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LITERATURA PROSA E POESIA Copyright © 2015 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 AULA 1 - VERSO E PROSA Verso Presente nas poesias. Possui rima. Semelhante ao movimento do arado de plantação. Prosa Presente nos contos, novelas, romances, etc. Não possui rima. Linhas preenchidas completamente. AULA 2 - METRIFICAÇÃO A metrificação está presente na poesia. Pode-se dizer que verso é uma linha de palavras que se interrompe após atingir um determinado número de sílabas, ainda que fique com sentido incompleto, sendo este finalizado no verso seguinte. Essa contagem de sílabas na poesia é feita por meio de sílabas poéticas, diferentes das gramaticais. Sílaba poética é o som percebido pelo ouvido, ainda que uma palavra emende em outra. Na contagem de sílabas poéticas, conta-se apenas até a última sílaba tônica de um verso, desprezando as posteriores a ela. Sílaba gramatical é o som distinguido rigorosamente em cada palavra. AULA 3 - VERSOS AGUDOS, GRAVES E ESDRÚXULOS Como já visto, na contagem de sílabas poéticas, conta-se apenas até a última sílaba tônica de um verso, desprezando as posteriores a ela. Assim: VERSO AGUDO: ocorre quando a sílaba tônica do verso é a última, ou seja, quando o verso termina em uma oxítona. VERSO GRAVE: ocorre quando a sílaba tônica do verso é a penúltima, ou seja, quando o verso termina em uma paroxítona. VERSO ESDRÚXULO: ocorre quando a sílaba tônica do verso é a antepenúltima, ou seja, quando o verso termina em uma proparoxítona. AULA 4 - SINALEFA E DIÉRESE SINALEFA: contração de vogais. Subdivide-se em: Elisão: quando a vogal final de uma palavra se une à vogal inicial da palavra seguinte. Crase: quando há a fusão de duas vogais iguais, uma finalizando a palavra anterior e a outra iniciando a seguinte. Sinérese: quando duas ou mais vogais, gramaticalmente formando um hiato, se fundem, unindo-se em uma única sílaba poética. DIÉRESE: separação de vogais. Ditongos gramaticais se transformam em hiatos, pela presença do trema colocado sobre a vogal que se deseja separar. Recurso usado para aumentar a quantidade de silabas poéticas, obedecendo à métrica do poema. AULA 5 - METROS PRINCIPAIS Conforme a divisão em silabas poéticas dos versos, podemos obter os seguintes resultados: PENTASSÍLABO: 5 sílabas poéticas HEXASSÍLABO: 6 sílabas poéticas HEPTASSÍLABO: 7 sílabas poéticas OCTOSSÍLABO: 8 sílabas poéticas ENEASSÍLABO: 9 sílabas poéticas DECASSÍLABO: 10 sílabas poéticas HENDECASSÍLABO: 11 sílabas poéticas DODECASSÍLABO: 12 sílabas poéticas LIVRE: sem medida fixa http://www.stoodi.com.br/ PROSA E POESIA Copyright © 2015 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 2 AULA 6 - RIMAS Rima é a concordância sonora que ocorre entre palavras ou expressões, verificada nas últimas vogais tônicas de cada verso. Podem ser classificadas: Quanto à acentuação Rima entre proparoxítonas: ESDRÚXULA Rima entre paroxítonas: GRAVE Rima entre oxítonas: AGUDA Quanto à extensão Paridade total: CONSOANTE Paridade parcial: TOANTE Quanto ao vocabulário Rima entre palavras de mesma classe gramatical: o POBRE Rima entre palavras de classes gramaticais diferentes: o RICA Quanto à disposição RIMA INTERNA: o Rima dentro do mesmo verso o Rima no final de um verso concordando com a primeira palavra do seguinte o Rima entre palavras no meio de versos diferentes RIMA EMPARELHADA: o Versos sucessivos, rimados de 2 em 2. RIMA CRUZADA: o Rimas alternadas num quarteto (verso sim, verso não). RIMA ENLAÇADA: o Num quarteto, o 1º verso rima com o 4º. E o 2º e 3º rimam entre si. http://www.stoodi.com.br/ GÊNEROS E ERAS LITERÁRIAS Copyright © 2015 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 AULA 1 – DIVISÃO EM GÊNEROS POÉTICOS MITO: história sagrada de origem arcaica, que a tradição de um povo ou de uma civilização preserva e transmite de geração em geração. EPOPÉIA: poema narrativo de assunto heroico e mítico, composto em linguagem elevada. POESIA LÍRICA: composta em 1ª pessoa, acompanhada pela lira (instrumento), apresenta temas de culto aos deuses, vida, natureza, trabalho, amor e sonhos. POESIA DRAMÁTICA: teatro representado em forma de versos, que pouco a pouco foi cedendo espaço para a prosa. Subdividida em Tragédia - peça com carga trágica, para gerar piedade por parte do público - e Comédia – peça com crítica moral, mas que visa distrair o público e fazê-lo rir. POESIA SATÍRICA: peça repleta de críticas sociais, porém com carga de humor e ironia. AULA 2 - NARRATIVAS EM PROSA CONTO 1 ação – 1 só conflito; Personagens pouco descritas; 1 espaço; 1 tempo; 1 a 5 páginas NOVELA 1 ação; Personagens um pouco mais detalhadas; Enredo mais lento; Tempo / espaço variantes. ROMANCE Diversas ações; Narrativa longa; Personagens bem detalhadas; Tempo / espaço diversos. AULA 3 – ESTRUTURA DA NARRATIVA - ENREDO Enredo é a história propriamente dita, uma sucessão de acontecimentos. É formado pelas personagens + ação + espaço + tempo. Dividido em começo, meio e fim: Começo: apresentação Meio: mudanças, conflitos Fim: consequência AULA 4 – ESTRUTURA DA NARRATIVA - NARRADOR A função do narrador é expor o enredo. Ele pode estar: Em 1ª pessoa, fazendo parte da história. E nesse caso ainda pode se subdividir em narrador protagonista ou observador. Em 3ª pessoa, quando não participa da história, tendo apenas uma visão da trama. Ele pode, ainda assumir a visão de alguma personagem da trama, o que denominamos de foco narrativo multisseletivo. AULA 5 - ESTRUTURA DA NARRATIVA - PERSONAGENS Planas são fixas são claras possuem foco externo Esféricas são mutáveis são misteriosas possuem foco interno AULA 6 - ESTRUTURA DA NARRATIVA - ESPAÇO E TEMPO Espaço É o ambiente em que ocorre a narrativa, servindo para situar o leitor. GÊNEROS E ERAS LITERÁRIAS Copyright © 2015 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 2 Tempo Está interligado ao espaço, podendo ter uma linearidade cronológica – quando os acontecimentos obedecem a ordem cronológica – ou uma inversão cronológica – quando os acontecimentos são exibidos de frente para trás, como se fossem lembranças, recordações. O tempo pode, ainda, ser: Cronológico: quando trata do curso das horas; Psicológico: quando adentra o pensamento das personagens. AULA 7 - ESTRUTURA DA NARRATIVA - REPRESENTAÇÃO DA INTIMIDADE A representação da intimidade das personagens numa narrativa pode ocorrer por: Discurso indireto livre: quando há uma fusão na voz do narrador e da personagem, sem aviso prévio. Fluxo de consciência: quando há um monólogo interior de uma personagem, havendo uma fusão entre a voz do narrador e o pensamento de uma personagem. AULA 8 - ESTRUTURA DA NARRATIVA - ASSUNTO E TEMA Assunto É a matéria que será exposta. É algo bem objetivo. Tema É uma interpretação do assunto, uma exploração dele. É algo subjetivo. AULA 9 – TIPOS DE ROMANCE AÇÃO Focado na sucessão de fatos; Possui personagens planas. DRAMÁTICO Focado na análise psicológica das personagens; Personagens esféricas. PICARESCO Cada capítulo do romance conta uma historia curta. São independentes um do outro. O que eles têm em comum é o protagonista da história, que é o mesmo em todos. FORMAÇÃO Focado no caráter da personagem principal, exibindo as transformações que ele sofre durante a trama e seu amadurecimento. Possui personagensesféricas. POÉTICO Possui amplo uso de figuras de linguagem e linguagem conotativa. Subjetividade. AUTORREFLEXIVO Possui em si uma referência ao ato de escrever; Metalinguagem. AULA 10 – ERAS LITERÁRIAS MEDIEVAL Trovadorismo Humanismo ERA CLÁSSICA Classicismo Barroco Neoclassicismo / Arcadismo GÊNEROS E ERAS LITERÁRIAS Copyright © 2015 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 3 ERA ROMÂNTIICA Romantismo Realismo / Naturalismo / Parnasianismo Simbolismo Modernismo ESCOLAS LITERÁRIAS ERA MEDIEVAL Trovadorismo (XII a XV) 1ª escola de Portugal Início com a publicação de A Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós Humanismo (XV a XVI) Início quando Fernão Lopes foi nomeado guardador da Torre do Tombo. Marca o final da Era Medieval. ERA CLÁSSICA Classicismo (XVI) – No Brasil, mais conhecido como Quinhentismo Início em Portugal através de Sá de Miranda. Barroco (XVII) 1ª escola literária do Brasil. Início com a publicação de Prosopopeia, de Bento Teixeira, em 1601. Arcadismo (XVIII) Início em Portugal em 1756, quando foi construída no país a Arcádia Lusitana. No Brasil, iniciou em 1768, com a publicação de Obras Poéticas, de Claudio Manuel da Costa. ERA ROMÂNTICA Romantismo Início em Portugal com a publicação da obra Camões, de Almeida Garret. Início no Brasil com a publicação de Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães. Realismo / Naturalismo Início em Portugal com a publicação da obra Crime do Padre Amaro, de Eça de Queirós. Início no Brasil com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Parnasianismo Escola ligada ao Realismo. Início com a obra Fanfarras, de Teófilo Dias, em 1882. Simbolismo Início em Portugal com a obra Oaristos, de Eugênio de Castro, em 1890. Início no Brasil com a publicação de Missal e Broquéis, de Cruz e Sousa, em 1893. Modernismo Início em Portugal com a publicação da Revista Orpheu, em 1915. Início no Brasil com a Semana de Arte Moderna, em 1922. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS TRADIÇÃO CLÁSSICA (Classicismo, Arcadismo, Realismo) Equilíbrio, harmonia; Regularidade, senso de proporção; Simplicidade, clareza; Objetividade, racionalismo. TRADIÇÃO ROMÂNTICA (Trovadorismo, Barroco, Romantismo, Simbolismo) Desequilíbrio; Contorção das formas; Complexidade, obscuridade; Subjetividade, sentimentalismo. FIGURAS DE LINGUAGEM - TROPOS Copyright © 2016 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 AULA 1 - INTRODUÇÃO IMAGINAÇÃO: despertada através das palavras. IMAGEM: Sonora: som, rima do poema. Visual: ler o poema. SENTIDO: Figurado: conotativo Real: denotativo AULA 2 - FIGURAS DE LINGUAGEM – HARMONIA Figuras de harmonia tratam do ritmo, do som da poesia. São elas: ONOMATOPEIA: Imitação se um som através de palavras. ALITERAÇÃO: Repetição de sons consonantais. ASSONÂNCIA: Repetição de sons vocálicos. PARONOMÁSIA: Emprego de palavras parônimas, ou seja, semelhantes no som, mas com sentidos diferentes. AULA 3 - FIGURAS DE LINGUAGEM – CONSTRUÇÃO Figuras de construção tratam do visual da poesia. São elas: ANÁFORA: Repetição de palavra ou expressão no início dos versos de um poema. ANACOLUTO: Quebra de uma sequência, gerando desconexão entre expressões. POLISSÍNDETO: Repetição de conectivos numa determinada sequência. PLEONASMO: Na POESIA, é uma repetição de palavras ou expressões para enfatizá- las. ELIPSE: Omissão de palavra subentendida. ZEUGMA: Omissão de palavra subentendida, já dita anteriormente. HIPÉRBATO: Inversão da ordem dos termos. QUIASMO: Cruzamento de palavras ou expressões. AULA 4 - FIGURAS DE LINGUAGEM – PENSAMENTO COMPARAÇÃO: Comparação entre dois termos. METÁFORA: Comparação sem o elemento “como” explícito, ou, ainda, presença de termos que fazem alusão a outros. ANTÍTESE: Emprego de palavras opostas dentro de uma mesma frase ou verso. PARADOXO: Emprego de termos, além de opostos, contraditórios dentro da mesma frase. IRONIA: Dizer o contrário do que realmente gostaria de falar. É necessário saber o contexto para entender a presença da ironia. APÓSTROFE: Invocação. HIPÉRBOLE: Exagero. GRADAÇÃO: Sequência de termos gradativos em ordem ascendente ou descendente. PROSOPOPEIA: É uma personificação, ou seja, atribuir características humanas a algo. AULA 5 - FIGURAS DE LINGUAGEM – TROPOS Os tropos consistem no desvio de sentido de uma palavra. São eles: CATACRESE: Emprego de um termo para designar algo semelhante, que não possui um termo próprio para si. ALEGORIA: É uma sucessão de metáforas. EUFEMISMO: É o ato de utilizar uma palavra/expressão para suavizar uma mensagem. SÍMBOLO: É uma imagem que designa algo. METONÍMIA: Substituição de um termo por outro que lhe faça referência. PERÍFRASE: Substituição de um nome por um conjunto de termos que aludem a ele. AUTONOMÁSIA: Semelhante à perífrase, porém sempre se referindo a nomes próprios. http://www.stoodi.com.br/ TROVADORISMO Copyright © 2015 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO O Trovadorismo teve início em Provença, sul da França, no século XII. Após o fim do Império Romano e das invasões bárbaras, houve a fuga das pessoas da cidade para o campo. A partir daí iniciou-se o Feudalismo. Feudalismo: recebeu esse nome por causa dos feudos, que eram pedaços de terra cujos proprietários eram os senhores feudais, homens do clero com elevado poder aquisitivo. Os senhores feudais concediam pedaços de terra aos servos, que eram as pessoas que tinham deixado a cidade para habitar o campo. Em troca destas terras, os servos pagavam impostos aos senhores, além de prestar favores a estes. Assim, havia uma relação de interdependência entre eles. Vassalagem: nessa relação, o Suserano era o nobre dono das terras, como um senhor feudal. Porém, havia alguns nobres, denominados Vassalos, que ainda não possuíam seus pedaços de terra. Assim, o Suserano cedia um pedaço de terra ao Vassalo, que passava a ser eternamente leal a ele, estando ao seu lado em possíveis combates. Desse modo, o Vassalo gerava um novo feudo, e a partir daí cedia partes de sua propriedade a outros servos, em troca de impostos e favores também. Educação no período: homens formados pra serem cavaleiros; militarismo. Princípios básicos: honra, lealdade, dignidade. Fundamentação nos princípios cristãos, que eram envoltos no Teocentrismo (Deus como centro de tudo). AULA 2 - CARACTERÍSTICAS As obras do Trovadorismo podem ser divididas em: Novelas de Cavalaria: prosas que contavam histórias heroicas de cavaleiros do período. Poesia Trovadoresca: tom lírico, tendo como tema o amor e a emoção. Principais características Mesura: era o cuidado em não falar o nome da mulher amada, pois existia a questão do servo ser apaixonado por sua Senhora, sendo um romance proibido. Essa poesia, ainda, abordava mais o sofrimento do servo submisso à sua Senhora do que a história de amor em si. Coita: era o prazer interrompido entre o servo e a Senhora. Ou seja, eles queriam dar continuidade a um amor que foi interrompido. Vassalagem amorosa: era uma metáfora da relação de vassalagem entre o Suserano e o Vassalo. No caso da poesia trovadoresca a amada era nobre, o homem era o servo, e a partir disso nascia o sofrimento dele em não poder tê-la, visto que, além de tudo, eram de camadas sociais diferentes. Trovadorismo em Portugal O início do Trovadorismo em Portugal aconteceu com a obra A Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós. Cancioneiros: Cancioneiro da Ajuda Cancioneiro daVaticana Cancioneiro da Biblioteca Nacional Os trovadores eram os compositores das cantigas. Faziam parte da nobreza. Os jograis eram os que recitavam as cantigas, ou em festas da nobreza ou em praças públicas. AULA 3 - GÊNERO LÍRICO O gênero lírico trata do amor, da expressão de sentimentos. Isso era realizado através de cantigas, que eram a palavra cantada. Subdivide-se em: Cantigas de amor Eu lírico masculino; Amor cortês; Erotismo implícito; Tema principal: amor impossível. Cantigas de amigo Eu lírico predominantemente feminino; Sensualidade e erotismo explícitos; Elementos da natureza; Mulher lamenta a falta de seu amado; Presença de refrão. AULA 4 - GÊNERO SATÍRICO O gênero satírico trata de críticas sociais e, assim como no gênero lírico, essas críticas eram feitas através de cantigas, subdivididas em: Cantigas de Escárnio Crítica indireta; Linguagem popular; Abordagem de situações da época. Cantigas de Maldizer Crítica direta; Linguagem baixa, pesada, uso de palavrões; Temas “mais pesados”. http://www.stoodi.com.br/ HUMANISMO Copyright © 2014 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO Início na Itália, no final do século XIII e início do século XIV. Características principais Princípios básicos: Retorno ao Cristianismo original, onde passa a haver um questionamento sobre as imposições da Igreja, buscando regenerá-la. Há também uma repulsa ao autoritarismo. Enquanto no Trovadorismo tudo o que a Igreja impunha era aceito, no Humanismo há uma reflexão acerca dessas imposições, visando analisar e enxergar de forma mais racional. Valorização cultural da antiguidade clássica. Duas características fundamentais do Humanismo são: Liberdade; Valorização do homem. Dessa forma, ocorre um conflito entre o TEOCENTRISMO e o ANTROPOCENTRISMO. Enquanto no Trovadorismo, escola anterior, predominava o Teocentrismo, que colocava Deus como o centro de todas as coisas, no Humanismo enxerga-se o homem como um ser racional, pensante, que é influenciado pelo meio em que vive. O homem passa a ser o centro de todas as coisas. Fatores Alguns fatores que contribuíram para a formação dessa Escola são: Início do Mercantilismo; Surgimento das cidades novas, denominadas Burgos, originando a Burguesia; Invenção da Imprensa de Gutemberg; Valorização da filosofia de Platão; Descrença ao destino. AULA 2 - HUMANISMO EM PORTUGAL Início em Portugal através de Fernão Lopes, quando foi nomeado o guarda mor da Torre do Tombo (em 1418). Na época o poder era monárquico, passando posteriormente ao Absolutismo. Outro fator que contribuiu pra o surgimento do Humanismo foi a expansão marítima. Características da Literatura Portuguesa da época Poesia Palaciana o Criada nos palácios, pelos próprios nobres, para ser declamada apenas à corte. o Poesias para leitura, sem música, diferentemente do Trovadorismo. o Mote Glosado (explicação das ideias, do tema central da poesia). Prosa Historiográfica o Participação do povo, não mais da nobreza. o Prosa imparcial o Críticas sociais o Destaque para Fernão Lopes, cronista. Teatro Medieval Antes do teatro medieval, essa forma de apresentação era realizada somente de forma litúrgica, nas igrejas, sempre com foco no Teocentrismo. Se o teatro saísse da igreja e abordasse temas que não fossem sacros, era denominado Teatro Profano. Quem rompeu com essa forma de teatro foi Gil Vicente, eu trouxe os Autos e as Farsas. Os Autos abordavam temas moralizantes e religiosos, enquanto as Farsas tratavam de criticar alguns assuntos do período. AULA 3 - FERNÃO LOPES E GIL VICENTE Fernão Lopes Marco inicial do Humanismo; Cronista, tendo como principais obras a Crônica de El Rei D. Pedro, a Crônica de El Rei D. Fernando e a Crônica de El Rei D. João; Destaque pra sua imparcialidade na escrita, valorizando as críticas sociais e a figura do povo; Escrita de qualidade muito superior a de outros cronistas. Gil Vicente Inovou o teatro, que antes era apenas voltado à Igreja, carregando-o de criticidade; Escreveu cartas ao rei repudiando a perseguição religiosa; Despertou inveja de seus “concorrentes”; Uma de suas principais obras é Farsa de Inês Pereira; HUMANISMO Copyright © 2014 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 2 Subdivisão de sua obra. Autos Pastoris (Éclogas) Voltado ao Cristianismo primitivo, à vida pura. Autos de moralidade Carregados de críticas sociais. Destaca-se a trilogia: Auto da Barca do Inferno Auto da Barca do Purgatório Auto da Barca da Glória Farsas Obra mais conhecida: Farsa de Inês Pereira. CLASSICISMO Copyright © 2014 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO O Classicismo também é conhecido como a escola artística do Renascimento, tendo inicio na Itália no século XIV. Fatores Houve nessa época a transposição da Idade Média para a Idade Moderna, gerando: A queda do sistema feudal; Ascensão da monarquia Absolutista, em que o rei passava a ter o poder total e absoluto; Surgimento do Mercantilismo, que era a união da Burguesia com a Coroa, havendo uma expansão do comércio que ia além do reinado, chegando a outras cidades. Isso também aumentou o lucro local; Início das Grandes Navegações, em que os homens se aventuravam em alto mar para descobrir novos povos, conquistar novas terras, visando também a lucratividade, assim como o Mercantilismo visava. Em 1517 ocorre a Reforma Protestante, a partir de Martinho Lutero, que marca esse período. Martinho Lutero era um membro do clero que começa a questionar os dogmas da Igreja. E, juntamente com essas novas ideias e questionamentos, surge o Renascimento, que retoma a cultura clássica Greco-latina (Mitologia Grega, Deuses), e a Ciência Moderna, que deixa um pouco de lado a visão do Teocentrismo, colocando o homem como centro do universo. O Renascimento, ainda, entra em conflito com a Filosofia Escolástica. Enquanto esta última permitia que a Bíblia Católica fosse estudada dentro de alguns limites impostos, o Renascimento chega cheio de questionamentos e ideias libertárias quanto à palavra divina. AULA 2 - CARACTERÍSTICAS Arte como Mimesis, que era a arte como imitação da natureza; Valorização da cultura pagã, da mitologia, dos Deuses gregos; Culto à arte clássica (daí o nome da escola: Classicismo); Valorização de formas literárias antigas, como a Epopeia; Racionalismo. Não havia mais o pensamento focado apenas nos dogmas da igreja católica. O homem passa a pensar como um ser humano; Fusionismo, que era a junção das ideias da igreja católica com a mitologia grega; Universalismo, que prega que não há UM HERÓI, e sim um POVO HERÓICO; Surgimento da Medida Nova, que são os versos decassílabos (com 10 sílabas poéticas) e os sonetos compostos por 2 quartetos e 2 tercetos). AULA 3 - CAMÕES ÉPICO E OS LUSÍADAS Camões era de família Fidalga e teve uma base cultura muito boa. Sua obra era dividida em poesia lítica, peça teatral e epopeia. Sua principal obra foi Os Lusíadas. Os Lusíadas Os Lusíadas é de 1572 e se trata de uma epopeia, tendo as seguintes características: Narrativa em 3ª pessoa; Linguagem rebuscada; Narração de fatos heroicos universais; Culto à honra, fama, coragem; Mitologia; Exaltação da glória dos lusitanos, povo português que estava em busca de novas descobertas; Presença de personagens como cavaleiros, nobres, fidalgos e reis; O enredo de Os Lusíadas gira em torno da história de Vasco da Gama,em 1498, indo para as Indias; Retratação do patriotismo e da cultura renascentista. Estrutura de Os Lusíadas: 10 cantos; Estrofes em 8ª rima; Dividida em 5 partes: o I Proposição o II Invocação o III Dedicatória o IV Narração o V Epílogo Figuras de destaque em Os Lusíadas: Inês de Castro; Velho do Restelo; Gigante Adamastor. http://www.stoodi.com.br/ BARROCO Copyright © 2014 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO Surgiu junto à Contrarreforma, que foi uma reação da Igreja Católica ao Antropocentrismo, buscando retomar sua força anterior. Além da volta da Inquisição, a Igreja fica mais rígida, inclusive perseguindo os que se recusavam a seguir suas ideias pragmáticas. Ao mesmo tempo nasce a Companhia de Jesus, que tratava do envio de pregadores da palavra de Deus às colônias, na tentativa de doutrinar a população com os conceitos da Igreja Católica. Ocorre a retomada das ideias teocentristas, em oposição ao antropocentrismo vigente até então. É a primeira escola literária que chega ao Brasil, em 1601, com a publicação da obra Prosopopeia, de Bento Teixeira. AULA 2 - CARACTERÍSTICAS Dualidade: fusão entre certo x errado, céu x terra, fé x razão, corpo x alma; Transformação constante; Divisão entre Cultismo e Conceptismo: o Cultismo (ou gongorismo): preocupa- se em COMO está sendo dito. o Conceptismo (ou quevedismo): preocupa-se com O QUE está sendo dito. CARPE DIEM: “Aproveite o dia”, pois não se sabia se haveria o amanhã, diante de tantas transformações que vinham ocorrendo. Portanto, devia-se aproveitar o momento presente. AULA 3 - GREGÓRIO DE MATTOS E PADRE ANTÔNIO VIEIRA Gregório de Mattos (poesia) Cultismo Conhecido como “Boca do Inferno”, devido á sua forma um tanto grosseira e dura de se expressar. Além disso, sua escrita era repleta de crítica social. Sua obra é dividida em três fases: o Lírica (citações de amor, emoção) o Religiosa (retratação da dualidade entre Deus e homem, fé e razão) o Satírica (crítica social) Padre Antônio Vieira (prosa) Conceptismo Defesa da Contrarreforma Seus sermões eram divididos em quatro partes: o Apresentação do tema o Invocação, bênção o Argumentação, conceptismo o Conclusão http://www.stoodi.com.br/ ARCADISMO Copyright © 2014 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO Início Teve início na Europa no século XVIII, ainda em meio aos conceitos antropocentristas e teocentristas da escola anterior, o Barroco. O Arcadismo é também conhecido por Neoclassicismo. Considerado, portanto, um novo Classicismo, ou seja, retomando a questão da perfeição formal, da mitologia pagã. Arcádia era uma região montanhosa na Grécia, onde acreditava-se que Apolo vivia com suas ninfas. Era uma região de pastoril e repleta de paz. Esta escola recebeu esse nome justamente por pregar esse desejo de paz, apesar da época tumultuada que o mundo atravessava, com perseguições da Igreja etc. Assim, o Arcadismo contraria a angústia e o pessimismo do Barroco, e remete a tempos de paz, de equilíbrio. Ocorre a decadência da religião e crescimento da razão, acompanhados pelo Iluminismo: o O Iluminismo foi um movimento que surgiu na Europa e acreditavam que a verdadeira luz estava no fato de sermos racionais. Não havia mais o forte embasamento nas teorias teocentristas; agora o homem era a figura em destaque, como um ser questionador e pensante. o Aliado a essas ideias Iluministas vem o avanço da ciência moderna, tornando o homem cada vez mais independente da religião. o Importantes Iluministas: Montesquieu, Voltaire, Rosseau e Descartes. Falando agora no território brasileiro, o Arcadismo teve início na região de Minas Gerais, devido ao ciclo da mineração presente no local. AULA 2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS Retomada ao clássico Vida na natureza Bucolismo Pastoralismo Utilização de pseudônimos Escrita clara Versos brancos (sem rima) Racionalismo na escrita Amor galante Introdução ao nacionalismo AULA 3 – ARCADISMO NO BRASIL Após a expulsão dos jesuítas e queda de alguns dogmas da Igreja, abre-se espaço às ideias iluministas. Há o surgimento da classe média, que visava ascensão social. Além disso, tem inicio o sistema literário: AUTOR – OBRA – PÚBLICO, ou seja, QUEM (autor) escreveu O QUE (obra) para QUEM (público). Poesia Árcade Divide-se em gênero lírico, satírico e épico: Lírico: tendo como principais representantes Claudio Manoel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga, autor de Marilia de Dirceu. Satírico: tendo como principais representantes Claudio Manoel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga, que juntos escreveram Cartas Chilenas, obra de grande crítica social. Épico: o gênero épico no Brasil tratava do índio, diferentemente das epopeias já vistas, que traziam Deuses, mitologia, cavaleiros etc. Seus principais representantes são Basilio da Gama, com a obra Uruguai, e Frei Santa Rita Durão, com a obra Caramuru. ROMANTISMO Copyright © 2014 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO Teve inicio na Europa no final do século XVIII, na Europa, obtendo maior destaque na França. Desenvolveu-se em meio à Revolução Industrial e à Revolução Francesa. Acontece que a partir da segunda metade do século XVIII começou a constituir-se na Inglaterra a sociedade industrial. Passou-se bruscamente do sistema doméstico ao sistema fabril de produção, provocando o surgimento de várias cidades industriais. Assim, a burguesia começou a crescer econômica e politicamente e o proletariado (trabalhadores) começou a crescer em número. Da antiga sociedade de senhores e servos, passou-se à sociedade de operários e empresários. A Revolução Francesa, por sua vez, desencadeada em 1789, acabou por levar a burguesia ao poder. Assim, ambas as revoluções incentivaram a livre-iniciativa, o individualismo econômico e o liberalismo político, estimulando também o nacionalismo. Esse clima de valorização da liberdade e renovação marcou muito a literatura romântica, afinal, principalmente baseados nessa liberdade, os poetas se sentiram livres para expressar seus sentimentos na poesia, além de não se sentirem mais presos à métrica dos versos que as escolas anteriores valorizavam. Nascia uma nova forma de escrever. Desse modo, o Romantismo é a escola da expressão dos sentimentos, da liberdade de expressão. Por isso, alguns escritores passaram a falar da natureza e do amor num tom pessoal e melancólico, fazendo da literatura uma forma de expressar seus sentimentos. Além disso, voltaram-se para os tempos medievais, época da formação de suas nações, valorizando os heróis e as tradições populares, exaltando o nacionalismo. E essa liberdade também fica evidente na forma de escrever, já que os escritores românticos abandonaram o tom solene e adotaram um estilo simples e comunicativo na escrita. As principais obras Românticas na Europa são: Contos e Inocência, de Willian Blake; Os Miseráveis, de Victor Hugo; Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas. AULA 2 - ROMANTISMO EM PORTUGAL Em Portugal o Romantismo surgiu em meio a uma grande agitação política. Em 1808 a corte de D. João VI se transfere para o Brasil, ameaçada pelas tropas de Napoleão Bonaparte. A partir daí é organizado um movimento de resistência que consegue expulsar o invasor e, em 1820, ocorre na cidade de Porto uma rebelião que se espalha por todo o país, combatendo a monarquia absolutista, forma de governo em que o rei exerce o poder absoluto, superior ao poder de outros órgãos do Estado. Além disso, o cenário do nascimento do Romantismo emPortugal também era de disputa pelo poder. Depois de abdicar do trono brasileiro em favor do filho, D. Pedro I volta para Portugal para disputar o trono com seu irmão D. Miguel. Essa disputa foi vista como uma luta entre o liberalismo de D. Pedro e o absolutismo de D. Miguel. Enfim, D. Pedro sai vitorioso e começam a ocorrer diversas mudanças sociais e políticas, apesar de as disputas entre conservadores e liberais ter perdurado por todo o século XIX. Assim, é nesse ambiente de lutas políticas e reivindicações liberais que se desenvolve o Romantismo português. Seu marco inicial foi em 1825 com a publicação do poema Camões, de Almeida Garret, em que o autor faz uma espécie de biografia sentimental do poeta. Esse primeiro momento do Romantismo português é subdividido em três fases: 1. Prisão ao Neoclassicismo: ainda havia traços presos ao Neoclassicismo (ou Arcadismo), como a poesia de Almeida Garret e Alexandre Herculano. 2. Início dos Exageros: os poetas se assumem inteiramente românticos, deixando a escola anterior para trás. É o caso de Soares de Passos e Camilo Castelo Branco. 3. Início dos Traços Realistas: os poetas já estão deixando o Romantismo para trás e inserindo traços da escola posterior em suas obras: o Realismo. Os poetas de destaque são João de Deus e Júlio Dinis. Características dos autores portugueses Almeida Garret Precursor do Romantismo em Portugal, com a obra Camões; Apesar disso ele não se intitulava nem clássico nem romântico e, de fato, suas criações como poeta, prosador e dramaturgo estavam longe do sentimentalismo exagerado que caracteriza o típico escritor romântico. Alexandre Herculano A característica principal de suas obras é a historiografia, o relato da história de Portugal; Sua principal obra é Eurico, o Presbítero, que fala sobre a figura do Clero, destacando o amor proibido, além da retomada do poder de Portugal. Camilo Castelo Branco Foi o primeiro autor a ganhar a vida com a Literatura. Ele vivia dela, e escrevia sobre temas ROMANTISMO Copyright © 2014 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 2 que seriam lucrativos para ele. É considerado o criador da novela passional portuguesa, isto é, das histórias que envolvem a paixão; Sua obra mais conhecida, e de maior destaque como novela passional, é Amor de Perdição. Soares de Passos Principal obra: Noivado no Sepulcro, que trata de temas mais melancólicos, sobre a morte etc. João de Deus Sua única obra foi Campo de Flores. Julio Dinis Em sua obra não há o clima de tragédia e fatalismo que marca, por exemplo, a novela passional de Camilo Castelo Branco. Ainda que fale de amor e paixão, fala de um jeito mais simples e, no final, os mal entendidos se esclarecem e tudo se resolve. Sua obra possui um ar de otimismo e esperança; Obra mais conhecida, inclusive com grande repercussão no Brasil: As Pupilas do Senhor Reitor. AULA 3 - CARACTERÍSTICAS GERAIS Liberdade de criação e expressão; Individualismo / subjetivismo; Valorização das emoções; Nacionalismo; Escapismo / fuga da realidade; Pessimismo; Valorização da natureza; Religiosidade / Cristianismo; Idealismo. AULA 4 - ROMANTISMO NO BRASIL – POESIA Teve início em 1808, com a chegada da família real. É a primeira escola literária do Brasil que assume maior independência em relação à literatura europeia, até pelo fato de ter inicio próximo à nossa independência de Portugal, em 1822. O sentimento nacionalista passa a ser expresso na arte, ressaltando principalmente a figura do índio. O marco inicial do Romantismo no Brasil é a publicação das obras “Suspiros Poéticos” e “Saudades”, ambas de Gonçalves de Magalhães. As três gerações românticas brasileiras 1ª Geração: Nacionalista / Indianista Índio como herói. Figura do “bom selvagem”; Exaltação de nossas paisagens naturais e de nossa pátria; Principais poetas: Gonçalves de Magalhães e Gonçalves Dias, sendo este último o autor da clamada obra Canção do Exílio. 2ª Geração: Ultrarromântica / Mal do Século Individualismo / Egocentrismo; Morte como refúgio; Idealização do amor perfeito; Pessimismo; Saudade da infância; Principais poetas: Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu, sendo este último autor da renomada obra Meus Oito Anos. 3ª Geração: Social / Libertária Abordagem das questões sociais, principalmente acerca da abolição da escravatura; Linguagem enfática; Defesa dos escravos; Erotismo; Principal poeta: Castro Alves, “o poeta dos escravos”, tendo como obra de destaque O Navio Negreiro. AULA 5 - ROMANTISMO NO BRASIL – PROSA Surgimento dos folhetins, a partir da implantação da imprensa no Brasil, que veio com a chegada da família real, em 1808. Esses folhetins eram o que chamamos hoje de telenovelas. Herói idealizado. A literatura passar a ter um público alvo, visando à lucratividade. Exaltação do Brasil / nacionalismo Flashbacks: recordações utilizadas para explicar acontecimentos do presente. Sentimentalismo explícito. Tipos de romance Indianista Exaltação da cultura e costumes indígenas; Índio representado como herói; Representação da paisagem brasileira; Principais obras: Iracema e O Guarani, ambas de José de Alencar. Histórico Exposição dos costumes do passado; Mescla de ficção e realidade; Principais obras: As Minas de Prata e A Guerra dos Mascates, ambas também de José de Alencar. ROMANTISMO Copyright © 2014 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 3 Urbano Exposição dos costumes no ambiente urbano, principalmente na cidade do Rio de Janeiro; Principais obras: A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida, Senhora, de José de Alencar. Sertanejo Aborda temas e situações que se passam longe dos ambientes urbanos, focando no povo do interior e em seus costumes; Principal obra: O Sertanejo, de José de Alencar. REALISMO Copyright © 2016 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO O Realismo surgiu na Europa, mais precisamente na França, no final do século XIX. A primeira obra dessa escola foi Madame Bovary, de Gustave Flaubert, tendo como tema principal os assuntos cotidianos e o adultério, de forma bem objetiva. Essa objetividade é uma das principais características do Realismo. Nascia ali o Ciclo Antirromântico, que derrubava a forma de se expressar da escola anterior, o Romantismo, visto que agora a subjetividade era substituída pela clareza e objetividade, e o amor não era mais idealizado, e sim exposto em sua forma real, com suas imperfeições e peripécias. Assim, os valores Realistas eram, basicamente: a Crítica social direta; e, a Crítica ao catolicismo. Os principais autores europeus dessa época são Gustave Flaubert, que deu início à escola, Eça de Queirós e Charles Dickens. Dessa forma, o Realismo surgiu em meio ao seguinte contexto: Segunda Revolução Industrial, colocando o Capitalismo cada vez mais em alta; Segundo reinado de Pedro II, ou seja, final do império; Abolição da Escravatura; Proclamação da República. AULA 2 - CARACTERÍSTICAS GERAIS Realidade como fundamento; Temas do cotidiano, egoísmo, adultério; Destaque da classe trabalhadora nas obras; Verossimilhança, ou seja, aproximação da realidade; Descrição, análise e crítica da sociedade; Ausência do heroísmo e da melancolia tipicamente românticos; Fiel retratação das personagens, excesso de detalhes; Objetividade; Mulher, amor e sentimentos tratados de forma real, não mais idealizada; Personagens analisadas psicologicamente; Enredo em 3ª pessoaonisciente, imparcial e impessoal. Visão generalizada. AULA 3 - REALISMO EM PORTUGAL Em Portugal, o Realismo teve início em 1865, em meio à Questão Coimbrã e às Conferências do Cassino, sendo essa última a que realmente consolidou as características Realistas em Portugal. O marco inicial dessa nova escola em Portugal foi com a obra “O Realismo como Nova Expressão da Arte”, de Eça de Queirós, o maior nome do Realismo português, e autor do livro “O Crime do Padre Amaro”, obra importantíssima desse período realista. AULA 4 - REALISMO NO BRASIL No Brasil o Realismo foi instituído entre 1850, a partir da decadência da economia açucareira, e 1881, com a publicação das obras “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, do principal nome do Realismo brasileiro – Machado de Assis -, e “O Mulato”, de Aluísio de Azevedo, considerada Naturalista. AULA 5 - REALISMO – MACHADO DE ASSIS Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, em 21/06/1839. O marco inicial do Realismo no Brasil foi sua obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de 1881. Machado também escrevia peças de teatro, crônicas, críticas literárias e poesias. As principais características de suas obras são: Retratação de assuntos polêmicos em seus contos; Utilização de personagens metafísicos, além dos tradicionais, como na própria obra “Memórias Póstumas”, em que o falante é uma pessoa morta; Forte presença da ironia; Utilização do tempo psicológico, quebrando a linearidade da história; Crítica à sociedade; Descrença na melhoria dessa sociedade, desesperança; Narradores em 1ª pessoa; Digressão (envolvimento do leitor na história) e metalinguagem (o texto falando do próprio texto). http://www.stoodi.com.br/ REALISMO Copyright © 2016 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 2 Dom Casmurro Tema: adultério (porém, não há certeza de que realmente houve traição). Narrador em 1ª pessoa: o próprio Dom Casmurro, cujo verdadeiro nome era Bentinho. Resumo da obra: A mãe de Bentinho, dona Maria, deseja que o filho sirva a Deus. Entretanto, Bentinho era apaixonado por Capitu, e, contrariando a vontade da mãe, se casa com a moça. Paralelamente, seu melhor amigo, Escobar, casa-se com Sancha, a melhor amiga de Capitu. Posteriormente, Bentinho e Capitu têm um filho chamado Ezequiel, que à medida que cresce, passa a se parecer cada vez mais com Escobar. É a partir disso que surge a desconfiança do adultério. Bentinho se divorcia de Capitu e a manda com o filho para o exterior, onde a moça acaba morrendo depois de um tempo. E, assim, ele se torna Dom Casmurro, um homem amargo e triste. Apesar disso tudo, não fica explícito na obra se a traição ocorreu ou não. É uma interpretação subjetiva. AULA 6: NATURALISMO O Naturalismo possui muitas características em comum com o Realismo, mas ficou conhecido como o “Realismo Científico”, justamente por ser influenciado por doutrinas científicas e materialistas. Outra divergência básica entre o Realismo e o Naturalismo, é que o primeiro trata do individual, enquanto o último aborda o coletivo. Além disso, enquanto o Realismo retrata mais as camadas altas da sociedade, o Naturalismo se preocupa em registrar em suas obras as camadas mais baixas. Características Ocorreu no Brasil entre 1881 e 1922; Era embasado no Positivismo (que pregava que toda teoria deveria ter um fundamento científico), no Determinismo (crendo que o homem era influenciado por seu meio social, sua raça e pelo momento histórico que vivia) e no Darwinismo (que acreditava na dominação dos mais fortes sobre os mais fracos); Objetividade / antirromantismo; Romance de Tese, ou seja, baseado em teses científicas. O Cortiço “O Cortiço”, de Aluísio de Azevedo, de 1890, é considerada a principal obra do Naturalismo brasileiro. Características da obra: É um romance de tese; A personagem principal é o próprio cortiço, já que essa escola aborda o coletivo, em vez do individual; Narrador em 3ª pessoa onisciente; Tempo linear, sequência de fatos; Retratação da classe baixa, que vive no cortiço. http://www.stoodi.com.br/ PARNASIANISMO Copyright © 2014 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO O Parnasianismo é contemporâneo ao Realismo e ao Naturalismo, porém é exclusivamente poético e tem características bem distintas, como o culto à beleza, à estética e à perfeição formal na escrita. É a escola da arte pela arte gerando forte presença da metalinguagem. Recebeu esse nome devido a uma região montanhosa na Grécia, Parnasse, onde acreditava-se que Apolo vivia com suas ninfas, também sendo habitada por poetas. E, quando fala-se em Grécia, remete-se ao clássico. Desse modo, o Parnasianismo busca esse retorno ao clássico, às métricas valorizadas antigamente. Os primeiros poetas parnasianos publicavam suas obras na revista francesa Le Parnasse Contemporain. Esta escola também nasceu em meio ao contexto da abolição da escravatura, da proclamação da república no Brasil e do fim do regime militar, sendo todos esses fatos ligados à liberdade, à mudança, exercendo influência direta sobre as obras parnasianas. AULA 2 - CACARTERÍSTICAS Não valorização do sentimentalismo; Frieza na escrita; Perfeição formal dos poemas; Arte pela Arte. Arte falando da arte, metalinguagem; Objetividade; Impessoalidade; Preciosismo vocabular, rebuscamento; Neologismos; Preferência por sonetos; Visão sensual da mulher; Mitologia. AULA 3 - AUTORES Olavo Bilac Características de seus poemas: Abordava (discretamente) temas nacionalistas; Reflexões sobre a perfeição e a existência; Presença da sensualidade (também discretamente); Retomada das formas clássicas. Alberto Oliveira Características de seus poemas: Perfeição na escrita; Desprendimento do tema; Escrita morna, sem vida; Excesso de descrições. Raimundo Correia Características de seus poemas: Reflexões, pessimismo; Temas sobre a natureza e melancolia; Questões moralistas. SIMBOLISMO Copyright © 2014 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO O Simbolismo surgiu paralelamente ao Realismo, Naturalismo e Parnasianismo. Teve inicio na França, no final do século XIX, com a obra As Flores do Mal, de Charles Baudelaire, em 1857. Essa escola surgiu em um momento em que a Europa passava por um período de grande tensão, juntamente com as evoluções que o mundo vivenciava. E essas evoluções e revoluções foram refletidas também na literatura, gerando essas ramificações de escolas literárias contemporâneas. Assim, em meio aos Realistas e Naturalistas, surgem os Simbolistas, totalmente avessos a essas duas escolas e também ao Parnasianismo. Em suma, eles buscavam resgatar os valores românticos já esquecidos, trabalhando bastante a questão da individualidade, em oposição ao Realismo e Naturalismo, que trabalhavam a coletividade. AULA 2 - CACARTERÍSTICAS GERAIS Visão intuitiva da realidade / exposição do sensorial; Busca do interior, do inconsciente, da individualidade; Subjetividade, egocentrismo; Temas envolvendo a espiritualidade e o misticismo; Presença de sonhos e sexualidade; Fascínio pela cor branca; Letras maiúsculas enfatizando alguns termos; Musicalidade, demarcada pela presença de rimas, assonâncias e aliterações. AULA 3 - SIMBOLISMO EM PORTUGAL E NO BRASIL Tanto em Portugal quanto no Brasil, o Simbolismo não teve tanta relevância quanto na França. Em Portugal essa escola teve inicio com a obra Oaristos, de Eugênio de Castro, em 1890. Outros importantes simbolistas portugueses foram Camilo Pessanha, Antônio Nobre e Augusto Gil.Já no Brasil, o marco inicial é a publicação das obras Missal (prosa) e Broquéis (poesia), ambas de Cruz e Sousa, o maior representante desse movimento em nosso país, em 1893. Outros nomes do Simbolismo brasileiro são Alphonsus de Guimarães e Augusto dos Anjos, estando este último já numa transição para o Modernismo. AULA 4 - AUTORES BRASILEIROS Cruz e Souza Características: Representante mundial do Simbolismo; Fascínio pela cor branca, talvez pelo fato de ser negro, filho de escravos e ter sofrido preconceito racial; Temas espirituais; Retratação da dor e do sofrimento; Exposição da condição do negro na época; Erotismo. Alphonsus de Guimarães Características: Temas melancólicos, envolvendo a dor da perda, devido à morte de sua noiva; Presença de traços de paisagens; Religiosidade; Idealização do amor. PRÉ-MODERNISMO Copyright © 2014 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO É importante ressaltar que o Pré-Modernismo não é uma escola literária. É um período de transição. Marca o início do século XX, estendendo-se até 1922. Ocorre no período de ascensão da República, um período ainda conflituoso, repleto de manifestações populares etc. Além disso, ao redor do mundo está acontecendo a 1ª guerra mundial. E, mais especificamente no Brasil, estamos vivenciando o Ciclo do Cangaço, a Guerra de Canudos, a República do Café com Leite e as Revoltas da Vacina e da Chibata. Ou seja, percebe-se um despertar do povo brasileiro, e essa é uma característica também presente na literatura desse período. AULA 2 - CACARTERÍSTICAS Muitos autores e obras bastante extensas; Mescla de tendências do século XIX; Literatura regionalista e documental, expondo a realidade brasileira; Exposição dos problemas sociais; Linguagem conservadora, imitando o “homem da terra”, o nativo; Personagens marginalizados; Retratação das diferentes classes sociais de nosso país. Miséria. AULA 3 - AUTORES Euclides da Cunha Temas como miséria e abandono; Linguagem sofisticada; Sua principal obra, Os Sertões, com trações bem documentais, nasceu a partir de uma cobertura que fez para o jornal O Estado de São Paulo sobre a Guerra de Canudos. Os Sertões Esta obra é dividida em três partes: 1. A primeira, A TERRA, trata do nosso clima, da seca, do árido, mais especificamente da região nordeste, onde ocorreu a guerra; 2. A segunda, O HOMEM, trata do povo, de seu comportamento e costumes; 3. E a terceira, A GUERRA, trata justamente da documentação da Guerra de Canudos e seus reflexos e consequências. Lima Barreto Temas de crítica social e retratação do subúrbio carioca; Linguagem coloquial; Presença de temas nacionalistas, expostos em tom irônico; Sua principal obra foi O Triste Fim de Policarpo Quaresma, em que ele trata e critica de forma irreverente os problemas do nosso país na época. Monteiro Lobato Em seu primeiro momento escrevia literatura adulta, sendo suas principais obras Cidades Mortas, Urupês e Negrinha; Principal tema: regionalismo, mais precisamente a miséria e o abandono no interior de São Paulo; Personagens que aludem ao caipira, ao povo humilde do interior; Resistente à mudança estética. Augusto dos Anjos Autor singular, que nunca buscou se ligar a nenhuma escola literária; Preferência pela poesia, uma poesia cientificista; Linguagem culta; Principal tema: existência de forma material; Pessimista; Sua única obra publicada é Eu, que trata da morte física e da decomposição da matéria. MODERNISMO EM PORTUGAL Copyright © 2014 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO Tem início durante a primeira guerra mundial, ou seja, em um período extremamente conturbado. Além disso, nasce numa época de forte industrialização e avanços tecnológicos, os chamados “tempos modernos”. O marco inicial é a publicação da Revista Orpheu, em 1915, que visava uma ruptura com o idealismo e com o tradicionalismo, exibindo a realidade do mundo naquele momento, justamente para chocar a sociedade e fazê-la acordar. Os autores que tiveram a iniciativa de publicá-la foram os renomados Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros. Todos possuíam uma visão futurista em comum, rompendo com o passado e avançando juntamente com o mundo. AULA 2 - AUTORES Fernando Pessoa Principal representante do Modernismo em Portugal; Sua obra divide-se em ortônimo (ele mesmo, sua própria voz) e heterônimos. Seus heterônimos são: Alberto Caeiro Homem do campo, órfão, de poucos estudos, autor de textos simples e sentimentais. Ricardo Reis Médico, monarquista, dono de linguagem culta, extremamente racional e que aborda, também, a mitologia em seus escritos. Álvaro de Campos Engenheiro naval, rebelde, emocional e futurista. AULA 3 - VANGUARDAS EUROPEIAS As Vanguardas Europeias foram manifestações artísticas e literárias do início do século XX. São elas: Futurismo Expressão da velocidade; Mundo novo, avanço das máquinas e da tecnologia; Principal autor: Marinetti, que visava romper com a sintaxe. Expressionismo Valorização do eu interior; Subjetivismo; Expressão da angústia; Temas ilógicos. Cubismo Formas geométricas; Retratação do perfil e da fronte ao mesmo tempo; Liberdade de escrita; Ruptura com rimas e tradicionalismos; Principal autor: Pablo Picasso. Dadaísmo O mais rebelde dos movimentos; Ruptura total com o tradicionalismo; Contra as crises sociais e políticas; Escrita livre; Fundador: Tristan Tzara. Surrealismo Sonhos; Apego às teses psicanalíticas de Freud; Busca do homem primitivo; Escrita por impulso; Valorização do irreal. MODERNISMO NO BRASIL – 1ª FASE Copyright © 2015 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO A primeira fase do Modernismo no Brasil também é conhecida como Fase Heroica, ou Fase de Destruição, e aconteceu entre 1922 e 1930. Surgiu em meio ao seguinte contexto: Fundação do Partido Comunista; São Paulo como centro da cultura e da economia do país; Crise econômica no país. Além disso, seu marco inicial foi a Semana da Arte Moderna, que ocorreu em fevereiro de 1922. A Semana de Arte Moderna representou A união entre as manifestações artísticas; A junção das visões de artistas do Rio de Janeiro e de São Paulo; A formação do “grupo dos cinco”, que foram os representantes iniciais do Modernismo no Brasil: Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menoth Del Picchia. AULA 2 - CARACTERÍSTICAS Experimentalismo, ou seja, mudança de gêneros e vocabulário; Ruptura com o passado; Paródia, piada, sarcasmo; Polêmica; Liberdade de expressão; Linguagem coloquial; Assuntos cotidianos; Nacionalismo. AULA 3 - AUTORES Oswald de Andrade Ligado aos movimentos “Pau Brasil” e “Antropofágico”; Autor polêmico; Preferência por poemas curtos; Mistura de prosa com poesia; Temas antirromânticos; Principais obras: Memórias Sentimentais de João Miramar e Serafim Ponte Grande. Mário de Andrade Chamado de “Papa do Modernismo”; Muito culto; Assunto principal: mudanças na cidade de São Paulo nos anos 20; Principais obras: Pauliceia Desvairada, Clã do Jabuti, Amar – Verbo Intransitivo e Macunaíma. Manuel Bandeira Preso aos valores parnasianos; “Libertinagem”; Linguagem coloquial; Assuntos principais: negros, atualidades e sua doença; Principais publicações: Poética e Pneumotórax. AULA 4 – MOVIMENTOS DA 1ª FASE MODERNISTA Movimento Pau-BrasilIniciado em 1924, liderado por Oswald de Andrade; Buscava a redescoberta do Brasil, diante das inovações ocorridas naquela época. Por esse motivo é considerado um movimento primitivista; Exaltava o progresso da pátria; Principal participante, ao lado de Oswald de Andrade: Tarcila do Amaral. Movimento Verde-Amarelo Iniciado em 1924, liderado por Plínio Salgado; Extremamente nacionalista, buscando o total rompimento com os moldes europeus. Tinha a anta como símbolo, por ser um animal considerado mítico no Tupi, enfatizando a busca pelas raízes nacionais. Movimento Antropofágico Iniciado a partir da publicação da Revista Antropofagia, liderada por Oswald de Andrade, Alcântara Machado e Tarsila do Amaral; Foi uma reação ao extremismo do Movimento Verde- Amarelo, buscando revitalizar e consolidar o Movimento Pau-Brasil. http://www.stoodi.com.br/ MODERNISMO NO BRASIL – 2ª FASE Copyright © 2016 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO Ocorreu entre 1930 e 1945, representando o amadurecimento do Modernismo, e deixando de lado a rebeldia da 1ª fase. Aconteceu durante a Era Vargas e logo após a crise de 1929; Além disso, teve início enquanto eclodia a revolução de 1930, justamente a qual colocou Getúlio Vargas ao poder; São Paulo teve a inauguração de sua primeira universidade estadual, a USP, em 1934; Nesse período também enfrentamos o Estado Novo, que foi de 1937 a 1945; E, finalizando, a 2ª fase do Modernismo ocorreu também enquanto o mundo vivia a 2ª Guerra Mundial, que foi de 1939 a 1945. AULA 2 - CARACTERÍSTICAS Linguagem coloquial; Versos livres; Retorno ao lirismo; Poesia de questionamento; Liberdade temática. AULA 3 - AUTORES - POESIA Manuel Bandeira Tinha um estilo básico e simples de escrever; Linguagem coloquial; Autobiográfico; Principais temas: erotismo, morte, problemas sociais, volta à infância / saudosismo. Cecília Meireles Tom delicado; Intimista; Passou por experiências de perda que retratou em suas obras; Uso de simbologias; Poesia histórica, como O Romanceiro da Inconfidência, que traz romances medievais; Principais temas: transitoriedade, vida, solidão, morte. Carlos Drummond de Andrade Grande representante da poesia moderna; Tom de humor, paródia; Temas variados, como: amor, amizade, família, cotidiano, etc. Vinicius de Moraes 1ª fase: neosimbolista; 2ª fase: temas como: sensualidade, mulheres e temas sociais; Participação no Movimento Bossa Nova; AULA 4 - AUTORES – PROSA A prosa da 2ª fase modernista ficou conhecida como “Romance de 30”, e possui as seguintes características: Regionalismo (porém com linguagem não tipicamente regional) Neorrealismo Abordagem de temas sociais José Lins do Rego Temas bem brasileiros, como o ciclo da cana de açúcar, devido a ter vivenciado o dia a dia no engenho; Sua principal obra é Fogo Morto, que representa a queda do engenho. Jorge Amado 1ª fase Ideais políticos; Exibição do ponto de vista dos marginalizados pelo sistema; Principal obra dessa fase: Capitães de Areia. 2ª fase Representação da cultura popular da Bahia; Erotismo; Exposição das religiões africanas; Personagens felizes à margem da sociedade; Principal obra dessa fase: Gabriela. Graciliano Ramos Forma de pensar reflexiva sobre o mundo; Escrita direta e objetiva; Representação do sertão nordestino; Principais obras: São Bernardo e Vidas Secas. Érico Veríssimo 1ª fase Romances Urbanos; http://www.stoodi.com.br/ MODERNISMO NO BRASIL – 2ª FASE Copyright © 2016 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 2 Vida dos gaúchos nas décadas de 30 e 40; Suas obras nesta fase eram paralelas, e ao final, todas tinham uma ligação. 2ª fase Romance Histórico; Principal obra dessa fase: O Tempo e o Vento. http://www.stoodi.com.br/ MODERNISMO NO BRASIL – 3ª FASE Copyright © 2015 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO Essa última fase no Modernismo no Brasil ficou conhecida como “Geração de 45”. Teve início ao final da Era Vargas e estendeu-se durante a Ditadura Militar e Guerra Fria. Ou seja, ocorreu em meio a uma época conturbada em nosso país e no mundo. AULA 2 - CARACTERÍSTICAS Prosa A prosa caracterizou-se pela continuidade ao Romance de 1930, ou seja, abordando o regionalismo, os temas urbanos e os tons psicológicos e introspectivos. Poesia A poesia caracterizou-se por: Busca pela análise interior, pelo próprio “eu”; Oposição à linguagem coloquial e à liberdade formal; Valorização da norma culta; Temática universalista. AULA 3 - AUTORES João Guimarães Rosa Regionalismo; Universalismo; Neologismos; Representação do homem em sua relação com o meio em que vive; Destaque para o povo sertanejo, inclusive seu modo de falar; Principais obras: Sagarana e Grande Sertão: Veredas. Clarice Lispector Romances e contos introspectivos; Sondagem psicológica e valorização do “EU”; Linguagem simples; Atemporalidade, tempo psicológico; Principais obras: Laços de Família e A Hora da Estrela. João Cabral de Melo Neto Preocupação com os aspectos formais na construção do poema; Principal tema: assuntos sociais; Principal obra: Morte e Vida Severina. LITERATURA CONTEMPORÂNEA Copyright © 2015 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO A Literatura Contemporânea é bem mais amena que as 3 fases modernistas, porém, surgiu em um ambiente caótico: JK assumindo a presidência do Brasil, em 1956; Inauguração de Brasília; Euforia política e econômica em nosso país; Renúncia de Jânio Quadros, que assumiu após JK e ficou apenas 8 meses na presidência; Golpe Militar, que derrubou João Goulart do poder; Época de censura e medo; Sanção da Lei da Anistia, em 1979; Início das eleições diretas, na década de 80. AULA 2 - MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS As manifestações artísticas subdividiram-se em dois grupos: um deles mantendo os valores tradicionais, e o outro fazendo uma ruptura com essas tradições. Vemos nessas manifestações a questão do Ludismo, ou seja, as paródias. Há grande intertextualidade também presente. A poesia passa a conter uma reflexão sobre a realidade, possuindo novas técnicas e formas de expressão. Em meio a essa arte, não poderiam ficar de fora algumas Vanguardas, como: Concretismo Tropicalismo Poesia Marginal Concretismo Poesia concreta; Nova forma de escrita, considerando o verso tradicional ultrapassado; Valorização do aspecto gráfico das palavras; Entendimento dos poemas como verbais, sonoros e visuais. Do Concretismo surgiu um grupo que, ao não se encaixar bem em sua proposta, criou a Poesia Práxis, com as seguintes características: Intensidade na escrita; Escreve-se sobre “áreas”, não mais sobre “temas”, tendo a primeira uma visão muito mais abrangente sobre um determinado assunto; Valorização da Composição, ou seja, palavras formando outras palavras. Além da Poesia Práxis, há também a Poesia Social: Retorno sutil ao tradicionalismo; Assuntos sociais, políticos e econômicos; Escrita tradicional; Preocupação com o entendimento do leitor. Tropicalismo Foi um movimento musical popular; Pôs em evidência músicos e compositores como Chico Buarque e Caetano Veloso; Principais características: humor, anarquia e atitudes rebeldes; Retomada das ideias do Movimento Antropofágico, ocorrido durante a 1ª fase do Modernismo;Poesia Marginal Autores não conhecidos que faziam sua própria produção e divulgação. Receberam o nome de poetas marginais por estarem à margem dos que já estavam em evidência. ALUÍSIO AZEVEDO – O CORTIÇO Copyright © 2016 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 AULA 1 – PERSONAGENS Os personagens da obra são psicologicamente superficiais, ou seja, o destaque vai para os tipos sociais. Os principais são: João Romão: português ambicioso, dono de uma venda, do cortiço e da pedreira. Aproveita-se da amante Bertoleza, mas acaba se casando com Zulmira, filha de Miranda, para subir na vida e alcançar uma posição de mais prestígio na sociedade. Miranda: comerciante que mora no sobrado ao lado do cortiço. É infeliz em seu casamento com Estela, mas não se separa por razões financeiras e de exposição. Jerônimo: português trabalhador, pai de família, torna-se gerente da pedreira de João Romão, mas larga tudo para viver uma paixão ardente com a mulata Rita Baiana. Bertoleza: escrava que pensa ser alforriada. Mantém uma relação amorosa com João Romão, trabalha para ele e faz tudo o que ele pede, cometendo suicídio ao final devido a ele denunciá-la a seus antigos patrões como fugitiva. Zulmira: filha de Miranda, casa-se com João Romão e promove a ascensão social do dono do cortiço por meio do casamento. Rita Baiana: mulata muito envolvente que assume um relacionamento com Jerônimo no decorrer da história. Piedade: esposa abandonada por Jerônimo que se torna alcoólatra pelas desilusões da vida. Pombinha: jovem pura e tímida que se torna prostituta. AULA 2 – RESUMO Este romance é um importantíssimo exemplo das teses naturalistas, que explicam o comportamento dos personagens com base na influência do meio, da raça e do momento histórico. A obra narra inicialmente a trajetória de João Romão, dono do cortiço, de uma pedreira e de uma taverna, em busca do enriquecimento, não medindo esforços para isso, ou seja, explorando seus empregados, furtando etc. Sua amante, a ex-escrava Bertoleza, o ajuda de domingo a domingo, trabalhando incansavelmente. Em seguida entra na história Miranda, um comerciante bem estabelecido que desperta a inveja de João Romão, que passa a trabalhar e explorar seus empregados cada vez mais para se tornar mais rico que ele. Porém, no momento em que Miranda recebe o título de barão, João Romão entende que não basta ganhar dinheiro, é necessário também possuir uma posição social reconhecida, como frequentar bons restaurantes, teatros, usar roupas finas etc. E começa a fazê-lo, até receber também o mesmo título. A partir daí João Romão se equipara à Miranda e começa a imitar suas conquistas, reformando o cortiço, a taverna etc, ostentando agora ares aristocráticos. Além disso, se aproxima da família de Miranda e pede a mão da filha dele, Zulmira, em casamento, visando ascender ainda mais. Há, entretanto, o empecilho representado por Bertoleza, que, percebendo a intenção de João Romão em se livrar dela, exige parte dos bens que ele acumulou enquanto ela estava ao seu lado. Diante disso, para se ver livre da amante, que atrapalha seus planos de ascensão social, ele a denuncia a seus antigos donos como escrava fugida. Assim, num gesto desesperado prestes a ser capturada, Bertoleza se mata, deixando o caminho livre para o casamento de Romão e Zulmira. Paralelamente à história da ganância de João Romão, estão os habitantes do cortiço: pessoas com menor ambição financeira, que todo o tempo servem de exemplo das teses naturalistas, como o determinismo biológico e geográfico, ao passo que são influenciados pelo ambiente em que estão inseridos, como é o caso do português Jerônimo, por exemplo, que tem uma vida exemplar até cair nas graças da mulata Rita Baiana, largando sua esposa e mudando todos os seus hábitos em prol da atração sexual que sente pela nova moça. Além dele, há o exemplo de Pombinha, uma moça culta que sonhava em se casar, mas renuncia a isso para viver como prostituta, após se envolver com Léonie (que também levava essa vida). Assim, esses personagens são animalizados, colocados como agindo por puro instinto. http://www.stoodi.com.br/ ALUÍSIO AZEVEDO – O CORTIÇO Copyright © 2016 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 2 AULA 3 – ANÁLISE DA OBRA O Cortiço é considerado o melhor representante do movimento naturalista brasileiro, por expor de forma excelente as teses naturalistas do início do século XIX, apresentando-nos o condicionamento do homem ao meio em que está inserido através da história que se passa numa habitação coletiva de pessoas pobres, o cortiço, na cidade do Rio de Janeiro. O autor naturalista em geral intencionava provar que este meio, a raça e o contexto histórico determinam a conduta do homem. Desse modo, Aluísio pretende mostrar que a mistura de raças em um mesmo ambiente resulta em promiscuidade, amoralidade e completa degradação humana, o que nos coloca diante de uma das principais características do movimento naturalista: a animalização dos personagens, que agem por instintos naturais, como os sexuais e os de sobrevivência. E, ademais dessa representação animalesca das relações individuais e sentimentais, que levam o homem à promiscuidade, há na obra destaque também para a questão social, tendo como figura central João Romão, que passa por cima de tudo e de todos em prol de sua ascensão social e econômica, mostrando que o homem é guiado pelo egoísmo, ganância e egocentrismo, havendo aqui um retrato do Brasil do século XIX, com suas diferenças sociais, desigualdades econômicas, regime de trabalho escravo etc. Outro fator interessantíssimo desta obra é que a personagem principal é justamente o cortiço em si, não alguém específico, embora haja alguns personagens com mais destaque que outros, como é o caso de João Romão, por exemplo. Num dado momento do romance o narrador compara o cortiço a uma estrutura biológica, como uma floresta, um ser vivo que cresce e se desenvolve, e que determina o caráter moral de quem habita seu interior. Assim, essa projeção do cortiço na obra, mais evidenciado que as personagens, demonstra outra forte característica do Naturalismo: a coletividade. Quanto ao narrador, este é em terceira pessoa e onisciente, isto é, conhece tudo acerca da história e dos personagens, entrando em seus pensamentos, fazendo julgamentos e buscando comprovar as influências do meio, da raça e do momento histórico sobre eles. Já sobre o tempo, ele é linear, cronológico, e o espaço é dividido em dois: o cortiço, um amontoado de pequenas casas desorganizadas onde os pobres vivem, representando a mistura de raças e a promiscuidade das classes desfavorecidas; e o sobrado de ares aristocráticos do comerciante Miranda e sua família, representando a burguesia em ascensão do século XIX. http://www.stoodi.com.br/ CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE – CLARO ENIGMA Copyright © 2016 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 RESUMO Após um período de forte engajamento político, Drummond passa por uma fase de decepção com os rumos do Brasil e do mundo após a Segunda Guerra Mundial. Por abandonar a militância, cerrou-se numa introspecção mais acentuada. Claro Enigma é fruto dessa introspecção, resultando em temas tratados de forma profunda e transcendente. Para entender melhor este livro, podemos compará-lo à obra A Rosa do Povo, publicada anteriormente, em 1945, onde predominava seu engajamento e compromisso social. Em Claro Enigma surge o questionamento em torno desse posicionamento de outrora. Assim, a poesia abandona o desejo de buscar respostas e foca nas perguntas que precisam ser feitas. Além disso, em virtude dos fatos ocorridos ao longo dos anos 40, a esperança é substituídapelo desencanto. Não há mais certezas. O caminho a ser seguido é muito incerto, na realidade. Entende-se agora que as certezas e as esperanças de épocas anteriores são capazes de nos fazer sangrar. Até por que, na época em que os poemas desta obra começaram a ser escritos, vivia-se a Guerra Fria e a ameaça da bomba atômica, e o mundo mergulhava numa divisão ideológica entre capitalismo e comunismo. Para um poeta como Drummond, que sempre lutou pela liberdade, essa divisão ideológica do mundo conduzia à perplexidade e ao pessimismo em relação ao futuro. http://www.stoodi.com.br/ EÇA DE QUEIRÓS – A CIDADE E AS SERRAS Copyright © 2016 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 AULA 1 – PERSONAGENS Jacinto: O protagonista, residente em Paris, deslumbrado pela vida urbana, pelas inovações tecnológicas e científicas, mas que muda de postura ao longo da trama. José Fernandes: Narrador personagem, amigo de Jacinto desde os tempos de estudante. Jacinto Galião: Também chamado dom Galião, é avô de Jacinto. Cintinho: Pai de Jacinto. Grilo: O mais antigo criado de Jacinto, negro que desde a infância acompanha o patrão. Joaninha: Prima de Zé Fernandes, camponesa portuguesa saudável e rústica, por quem Jacinto se apaixona. AULA 2 – RESUMO O narrador Zé Fernandes tem como objetivo demonstrar ao leitor que a vida no campo é superior à vida na cidade. Para isso, conta a história de seu amigo Jacinto. Herdeiro de grande fortuna, Jacinto morava em Paris e adorava a cidade, que para ele era um exemplo perfeito de civilização, e esta última seria o único espaço em que o ser humano poderia ser plenamente feliz. Chegou a criar uma fórmula, que mostrava que a tecnologia multiplicada pela capacidade humana, conduzia à “Suma Felicidade”. Jacinto e Zé Fernandes se conheceram na Universidade em Paris, mas Zé teve que retornar a sua terra natal, Portugal, por motivos familiares. Durante sete anos se dedicou à administração da propriedade rural de sua família nas serras portuguesas, e, decidindo tirar um tempo para descansar, viaja a Paris para rever o amigo Jacinto. Mas chegando lá o encontrou entristecido, muito distante do homem vivaz que conhecera na juventude. Seu estado de espírito causava espanto, já que Jacinto tinha transformado seu palacete numa perfeita demonstração da fórmula que havia criado na juventude, adornando-o com as maiores novidades tecnológicas da época e dotando-o de uma ampla biblioteca. Mas, a despeito de tudo isso, Jacinto era infeliz. As amizades eram falsas e superficiais, a tecnologia de que se cercava não funcionava satisfatoriamente e, por fim, os livros que lia lhe causavam aborrecimento. Todavia, Zé Fernandes também se encantara por Paris, no momento em que se deixou ser dominado por uma paixão carnal pela prostituta Madame Colombe. Esse fato também contraria as teorias de Jacinto, conforme as quais o homem se tornava um selvagem no campo. Nesse caso, foi a cidade de Paris que transformou Zé Fernandes num macho instintivo. Seguindo, ao receber a notícia de um desabamento em sua propriedade em Tormes, na serra portuguesa, Jacinto decidiu ir até lá, e Zé Fernandes o acompanhou. O atraso e a rusticidade de Tormes surpreenderam Jacinto no primeiro contato, mas aos poucos, porém, a natureza o encantou e ele resolver ficar. Sentiu-se, inclusive, mais disposto, tanto que imediatamente passou a realizar algumas reformas na propriedade, melhorando as condições de vida dos empregados e estabelecendo com eles novas relações de trabalho. Apaixonou-se por Joaninha, prima de Zé Fernandes, e isso o faz se instalar definitivamente nas serras. Da modernidade parisiense, carrega consigo apenas a instalação do telefone, que lhe parece útil ali. Assim, Jacinto encontra a “Suma Felicidade” bem distante da civilização. Mas Zé Fernandes não comprova sua tese por completo, visto que foi necessário fundir um pouco da modernidade (o telefone) à vida serrana, não havendo uma dissolução por completo entre as duas formas de vida. http://www.stoodi.com.br/ http://guiadoestudante.abril.com.br/busca/?qu=JACINTO http://guiadoestudante.abril.com.br/busca/?qu=JOS%C9%20FERNANDES http://guiadoestudante.abril.com.br/busca/?qu=Jacinto http://guiadoestudante.abril.com.br/busca/?qu=JACINTO http://guiadoestudante.abril.com.br/busca/?qu=Jacinto http://guiadoestudante.abril.com.br/busca/?qu=Jacinto http://guiadoestudante.abril.com.br/busca/?qu=Jacinto GRACILIANO RAMOS – VIDA SECAS Copyright © 2016 Stoodi Ensino e Treinamento à Distância www.stoodi.com.br 1 AULA 1 – PERSONAGENS Baleia: cadela que é tratada como membro da família. Considerada a mais humana da obra. Sinhá Vitória: mulher de Fabiano, batalhadora e inconformada com a miséria em que vivem. Esperta, sempre ajuda o marido no que pode. Fabiano: vaqueiro rude e sem instrução, que mal consegue se comunicar, se assemelhando mais a um bicho. Filhos: o mais novo admira a figura do pai vaqueiro, integrado à terra em que vivem. Já o mais velho não tem interesse pela vida sofrida do sertão e quer descobrir o sentido das palavras, recorrendo mais à mãe. Não são nomeados, sendo referidos apenas como “filho mais novo” e “filho mais velho”. Patrão: fazendeiro desonesto que explora seus empregados, e contrata Fabiano para trabalhar, em troca de um lugar para morar e um salário miserável. AULA 2 – RESUMO "Vidas Secas é uma obra regionalista que retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos fugindo da seca. Para transmitir essa ideia da seca sertaneja, Graciliano Ramos usa uma linguagem bem direta, com escassas adjetivações. A obra é cíclica, representando a constante mudança da família de Fabiano atrás de um lugar menos castigado pela aridez. Fabiano é um homem rude, típico vaqueiro do sertão nordestino, que por nunca ter frequentado a escola mal sabe falar, e chega a ver a si próprio como um animal às vezes. Empregado em uma fazenda, reflete constantemente sobre a brutalidade com a qual seu patrão o trata. Justamente por “não ser bom com as palavras” jamais de impõe diante dos que se aproveitam de sua ingenuidade, sendo passado para trás pelo patrão e pelo soldado, que representa a autoridade. Diante dessas situações, entra em constantes devaneios, recordações, e algumas vezes chega a enxergar a família como um fardo a carregar. Isso torna o tempo da obra uma mescla entre cronológico e psicológico. Sinha Vitória, esposa de Fabiano, é uma mulher cheia de fé e muito trabalhadora, que além de cuidar dos filhos e da casa, também ajuda o marido em seu trabalho. Sonhava com um futuro melhor para seus filhos e não se conformava com a miséria em que viviam. E é nesse cenário de miséria que viviam os dois meninos, não nomeados. O mais novo via na figura do pai um exemplo, e queria ser vaqueiro como ele; o mais velho queria aprender sobre as palavras, inspirando-se mais na mãe. Além das personagens humanas, havia a considerada mais humana der todas, mas que na verdade era uma cadela: Baleia. E o capítulo que a aborda seja talvez o mais famoso do livro. Baleia está doente e Fabiano, vendo seu estado, decide sacrificá-la, por crer que esteja com Raiva. Os filhos protestam contra o sacrifício do pobre animal, mas não havia outra escolha. Fabiano lança o primeiro tiro e a cadela sente o fim próximo, e chega a querer morder Fabiano. Mas apesar da raiva que sentia do dono, o via como um companheiro de muito tempo. Em meio a isso sua visão fica anuviada e ela se vê numa espécie de paraíso dos cachorros, onde poderia caçar preás à vontade. Assim, Baleia morre. Então, a vida vai passando para essa família sofredora do sertão nordestino. Até que um dia, com o céu