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Cristiane ● Anatomia: ● Deslocamento de Abomaso: ➤ Fatores Determinantes: Atonia do aboma- so promove aumento na concentração de gases de maneira a deslocar e distender o omento. A atonia pode ser provocada pelo aumento de ácidos gra- xos voláteis e fermentação. ➤ Parto: O parto pode desenvolver quadro de hipocalcemia pela própria atividade ou pela dimi- nuição da ingestão de matéria seca, promovendo a hipomotilidade abomasal e consequente deslo- camento. Além da hipocalcemia pela baixa ingestão de matéria seca, esse fator também pode desenvolver quadros de cetose direta ou por lipomobilização, além favorecer endotoxemias, todos esses promovendo também a hipomotili- dade. A lipomobilização também pode ser cau- sada por um pré-parto com alimentação limitada, ou oferecimento de muito concentrado e pouca fibra, que também favorece a cetose. A dimi- nuição de glicose e insulina provocada pela cetose, e a acidose ruminal pelo aumento da produção de ácidos graxos voláteis geram, além da hipomotilidade, produção excessiva de gases. Após o parto, a cavidade abdominal apresenta maior espaço vazio, favorecendo acúmulo de gases. ➤ Fatores Predisponentes: Raça, idade, pro- dução de leite, alimentação, metabolismo, doen- ças secundárias, ambiente e exercícios são todas características possíveis de causar quadros de acetonemia, fermentação, acidose, calcemia e endotoxemias; são todas capazes de promover aumento na produção de gases e hipomotilidade do abomaso. ➤ Epidemiologia: 90% dos casos são quadros à esquerda. Além disso, costuma afetar vacas nas primeiras 6 semanas pós-parto e touros. Bezerros de até 3 meses de idade apresentam mais desvios à direita. ➤ Deslocamento de Abomaso à Esquerda: Apresenta anorexia, queda na produção, produ- ção de som metálico durante auscultação com balotamento e percussão, fezes cominuitadas. ☞ Diagnóstico Diferencial: A passagem de u- ma sonda consegue diferencias o som oriundo do rúmen do som metálico. ☞ Diagnóstico: Além do relatado, há aumento de corpos cetônicos na urina, e alterações nos valores de cloreto sérico, mau apetite e níveis séri- cos de AST, e cetonuria positiva. Desordens e Intestino Cristiane ☞ Tratamento: Pode ser conservador ou cirúr- gico, com auxílio de técnicas clínicas. Clínico: Restaurar a motilidade e estimular a saída dos gases para o retorno espontâneo do órgão. A correção dietética e fluidoterapia são indicadas, além de corrigir o problema desen- cadeador Técnica de Rolamento: O animal é mantido em decúbito lateral direito e é rolado até atingir decúbito dorsal. A posição deve ser mantida até não ser detectável o som metálico, indicado que houve expulsão do gás. Cirúrgico Fechado: Sutura às cegas, “toggle pin” ou com auxílio de laparoscópio. A primeira é simples e sutura a parede abdominal, atravessa o órgão e retorna. Toggle Pin se utiliza de bastões acoplados em fios de algodão para abomasopexia, onde ocorre penetração do órgão com auxílio de um trocates com cânula. ➤ Deslocamento de Abomaso à Direita: O- corre torção do abomaso, também caracterizado pelo som metálico, mas no flanco direito, incluin- do o cólon. Pode se desenvolver pneumoperitônio e o ceco ser afetado. ☞ Tratamento: O conservador por uso de pró- cinéticos como prostigmine e metoclopramida é raramente utilizado. Dá-se preferência à correção cirúrgica, sendo a torção emergencial. ● Dilatação e Torção do Ceco: Condição as- sociada a dietas ricas e concentrados e pouca fi- bra, promovendo a produção de ácidos graxos vo- láteis (butirato), que diminuem p pH e motilidade até desenvolvimento de atonia, acúmulo e acúmu- lo de conteúdo. O distúrbio do cólon provém da hipomotilidade e hipocalcemia. ➤ Sinais Clínicos: A evolução é rápida, menos de 1 semana. A ingestão de alimentos cai brusca- mente, assim como a produção leiteira. A frequên- cia cardíaca aumenta e há cólicas frequentes. As fezes são escassas ou até ausentes. O flanco direi- to abaula na porção cranial. O ceco se apresenta dilatado à palpação retal. ● Compactação do Abomaso: Condição causada por forragem rica em lignina e muito seca, cama de frango ou peritonite localizadas. O con- teúdo se acumula no abomaso e se compacta. ➤ Sinais Clínicos: Timpanismo ruminal se- vero e intestinal leve, ausência de fezes, dis- tensão abdominal infe- rior direita pelo peso. Causa aderências e úl- ceras de abomaso. ➤ Tratamento: Ruminotomia e passagem de e- moliente pelo orifício reticulo-omasal. ● Úlcera de Abomaso: Perda de tecido com exposição de camadas mais profundas da mucosa. A proteção da mucosa se dá pela produção de um- co pelo epitélio, que promove a secreção de bicar- bonato e é um tecido constantemente renovado e de boa vascularização. A síntese de prostaglan- dinas E aumentam a produção do muco, favorece a microcirculação e diminui a secreção de ácidos clorídrico. ➤ Etiologia: O uso exagerado de AINEs afeta a produção de prostaglandinas E, diminuindo a pro- dução de muco e potencializando a produção de ácido clorídrico. Estresse, dietas ricos em amidos, Cristiane e doenças concorrentes no pós-parto como metri- tes e mastites podem desencadear a úlcera. ➤ Patogenia: A proteção da mucosa é afetada e há exacerbação dos fatores nocivos como hiper- acidez, infecções de C. perfringens e Aspergillus fumigatus com isquemia e estresse que afeta o fluxo sanguíneo e aumento do cortisol. Assim, há passagem de pepsina e ácido clorídrico para a submucosa. ➤ Epidemiologia: Vacas lactantes que pos- suem alimentação rica em concentrados e es- tresse; touros e garrotes confinados sob trans- porte longo ou condições de dor. Bezerros em transição de leite para forragem. ➤ Classificação: ☞ Tipo I: Úlcera não perfurada, com perda de mucosa ou submucosa e parede engrossada com serosite local. Sinais: hi- porexia, hipomotilidade le- ve, sangue oculto nas fezes. Ia: Erosões com mínimos defeitos e desco- loração da mucosa. Observa-se edema, necrose e perda do epitélio superficial. Ib: Lesões até a submucosa, de aparência bem definida, com necrose aguda no centro e associadas à hemorragia. Ic: Atinge a submucosa e apresenta tecido de granulação na base. Id: Úlcera com redução no número de glân- dulas e células em proliferação, com fibrose. ☞ Tipo II: Perda de mucosa e submucosa atingindo os va- sos e causando hemorragia. Sinais: hiporexia, hipomotilida- de, anemia, melena, taquicar- dia e extremidades frias. ☞ Tipo III: Perfuração da mucosa até a serosa, podendo haver saída de conteúdo abomasal e rea- ção localizada com aderência (serosite). Sinais: anorexia, febre baixa, atonia ruminal, dor abdominal localizada se- melhante à reticuloperitoni- te. ☞ Tipo IV: Perfuração da mucosa até a serosa com saída de conteúdo abomasal e contaminação generalizadas, a cavidade apresenta bastante exsu- dato e deposição de fibri- na em todos os órgãos a- fetados. Sinais: anorexia, febre inicial e hipotermia tardia, timpanismo intes- tinal, choque, decúbito e gemido expiratório. ➤ Patologia Clínica: Anemia, sangue oculto nas fezes em caso de tipo 1, aumento maior de 700mg de fibrinogênio em caso de peritonite, aumento maior de 1200pg/ml de gastrina plas- mática em caso de úlcera hemorrágica, pepsino- gênio sérico acima de 5,5U/L em casos de para- sitismo. ➤ Tratamento: Transfusão de média de 4L em casos de hematócrito menor que 14%. Antibióticos, antiácidos (hidróxido de alumínio ou cloreto de amônio), antagonistas H2 (cimetidina 4- 16mg/kg) e omeprazol. ➤ Profilaxia: Adequar a alimentação com me- nor concentrados e mais fibras. Uso de omeprazol profilático. ● Obstrução Intestinal: Bloqueio parcial ou completo do trato intestinal que impede a passa- gem normal das ingestas. Cristiane ➤ Tipos: ☞ Intussuscepção: É a invaginação de um seg- mento intestinal que pode ocorrer por alta carga de nódulosparasitários, hipermotilidade e tu- mores. Bezerros podem desenvolver em casos de gastroenterites infecciosas ou alterações bruscas na dieta. ☞ Vôlvulo: É a rotação do intestino sob o seu próprio eixo, podendo afetar o jejuno íleo e alças mesentéricas. A causa não é bem definida ☞ Intraluminal: Obstrução mecânica por cor- pos estranhos, como ingestas inadequadas e for- mação de fitotricobezoários por forragem rica em lignina ou pilobezoários por lambedura. ☞ Estenose da Luz Intestinal: Obstrução por tumores como linfossarcomas e inflamações com aderências. ➤ Sinais Clínicos: A evolução é aguda, de 8-12 horas. O animal apresenta anorexia, prostração grave, desidratação, cólica severa, fezes ausentes e muito muco com sinal do braço positivo, podendo haver também sangue. Ocorre abaula- mento abdominal ventral bilateral inicialmente, indicando líquido no intestino; ao avançar o abau- lamento é maçã e bilateral por acúmulo de gases. Pode ser percebido a distensão das alças e corpos estranhos por meio da palpação retal. ● Síndrome Jejunal Hemorrágica: Uma enterite necrohemorrágica aguda com formação de coágulo sanguíneos que podem obstruir o intestino. ➤ Etiologia: C. perfigrens tipo A. ➤ Epidemiologia: Vacas leiteiras no pico de lactação, animais em produção intensiva. É de mortalidade alta. ➤ Patologia Clínica: Leucocitose com neutrofi- lia e desvio à esquerda, leucopenia em fase aguda, aumento do fibrinogênio. Hipocalemia por alcalo- se metabólica, hipocloremia e acidose respiratória compensatória com obstrução do jejuno. A fauna ruminal é comprometida. ● Peritonite Difusa: A cavidade peritoneal é contaminada e afeta a superfície de todos os órgãos. ➤ Etiologia: Reticuloperitonite traumática, úl- cera de abomaso, perfuração uterina, cesarianas, punção ruminas com trocarte, necrose abomasal ou torções, ruminites pós acidose, ruptura de va- gina ou reto. ➤ Sinais Clínicos: Inapetência ou anorexia, fe- bre ou hipotermia, prostração, atonia ruminal, poucas fezes e pastosas inicialmente e secas tar- diamentes, postura álgica, prova de dor positiva, decúbito com endotoxemia, palpação retal com aderências e crepitações. ➤ Patologia Clínica: Leucopenia com neutro- penia com aumento de neutrófilos imaturos caso haja endotoxemia; leucocitose com neutrofilia em casos menos graves; aumento em fibrinogênio, proteínas totais e globulinas. ➤ Tratamento: Antibioticoterapia de amplo es- pectro e prolongada. Anti-inflamatórios. ● Fluxograma de Visualização Geral das Afecções de Abomaso/Intestino: Cristiane
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