais → camada única • L2 – células Parabasais → o citoplasma começa a ficar mais evidente, em virtude de começar o processo de maturação epitelial • L3 – células intermediárias → é a maior camada, as células começam a ter o núcleo mais evidente, mostrando atividade celular • L4 – células superficiais → apresentam vacuolização • L5 – células descamativas Junção escamo-colunar – JEC • É a transição entre os dois tipos de epitélio do colo uterino • É microscópica• Zona T – de transformação o Porção da endocérvice limítrofe com a ectocérvice onde ocorre a metaplasia escamosa • O epitélio metaplásico pode obstruir a saída das glândulas endocervicais, acumulando a secreção mucosa dentro dessas glândulas → forma os cistos de Naboth • Mudanças de acordo com o estímulo hormonal o Há dinamicidade – expõe mais ou menos a situações adversas o A metaplasia escamosa se dá para diminuir traumas o Pós-menopausa há mais chance de infecção ▪ Perda dos lactobacilos da microbiota residente ▪ Há diminuição do epitélio estratificado, tornando-o mais fino APOSTILA DE PATOLOGIA SISTEMA GENITAL VALESKA BARIMACKER 23 | P á g i n a o Mosaico ▪ Fino ▪ Grosseiro Endocérvice – epitélio cilíndrico simples mucoso • A glândula é tubular ramificada EXAMES E TESTES PARA SER REALIZADOS A. Teste de Iodo de Schiller o Negativo – normal → glicogênio reage com o iodo (iodo-positivo) ▪ Ectocérvice marrom ▪ Endocérvice amarela o Positivo – alterada → não reage com o iodo (iodo-negativo) B. Ácido Acético o Negativo – normal → não pinta o colo do útero o Positivo – alterações → áreas acetobrancas C. Padrão da Lesão o Pontilhado ▪ Fino ▪ Grosseiro Obs: Chiller positivo + mosaico grosseiro → pensar em displasia, tendo perda da estratificação D. Citopatológico o é a melhor maneira de prevenção e prognóstico de lesões encontradas na região o pode ser convencional ou por meio líquido, mas o resultado é o mesmo, apesar do meio líquido deixar a lâmina mais limpa do muco da endocérvice o Normal – células grandes, com o núcleo pequeno, de coloração alaranjada, pois tira a região superficial do epitélio INFLAMAÇÕES A. Cervicites o A endocérvice responde às alterações de Ph produzidas por microorganismos através de proliferação de células de reserva, levando à metaplasia escamosa o crônica ▪ essa metaplasia escamosa forma um infiltrado inflamatório no muco que obstrui as papilas glandulares, como no Cisto de Naboth ▪ infiltrado é composto por linfócitos, macrófagos e plasmócitos ▪ pode haver necrose e tecido de granulação ▪ Epitélio apresenta hiperceratose e paraceratose – epidermização ▪ Presença de edema intracelular – espongiose o Aguda ▪ pode gerar perda do revestimento através de erosão ou de ulceração e pode gerar reparo tecidual B. Pólipos Endocervicais o É uma hiperplasia focal da mucosa com proliferação do estroma fibromixomatoso frouxo o As glândulas muco-secretoras apresentam-se dilatadas o Não apresenta atipia celular o Pode desencadear uma inflamação crônica o Apresentam consistência mole, quase mucoide o Clínica: sangramentos, aumento do corrimento vaginal o Tratamento: cirúrgico SISTEMA GENITAL APOSTILA DE PATOLOGIA 24 | P á g i n a V A L E S K A B A R I M A C K E R TUMORES BENIGNOS A. Leiomiomas o Crescimento de células bem diferenciadas o Crescimento lento o Clínica: sangramentos, prolapso e dor (de parto) B. Prolapso Uterino o Saída do útero pelo canal vaginal LESÕES PRECURSORAS • Há a perda da arquitetura normal • O crescimento está acelerado, então não há tempo para ocorrer a maturação • Membrana basal continua intacta • Geralmente ocorre na ectocérvice • O principal agente é o HPV • Graus de displasia o NIC 1 (leve) → LIEBG – lesão epitelial de baixo grau ▪ Núcleos maiores, homogêneos, ▪ As células se parecem com a camada intermediária o NIC 2 e 3 (moderada e acentuada) → LIEAG – lesão epitelial de alto grau ▪ Núcleos grandes, bem corados ▪ Quase não tem citoplasma ▪ Podemos encontrar mitose ▪ Presença de vacúolos perinucleares – Coilócito → são diferentes dos que abrigam glicogênio NEOPLASIAS MALIGNAS A. Carcinoma de Células Escamosas o É o mais frequente de todos e acomete mulheres com mais de 20 anos o Associado ao HPV – 16 e 18 o Padrão exofítico ▪ É o mais comum ▪ Produz uma massa que se projeta sobre a mucosa circundante o Padrão ulcerativo o Padrão infiltrativo o As metástases ocorrem mais frequentemente no fígado, nos pulmões e na medula óssea o Morfologia ▪ Células relativamente grandes ▪ Pode ser queratinizado – na seta do corte histológico é possível visualizar as pérolas córneas ▪ Pode apresentar pequenos aglomerados de tumores associados ➢ Carcinomas escamosos mal diferenciados de células pequenas ➢ Carcinomas indiferenciados de células pequenas – neuroendócrinos (grão de aveia) → assemelham-se com os carcinomas de células escamosas do pulmão e apresentam um péssimo prognóstico (propagação linfática precoce e associado ao HPV 18) APOSTILA DE PATOLOGIA SISTEMA GENITAL VALESKA BARIMACKER 25 | P á g i n a B. Adenocarcinoma In Situ o Membrana basal do epitélio intacta – é o que dá o caráter não-invasivo → a borda do epitélio é lisa o É o epitélio da endocérvice que é acometido o Histologia ▪ Células superficiais com núcleo aumentado e hipercorado ▪ Células basais apresentam poucas alterações ou nenhuma Invasivo o Geralmente é precedido por uma displasia de alto grau – In Situ o Quando sofrem invasão, apresentam características semelhantes ao escamosos – o que os diferenciam é que o adenocarcinoma não é causado pelo HPV • Órgão oco responsável pelo desenvolvimento do embrião durante a gravidez A. Menacma B. Pós-menopausa • Composto por 3 camadas: o Mucosa – endométrio ▪ Epitélio colunar simples ▪ Presença de glândulas tubulares ▪ Dividido em camada funcional (3) e camada basal (2) ➢ A camada funcional é quem recebe o estímulo hormonal e varia a sua espessura de acordo com a fase do ciclo menstrual o Muscular – miométrio (1) ▪ Composta por 3 camadas de músculo liso que são difíceis de separar microscopicamente o Serosa/adventícia – perimétrio ▪ Cercado por uma fina camada de tecido conjuntivo • Fase menstrual – dias 1 a 4 do ciclo o Isquemia e descamação da camada funcional o Controlada por estrógenos – causa contração da musculatura → dor Possíveis etapas da patogênese das neoplasias cervicais SISTEMA GENITAL APOSTILA DE PATOLOGIA 26 | P á g i n a V A L E S K A B A R I M A C K E R • Fase proliferativa/folicular – dias 5 a 14 o Células da camada basal começam a se dividir → regeneração do epitélio o Citoplasma é mais escasso o As células começam a ficar maiores, dando a aparência de pseudo- estratificado o Predomínio de ação de estrógenos • Fase secretora/lútea – dias 15 a 28 do ciclo o Começa com a ovocitação → interrompe a proliferação e prepara o útero para a nidação o Há acúmulo de glicogênio e dilatação do lúmen – formação de vacúolos perinucleares o Glândulas passam a ter formato de “dente em serrote” e passam a secretar nutrientes → nutrir o embrião DISTÚRBIOS FUNCIONAIS DO ENDOMÉTRIO A. Ciclo Anovulatório o Maior causade sangramento disfuncional o Ocorre o estímulo excessivo e prolongado do endométrio pelos estrógenos sem o desenvolvimento de uma fase progestacional o Mais comuns na menarca e na perimenopausa B. Fase Lútea Inadequada o Funcionamento inadequado do corpo lúteo e baixa produção de progesterona o Acompanha ciclo ovulatório normal o Clínica – infertilidade, aumento do sangramento ou amenorreia C. Alterações Menopáusicas e pós- menopáusicas o Há alterações na arquitetura das glândulas do endométrio – dilatação cística o Difere da hiperplasia cística mais ativa por não haver evidência de proliferação glandular e estromal INFLAMAÇÃO A. Endometrite Aguda o Acomete o endométrio o é pouco frequente, uma vez que o colo do útero serve como barreira de proteção o surge após o parto, abortos ou com dispositivos intrauterinos o Estreptococos do grupo A e estafilococos o Aspecto purulento e abcessos o Tratamento – curetagem B. Endometrite Crônica o Pode ser específica ou inespecífica o Relacionada com a DIP o Clínica – sangramentos anormais, dor pélvica e infertilidade HEMORRAGIA UTERINA DISFUNCIONAL – HUD • É um sangramento excessivo, prolongado e que pode ocorrer durante ou entre os períodos menstruais • Esse sangramento é proveniente do endométrio e não apresenta lesões orgânicas primárias do útero → associado a distúrbios hormonais • Ocorre em ciclos anovulatório – excesso de estímulo do estrógeno, proliferando mais o endométrio • Fase luteinica inadequada • Descamação irregular – mais de 15 dias → realizar curetagem • Molde decidual – eliminação de fragmentos do tecido endometrial → dismenorreia membranácea, dor intensa • Climatério • Pólipos e leimiomas APOSTILA DE PATOLOGIA SISTEMA GENITAL VALESKA BARIMACKER 27 | P á g i n a DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO A. Endometriose o Presença de glândulas ou de estroma fora do útero o Clínica – dor pélvica, infertilidade, dismenorreia B. Adenomiose o Presença de tecido dentro da parede uterina – no miométrio o Clínica – menometrorragia, dor durante a relação sexual (dispaurenia), dor pélvica, desconforto menstrual C. Pólipos o Massas sésseis com tamanhos variado que se projetam para dentro da cavidade endometrial o Pode ser único ou formando massas múltiplas o São responsivos ao estrógeno – crescimento o Não responsivos à progesterona o Pode estar relacionado ao Tamoxifeno, utilizado no tratamento de CA de mama, mas ainda carece de comprovação o Podem ser sésseis ou pediculados o Tipos ▪ Composto pelo endométrio funcional ▪ Endométrio hiperplásico cístico o Clínica – varia de assintomática para sangramento anormal → envolve ulceração ou necrose o Raramente evolui para neoplasias malignas D. Hiperplasia o Crescimento excessivo do endométrio o Há quantidade maior do tecido glandular, que continua apresentando a mesma aparência, mas com maior quantidade de ductos → processo irreversível o Causas – obesidade, menopausa, síndrome dos ovários policísticos, tumores ovarianos funcionantes, administração prolongada de estrógenos, função cortical ovariana excessiva E. Hiperplasia glandular cística o Aumento da quantidade de células – há maior quantidade de parênquima em relação ao estroma o As glândulas ficam irregulares, alargadas, podendo ter atipias o Clínica – pode causar sangramento o Pode levar a um quadro de metaplasia tubária – apresentam cílios nas células do endométrio o Pode ser precursora de adenocarcinoma endometrial NEOPLASIAS MALIGNAS DO ENDOMÉTRIO A. Adenocarcinoma o Incomum antes dos 40 anos o Possui predisposição genética o Apresenta aspectos clínicos inespecíficos, o que leva a um difícil diagnóstico clínico o Em geral pouco diferenciados o São insensíveis à terapia com progesterona o Tipo I – carcinoma endometrioide ▪ Está associado à hiperplasia endometrial e hormonal ▪ Fatores de risco são semelhantes aos da hiperplasia ▪ Tumor polipoide, friável e com área de necrose ▪ Aparência perfurado, tortuoso, com as glândulas heterogêneas, conjunto de células endometriais invadindo o miométrio SISTEMA GENITAL APOSTILA DE PATOLOGIA 28 | P á g i n a V A L E S K A B A R I M A C K E R ▪ Aparência back to back – células dispostas umas às outras devido a escassez de estroma o Tipo II – Carcinoma Seroso ▪ Acomete mulheres mais velhas ▪ Tem relação com epitélio atrófico ▪ São volumosos, invasivos e apresentam disseminação linfática ou tubária ▪ Histologia bastante atípica, com formação papilar e irregular, alta taxa mitótica ▪ Perde a aparência glandular B. Carcinosarcoma – tumores Mülleriano misto • Acomete mulheres com mais de 65 anos • Possui um caráter agressivo resultando em baixa sobrevida à paciente – metastáticos • São adenocarcinomas do endométrio que sofrem diferenciação maligna do estroma – podem apresentar características de células do mesoderma, tais como músculo estriado e cartilagem • Clínica – sangramento pós-menopáusico • Macroscopia – tumores possuem aspecto mais carnoso, podendo ser volumosos e polipoides. TUMORES BENIGNOS DO MIOMÉTRIO A. Leiomioma o Cada um é uma neoplasia clonal singular o Submucosos – podem apresentar sangramentos anormais, não conseguem engravidar o Intramural – dentro da parede o Subseroso – fora da parede o Clínica – pode causar dor, sangramentos, alteração da frequência urinária TUMORES MALIGNOS DO MIOMÉTRIO A. Leiomiossarcomas o Crescimento com pleomorfirmos o Presença de atipia celular o Diferencia-se do tumor benigno por apresentar irregularidades na superfície • Responsáveis pelo transporte do óvulo até o útero para que ocorra a nidação 1. Camada externa de músculo liso 2. Projeções com formato de dedos – fímbrias → alicerçadas em tecido conjuntivo APOSTILA DE PATOLOGIA SISTEMA GENITAL VALESKA BARIMACKER 29 | P á g i n a • Histologia o Aspecto altamente pregueado, em especial na região da ampola o Revestido por epitélio cilíndrico simples o São células secretoras de muco (na seta amarela) e com cílios (na seta preta), que ajudam o movimento do espermatozoide na fecundação ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIAS A. Hematossalpinge – por gravidez tubária B. Infecção secundária – hematocele retrouterina C. Infarto hemorrágico – por torção do pedículo INFLAMAÇÕES A. Salpingite supurativa o Pode ser causada por qualquer um dos organismos piogênicos – mais comum é gonococo e clamídia o Faz parte da DIP B. Salpingite Tuberculosa o É rara o Causa infertilidade por fibrose TUMORES E CISTOS A. Cistos o Os cistos são as lesões primárias mais comuns da tuba Hidátides de Morgagni – cistos serosos (circulados em amarelo) B. Tumor Adenomatoide o Tumor benigno o São mesoteliomas que ocorrem na mesossalpinge C. Adenocarcinoma Seroso o São tumores malignos raros o Podem apresentar sangramento anormal • são as gônadas femininas • bilateral • tem como função a produção e a liberação do ovócito e a produçãoe liberação de hormônios necessários para a fertilidade, a menstruação e a maturação sexual das mulheres HISTOLOGIA CISTOS A. Foliculares o São formados a partir dos folículos o Revestido internamente pela granulosa e externamente pela TECA o Rompimento – causam dor abdominal B. Policistos o Geralmente está associado com o excesso de andrógenos o Revestido por células granulares o Pode haver hiperplasia da teca – gera produção de estrógenos → hiperplasia endometrial TUMORES BENIGNOS A. Cistoadenoma seroso o Possui epitélio semelhante ao epitélio tubário o A superfície é lisa o Preenchido por um líquido mais amarelado claro SISTEMA GENITAL APOSTILA DE PATOLOGIA 30 | P á g i n a V A L E S K A B A R I M A C K E R B. Cistoadenoma Seroso papilífero o É o mesmo cistoadenoma seroso comentado anteriormente, mas agora possui superfície papilomatosa ação do estrógeno faz com haja a proliferação de cílios no local C. Tumor de Brenner – células transicionais o São de células parecidas com o ureotélio o Pós-menopausa o Crescimento lento o Estroma fibroso denso o Macroscopicamente – bem demarcado, de coloração branca a amarelada, mais sólido D. Fibroma o É um tumor benigno do estroma não funcionante o A superfície é mais lisa o Geralmente são unilaterais o Coloração mais clara o Aspecto fasciculado o É importante o diagnóstico diferencial de outros tumores E. Tecoma o Tumor bem sólido, mas que pode apresentar um centro cístico o Proveniente das células da teca o Geralmente unilateral o Pós-menopausa o Pouco frequente TUMORES MALIGNOS A. Cistoadenoma seroso papilífero o Surge da serosa do ovário o Composto por partes sólidas intercaladas com partes mais moles o Dificilmente possuem apresentação clínica o Histologia B. Cistoadenocarcinoma mucinoso o Cistos preenchidos por substâncias gelatinosas o Externamente apresenta aparência brilhante o Podem chegar a 25 kg APOSTILA DE PATOLOGIA SISTEMA GENITAL VALESKA BARIMACKER 31 | P á g i n a TUMORES DA GRANULOSA • Pode se apresentar em 3 regiões distintas • Pode ter caráter benigno ou maligno, mas dificilmente tem como diferenciar na histologia DISGERMINOMA • São tumores grandes e firmes • Pode haver a presença de cicatrizes • Variedade bem diferenciada • Possui cavidade cística com conteúdo mais amarelado • As células formadoras são as células germinativas primordiai 1. Aulas da Prof. Draº Daniela Augustin Silveira 2. Aulas da Prof. Draº Jossimara Polettini 3. KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran – Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005 4. http://professor.ufrgs.br/simonemarcuzzo/files/urogenital.pdf 5. https://aprender.ead.unb.br/pluginfile.php/119566/mod_resource/content/1/Sistema%20genital.pdf 6. https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/sistemas/sistema-genital/sistema-genital- masculino/escroto/ 7. RUBIN, Emanuel, et al. Rubin: Bases Clinicopatológicas de Medicina. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 8. https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/sistemas/sistema-genital/sistema-genital-feminino/ 9. https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032008000800008 10. https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442002000100011 11. http://anatpat.unicamp.br/lamgin1.html 12. https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/utero http://professor.ufrgs.br/simonemarcuzzo/files/urogenital.pdf https://aprender.ead.unb.br/pluginfile.php/119566/mod_resource/content/1/Sistema%20genital.pdf https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/sistemas/sistema-genital/sistema-genital-feminino/ https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032008000800008 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442002000100011 http://anatpat.unicamp.br/lamgin1.html https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/utero
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