Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Farmacotécnica- Farmácia- Produzido por Adricy Isabella Estabilidade de preparações magistrais É um aspecto crucial na farmacotécnica, refere-se à capacidade de uma preparação farmacêutica manter sua qualidade, eficácia e segurança ao longo do tempo, desde a sua produção até o momento em que é utilizada pelo paciente. Envolve a escolha adequada dos ingredientes, a proteção contra a degradação, a seleção de embalagens apropriadas e a realização de estudos de estabilidade. Definição: Estabilidade é a capacidade da formulação em manter, dentro dos limites especificados, e ao longo de todo o seu período de armazenamento e utilização, as mesmas propriedades e características que possuía no momento da fabricação Tipos Estabilidade Química: Princípios ativos e excipientes manter integridade química e potência Estabilidade Física: Propriedades físicas originais mantidas, aparência, sabor, uniformidade, dissolução e suspensão Estabilidade Terapêutica: Não alterar o efeito terapêutico Estabilidade Toxicológica: Não aumentar a toxicidade significativamente Estabilidade Microbiológica: Esterilidade ou resistência ao crescimento bacteriano ser mantida Fatores que afetam a estabilidade PH: pode ter um impacto considerável na estabilidade das preparações magistrais. Alguns ingredientes ativos podem ser sensíveis a mudanças no pH e podem se degradar ou perder eficácia em determinadas faixas de pH. Portanto, é importante ajustar e monitorar o pH adequado da formulação para garantir a estabilidade dos ingredientes ativos. Temperatura: fator crítico na estabilidade das preparações. Altas temperaturas podem acelerar a degradação química dos ingredientes ativos, resultando na perda de potência ou na formação de produtos de degradação indesejáveis. Por outro lado, temperaturas muito baixas também podem causar problemas, como a cristalização de certos componentes. É essencial armazenar as preparações em temperaturas adequadas, conforme recomendado para cada ingrediente específico. Solvente: o solvente utilizado na preparação magistral também pode afetar sua estabilidade. Alguns ingredientes ativos são mais solúveis em determinados solventes, enquanto outros podem sofrer reações indesejáveis ou precipitação em solventes inadequados. É importante selecionar o solvente apropriado que não afete a integridade dos ingredientes ativos e que proporcione uma boa solubilidade. Luz: exposição à luz pode ser prejudicial para muitos ingredientes ativos, especialmente aqueles sensíveis à luz. A luz pode causar a degradação dos ingredientes ativos, levando à perda de potência ou à formação de produtos de degradação prejudiciais. Portanto, as preparações magistrais devem ser armazenadas em recipientes opacos ou protegidas da luz por meio de embalagens adequadas. Oxigênio: O oxigênio presente no ar pode causar a oxidação de alguns ingredientes ativos. A oxidação pode levar à perda de eficácia ou à formação de compostos tóxicos. É importante minimizar a exposição das preparações magistrais ao Farmacotécnica- Farmácia- Produzido por Adricy Isabella oxigênio, especialmente durante o armazenamento. O uso de recipientes hermeticamente fechados ou sistemas de embalagem que evitem a entrada de ar pode ser benéfico nesse sentido. Dióxido de carbono: pode influenciar a estabilidade das preparações magistrais, especialmente em sistemas fechados. Altas concentrações de dióxido de carbono podem levar a mudanças no pH da formulação ou causar a formação de ácido carbônico, o que pode impactar a estabilidade dos ingredientes ativos. Portanto, é importante considerar a presença de dióxido de carbono como um fator que pode afetar a estabilidade. Umidade: fator crítico na estabilidade das preparações. A presença de umidade pode causar a hidrólise de certos ingredientes ativos, levando à degradação ou perda de eficácia. Além disso, a umidade também pode causar mudanças físicas, como a aglomeração de partículas ou a formação de precipitados. É necessário armazenar as preparações em condições adequadas de umidade para preservar sua estabilidade. Tamanho das partículas: O tamanho das partículas dos ingredientes presentes nas preparações magistrais também pode afetar sua estabilidade. Partículas muito grandes podem levar à sedimentação ou à instabilidade física da formulação. Por outro lado, partículas muito pequenas podem aumentar a velocidade de degradação química ou diminuir a eficácia do produto final. Portanto, é importante controlar o tamanho das partículas dos ingredientes durante o processo de formulação. Auxiliam na resolução dos problemas que afetam a estabilidade: PH: Se a instabilidade estiver relacionada ao pH, é possível ajustar o pH da preparação magistral para uma faixa adequada ao ingrediente ativo. Isso pode ser feito por meio da adição de agentes tamponantes para manter o pH estável ou por meio do uso de sistemas de liberação controlada que mantêm o pH em um intervalo específico. Utilização de agentes tamponantes; evitar que se torne ionizável(reduz absorção e reduz atividade farmacológica) Temperatura: o caso de instabilidade relacionada à temperatura, é importante armazenar as preparações magistrais em condições adequadas de temperatura, seguindo as recomendações específicas para cada ingrediente. Isso pode incluir armazenamento em geladeira, temperatura ambiente controlada ou até mesmo o uso de técnicas de refrigeração durante o processo de preparação. Solvente: Se o solvente utilizado estiver afetando a estabilidade da preparação, pode ser necessário avaliar e selecionar um solvente alternativo que seja mais adequado ao ingrediente ativo. Isso pode envolver a substituição do solvente atual por um que ofereça melhor solubilidade e estabilidade ao ingrediente ativo, minimizando assim os problemas associados. Luz: Para proteger as preparações magistrais da luz, é possível utilizar embalagens opacas, como frascos âmbar, ou aplicar revestimentos protetores nas embalagens para evitar a exposição direta à luz. Além disso, é recomendado armazenar as preparações em locais escuros ou em recipientes opacos para minimizar os efeitos da luz sobre a estabilidade. Oxigênio: Para evitar a oxidação dos ingredientes ativos, é importante minimizar a exposição das preparações ao oxigênio. Isso pode ser alcançado utilizando recipientes hermeticamente fechados, embalagens que impeçam a entrada de ar ou até mesmo técnicas de enchimento sob Farmacotécnica- Farmácia- Produzido por Adricy Isabella vácuo para remover o ar antes do fechamento da embalagem (Headspace); Uso de antioxidantes; Minimizado com adição de azoto. Dióxido de carbono: Se o dióxido de carbono estiver afetando a estabilidade, é possível utilizar técnicas de purga para remover o excesso de dióxido de carbono durante a formulação ou considerar a utilização de recipientes que permitam a liberação controlada do gás para evitar a formação de ácido carbônico; Evitar a formação de Carbonatos; Recipientes cheios e bem fechados. Umidade: Para lidar com problemas de instabilidade causados pela umidade, é importante armazenar as preparações em recipientes que ofereçam uma barreira eficaz contra a umidade, como frascos bem vedados ou blisters individuais. Além disso, o controle adequado da umidade durante o processo de formulação e armazenamento é essencial para manter a estabilidade das preparações; Uso de sílica para evitar hidrolise Tamanho das partículas: Se o tamanho das partículas estiver afetando a estabilidade, podem ser empregadas técnicas de moagem ou micronização para reduzir o tamanho das partículas. Da mesma forma, em caso de problemas relacionados à sedimentação, é possível adicionaragentes suspensivos/aglutinantes para garantir a uniformidade da formulação e evitar a separação das fases; partículas menores são mais reativas Mecanismos de degradação: A instabilidade descreve as reações químicas que são irreversíveis e originam produtos químicos distintos (produtos de degradação), que tanto podme ser terapeuticamente inativos, como podem apresentar grande toxicidade Degradação química: diferentes mecanismos, tais como hidrólise, oxidação, racemização, isomerização, desidratação e fotodegradação. Os mecanismos de degradação química de fármacos mais frequentes são a hidrólise, a oxidação e a fotólise. Degradação física: algumas vias através das quais esta pode ocorrer incluem a formação de polimorfos, cristalização, vaporização e adsorção Sinais Físicos de instabilidade Aspectos para estabelecer o prazo de validade Principais: Material da embalagem, forma farmacêutica empregada e conservantes Referências de compêndios e revistas indexadas - Quando não há referências Propriedades físicas e químicas dos ingredientes Conservantes e estabilizantes Forma farmacêutica empregada Natureza físico-química do fármaco e cinética de degradação Material de embalagem Temperatura de armazenamento Duração de tratamento Validade da matéria-prima Farmacotécnica- Farmácia- Produzido por Adricy Isabella Estudos de estabilidade A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no Brasil estabelece diretrizes para os estudos de estabilidade de medicamentos, incluindo as preparações magistrais. Função: avaliar a estabilidade, seja ela química, física, microbiológica, terapêutica e/ou toxicológica, em determinadas condições de temperatura, umidade e armazenamento A ANVISA recomenda a realização de três tipos de estudos de estabilidade: longa duração, acelerado e de acompanhamento. Estudo de estabilidade de longa duração: Esse tipo de estudo tem como objetivo avaliar a estabilidade do medicamento em condições de armazenamento prolongado, normalmente por um período de 12 a 24 meses. Durante esse período, o medicamento é submetido a condições de armazenamento definidas pela ANVISA, que incluem temperatura, umidade e exposição à luz. São realizadas análises físicas, químicas e microbiológicas em intervalos regulares para avaliar a integridade do medicamento ao longo do tempo. Estudo de estabilidade acelerado: O estudo de estabilidade acelerado tem como objetivo fornecer uma indicação preliminar da estabilidade do medicamento em um curto período de tempo, normalmente de 3 a 6 meses. Nesse tipo de estudo, as condições de armazenamento são mais rigorosas do que as utilizadas no estudo de longa duração, como temperatura elevada e umidade controlada. São realizadas análises físicas, químicas e microbiológicas em intervalos regulares para avaliar a integridade do medicamento sob essas condições aceleradas. Estudo de acompanhamento: O estudo de acompanhamento é realizado ao longo do tempo após a aprovação do medicamento no mercado. Nesse tipo de estudo, são realizadas análises periódicas, normalmente em intervalos de 6 a 12 meses, para monitorar a estabilidade contínua do medicamento. Os parâmetros avaliados são semelhantes aos dos estudos de longa duração e acelerado, incluindo análises físicas, químicas e microbiológicas. O estudo de acompanhamento tem como objetivo fornecer informações sobre a estabilidade do medicamento em condições reais de armazenamento e uso a longo prazo. Esses estudos de estabilidade são essenciais para garantir a qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos, incluindo as preparações magistrais. Os resultados desses estudos são utilizados para estabelecer a vida útil do medicamento, determinar as condições de armazenamento adequadas e fornecer informações para a rotulagem do produto. Além disso, os estudos de estabilidade são uma exigência regulatória da ANVISA para a obtenção e manutenção do registro de medicamentos no Brasil.
Compartilhar