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Unidade I LÍNGUA INGLESA: PRODUÇÃO E COPRODUÇÃO TEXTUAL Profa. Simone Gonzalez Língua Inglesa: Produção e Coprodução Textual Objetivo geral: Desenvolver a habilidade leitora e produtora de textos em Língua Inglesa de diversos gêneros discursivos sob a perspectiva do letramento crítico. Língua Inglesa: Produção e Coprodução Textual Objetivos específicos: Discutir e ampliar o conceito de texto e de leitura; Revisitar o conceito de letramento crítico; Explorar e aprimorar as estratégias de leitura instrumental; Levar o aluno a perceber que toda (co)produção textual está vinculada a um contexto de produção e às representações desse contexto. Língua Inglesa: Produção e Coprodução Textual Conteúdo: Unidade I: leitura e escrita Prática de leitura como práxis social Ativação dos conhecimentos prévios Texto: evento comunicativo Escrita como atividade sociodiscursiva Introdução A partir dos signos externos, sócio-historicamente construídos, o ser humano constrói seus próprios signos internos, isto é, representações mentais da realidade exterior a partir das quais garante sua relação com o mundo e pode, então, operar sobre ele. Todo esse processo de formação de signos tem sua origem na esfera social: é no grupo cultural ao qual pertence o indivíduo que ocorre a construção/formação dos signos dos quais passa a fazer uso. Introdução A formação de conceitos e a construção de sentido ocorrem em um movimento de fora para dentro, isto é, à medida em que o indivíduo se expõe ao mundo e interage com seus pares, ou seja, quando o sujeito faz a leitura do mundo por meio dos mais diversos textos que transitam na sociedade. Leitura e escrita Leitura e escrita são duas atividades sociais intrinsecamente conectadas. O nome desta disciplina já o denota: Língua Inglesa: Produção e Coprodução Textual. Por produção textual referimo-nos à escrita e por coprodução textual, à leitura. Um texto tem como matéria-prima inúmeras leituras e, por outro lado, somente quando lido é que seu sentido se constrói. A um texto podem ser atribuídos diferentes sentidos, dependendo da constituição social, histórica, política e cultural de cada leitor. Prática de leitura como práxis social À qual concepção de leitura nos referimos? Trata-se da concepção dialógica da língua e nela, segundo Koch e Elias (2007), os sujeitos (autor e leitor) são vistos como atores sociais que, por meio da dialogicidade, constroem-se e são construídos no texto. Prática de leitura como práxis social Um único texto admite diversas leituras, “superando o mito da interpretação única, fruto do pressuposto de que o significado está dado no texto. [...] Dessa forma, informações são extraídas do texto e também atribuídas pelo leitor, construindo-se o processo de interação”. (MENEGASSI & FUZZA, 2010, p. 319) “Em suma, os sentidos são parcialmente produzidos pelo texto e parcialmente completados pelo leitor.” (MARCUSCHI, 2008, p. 241) Prática de leitura como práxis social O trabalho de leitura incorpora aspectos sociais, históricos e culturais, bem como o contexto de produção e os papéis sociais do autor e do leitor. Deve ser um trabalho analítico e crítico, ou seja, requer do leitor uma ação responsiva crítica. Prática de leitura como práxis social Ao leitor cabe: estabelecer seus objetivos de leitura; ativar todos os seus conhecimentos prévios; fazer antecipações; posicionar-se ativamente diante do enunciado; avaliar e reformular concepções; inferir; construir significados e produzir sentido. Prática de leitura como práxis social A leitura: leva à formação de cidadãos autônomos; é fruto da interação; é uma prática social; considera os aspectos sociais, históricos e culturais nos quais o leitor está inserido; possibilita o trânsito nas diversas esferas sociais; é de dimensão dialógica; implica uma resposta do leitor ao que lê; possibilita que o leitor se constitua como sujeito e como cidadão. Interatividade Assinale a alternativa incorreta: a) Um texto bem escrito tem um sentido único. b) A leitura como práxis social leva à formação de cidadãos autônomos. c) Inferência, associação, dedução e análise são alguns dos trabalhos que o leitor deve executar diante de um texto. d) A formação de conceitos e a construção de sentido ocorrem em um movimento de fora para dentro. e) O processo de formação de signos e conceitos tem sua origem na esfera social. Ativação dos conhecimentos prévios Cada texto a ser lido representa um desafio e demanda de seu leitor trabalho, disciplina e comprometimento. E esse trabalho começa com a ativação dos conhecimentos prévios. Ativação dos conhecimentos prévios “Na atividade de leitura e produção de sentido, colocamos em ação várias estratégias sociocognitivas. Essas estratégias, por meio da quais se realiza o processamento textual, mobilizam vários tipos de conhecimento que temos armazenados na memória.” (KOCH & ELIAS, 2007, p. 39) Conhecimento linguístico Refere-se ao conhecimento ortográfico, gramatical e lexical de uma determinada língua, de forma sistematizada. Abrange os aspectos relacionados ao conhecimento e uso da língua, à organização linguística textual e aos elementos coesivos. Conhecimento enciclopédico Refere-se a conhecimentos gerais sobre o mundo e as coisas/os seres do mundo, adquirido formalmente, isto é, por meio de leitura, aulas, documentários, entrevistas, seminários etc. Sabemos sobre o assunto porque ele nos foi apresentado de alguma forma, em algum momento e ficou armazenado em nossas memórias. Conhecimento de mundo Refere-se a conhecimentos gerais sobre o mundo e as coisas/os seres do mundo, adquirido por meio do conhecimento tácito, isto é, por meio da experiência de vida, do experimentar. Conhecimento de textos Refere-se ao conhecimento dos elementos que fazem parte da composição textual, isto é, de seu modo de organização, além do conhecimento dos aspectos referentes ao conteúdo, ao estilo, à função e ao meio de veiculação. Conhecimento interacional Refere-se ao conhecimento das formas de interação por meio da linguagem: objetivos do autor, quantidade de informação necessária, seleção/identificação do gênero textual, seleção da variante linguística, análise de imagens, cores, fontes, realces etc. Conhecimentos prévios A divisão dos conhecimentos é puramente didática. No momento da leitura, a produção de sentido só ocorre de modo eficaz, isto é, pode se tornar uma práxis social, à medida que todos os conhecimentos são ativados, concomitantemente. Conhecimentos prévios Muitas vezes, quando da leitura de um texto em Língua Inglesa, atribui-se a não compreensão exclusivamente ao conhecimento linguístico, desprezando ou ignorando os demais conhecimentos prévios. É evidente que o conhecimento linguístico é condição sine qua non para o trabalho de leitura, mas é ingênuo pressupor que só esse conhecimento garante a construção de sentido. É fundamental a ativação dos demais conhecimentos. Conhecimentos prévios É possível afirmar que quanto mais uma pessoa agregar conhecimento ao seu repertório, mais facilidade terá na compreensão de textos, ainda que seu conhecimento sistêmico da língua não seja proficiente. Interatividade A leitura da frase “If it ain’t broke, don’t fix it” depende da ativação de qual(quais) conhecimento(s) prévio(s)? a) Linguístico e textual. b) Linguístico. c) Textual, de mundo/enciclopédico, interacional e linguístico. d) Linguístico e interacional. e) Textual e interacional. Texto: evento comunicativo “Na minha convivência com o estudo da linguagem, eu aprendi que as palavras não significam por si, mas pelas pessoas que as falam, ou pela posição que ocupam os que asfalam. Sendo assim, os sentidos são aqueles que a gente consegue produzir no confronto do poder das diferentes falas.” (ORLANDI, 2008, p. 95) Texto: evento comunicativo O homem tem uma necessidade visceral de expor suas ideias e compartilhar seus sentimentos com outros seres humanos, seja de forma escrita ou oral. Uma ilustração disso, dentre centenas de outras possíveis, é o filme “Náufrago” (2000). Texto: evento comunicativo “O texto pode ser tido como um tecido estruturado, uma entidade significativa, uma entidade de comunicação e um artefato sócio-histórico. Pode-se afirmar que o texto é uma (re)construção do mundo e não uma simples refração ou reflexo.” (MARCUSCHI, 2008, p. 72) Texto: evento comunicativo Um texto é produzido por um sujeito em um determinado tempo e espaço social, histórico, político e cultural. Esse sujeito pertence a um grupo social e expõe em seus textos as ideias, sentimentos e expectativas de seu tempo e de seu grupo. Sendo assim, pode-se afirmar que todo texto tem um caráter histórico. (PLATÃO & FIORIN, 2005, p. 14-18) A metáfora do iceberg Nesta metáfora, o texto corresponde à ponta do iceberg, isto é, à parte visível de um todo muito maior. No entanto, o texto não se compõe apenas dessa ponta (o explícito), mas do iceberg como um todo, considerando sua parte subjacente (o implícito). Assim, o que aparece, somado àquilo que não aparece, é o que possibilita a construção de sentido. (ELIAS & KOCH, 2012, p. 76-77) A metáfora do iceberg E o que não aparece na superfície do texto é(são): os interlocutores; os conhecimentos compartilhados; o propósito da comunicação; o lugar e o tempo da produção textual; os papéis sociais dos interlocutores envolvidos; os aspectos sócio-históricos-culturais. Texto: evento comunicativo “Discourse, then, involves social conditions, which can be specified as social conditions of production and social conditions of interpretation. These social conditions, moreover, relate to three different ‘levels’ of social organization: the level of the social situation, or the immediate social environment in which the discourse occurs; the level of the social institution which constitutes a wider matrix for the discourse; and the level of the society as a whole.” (FAIRCLOUGH, 2000, p. 25). Interatividade Leia atentamente as afirmações abaixo e escolha a alternativa correta: I. Na metáfora do iceberg, os conhecimentos compartilhados estão na parte subjacente. II. Em um texto, os papéis sociais dos interlocutores envolvidos estão na parte explícita, isto é, fazem parte da ponta do iceberg. III. O texto escrito pode ser tido como um tecido estruturado, uma entidade de comunicação e um artefato sócio-histórico. Já o texto oral não tem esse caráter, pois não é planejado. Interatividade a) Todas as afirmações estão corretas. b) Todas as afirmações estão incorretas. c) Apenas I e III estão corretas. d) Apenas I está correta. e) Apenas II e III estão corretas. Escrita como atividade sociodiscursiva Agora vamos para uma outra metáfora muito interessante e emblemática, criada por Marcuschi (2008, p. 77), na qual produzir um texto é comparado a jogar um jogo coletivo. Vejamos como o autor desenvolve essa imagem: Escrita como atividade sociodiscursiva Ele inicia dizendo que para se jogar um jogo (com o futebol, por exemplo) é necessário conhecer as regras. Essas regras podem ser mais ou menos rígidas, dependendo do jogo, mas sempre existem e são saberes que devem ser compartilhados por aqueles que querem jogar. Cada jogo tem o seu espaço específico (uma quadra, um salão, uma mesa) e seus jogadores que, por sua vez, têm papéis, posições e funções estabelecidos. Mas o jogo acontece enquanto está sendo jogado e para isso é preciso que todos os jogadores colaborem. Escrita como atividade sociodiscursiva “Assim se dá com os textos. Produtores e receptores de texto (ouvinte/leitor – falante/escritor) todos devem colaborar para um mesmo fim e dentro de um conjunto de normas iguais. Os falantes/escritores da língua, ao produzirem textos, estão enunciando conteúdos e sugerindo sentidos que devem ser construídos, inferidos, determinados mutuamente. A produção textual, assim como o jogo coletivo, não é uma atividade unilateral. Envolve decisões conjuntas. Isso caracteriza de maneira bastante essencial a produção textual como uma atividade sociointerativa.” (MARCUSCHI, 2008, p. 77) Na prática... Fonte: https://commons.wikimedia.org/ wiki/World_War_II_posters#/me dia/File:Ww2_poster_oct0404.jp g (Acesso em 01/08/2015) "Ww2 poster oct0404". Licensed under Public Domain via Wikimedia Commons. Acesso em: 02/07/2015 Na prática... O pôster foi amplamente veiculado nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial. Ele mostra Adolf Hitler de costas e com a peça íntima à mostra, ou seja, vulnerável e ridículo. O texto usa a palavra panzers que é uma abreviação da palavra alemã panzerkampfwagen e que significa tanque de batalha. Na prática... Há, portanto, um jogo de palavras: panzers assemelha-se fonologicamente a pants e isso nos leva à expressão “Catch someone with his pants down”, o que significa: “Pegar alguém de calças curtas”, isto é, pegar alguém desprevenido. Assim, uma tradução adequada para o texto acima é: “Vamos pegá-lo com as calças curtas. Isso vai acontecer, se continuarmos lutando”. Escrita como atividade sociodiscursiva Desta forma, o pôster mostra o inimigo em posição de desvantagem, ridicularizado e, portanto, enfraquecido, o que automaticamente fortalece e encoraja os soldados americanos a atuarem ativamente na guerra, seja nos campos de batalha, seja na produção de armamento em território norte-americano. Essa é a atividade sociodiscursiva à qual o texto se propõe. Escrita como atividade sociodiscursiva Foi necessária a ativação de todos os conhecimentos prévios tanto para a produção textual quanto para a produção de sentido da leitura. Toda produção textual deve partir de um contexto bem definido e bem sinalizado. Interatividade Assinale a alternativa incorreta: a) O homem é um ser gregário, inerentemente social e, portanto, a comunicação, seja oral, escrita, verbal ou não verbal faz parte de todos os momentos de sua vida. b) Escrever (produzir textos) e ler (coproduzir textos) são práticas sociais e garantem ao homem participação na sociedade. c) É na ativação de seus conhecimentos prévios – linguístico, de mundo, enciclopédico, textual e interacional – que o leitor produz o sentido de um texto. d) A um único texto podem ser atribuídas diversas leituras. e) Há sempre um conjunto de regras preestabelecidas para uma boa formação textual. ATÉ A PRÓXIMA! Slide Number 1 Língua Inglesa: Produção e Coprodução Textual Língua Inglesa: Produção e Coprodução Textual Língua Inglesa: Produção e Coprodução Textual Introdução Introdução Leitura e escrita Prática de leitura como práxis social Prática de leitura como práxis social Prática de leitura como práxis social Prática de leitura como práxis social Prática de leitura como práxis social Interatividade Resposta Ativação dos conhecimentos prévios Ativação dos conhecimentos prévios Conhecimento linguístico Conhecimento enciclopédico Conhecimento de mundo Conhecimento de textos Conhecimento interacional Conhecimentos prévios Conhecimentos prévios Conhecimentos prévios Interatividade Resposta Texto: evento comunicativo Texto: evento comunicativo Texto: evento comunicativo Texto: evento comunicativo A metáfora do iceberg A metáfora do iceberg Texto: evento comunicativo Interatividade Interatividade Resposta Resposta Escrita como atividade sociodiscursiva Escrita como atividade sociodiscursiva Escrita como atividade sociodiscursiva Na prática... Na prática...Na prática... Escrita como atividade sociodiscursiva Escrita como atividade sociodiscursiva Interatividade Resposta Slide Number 48
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