Buscar

AULA 10 - Saúde da mulher no puerpério

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

IESC IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 O período chamado puerpério inicia-se logo após o parto e 
estende-se de 6 a 8 semanas, e é quando ocorre o retorno dos 
órgãos reprodutivos ao estado pré-gravídico. 
 Pode ser dividido em: 
 
 Primeira Semana de Saúde Integral: é uma estratégia do 
Ministério da Saúde que preconiza atividades de atenção à saúde 
de puérperas e RN. Suas ações objetivam a triagem neonatal, a 
triagem auditiva, a checagem de vacinação BCG e de hepatite B 
e a avaliação do 
aleitamento 
materno, para 
orientação e apoio 
 A primeira visita 
domiciliar em 
até sete dias! 
 Para bebê de alto 
risco: Se foi dada a 
classificação de risco 
para o bebê, a visita 
deverá acontecer nos primeiros três dias após a alta, além do 
retorno da mãe e do bebê ao serviço de saúde e uma visita 
domiciliar, entre sete a 10 dias após o parto. 
 Se na gravidez já se iniciaram mudanças físicas, psicoemocionais 
e sociais na vida da família, atingindo com maior impacto a vida 
da mulher, no puerpério essas alterações se intensificam. 
 Como médico da APS e profissional estudante, deve-se zelar 
pela adaptação da mulher às alterações físicas e emocionais e 
oportunizar o desenvolvimento de habilidades que proporcionem 
segurança nos cuidados com seu bebê. 
 PUERPÉRIO HABITUAL: Imediatamente após a saída do bebê a 
involução uterina se inicia. É 
extremamente relevante que você 
conheça sobre fenômenos 
regressivos do puerpério (involução 
uterina e loqueação) e sobre as 
modificações locais e sistêmicas 
decorrentes da gestação e 
recuperação do parto: 
 Temperatura axilar: há elevação no 2º e 4º dia, coincidindo 
com a apojadura, também pode ocorrer nas pacientes 24 
horas após o parto sem, no entanto, haver necessidade de 
ter quadro infeccioso. 
 Pele: torna-se seca e cabelos podem cair em demasiado. 
 Pulso: às vezes, torna-se baixo (pulso de Blot). 
 Peso: há acentuada perda nos primeiros dias, 
aproximadamente 5 kg logo após o parto e mais 1 kg a 3 
kg nos primeiros dias de puerpério que é atribuído a maior 
eliminação loquial, secreção láctea e diurese. 
 Corrimento com odor: o cheiro nessa fase pode ser 
característico e quando fétido pode significar quadro 
infeccioso. 
 Eliminação do conteúdo uterino no pós-parto: lóquios rubra: 
sangue vivo eliminado nos primeiros dias; lóquios serosa: de 
3 a 4 dias a eliminação fica descorada; lóquios alba: em 
torno do 10º dia, a eliminação fica esbranquiçada. Fique 
atento: a quantidade e o odor podem estar associados à 
subinvolução, um quadro de retenção de restos 
placentários ou infecção pélvica. 
 Função ovulatória: menos frequente nas mulheres que 
amamentam regularmente, porém pode ocorrer mesmo 
durante a lactação. A ovulação pode ser o primeiro 
fenômeno de retorno à fertilização, assim, não se deve 
esperar o retorno da menstruação para iniciar a 
anticoncepção. 
 Mamas: espera-se a presença de colostro e que nos 
próximos dias ocorra a apojadura. Devido ao aumento do 
fluxo sanguíneo e do tamanho das células secretoras as 
mamas encontram-se aumentadas de tamanho, podem ter 
a temperatura elevada e presença de dor. 
 PUERPÉRIO PATOLÓGICO: ocorre quando complicações se 
instalam a partir do terceiro período do trabalho de parto até 
mais ou menos 45 dias do pós-parto 
 As principais complicações são infecções, hemorragia, 
tromboflebites, patologiasmamárias, perturbações 
urinárias e sofrimento mental. 
 A hemorragia é a principal causa de morte materna no 
mundo e a segunda no Brasil. 
 É caracterizada pela perda sanguínea maior que 500 ml 
para parto vaginal ou maior que 1.000 ml para cesárea ou, 
ainda, queda de 10% no hematócrito entre a internação e 
o período pós-parto. 
Saúde da mulher no puerpério 
IESC IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 Ao identificar sinais de hemorragia, o rápido 
encaminhamento deve ser realizado, esse é um caso de 
urgência clínica. 
 RISCO PARA O PUERPÉRIO PATOLÓGICO: 
 
 CONSULTA PUERPERAL: 
 Como foi a gestação. 
 Como ocorreu o parto (data; tipo de parto; procedimentos 
realizados; se parto cesárea, qual indicação desse tipo 
departo). 
 Se houve alguma intercorrência na gestação, no parto ou 
no pós-parto (febre, hemorragia, hipertensão, diabetes, 
convulsões, sensibilização de Rh). 
 Apresenta dor, sangramento, fluxo vaginal, sintomas 
urinários e febre. 
 Se realizou testagem para IST/HIV/Aids ehepatites e 
recebeu aconselhamento. 
 Se realizou todas as doses do calendário vacinal da 
gestante. 
 Se fez uso de medicamentos durante a gestação (ferro, 
ácidofólico, vitamina A, outros). 
 Como são as práticas de aleitamento (frequência das 
mamadas, período, dificuldades na amamentação, 
satisfação do RN com as mamadas, condições das mamas). 
 Qual o padrão de alimentação, sono, atividades física e de 
lazer. 
 Deseja realizar planejamento familiar (deseja ter mais 
filhos, deseja usar método contraceptivo, métodos já 
utilizados, método de preferência). 
 AVALIAR: 
 Cicatrização e sutura (parto normal com episiotomia 
oulaceração/cesárea). 
 O períneo (processo de cicatrização, presença de 
secreção, sangramento e hematoma). 
 A loqueação (cor, quantidade e odor). 
 ORIENTAR: 
 A manutenção de uma alimentação adequada e 
saudável. 
 A suplementação de ferro: 40 mg/dia de ferro 
elementar, diariamente, até o terceiro mês após o 
parto para todas as puérperas. 
 Os cuidados com as mamas e a amamentação. 
 A retomada das atividades sexuais 
 Quanto às relações sexuais no período do 
puerpério, podem ser restabelecidas por volta de 
20 dias após o parto vaginal e de 30 a 40 dias 
em partos cesarianas. 
 O método anticoncepcional a ser utilizado 
 MANEJO DA MASTITE: 
 Oferecer sintomáticos para alívio da dor (analgésicos e anti-
inflamatórios como ibuprofeno) e estimular a amamentação 
ajustando a técnica para o esvaziamento completo da mama. 
A retirada manual do leite após as mamadas pode ser 
necessária se não houver esvaziamento adequado. 
 Outras medidas de suporte: repouso da mãe, suporte 
emocional, líquidos abundantes, iniciar a amamentação na 
mama não afetada, usar sutiã bem firme, compressas frias. 
 Antibioticoterapia - as primeiras opções são cefalexina 500 
mg, por via oral, de 6/6 horas e amoxicilina associada ao 
ácido clavulânico (500mg/125 mg), por via oral, de 8/8 
horas. Os antibióticos devem ser utilizados por 10 a 14 dias