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Aula 13 Álcoois e éteres 1 Funções e Reações Orgânicas NHT4025-15 - Professor Célio F. F. Angolini celio.fernando@ufabc.edu.br Estrutura e Nomenclatura 2 • Álcoois podem ser metílicos, primários, secundários ou terciários: • Álcoois podem também ser adjacentes à insaturações: metanol etanol isopropanol terc-butanol Álcool alílico Álcool propargílico Álcool benzílico Álcoois Oxaciclopropano (oxirano) Oxaciclopentano Tetraidrofurano (THF) Oxaciclobutano (oxetano) Oxacicloexano 1,4-dioxano Estrutura e Nomenclatura 3 • Éteres também podem ser de diferentes classes: • Éteres podem ser cíclicos de diferentes tamanhos: Dimetil éter Etil metil éter Dietil éter terc-butil fenil éter Éteres Propriedades físicas 4 • Moléculas de álcool podem formar ligações de hidrogênio intermoleculares entre si: • Éteres, por outro lado, não podem fazer ligações de hidrogênio entre si e, consequentemente, têm pontos de ebulição muito menor do que os álcoois correspondentes: Síntese de álcoois a partir de alcenos 5 2 - Oximercuração-desmercuração: 1 - Hidratação de alcenos por catálise ácida: Alceno Álcool 3 – Hidroboração-oxidação • anti-Markovnikov, • sem rearranjo • Adição syn (estereoseletiva). • Markovnikov • sem rearranjo • Reação segue a regra de Markovnikov e ocorre rearranjos. Reações de álcoois 6 As reações de álcoois ocorrem em decorrência de que: 1- O átomo de hidrogênio ligado ao oxigênio é acídico. 2 - O átomo de oxigênio é nucleofílico e fracamente básico 3- O grupo OH pode ser convertido à um grupo de saída de forma a permitir reações de substituição ou eliminação. O H − + + 1- Álcoois reagindo como ácidos 7 • A maioria dos álcoois são ácidos um pouco mais fracos do que a água e, consequentemente a reação à seguir está mais deslocada para a esquerda: álcool Íon alcóxido Íon hidrônio • Quanto mais volumoso o grupo R, menos ácido é o álcool: CH3OH H2O CH3CH2OH (CH3)3OH 15,5 15,7 15,9 18,0 pKa • Efeito da solvatação • Efeito indutivo 1- Álcoois reagindo como ácidos 8 • Todos os álcoois são ácidos muito mais fortes que os alcinos terminais, e são ácidos muito mais fortes que o hidrogênio, a amônia e os alcanos. Acidez relativa: • Bases conjugadas de compostos com maiores valores de pKa do que um álcool desprotonam um álcool. Basicidade relativa: 2 - OH de álcoois como grupo de saída 9 Reações com HX • Álcoois reagem com haletos de alquila por uma reação de substituição: Exemplos: a) b) 2 - OH de álcoois como grupo de saída 10 Reações com HX Mecanismo • Álcoois primários e metílicos reagem via SN2 com HX: Etapa 1 Etapa 2 2 - OH de álcoois como grupo de saída 11 Reações com HX Mecanismo Etapa 1 • Álcoois 3º, 2º, alílicos e benzílicos reagem via SN1: Etapa 2 Etapa 3 Exercício 12 1 – Proponha um mecanismo para as seguintes reações: a) b) 2 - (a) Qual fator explica a observação de que os álcoois terciários reagem com o HBr mais rapidamente que os álcoois secundários? (b) Qual fator explica a observação de que o metanol reage com o HBr mais rapidamente do que o etanol? Uso de PBr3 e SOCl2 13 • Reações que formam carbocátions são passíveis de sofrerem rearranjos. Para se evitar rearranjos, utiliza-se SOCl2 ou PBr3 • Álcoois 1º e 2º reagem com PBr3 para fornecer brometos de alquila, ex: • No mecanismo não se forma carbocátion e por isso nessa reação não ocorre rearranjo. PBr3 3 3 Uso de PBr3 e SOCl2 14 Mecanismo • Etapa 1: mecanismo SN2. • Etapa 2: piridina é usada como solvente, porque é um fraco nucleófilo e é usada como base para abstrair próton e não permitir a reação voltar para os reagentes. • O -O-PBr2 formado pode reagir mais duas vezes. PBr3 • Etapa 3: Outro mecanismo SN2. Uso de PBr3 e SOCl2 15 SOCl2 • O cloreto de tionila converte álcoois 1º e 2º à cloretos de alquila: Mecanismo Etapa 1: mecanismo SN2. Etapa 2: A piridina é utilizada como solvente para abstrair um próton, e inibe a reação a voltar para os reagentes. Etapa 3: Outro mecanismo SN2. Exercícios 16 1 – Mostre os mecanismos e os produtos para as seguintes reações (utilize a piridina como solvente): Tosilatos, mesilatos e triflatos 17 • Álcoois podem ser convertidos em bons grupos de saída como mesilatos (éster metanosulfônico), tosilatos (éster p-toluenosulfonatos) e triflatos (trifluorometanosulfonatos) Grupo mesila (Ms) Grupo tosila (Ts) Grupo trifila (Tf) Grupo mesila (OMs) Grupo tosilato (OTs) Grupo triflato (OTf) Tosilatos, mesilatos e triflatos 18 • A reação de álcoois para esses bons grupos de saída podem ser feitas da seguinte maneira: Piridina • Piridina é utilizada para neutralizar o HCl formado e evitar que a reação volte aos reagentes. a) b) Tosilatos, mesilatos e triflatos 19 • Etapa 1: O álcool ataca o átomo de S do cloreto de mesila (MsCl). • Etapa 2: Forma-se um intermediário instável, que perde um ânion Cl-. • Etapa 3: (ácido-base) A piridina do meio abstrai um próton do álcool. Mecanismo MsCl Tosilatos, mesilatos e triflatos 20 • Mesilatos, tosilatos e triflatos são substratos utilizados para reações de substituição, por serem bases muito fracas e, portanto, bons grupos de saída: • Assim, para se fazer reações SN2 em álcoois, primeiro converte-se ele em um destes grupos e em seguida executa-se-se a reação de substituição. Exercícios 21 1 – Forneça os reagentes e dê o mecanismo para a seguinte transformação: 2 – Forneça os produtos, mostrando a estereoquímica para as seguintes transformações: Síntese de éteres 22 1 - Desidratação intermolecular de álcoois • Essa reação compete com a desidratação de álcoois para formar alcenos: • A reação deve ser feita com menor temperatura para se favorecer a formação de éter. Síntese de éteres 23 Mecanismo Etapa 1: Reação ácido-base Etapa 2: mecanismo SN2 Etapa 3: Reação ácido-base Síntese de éteres 24 Limitações: 1 - Desidratação intermolecular de álcoois 1 – Aplicável apenas para álcoois primários. Álcoois secundários e terciários não geram éteres, porque formam alcenos muito mais facilmente 2 – Reação fornece mistura de produtos se reagimos 2 tipos de álcoois primários: Síntese de éteres 25 Alexander William Williamson (1824-1904) 2 - Síntese de éteres de Williamson (desenvolvida em 1850) • Ela consiste no uso de uma reação com mecanismo SN2 de um álcóxido com um substrato que tenha um bom grupo de saída. • O alcóxido de sódio pode ser criado pela reação ácido- base de um álcool com NaH: Síntese de éteres 26 1 – Dê os produtos A, B, C e D. Qual a realação da estereoquímica entre B e D? Éteres como grupos de proteção 27 • Éteres podem ser usados como grupos de proteção para hidroxilas e realizar uma reação em outra parte da molécula: Exemplo: • Caso fosse necessário fazer uma reação via mecanismo SN2 como a seguir, ela não ocorreria, porque a reação ácido-base ocorreria primeiro: • Proteger o grupo –OH primeiro, fazer a reação e desproteger, levaria ao produto desejado: (conc.) Éteres como grupos de proteção 28 • Outros grupos de proteção para álcoois: terc-butilclorodimetilsilano (TBSCl) imidazol R-O-TBS • O grupo TBS pode ser desprotegido, utilizando-se TBAF (fluoreto de tetrabutilamônio): Exercício 29 1 – Forneça os reagentes e/ou produtos necessários para cada transformação abaixo: Reações de éteres 30 • Éteres são muito pouco reativos e por esse motivo são bastante utilizados como solventes em diversas reações. • Contudo, são fracamente básicos e podem reagir com ácidos (H2SO4, HBr e HI): • Assim, éteres podem ser convertidos em haletos de alquila. Reações de éteres 31 Mecanismo Etapa 1: Primeira reação com mecanismo SN2. Forma álcool e haleto de alquila: Etapa 2: Segunda reação com mecanismo SN2 (necessário 2 molares de HBr): Epóxidos 32 • Epóxidos são ésteres cíclicos com anel de 3 membros: Um epóxido • Devido à sua reatividade única, epóxidos são considerados uma classe especial de éteres. Oxiranos Síntesede epóxidos 33 • Epóxidos podem ser sintetizados pela reação de um alceno com um peroxiácido (perácido): 1-octeno Ácido m-cloroperbenzóico (MCPBA) (81%) epóxido Ácido m-clorobenzóico Síntese de epóxidos 34 Mecanismo alceno perácido Estado de transição concertado epóxido Ácido carboxílico • O peróxido transfere um átomo de oxigênio para o alceno em um único passo (mecanismo concertado) via um estado de transição cíclico: Síntese de epóxidos 3535 Estereoquímica da reação • A adição é syn (estereoseletiva) e é estereoespecífica. O oxigênio pode-se ligar à qualquer face do alceno e produzir uma mistura de enantiômeros, ex: a) b) Compoto meso Mistura enantiomérica do trans-2,3-dimetiloxirano trans-2-buteno cis-2-buteno Reações de epóxidos 36 • O anel tensionado de epóxidos fazem deles substratos muito mais reativos à reações de substituição nucleofílica do que éteres comuns: 1) Epóxidos podem sofrer abertura do anel por reação catalisada por ácido: Mecanismo Etapa 1: O ácido aumenta a reatividade do epóxido para sofrer reação de substituição: Etapa 2: Ataque nucleofílico da água para formar um diol: Reações de epóxidos 37 2) Epóxidos podem sofrer abertura do anel por reação catalisada por base: Mecanismo • Caso o epóxido for assimétrico, o ataque ocorre no átomo de carbono menos substituído, por ser o menos estericamente impedido, ex: Reações de epóxidos 38 • Na reação de abertura de anel catalisada por ácido temos o contrário. O nucleófilo ataca o carbono mais substituído: • Isso acontece, porque o carbono mais substituído é o que melhor consegue acomodar a carga positiva: Carbocátion terciário Exercício 39 1 – Dê os produtos e proponha o mecanismo para as seguintes reações: a) b) c) H2SO4 Diidroxilação-1,2 anti de alcenos via epóxidos 40 • Após converter um alceno em um epóxido, como no exemplo abaixo: penteno 1,2-epoxiciclopentano • A hidrólise catalisada por ácido do 1,2-epoxiciclopentano produz um diol trans: trans-1,2- ciclopentanodiol Exercícios 41 1 – Mostre as estereoquímicas dos produtos formados da hidrólise ácida para os seguintes epóxidos: a) b)
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