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AVA Discursiva - Introdução a Antropologia

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GABARITO | Avaliação Final (Discursiva) - Individual
(Cod.:823345)
Peso da Avaliação
4,00
Prova
62249721
Qtd. de Questões
2
Nota
10,00
A partir do começo do século XIX é que oficialmente a história do pensamento do homem sobre o próprio homem é inaugurada. Isto é, uma 
vida que também poderia e deveria ser observada, analisada e refletida cientificamente. Ressalta-se que inicialmente o homem se dedicava a 
tomar como objeto da ciência os homens pertencentes a outros territórios, consequentemente tomando seus valores como base de análise 
de suas pesquisas. Essa mudança conceitual no objeto de estudo mudou profundamente a forma de fazer antropologia.
Disserte sobre as condições do sujeito observador e do sujeito observado.
Resposta esperada
O entendimento de que a própria vida humana é passível de ser estudada cientificamente mudou a forma de fazer ciência. É nessa nova
concepção de estudos que saímos de uma posição confortável e consolidada de sujeitos exclusivos e  detentores de conhecimento e
passamos a conceber nossa própria existência enquanto objetos da ciência. No entanto, é preciso compreender que o olhar do homem
enquanto “observador” se voltou  para outros homens de culturas até então consideradas diferentes, o “observado”, e, assim, seu olhar
era carregado de valores culturais que influenciavam os estudos na época. Tais observações eram carregadas de valores morais que
determinavam os povos observados como sociedades primitivas e simples, enquanto o observador já partia da premissa que sua
sociedade era civilizada e complexa. 
Minha resposta
Tzevetan Todorov, no livro A Conquista da América: a questão do outro, abre o primeiro capítulo falando da descoberta que “o eu faz do
outro”, em que é possível conceber o outro como uma abstração a partir e em relação a si, e faz uma análise muito simbólica de que este
encontro, - que ocorreu a partir do contexto das navegações seiscentistas, no bojo do que ficou conhecido como “descobertas”, nunca
mais atingirá a intensidade que teve naquele contexto. Abro minha dissertação sobre a mudança do fazer antropológico a partir da
perspectiva do sujeito observador e observado fazendo esta reflexão sobre alteridade trazendo como contextualização histórica e
filosófica este estranhamento que é natural no momento da descoberta, que transcorre tanto do sujeito que chega ao continente a
partir de uma visão e empresa colonial, seja do indivíduo que o observa desembarcar com o corpo coberto sob o sol. Segundo Laplantine,
o início da concepção do saber pretensamente científico que dá bases à um pensar antropológico ocorre a partir do século XVIII e se
consolida no XIX. É natural portanto que o outro que se propõe a estudar é aquele que se encontra mais distante das noções de
civilidade em que o observador-antropólogo se encontra, sendo escolhidas então comunidades distantes geograficamente. Tendo sua
gênese no continente europeu a perspectiva da antropologia neste contexto seguirá uma visão eurocêntrica, que somada a outras
visões e teorias como o darwinismo social, o historicismo de Vico, o positivismo de Comte e de Spencer e outros caminharão para a
construção de métodos e pressupostos onde o sujeito observado é tratado como selvagem e bárbaro até atingir o ponto da civilização. É
só no caminhar da história da antropologia e da sua estruturação enquanto ciência, bem como os processos de superar tradições e
análises etnocêntricas, aliadas ao colonialismo, baseada em especulações e distante da observação empírica que o fazer antropológico
assume uma responsabilidade de forjar uma revolução epistemológica a partir do descentramento radical e o aceite da alteridade. No
começo do século XX, em oposição as correntes evolucionistas e difusionistas, existe uma importante movimentação para os
antropólogos assumirem as pesquisas etnográficas e neste processo, o contato com os sujeitos estudados em seus grupos socialmente
constituídos, na observação direta e ativa, permite o estabelecimento de novas leituras do outro, sobretudo, aceitando o fato de que
ainda que se busque colocar-se no lugar do outro, vivendo e experimentando os hábitos sociais e culturais que se observa, ou seja
assumindo o papel participante, há que se considerar que é necessário, como lembra Malinowski, no transcorrer do trabalho etnográfico
“distinguir claramente, de um lado, os resultados da observação direta e das declarações e interpretações nativas e de outro as
interferências do autor, baseadas em seu próprio bom senso e intuição psicológica”
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Fernanda Cristina de Morais
Antropologia (5181746) 
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Parabéns, acadêmico(a)! Sua resposta atingiu os objetivos da questão e você atingiu o esperado, demonstrando a competência da
análise e síntese do assunto abordado, apresentando excelentes argumentos próprios, com base nos materiais disponibilizados. Confira
no quadro "Resposta esperada" a sugestão de resposta para esta questão.
Sabemos da importância de Bronislaw Malinowski para a área antropológica. Este autor se destacou fortemente não só por sua pesquisa 
realizada, mas pelas modificações que trouxe para a pesquisa de campo.
Dito isso, disserte sobre as principais mudanças e contribuições desse autor para a antropologia.
Resposta esperada
Durante a antropologia clássica, era muito comum que muitos estudiosos terceirizassem seus trabalhos de campo por meio de
entrevistas com viajantes que chegavam até seu campo. Sendo assim, através da observação participante e com a aproximação trazida
por essa prática, representou uma grande inovação para a disciplina. Essa foi uma das viradas mais importantes da história de nossa
disciplina, do conforto do escritório para o campo, a partir de Malinowski essa aproximação real com o campo passou a ser fundamental.
Minha resposta
Bronislaw Kasper Malinowski (1884-1942) foi um antropólogo polonês considerado um dos fundadores da antropologia social. Segundo
a antropóloga brasileira Eunice Ribeiro Durham, a obra de Malinowski tem a habilidade de criar a imagem viva e humana de um povo
completamente diferente de nós. Seu trabalho mais é a reunião de um trabalho etnográfico extensivo na obra Argonautas do Pacífico
Ocidental (1922) onde recria a vida dos povos das Ilhas de Trobriand, um pequeno arquipélago situado a nordeste da Nova Guiné. Até
então, o fazer antropológico estava centrado na revisão bibliográfica, análise comparativa de fontes primárias sendo compilações de
relatórios produzido sobretudo no âmbito das empresas coloniais: relatórios de administração, diários e relatos de missionários, viajantes
e questionários aplicados. No final do século XIX algumas experiências de campo, como a Expedição Cambridge ao Estreito de Torres
abrem novas fronteiras sobre o fazer antropológico. Malinowski, como Franz Boas nos Estados Unidos, tem um papel fundamental na
formação dos novos antropólogos, revolucionando em método e teorização da disciplina. Das grandes contribuições do trabalho de
Malinowski destaca-se a metodologia da coleta de dados empíricos, a ruptura da mentalidade da observação do outro a partir do prisma
do primitivismo, uso de um profundo repertório teórico para apoiar o trabalho de campo, e a análise a partir de um sistema integrado,
inter-relacionado na contraposição das análises desmembradas realizadas até então. Malinowski concebe a cultura como um conceito
amplo que agrega as relações sociais e tecnologias a partir de crenças, rituais, artes e regramento, assim, enxerga a cultura não como um
conjunto de manifestações, mas como síntese integrada de uma multiplicidade de aspectos. Atrela ainda a análise a partir da ideia de
que a estrutura social está pautada e responde às necessidades biológicas do indivíduo, criando assim as camadas de ordenação e
organização das respostas culturais funcionais.
Retorno da correção
Parabéns, acadêmico(a)! Sua resposta atingiu os objetivos da questão e você atingiu o esperado,demonstrando a competência da
análise e síntese do assunto abordado, apresentando excelentes argumentos próprios, com base nos materiais disponibilizados. Confira
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Fernanda Cristina de Morais
Antropologia (5181746) 
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