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Av1 UVA SOBRE ARBITRAGEM CONCILIAÇÃO MEDIAÇÃO

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Curso de Direito – Campus Tijuca
MARCELO DE FRANÇA BEZERRA
Matrícula: 20211106655
PROCESSO E PROCEDIMENTO
PROFESSORA LILLIAN PITTA
RIO DE JANEIRO
Abril/ 2022
Resenha do filme
A GUERRA DOS ROSES
(The War of the Roses)
	O filme escolhido é estrelado por Michael Douglas (no papel de Oliver Rose), Kathleen Turner (no papel de Barbara Rose) e Danny DeVito (Diretor e no papel do advogado Gavin D`Amato), lançado no ano de 1989, pela 2Oth Century.
Esse filme, possui elementos de romance, alguns pontos de comédia, mas com sua base no Drama.
	O filme conta a estória dos Roses, casados por 18 anos, em uma disputa pela mansão da família, após o pedido de divórcio feito pela Barbara Rose, narrados pelo advogado Gavin D`Amato, que termina de forma trágica com a morte do casal.
	A estória começa com uma pergunta direta de Gavin a um cliente no seu escritório “Você tem motivos para querer o divórcio?”. A partir daí ele passa a contar sobre a vida do casal.
	Gavin relata como os Roses se conheceram em um leilão de peças disputando uma estátua. No início a relação era de amor e cuidado entre ambos e com os filhos, mas conforme Oliver vai evoluindo profissionalmente, a relação pautada em união e amor vai, no decorrer da trama, se transformando em uma relação conflituosa, onde a displicência, o ódio, o rancor, a mágoa passam a nortear a vida do casal. 
	Com o passar do tempo, com a busca de Oliver por melhores condições de vida através do trabalho, ele passa a negligenciar seu papel de marido e acaba deixando sua relação com Barbara cair na rotina e se torna displicente com isso. Inclusive, em um jantar, ele pede a Barbara que ela conte uma determinada estória. Ela acaba se enrolando na descrição dos fatos, por não esperar o pedido e Oliver a corta, concluindo a estória deixando-a incomodada e sem graça com a situação. Nesse ponto já começamos a perceber o desgaste da relação, com Oliver deixando Barbara cada vez mais de lado em prol do seu sucesso profissional.
Barbara compra a mansão dos seus sonhos e acaba dedicando seu tempo a decorá-la, uma vez que Oliver fica cada vez mais focado no trabalho. Com seus filhos na faculdade e o marido distante, ela começa, então, após terminar de decorar a casa, a se dedicar a um negócio de buffet, a contragosto de Oliver que ao ser comunicado da decisão, demostra não estar satisfeito. Barbara pede, novamente, depois de ter já ter insistido várias vezes, que Oliver avalie o contrato de um almoço que ela iria realizar, mas ele não dá muita importância e acaba usando o contrato para matar uma mosca na porta da geladeira.
Nesse ponto observamos, a cada dia, aumentar ainda mais, a falta do diálogo, o distanciamento e o desgaste da relação dos Roses.
Nesse meio tempo durante um jantar de negócio, Oliver passa mal com suspeita de infarto e é levado para o hospital. Pensando que ia morrer escreve um bilhete declarando seu amor e dizendo “tudo o que eu sou e tenho devo a você” (um ponto importante do filme). Ele pede que a esposa seja chamada, mas Barbara não comparece ao hospital, nem na alta do marido.
Ao chegar em casa, Oliver questiona Barbara sobre não ter ido ao hospital e ela diz que sabia que ia ele ficar bem. Mas quando estavam na cama, Oliver dormindo e Barbara acordada, ela o acorda (sufocando-o com os dedos no nariz), e diz que não foi ao hospital, pois no meio do caminho havia parado no carro e ficou pensando na possibilidade da morte do marido. Ela afirma que teve a sensação de felicidade pela morte de Oliver, por se sentir livre, por ter tido a sensação de tirar um peso dos ombros (a relação deles) e pede o divórcio. Oliver se levanta e sai do quarto revoltado, voltando um pouco depois perguntado o motivo de tudo aquilo e Barbara se nega a explicar seus motivos. A partir de desse ponto começa a se desenvolver a trama que dá nome ao filme: A Guerra dos Roses.
Galvin, ainda contando a estória para seu cliente, fala a seguinte frase: “Sabe o que significa quinhentos advogados no fundo do mar? Um mundo bem melhor” e começa a relatar a primeira tentativa de negociação entre os Roses para o divórcio.
Em uma primeira tentativa de acordo entre ambos, o advogado de Barbara propõe um acordo de separação em que ela renuncia à pensão alimentícia e seus direitos de esposa em troca da casa e de tudo quem tem dentro exceto “o aparelho de barbear e as roupas de Oliver”. Nesse ponto podemos observar uma tentativa de negociação e mediação, por parte do advogado de Barbara. Oliver diz que comprou a casa e Barbara alega que ela decorou a casa e colocou tudo que há nela. Oliver pede ao advogado que explique a sua cliente que nem sempre a mulher fica com a casa de imediato, após o divórcio.
O advogado, então, usa o bilhete que Oliver escreveu, quando pensou que ia morrer, para alegar que ele havia renunciado a tudo em prol de Barbara (nesse ponto observamos que o advogado deixa de lado a medição ou a negociação para tentar única e exclusivamente conseguir obter vantagens para sua cliente). Isso causa revolta em Oliver dizendo que até poderia renunciar à casa, mas após essa tentativa de usar o bilhete contra ele, faria de tudo para ficar com a casa. Barbara se arrepende de ter entregado o bilhete ao advogado, mas esse retruca dizendo que “depois de tudo encerrado ela iria lembrar daquele dia como um dos mais agradáveis”. Oliver passa morar em um hotel.
Oliver recorre ao seu advogado Gavin D`Amato. Gavin lembra de uma lei no código civil, que usou em caso anterior, dizendo que mesmo separados de corpos, ambos poderiam viver sob mesmo teto. Oliver volta da mansão e partir desse momento a vida de ambos vira um inferno. Nenhum dos dois querendo ceder. Ambos entram em uma disputa de rancor, ódio e violência.
O advogado Gavin, tenta algumas vezes dissuadir Oliver, a venderem a casa ou a entregar a posse da casa para Barbara, antes que algo pior aconteça. Sugere a busca de outra casa. Mas Oliver se mostra irredutível e até cria um sistema de divisão dos cômodos da casa, por cores, pela planta baixa, dizendo que os cômodos dele eram maiores que os dela.
A convivência se torna cada vez mais insuportável. 
Oliver, sem intenção, atropela o gato de Barbara e o mata. Ela por vingança, o tranca na sauna, quase o matando. Ela o manda embora da casa e ele diz que nunca sairá. 
Barbara procura Gavin D´Amato, tentando convencê-lo a fazer que Oliver deixasse a casa. Mas este, aconselha Barbara a vender a casa (como havia sugerido a Oliver), não sendo não aceito por ela. Gavin se vê, então, em uma situação constrangedora com Barbara, oferendo dinheiro e até tentando seduzi-lo para convencê-lo a ajudá-la a retirar Oliver e fazer com ele renuncie à mesma. Gavin, recusa de todas as formas e sugere se sentarem para um acordo (conciliação), sendo esta oferta totalmente recusada por Barbara.
Oliver chega ao escritório de Galvin, revoltado com Barbara, que enviou um bilhete para ele ficar fora de casa, inventando que a casa seria de dedetizada, quando na verdade, ela daria um jantar de negócios. Galvin afirma que ela pode dar o jantar e mentir, pois não há crime, deixando Oliver desconfiado, questionando se o advogado havia feito sexo com Barbara. Ele afirma que não e tenta mais uma vez convencê-lo a vender a mansão, afirmando que no fim Oliver acabaria perdendo de qualquer forma.
Oliver atrapalha o jantar de negócio de Barbara, após ter sido engando para ficar fora de casa, na noite do jantar, chegando bêbado, fazendo confusão e até urinando no prato principal do jantar, o peixe assado. Barbara, furiosa, destrói o carro de Oliver, com ele dentro, tentando impedi-la. Ele se vinga destruindo o fogão industrial dela, usado para preparar os pratos do buffet por Barbara.
Após essa confusão toda, Barbara marca um encontro com Oliver na hora do jantar. Eles tentam conversar sobre o relacionamento. Oliver afirma que ainda a ama e que não acredita que ela não o ame mais. Barbara afirma que não o ama e pede que ele deixe a casa. Oliver diz não acreditar que ela seja tão fria e má a ponto de não gostarmais dele, pois “quem faz um patê tão bom assim não pode ser má”. Barbara diz então “depende do que o patê é feito “, late imitando um cachorro, dando a entender que que havia matado o cachorro dele, para fazer o patê. 
Oliver surta. Os Roses, começam uma perseguição, tipo gato e rato, dentro da mansão, jogando objetos um no outro se agredindo e ofendendo, que acaba com os dois presos em cima do lustre da casa, onde Barbara, anteriormente, havia afrouxado os parafusos, tentando fazer o lustre cair em cima de Oliver. 
Galvin e empregada dos Roses chegam e tentam ajudar procurando uma escada para ajudá-los a descer, mas acaba se tornando tarde demais. O lustre se solta e os Roses acabam caindo para a morte. Um instante de morrer, Oliver coloca a mão no ombro de Barbara e morre. Ela, um instante antes de morrer empurra a mão de Oliver, retirando do seu ombro e morre. Nem no momento derradeiro, eles ainda assim, não conseguiram se conciliar e morrem separados, um do outro. 
Esse filme, nos remete a falta que o diálogo, a atenção, o carinho e cuidado fazem em um relacionamento. A incapacidade de Oliver e Barbara conseguirem dialogar, de se importarem mais um com outro, do que com si mesmos, fez com o amor morresse aos poucos. Isso afetou a convivência familiar, profissional e pessoal de ambos. 
Vemos aqui a total falta de capacidade do ser humano de deixar de pensar um pouco em si e pensar no próximo. Oliver “esqueceu” de Barbara quando se dedicou, quase que por inteiro ao trabalho, deixando de lado aquilo que os aproximou e fez ao amor surgir: o diálogo, a visão do futuro juntos, de construírem juntos algo juntos sem esquecer o amor e dedicação a relação. Barbara, por sua vez, não procurou de forma clara e direta tentar conversar com Oliver sobre o assunto. Ou seja, ambos deixaram que suas necessidades e sentimentos pessoais se sobrepusessem, ao invés de buscar a união e reavivar o relacionamento.
E quando, por decisão de separarem, ainda encontram pessoas inaptas, incapazes de entender e ajudar, como no caso dos advogados do filme, em tratar o assunto utilizando os métodos alternativos de solução de conflitos: mediação, arbitragem, negociação e conciliação como formas de facilitar e ajudar a ambos, isso acabou piorando tudo.
O advogado de Barbara, simplesmente queria obter as maiores vantagens possíveis para sua cliente, ao invés de tentar primeiro fazer o casal se reconciliar. Inclusive usando de artimanhas, de um momento de desespero e medo de Oliver para conseguir seus intentos, com o uso do bilhete. Sabemos que no mundo real, uma das funções do advogado e sempre estar a lado do seu/sua cliente. Mas um pouco de visão, boa vontade e discernimento, podem ajudar muito mais do que “vou fazer de tudo para vencermos essa questão” quando se trata de divórcio. É um momento de fragilidade, de dor para o ex-casal.
O advogado Gavin, apesar de tentar ajudar em alguns momentos, tentando fazer Oliver a desistir da casa, (após a conversa da tentativa de negociação sobre o divórcio), fez com que Oliver voltasse para casa, utilizando a lei do código civil de morar sobre o mesmo teto, mesmo separado de corpos. Ou seja, ao invés de propor uma negociação, uma conciliação ou até mesmo sugerir mediação. Esse se mostrou ineficaz com relação a esses pontos e acabou contribuindo ainda mais para discórdia do casal e por conseguinte acabou contribuindo, mesmo que indiretamente, para a morte do casal.
O filme me fez ter uma visão diferenciada de como um advogado pode influenciar, para o bem ou para o mal, a vida e a relação das pessoas. Ele é o primeiro a ser consultado quando alguém deseja fazer valer seus direitos. Passa a ser a pessoa de maior importância e confiança, nessa questão, para quem o procura. 
Por que então, não usar de todos os recursos possíveis, para aconselhar, orientar e ajudar a sanar os problemas da maneira mais rápida e de forma mais tranquila possível? Por que não se fazer uso dos métodos alternativos extrajudiciais de resolução de conflitos para evitar dores e sofrimentos maiores? Métodos que podem, na maioria das vezes, diminuir sofrimentos, angústias, dores e estresse. Que poderiam ser evitados, com um pouco de bom senso e com cada lado cedendo um pouco. 
Ninguém é obrigado a viver com outra pessoa quando a relação acaba (acredito que amor de verdade não acaba, se acabou é porque não era amor), mas podemos e devemos tentar transformar esse momento, no menos doloroso o possível. Não sendo possível, devemos agir diferente dos advogados do filme. Devemos ser humanos e nos fazer a pergunta: “como seria se fosse comigo?’. E sermos a ajuda, a orientação, o apoio daqueles que nos procuram em confiança. Sim, trabalhamos e precisamos de remuneração para viver, mas cada caso é um caso e vale a pena ajudar quando for possível, a aqueles que conseguirmos enxergar, através da nossa própria humanidade, que há a possibilidade de união e resolução, em paz, do conflito.
E através da análise do filme, podemos chegar à conclusão da importância da visão e consciência dos advogados do seu papel na sociedade. Que diferente da trama, deveria ser de orientação, norteamento e a busca pela melhor solução possível de acordo com os ordenamentos jurídicos, procurando utilizar, sempre que possível e viável os métodos extrajudiciais de resolução de conflito (negociação, conciliação, mediação, arbitragem). E com isso “desafogar” os tribunais de justiça pelo Brasil, fazendo com os processos que realmente necessitam de julgamento de juízo, tramitem mais rapidamente.
E que nenhum sucesso profissional compensa ou vale pena, quando custa a sua relação, seja familiar, seja amizade ou até mesmo a própria relação no trabalho. Nada compensa o fracasso como marido/esposa, companheiro(a), pai/mãe, filho(a), amigo(a). 
Nada compensa quando perdermos o amor daqueles que nos ama.

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