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CADERNO PROCESSO CIVIL - CPI (1)

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CADERNO PROCESSO CIVIL - CPI
Condições da ação
Atos processuais
Intervenção de terceiros
Litisconsório
Nulidades
Princípios
Normas fundamentais
Norma processual no tempo
Cooperação
Jurisdição
Competência
AULA 01
· Fonte normativa constitucional, como se todas as demais disciplinas devessem ser reinventadas e adaptadas à luz da Constituição. O CPC deve ser interpretado de acordo com a CF, dela inclusive que irão decorrer os princípios. 
· Tais princípios não precisam ser explícitos. Por exemplo, não há nenhuma previsão legal vedando a reforma in pejus, mas trata-se de um princípio implícito do direito.
· O CPC/2015 reproduz menções aos princípios constitucionais, o que não acontecia no CPC/1973. 
· Algumas normas fundamentais do CPC não representam um princípio, como por exemplo o Art. 12, caput, que fala em ordem preferencial, mas cujo objetivo é tão somente otimizar a gestão cartória. 
	Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão.
PRINCÍPIOS
1) Devido processo legal (Art. 5°, LIV da CF):
	Art.5°: (..) LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
Impõe que o Estado, para prestar a jurisdição e resolver o litígio, deve ser o fazer mediante um instrumento específico denominado processo, que é uma sequência de atos que busca uma finalidade de obter a tutela jurisdicional, mas que não é realizado arbitrariamente. O devido processo legal busca assegurar o cumprimento dos demais princípios.
	Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
O Art. 332 fala em improcedência liminar do pedido. Somente em caso de improcedência poderá ser dispensada a citação do réu, pois este já será beneficiado. O Juizado Federal, em 2001, já aplicava essa regra antes da positivação, o que foi levado ao STJ. No tribunal, afirmou-se que nesse caso não haveria violação da imparcialidade, mas serviria para conferir segurança jurídica, ao aplicar o mesmo entendimento a todos os casos.
	Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
I - for inepta;
II - a parte for manifestamente ilegítima;
III - o autor carecer de interesse processual;
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 .
O indeferimento da petição inicial (Art. 330, CPC) gera uma sentença terminativa. Diante da verificação de um vício, o juiz pede para emendar a inicial, sendo um vício sanável. Se o vício for insanável (ex: parte ilegítima), é possível o indeferimento direto.
2) Inafastabilidade ou livre acesso ao Judiciário (Art.5°, XXXV da CF e Art. 3° do CPC):
	Art. 5°: (...) XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
	Entrave financeiro, mudanças processuais para focar na eficiência (Ex: Juizados Especiais). 
	Se há uma lesão ou ameaça à direito e não sendo possível realizar a autotutela, por vedação legal, deve-se buscar o Estado.
	Na lesão, o dano já ocorreu, mas o princípio também abarca a ameaça (processo preventivo). Marinoni usa a expressão tutela inibitória, que é preventiva e busca evitar a prática do ilícito. Ex: registro de marca no INPI, precisa de um processo público. Se outra marca achar que lhe será prejudicial, pode jurisdicionalizar, ainda que o dano ainda não tenha ocorrido.
	§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
	Tendência do processo civil em valorizar a autonomia privada e, assim, se deslocar em direção ao direito privado. A jurisdição multiportas fala sobre a jurisdição não estatal (arbitragem, mediação, etc). É o reconhecimento de que a jurisdição não é puramente estatal. Por isso, evita-se falar atualmente em métodos alternativos de solução de conflitos, sendo mais adequado usar a expressão "justiça multiportas".
	Do ponto de vista desse princípio, não precisaria esgotar a via administrativa, mas entende-se que deve haver o esgotamento quando a lei assim prever. Ex: Art. 7°, parágrafo 1° da Lei 11.417/09 (regula as súmulas vinculantes):
	Art. 7º Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação.
§ 1º Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas.
Como as súmulas vinculantes também vinculam a administração pública, entende-se que, nesse caso, é legítima a exigência do esgotamento. Demais previsões normativas que aplicam tal regra também não foram consideradas inconstitucionais. 
3) Juiz natural (Art. 5°, XXXVII e LIII da CF:
	Art. 5°: (...)
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
	Resguarda a imparcialidade do magistrado, evitando o tribunal de exceção. Preocupação em estabelecer certo juiz ao caso adequado. Preocupa-se, ainda, com os casos de suspeição e impedimento para preservar a imparcialidade (Art. 144 e 145 do CPC). 
	O impedimento traz critérios objetivos para questionamento, enquanto a suspeição tem critérios subjetivos. Ex: processo de instituição à qual o juiz está vinculado (objetivo -> impedimento); quando o juiz é amigo ou inimigo da parte ou do advogado (subjetivo -> suspeição).
	O juiz não é neutro, é imparcial. A neutralidade não existe. O juiz é imparcial quando não é impedido nem suspeito. 
OBS: Litisconsórcio ativo facultativo superveniente -> é vedado. Se um advogado A, pelo sorteio, cai com o juiz que desejava, pois acredita que lhe será favorável, não poderá solicitar tal modalidade de litisconsórcio para incluir outros advogados de causas semelhantes. Porém, nesse caso, poderá haver o ajuizamento de nova ação, após a desistência da primeira, em litisconsórcio com os demais advogados, por força do Art. 286, II, que determina a prevenção.
	Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza:
I - quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada;
II - quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda;
III - quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, § 3º , ao juízo prevento.
OBS2: O vício na citação é muito grave, pois prejudica a ampla e o contraditório. Não preclui.
OBS3: O Art. 1040 do CPC pode ser questionado quanto a cooperação e boa-fé. (Ver julgados relacionados no link do CPC do site do Planalto: https://corpus927.enfam.jus.br/legislacao/cpc-15#art-1.040).
4) Motivação das decisões judiciais (Art. 93, IX da CF e Art. 11 + 489, parágrafo 1° do CPC).
	 Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes,em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; 
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Art. 489: (...)
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
	Evita arbitrariedade. Deve expor as razões do convencimento. Também está ligado ao recurso, que é um instrumento de controle da atuação jurisdicional. Nesse caso, serve para aclarar os pontos que se deseja recorrer. O CPC preocupa-se com a melhoria da prestação jurisdicional.
	Celeridade ≠ qualidade das decisões.
	Fundamentação exaustiva: veda a fundamentação genérica, exige que seja de acordo com o caso de forma específica. Veda o ato padronizado. Vale também para as partes, que devem trazer argumentação específica. 
	A fundamentação é feita por parte do juiz nos atos decisórios (acórdão, sentença, decisão monocrática e interlocutória), dispensando apenas o despacho, pois não tem carga decisória. Não cabe recurso de despacho. Sentença omissa pode ser contestada por embargos de declaração ou apelação, onde poderá ser aplicada a teoria da causa madura (Art. 1013, parágrafo 3°). Decisão monocrática será contestada por agravo interno (Art. 1021). 
	Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485 ;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.
OBS: decisão monocrática referendada -> praxe em turma recursal federal em questões de direito, pois otimiza tempo. O juiz, na sessão, leva a decisão monocrática e pede para a turma referendar. 
5) Isonomia (Art. 5°, caput, CF + Art. 7° do CPC): 	Comment by CPII - A Emerj: Colocar os artigos.
	Um exemplo de tratamento isonômico é a prioridade na tramitação para o idoso (Art. 1048, CPC). No entanto, é vedado o pedido de prioridade feito pelo autor para o réu idoso, sob pena de configurar má-fé, segundo o entendimento do STJ. Outro exemplo é referente às prerrogativas da Fazenda Pública em juízo, como a contagem em dobro dos prazos processuais, a remessa necessária e a intimação pessoal. Além disso, os bens públicos geram a necessidade de um modelo de execução diferenciado.	Comment by CPII - A Emerj: Buscar o entendimento.	Comment by CPII - A Emerj: colocar um post-it com lembrete para estudar esses conceitos na doutrina que tem em casa
	Suspensão de segurança ou de tutela provisória: trata-se de um incidente processual, e não de um recurso, aplicado sobre a decisão que defere a tutela provisória em desfavor da Fazenda Pública, com fundamento no interesse público. Tem o objetivo de tirar a eficácia da sentença e não de reformá-la. Não se submete a prazo para requerimento e não suprime instância. Além disso, é cabível o agravo de instrumento, bem como o ajuizamento de reclamação no STF, em razão do julgamento da ADC 04, que reconheceu a constitucionalidade do Art. 4º da Lei 8437/92. O art. 1059 do CPC fala expressamente que aplica-se o dispositivo mencionado para as tutelas provisórias requeridas em face da Fazenda Pública.
	Art. 4° Compete ao presidente do tribunal, ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso, suspender, em despacho fundamentado, a execução da liminar nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a requerimento do Ministério Público ou da pessoa jurídica de direito público interessada, em caso de manifesto interesse público ou de flagrante ilegitimidade, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.
6) Contraditório (Art. 5°, LV + Art. 9° do CPC):
	Art. 5°: (...)
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
	Oportunidade da parte se manifestar sobre aquilo que a outra se pronunciou. Contraditório postergado é permitido, como ocorre, por exemplo, na tutela provisória de urgência. O contraditório pode ser suprimido, nos casos previstos em lei (ex: penhora on-line). 
	 Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.
§ 2º O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da decisão embargada.
O CPC prevê no Art. 1023, parágrafo 2° as contrarrazões para embargos de declaração se o juiz vislumbrar que irá reformar a decisão, quando só então irá intimar o embargado. Se não pensa em dar provimento ao ED, já poderá negar sem dar chance a contrarrazões.
7) Ampla defesa: é do réu, apenas. O contraditório é para ambas as partes. A lei não poderia limitar teses defensivas, mas há normas que as restringe (ex: desapropriação). Como pode ser ajuizada ação autônoma posteriormente, não se considera restrição.
8) Duração razoável do processo (Art. 5°, LXXVIII da CF + Art. 4° do CPC): CPC fala em solução do mérito em vez de processo. Relação com a primazia da solução do mérito. Iniciativa do CPC em resgatar a qualidade da jurisdição, que não se confunde com celeridade. CNJ estipula prazo de 3 anos para a sentença.
NORMAS FUNDAMENTAIS
O art. 1º fala expressamente em seguir o modelo constitucional. 
O art. 2º fala do impulso oficial, isto é, o processo se inicia por iniciativa da parte e segue por impulso oficial. Os prazos prescricionais somente são interrompidos quando o juiz determina a citação, com base no Art. 240. Na falta de bens penhoráveis, o juiz precisa suspender o impulso oficial. O autor tem que exercer o direito da ação dentro do prazo prescricional, para só então o juiz dar continuidade.
Arts. 5º e 6º tratam da boa-fé processual e cooperação, que são normas fundamentais. Câmara fala em processo policêntrico, ou seja, as partes devem cooperar para uma solução justa. A boa-fé também é um vetor interpretativo. No CPC anterior, os pedidos eram orientados de forma restritiva, hoje são com base na boa-fé objetiva (Art. 322, parágrafo 2º) e no conjunto da postulação (ex: identificações no decorrer do processo em razão da perícia). 
A boa-fé é verificada a partir de atos. O STJ reconhece a falta de boa-fé no caso de magistrado que nomeia errado o ato decisório.
A cooperação também ocorre entre órgãos jurisdicionais, nacional e internacionalmente.
Art. 8º fala da interpretação.
Art. 10 veda a decisão surpresa. Mesmo sendo matéria de ordem pública (ex: prescrição) tem que haver a comunicação das partes.
Art. 11 também fala em publicidade, mas que pode ser mitigada em determinados casos (Ex: ações de família).
AULA 02
DIREITO PROCESSUAL NO TEMPO
Norma jurídica busca regular a convivência social e divide-se em material (cria direitos e obrigações, regulam o direito material), que é encontrada no Código Civil, Penal, etc, e em processual (regula a relação entre partes e o Estado-juiz, relação angular ou triangular; verifica quem pode ser parte, as condições de validade, etc). A norma heterotópica é aquela norma material situada em lei processual, e vice-versa. Ex: quando a citação interrompe a prescrição, no art. 240, §1º do CPC. Tem legislações que cuidam tanto de normas materiais quanto processuais, como é o caso do CDC e dos microssistemasdos juizados e do processo coletivo. 
As fontes das normas processuais podem ser primárias ou secundárias. Historicamente, a fonte primária é a lei em sentido amplo. Usualmente é a lei ordinária, criada pelo Poder Legislativo Federal. Organização judiciária não é norma processual. Não pode ser objeto de medida provisória (Art. 62, parágrafo 1°, I, b da CF). 
Os regimentos internos falam de matéria processual por terem sido redigidos na CF antiga. Não poderiam ter normas processuais, mas as criam quando a lei é omissa, com fins de esclarecimento. 
Art. 1070 diz que todos os agravos são interpostos em 15 dias, incluindo o agravo regimental. 
STF tem decisão permitindo a regulação de agravo em regimento, pois entende que não é recurso, mas apenas uma submissão do recurso anterior ao órgão colegiado. O STF tem previsão de agravo em seu regimento. AP 470: precedente em matéria penal.	Comment by CPII - A Emerj: Ler depois a AP
Art. 1070 ao tratar de agravo regimental só o aplica ao processo civil. 
A CF também tem normas processuais. Ex: Art. 102, parágrafo 3°, que passa a prever que no REsp tem que ter repercussão geral. Tratados também podem ter normas processuais. 
O Brasil segue o modelo de civil law, que tem a lei como principal fonte. Com o novo CPC, passou-se a dar mais importância aos precedentes. Barbosa Moreira dizia que havia uma tendência de implementação de common law. Primeira medida já foi implementar as súmulas vinculantes. Súmula é síntese de conclusão, mas no modelo da common law o que vincula é o argumento e não a conclusão. No modelo original, há o estudo de case, para mostrar que os fatos são idênticos e que por isso se aplica o mesmo resultado.
O CPC traz novos instrumentos que criam precedentes vinculantes (IRDR, IAC, RR). Juiz tem que seguir o precedente vinculante, que hoje pode ser visto também como fonte primária. Ao aplicar o precedente vinculante, há um dever de fundamentação, o que corrige a falha de vincular só a conclusão.
Precedente é diferente de jurisprudência. O precedente pode ser apenas um ou dois casos, a jurisprudência é um conjunto de decisões reiteradas no mesmo sentido. Existe a jurisprudência vinculante, que é o pedido de uniformização de interpretação de lei federal, adaptado pelo STJ para abranger o juizado estadual. Com isso, o JEC tem que seguir a jurisprudência do STJ, sob pena de caber reclamação do TJ. Resolução 03/2016 do STJ.
Normas secundárias: analogia, princípios gerais e costume. 
Analogia é pegar caso parecido e regulado e aplicar ao caso não regulado em lei. Modelo presidencialista: parte fazia pergunta ao juiz, que fazia para a testemunha. Hoje há o modelo de cross examination, em que a parte pergunta diretamente à testemunha. É regulado no Art. 459, que diz que é só para prova testemunhal. Porém, na AIJ ocorrem outras oitivas. Nesse caso, aplica-se o Art. 459 também para os demais sujeitos que serão ouvidos.
Costume: exemplo é a nomeação da petição, pois não há essa exigência no CPC. O nome da petição não vincula, favorece quem faz a distribuição e já serve para guiar o julgador, mas é um mero costume.
Princípios gerais do direito: não há lei específica, funcionam de forma supletiva. Podem ser aplicados de forma gradual. Ex: eventualidade (princípio que diz que tem que trazer todas as teses defensivas), vedação da reforma para pior. Eventualidade está positivado no Art. 336 do CPC.
INTERPRETAÇÃO DA NORMA PROCESSUAL
1) Literal: é que está na lei. Ex: Art. 1003, parágrafo 5° -> não dá margem para interpretação. Lei 14.195/21 altera o Art. 247, que vedava a citação para certos casos. Agora diz que é incluída pelo meio eletrônico, impedindo essa citação para Fazenda Pública. Não pode ser feita a interpretação literal.	Comment by CPII - A Emerj: Não entendi isso aqui. Ver na doutrina.
2) Teleológica: é sugerida no Art. 8°, leva em consideração os fins da norma. Ex: Lei 8009/90, que regula o bem de família. Quem mora sozinho também tem direito a essa proteção? Sim, pois o fim da norma é resguardar a dignidade da pessoa humana.
3) Lógico-sistemática: se deve entender que o ato normativo não está isolado, mas interage com os outros. Ex: processo coletivo que usa várias legislações que interagem. Nova LIA se afasta do microssistema. 
4) Histórica: leva em consideração o momento de criação da norma. Ex: Lei 8112/90 que se inspira em casos de famosos que repercutiram. Ativismo judicial ou ativismo do Congresso, que ocorre quando edita uma lei contrariando o entendimento do STF.
EFICÁCIA PROCESSUAL NO TEMPO E NO ESPAÇO
NO TEMPO
Art. 14 do CPC. A norma processual tem aplicação imediata, respeitados os atos praticados na vigência da lei anterior. Teoria do isolamento dos atos processuais. As vezes o CPC usa a teoria das fases processuais, que espera o término de uma fase do processo para aplicar a nova lei na etapa seguinte. Ex: Art. 1046,parágrafo 1°. Se o CPC extingue um procedimento, aplica-se o código anterior, para somente na execução ou na fase recursal aplicar a nova lei. 
Art. 1047: se requereu ou deferiu prova na vigência do CPC anterior, é produzida de acordo com as regras do CPC anterior.
Justiça Federal não reconhece união estável com força de coisa julgada, só pode declarar como fundamento de forma incidental.
Art. 1054: diz que a ação declaratória incidental poderia subsistir com a regra antiga. Para os casos novos, há o Art. 503, parágrafo 1°. Há quem defenda que o que é declarado implicitamente é pedido implícito (Cassio Scarpinella e Câmara), então deveria fazer coisa julgada. Ex: ação de alimentos, quando há discussão quanto a paternidade.
NO ESPAÇO
Art. 13 do CPC: a lei produzida internamente que será aplicada, ressalvados os casos de cooperação jurídica.
JURISDIÇÃO
	Vem de "dizer o direito", mas é mais que isso, pois não se restringe ao processo de conhecimento. Fase de execução também é jurisdição efetiva. Tendência de desjudicialização, que já ocorre, de modo a estendê-la à execução. 
	Jurisdição era vista só como estatal. Mediação, arbitragem, etc eram chamados de métodos alternativos, que não eram jurisdição. Hoje, usa-se o termo métodos equivalentes ou justiça multiportas. Engloba a conciliação e mediação tanto judicial quanto extrajudicial. É uma jurisdição não estatal. 
Características: 1) inércia: alguém deve provocar o juiz por meio do direito de ação, instrumentalizado, em regra, pela petição inicial. Porém, também pode ser provocado por meio da reconvenção. Relaciona-se com o princípio da congruência, que pode ser mitigado, ou seja, o juiz pode decidir de modo diverso. Ex: ações possessórias, para cada espécie há uma demanda sobre a propriedade, mas pode ser alterada em razão do princípio da fungibilidade, se o juiz entender que houve violação diversa ao bem. Em alguns casos, o juiz pode agir de ofício, como por exemplo no HC. Art. 712 do CPC também diz que o juiz pode restaurar autos de ofício. 2) substitutividade: na fase de conhecimento, o juiz substitui a vontade das partes e aplica a lei. Na execução, substitui a atividade. 3) definitividade: possibilidade de um provimento estatal aspirar uma imutabilidade, gera coisa julgada para garantir segurança jurídica. Sentença terminativa só faz coisa julgada formal. Se tutela provisória é deferida e o réu não agrava, o provimento apenas fica estável, o que não se confunde com definitividade. 
Jurisdição voluntária x contenciosa: a contenciosa é aquela em que estão presentes as características da jurisdição e outras, como a lide. A voluntária é o oposto, não tem as características ou o litígio. 
Sobre a voluntária, discute-se se é atividade jurisdicional ou administrativa. A doutrina tradicional entende que é administrativa, pois seria "a administração pública dos interesses privados". Abrange questões em que o legislador entende que tem que passar pelo juiz. A doutrina moderna entende que é jurisdição, pois outros atos são assim considerados, como a restauração de atos. 
No CPC antigo a jurisdição voluntária não fazia coisa julgada, mas isso não foi reproduzido nonovo CPC. Didier usa isso como argumento para dizer que agora faz coisa julgada. Em alguns casos, as partes recorrem ao judiciário para homologar acordo e assim ter uma coisa julgada.
Equivalentes jurisdicionais: 1) arbitragem: Lei 9307/96. Ideia de diminuição de processos. Essa lei amarra a aplicação da arbitragem. Convenção de arbitragem possui duas espécies: cláusula compromissória, que é a cláusula que prevê a ida à arbitragem se houver litígio, e compromisso arbitral, que tem as regras da arbitragem (escolha de árbitros, forma de decisão, criação de procedimentos, etc). Ambos podem vir no mesmo instrumento. Ação de instituição de arbitragem: a sentença judicial será o compromisso arbitral. Comporta apelação. Se alguém não comparece à audiência arbitral, o árbitro se comunica com o juiz por carta arbitral. Árbitro pode determinar cautelar, mas não pode executar. Contra a sentença arbitral só cabe ED, não cabe recurso. Pode ser contestada por ação anulatória, no prazo de 90 dias. A sentença arbitral é título judicial. 2) mediação e conciliação: conciliador tem maior liberdade para dialogar com as partes, mediador é mais estático e precisa conhecer os fatos. 3) atos bilaterais: transação, novação, etc. Não envolve um terceiro. 4) A autotutela é vedada, em regra. Exceção: desforço possessório. 
AULA 03
COOPERAÇÃO E JURISDIÇÃO
Art. 21: sempre vai haver um contato entre a demanda e o território. Jurisdição concorrente é quando o Brasil e o país estrangeiro podem julgar. Inciso III fala em causa de pedir. Réu pode ser pessoa jurídica, que abrange agência, filial ou sucursal, além da sede. É diferente da competência interna, que exige que o ato tenha sido praticado na agência, filial ou sucursal.
Forum shopping: quando já jurisdição concorrente, possibilidade de ajuizar em mais de um país. No âmbito interno, chama-se foros concorrentes. Quando há mais de um país que pode ser escolhido, há liberdade de escolha. 
Pode ser que no caso concreto a demanda não tenha um ponto de contato com um ou mais territórios. Logo, em abstrato, a escolha é livre, mas no caso concreto a escolha tem que ser considerando o ponto de contato, sob pena de configurar abuso de direito. 
Controle da competência adequada: internalização do conceito internacional que veda o forum shopping abusivo. No ECA, o STJ tende a usar mais esse controle para preservar o melhor interesse da criança. Ligado ao princípio da eficiência.
Art. 22: não há preocupação com o ponto de contato, mas com a eficiência da prestação jurisdicional. O inciso III traz uma cláusula de eleição de foro internacional. Esse inciso fala em concordância tácita, quando o réu não se opõe, o que não é abusivo já que o réu não se sente prejudicado.
O abuso de direito pode se dar na escolha do foro concorrente ou no sham litigation, que é quando vários processos são ajuizados contra o mesmo réu em vários foros distintos, múltiplas demandas em locais distintos de forma abusiva. Tem que ficar caracterizada a abusividade para ter sham litigation, que decorre de uma ação coordenada. Pode ter extinção sem resolução do mérito, além do pagamento de multa e deslocamento de competência.
Art. 23: jurisdição exclusiva do Brasil. Gera impossibilidade de homologação de sentença estrangeira. Inciso I fala em imóvel, pois o bem imóvel por excelência é o solo, que é um atributo de soberania. Art. 79 do CC. Art. 80 fala das equiparações aos bens imóveis e fala de herança, que também está no Art. 23.
Herança é um direito que surge com a morte de alguém, é o patrimônio do de cujus, tudo o que tem expressão econômica. Espólio é essa massa patrimonial enquanto parte processual, sendo representado pelo inventariante ou administrador provisório. Inventário é o procedimento de identificar e dividir o patrimônio.
Art. 24: não gera litispendência.
Art. 25: impede o Brasil de julgar se houver cláusula de eleição de foro exclusivamente estrangeiro. Nos casos do Art. 23, não pode ter essa cláusula.
Negativa de jurisdição: não pode ocorrer. Se os países envolvidos no litígio não tiverem previsão que permite o ajuizamento em suas jurisdições, a jurisdição brasileira pode ser acionada por força dos princípios internacionais, ainda que não tenha ponto de contato. Tem que comprovar a impossibilidade de julgar nos países que possuíam o ponto de contato.
Cooperação
Art. 67 a 69 + carta precatória + carta de ordem
Juiz tem dever de prevenção quando prevê que algo pode prejudicar o processo (ex: prevenir nulidade). Também tem o dever de auxílio às partes para sanar o vício (apenas parte da doutrina concorda com isso).
Partes podem cooperar por meio de NJ processual, dever de esclarecimento, dever do executado em indicar os bens penhoráveis, concordância em substituir a penhora.
No plano internacional também há cooperação, por meio de mecanismos em que o judiciário brasileiro coopera com o estrangeiro e vice-versa, assim como com a Adm. Pública. Pode ser por carta rogatória, homologação de sentença estrangeira e meios simplificados decorrentes de termos de cooperação e tratados internacionais. Há também o auxílio direto, que é o judiciário cooperando com a administração.
As regras do Art. 67 a 69 permitem excepcionar a incompetência absoluta de um órgão. Para Câmara, essa exceção não pode afetar as competências constitucionais, pois viola o juiz natural (posição minoritária).
Carta precatória: competência territorial diversa
// rogatória: jurisdição diversa
// de ordem: órgão superior dá ordem ao inferior
// arbitral: entre tribunal arbitral e juízo estatal
Franklyn Roger tem texto defendendo a atuação da DP no juízo arbitral.
Juízo de equidade é exceção do juízo de direito, que ocorre na jurisdição voluntária, arbitragem e, para alguns autores, no JEC. Exequatur é o termo aplicado para carta rogatória que significa "cumpra-se". Juízo de delibação é quando verifica-se a presença dos requisitos formais.
Homologação de sentença estrangeira (Art. 960, CPC)
Tem natureza jurídica de processo de conhecimento. Art. 26 do CPC fala dos princípios da cooperação internacional.
Sentença arbitral expedida em juízo estrangeiro será sentença estrangeira. Ou seja, se juízo arbitral é estrangeiro, a sede da arbitragem é o critério, ainda que as partes e a lei aplicável sejam brasileiras. Se submeterá, então, à homologação.
Art. 961, parágrafo 1°: exemplo da decisão do rei que decreta o divórcio na Noruega. Se o juiz estrangeiro manda que a decisão estrangeira seja cumprida, o faz por carta rogatória.
AULA 04
COMPETÊNCIA
Competência: pressuposto processual de validade. Não se pode mais falar em medida de jurisdição, pois esta não pode ser fracionada (jurisdição una), mas fala-se em distribuição. É o conjunto de regras que delimitam a atuação de cada órgão jurisdicional. Art. 44 do CPC diz em quais normas estão as regras de competência.
Princípio da territorialidade: a atividade jurisdicional é dada sobre um território e cada órgão tem uma limitação geográfica para sua atuação. Antonio de Passos Cabral fala em relativizar mais esse princípio, que está relacionado à ideia de feudalismo, em virtude das novas práticas tecnológicas (processo eletrônico, audiência por videoconferência, etc). Art. 60 e 255 são exceções a esse princípio.
O juiz natural veda a escolha pré-determinada de qual juiz irá julgar a causa. As regras estão tipicamente em lei (tipicidade) e o órgão jurisdicional não pode abrir mão da sua competência (indisponibilidade). Juiz tem competência para apreciar sua própria competência, o que é chamado de competência mínima ou atômica ou princípio da kompetenz-kompetenz. O juiz para onde é encaminhada a petição inicial será competente para toda a relação jurídica processual que irá se desenvolver, mesmo após o trânsito em julgado, abrangendo a execução (perpetuatio jurisdictionis, art. 43). 
Regras no CPC: Art. 46 a 53.
Função pode ser cognitiva, recursal ou executiva.
Regras de competência absoluta se violadas não podem convalescer, são regras de ordem pública e, portanto, regras cogentes. 
Competênciarelativa envolve interesse particular do destinatário, não pode ser conhecida de ofício. Art. 337 do CPC. O réu tem que arguir em preliminar de contestação sob pena de preclusão e prorrogação de competência. O juiz, em regra, não pode conhecer de ofício da competência relativa convencionada pelas partes, salvo se a cláusula de eleição de foro for abusiva, com base no Art. 191, parágrafo único, que permite o controle de validade dos negócios jurídicos processuais.
Resp. 1.897.114 -> controle de validade da cláusula de eleição de foro.
Conexão reúne demandas afins com o objetivo de não proferir decisões conflitantes. O juiz prevento (Art. 59) irá receber as causas conexas. As hipóteses obrigatórias estão no Art. 55, parágrafo 3°, mas há as hipóteses facultativas, com fins de economia processual. Súmula 235 do STJ. Art. 45, parágrafo 3° do CPC fala em remessa para juízo estadual em decorrência da exclusão da União. Art. 109, parágrafo 3° da CF. A competência absoluta puxa a competência da causa conexa. Translatio iudici: Art. 64, parágrafo 4°.
Ação: é um direito fundamental e abstrato, o que significa que o indivíduo pode exercer quando quiser. É uma garantia constitucional. Não envolve só o direito de agir, o exercício do contraditório também é direito de ação, enquanto possibilidade de manifestação na demanda. Art. 336. O réu traz seus fatos e fundamentos. Câmara diz que outra prova disso é o fato do autor só poder desistir da causa mediante a concordância do réu, quando feita a contestação.
Teoria eclética da ação: Art. 17 c/c Art. 485, VI.
Impossibilidade jurídica do pedido gera inépcia da inicial, pois a possibilidade jurídica do pedido deixou de ser condição da ação. Com a inépcia, poderá haver improcedência. Teoria da asserção: é uma técnica da teoria eclética que diz que as assertivas do autor na PI devem ser consideradas verdadeiras. Assim, a consequência não será extinção sem resolução do mérito, mas com a resolução, pela primazia da solução do mérito. 
AULA 05 
CONDIÇÕES DA AÇÃO
Ação é um direito subjetivo de obter uma prestação jurisdicional do Estado e provocar o Poder Judiciário. É um direito subjetivo a um procedimento estatal que solucione o litígio, fazendo desaparecer a incerteza ou a insegurança gerada pelo conflito de interesses, pouco importando qual seja a solução a ser dada pelo juiz. Dessa forma, a ação é o meio de se provocar a tutela jurisdicional.
Teorias da ação: 1) imanentista: a ação é o próprio direito material reagindo à agressão ou ameaça a que está submetido. 2) concretista: distinção entre direito de ação e direito material. Porém, nessa teoria só haveria direito de ação quando a sentença fosse favorável. Ambas as duas primeiras teorias foram inadmitidas, pois pode haver ação declarando a inexistência do direito material. 3) abstrata: total separação entre direito material e de ação, porém este último seria incondicionado. 4) eclética: é a teoria adotada pelo CPC, Art. 17 e 485, VI do CPC. O direito de ação é autônomo, mas há condições que devem ser cumpridas para o regular exercício do direito, que são a legitimidade e o interesse de agir. Possibilidade jurídica do pedido torna-se questão de mérito do processo, gerando improcedência do pedido. 
	Teoria da asserção: Diante das meras alegações do autor, se o juiz já for capaz de analisar a ausência das condições da ação, haverá a extinção do processo por carência de ação (art. 485, VI do CPC). Mas se para analisar as condições da ação o Juiz for obrigado a se aprofundar na cognição, ou seja, sendo necessários mais elementos de convicção, aquilo que um dia foi condição da ação passa a ser mérito, e ao invés de gerar a carência da ação, acarretará a improcedência do pedido. Está ligada, portanto, ao momento em que se analisa as condições da ação, pois se o juiz tiver que aprofundar o conhecimento sobre a legitimidade, isso vira uma questão de mérito. Porém, se o juiz puder analisar de plano a existência de legitimidade, pode extinguir sem resolução de mérito (ex: residente no município A pede medicamento em face do município B). Apesar de falar genericamente em condições da ação, na prática, é mais aplicável à legitimidade, pois o interesse de agir geralmente só pode ser aferido na fase saneadora do processo, não é analisada no mérito. 
(REsp 1468734-SP)
Condições da ação:
	Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
Interesse de agir: 1) utilidade: verificar se a decisão judicial é útil para a parte autora, não pode ser apenas uma consulta ao Judiciário. Tem que ser útil para sua esfera de direito. 2) necessidade: se é necessário provocar o Poder Judiciário para exercer o direito ou garanti-lo. Ex: para alguns juízes, é necessário que nas demandas consumeristas haja um prévio requerimento administrativo no consumidor.gov.br para que se configure a necessidade, porém o tribunal não segue esse raciocínio. Compete ao autor demonstrar que sem a interferência do Judiciário a sua pretensão não será satisfeita espontaneamente pelo réu, ou ainda, quando esta necessidade decorre da imposição legal. 3) adequação: para pleitear determinado direito, deve-se ajuizar a ação adequada. Há divergência doutrinária quanto a isso, é uma ideia minoritária. Se o juiz entende que aquela via não é a adequada, ou seja, que não é a ação correta, poderá pedir para que a inicial seja emendada, caso seja competente para julgar aquela lide, pela primazia da resolução do mérito. 
	Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
Legitimidade (ad causam): em regra, é a legitimidade ordinária (relação jurídica de direito material sobre um fato). Legitimidade extraordinária ocorre quando a parte pleiteia um direito alheio em nome próprio. Alguns autores defendem que essa espécie de legitimidade está relacionada a ações individuais, pois nas ações coletivas haveria uma legitimidade autônoma para conduzir o processo, porém essa posição é minoritária. 
	Art. 108. No curso do processo, somente é lícita a sucessão voluntária das partes nos casos expressos em lei.
Art. 109. A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, não altera a legitimidade das partes.
§ 1º O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo o alienante ou cedente, sem que o consinta a parte contrária.
§ 2º O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo como assistente litisconsorcial do alienante ou cedente.
§ 3º Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias ao adquirente ou cessionário.
Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 313, §§ 1º e 2º.
Substituição processual: na sucessão processual, uma parte sai e outra entra em seu lugar. Pode ser em razão de morte ou por voluntariedade, essa última não admitida sem a anuência da outra parte. Esse terceiro poderá ingressar na ação como assistente litisconsorcial. 
Na representação processual, a parte está em nome alheio defendendo direito alheio. É, portanto, diferente da legitimidade extraordinária. Ex: Defensoria Pública atuando em defesa de menores. 
	Súmula 594-STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em proveito de criança ou adolescente independentemente do exercício do poder familiar dos pais, ou do fato de o menor se encontrar nas situações de risco descritas no artigo 98 do Estatuto da Criança e do Adolescente, ou de quaisquer outros questionamentos acerca da existência ou eficiência da Defensoria Pública na comarca.
Ação de alimentos proposta pelo MP - Na ação de alimentos, o MP atua como substituto processual, pleiteando, em nome próprio, o direito do infante aos alimentos. Para isso, em tese, o Parquet não precisa que a mãe ou o responsável pela criança ou adolescente procure o órgão em busca de assistência. O MP pode atuar de ofício. Aliás, na maioria das vezes o MP atua quandohá a omissão dos pais ou responsáveis na satisfação dos direitos mínimos da criança e do adolescente, notadamente o direito à alimentação. 
· Fundamentos constitucionais: O direito das crianças e adolescentes aos alimentos pode ser classificado como sendo um interesse individual indisponível, o que se insere nas atribuições do MP, conforme previsto no art. 127 da CF/88. É dever não apenas da família, como também da sociedade e do Estado, assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, entre outros (art. 227).
· Fundamento legal: Compete ao Ministério Público promover e acompanhar as ações de alimentos em favor de crianças e adolescentes (art. 201, III, do ECA).
Ação de alimentos proposta pela Defensoria - Na ação de alimentos, a Defensoria Pública atua como representante processual, pleiteando, em nome da criança ou do adolescente, o seu direito aos alimentos. Para tanto, a Defensoria só pode ajuizar a ação de alimentos se for provocada pelos responsáveis pela criança ou adolescente.
Carência de ação: ausência de condições da ação. Gera extinção sem resolução do mérito. O juiz pode indeferir a petição, nos termos do Art. 330. Se o juiz verificar a ilegitimidade de plano, deve pedir para emendar a petição inicial (primazia da resolução do mérito). Juiz pode verificar a existência das condições da ação a qualquer tempo e grau de jurisdição, não preclui (Art. 485, parágrafo 3°), assim como pode conhecer de ofício, mas sem deixar de ouvir as partes, por força do Art. 10 do CPC (vedação da decisão surpresa).
	Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.
	Pode o STJ ou o STF conhecer uma alegação sobre condição da ação pela primeira vez em sede de recurso especial ou extraordinário? Não, pois não terá havido o prequestionamento (Art. 102, III e Art. 105, III da CF). Porém, segundo o CPC, também tem que levar em consideração a redação do parágrafo 3°.
Elementos da ação: partes, pedido e causa de pedir. Servem para identificar vícios processuais. 
	Art. 322. O pedido deve ser certo.
§ 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.
§ 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé.
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.
§ 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança.
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão.
Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las.
Art. 324. §1º - É lícito, porém, formular pedido genérico:
I - Nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;
II - Quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;
III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será:
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;
Súmula 326 do STJ: na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao postulado na inicial não implica sucumbência recíproca
O pedido é um provimento de direito material. Tem que ser certo, quantificado e deve ser julgado de acordo com o conjunto da postulação. A lei admite pedidos implícitos, como por exemplo o do Art. 85, parágrafo 18 (honorários advocatícios). Pedido determinado é quantificado e qualificado, mas a lei autoriza em algumas hipóteses a formulação de pedido genérico (ex: ação de petição de herança). 
Dano moral pode ter pedido genérico? Art. 292, V diz que tem que determinar o valor pretendido. A Súmula 326 do STJ ainda predomina na vigência do novo CPC. Controvérsia doutrinária quanto a isso: parte da doutrina sustenta que a súmula ainda é aplicável, em razão dos fundamentos que levaram à sua criação, quais sejam a incongruência de aplicar um ônus ao autor mesmo tendo sido ganhador da causa, correndo o risco de pagar como honorários sucumbenciais um valor acima do montante indenizatório que irá receber, e o fato de que os danos morais são calculados de forma abstrata e estimativa, não estando o julgador restrito ao patamar indenizatório sugerido pelo autor, diante da dificuldade em determinar com exatidão a extensão do dano à esfera psíquica do postulante. Corrente contrária afirma que a não incidência de sucumbência recíproca, nesses casos, poderá dar margem à postulação excessiva de danos morais em valores exorbitantes, sem que com isso o autor seja penalizado. 
	Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
I - a sentença lhe for desfavorável;
II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível.
Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III , o juiz proferirá sentença.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento.
Tutela antecipada: se concedida, no plano dos fatos pode haver a perda de objeto superveniente, porém juridicamente essa perda não ocorre, pois há a análise de responsabilidade objetiva. Não pode haver extinção sem resolução do mérito, pois no julgamento do mérito pode haver decisão desfavorável ao autor. Também pode haver multa no caso de descumprimento ou extinção do processo em parte. 
	Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior.
Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles.
 Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.
§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que:
I - os pedidos sejam compatíveis entre si;
II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum.
§ 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326 .
Cumulação de pedidos: pode ocorrer ainda que não haja comunhão ou conexão entre os pedidos. O pedido deve ser compatível e deve ser adequado o mesmo procedimento para todos. Ação monitória é umaação de cobrança sobre um título que já descreve uma dívida.
Cumulação própria: a parte quer efetivamente todos os pedidos; na simples, não há condicionante entre os pedidos, mas na sucessiva, há a relação de prejudicialidade (ex: ação de paternidade + ação de alimentos). 
Cumulação imprópria: tem mais de um pedido, porém o autor só deseja um. Pode ser eventual ou subsidiária, na qual o autor escolhe o pedido pelo qual tem preferência, ou alternativa, em que o autor pretende o acolhimento de qualquer dos pedidos.
	Art. 329. O autor poderá:
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu;
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir.
	Art. 329 tem os prazos para o aditamento do pedido. Poderá ser até a citação, sem o consentimento do réu, ou até a fase saneadora do processo, quando precisará da concordância do réu já citado. Art. 485, parágrafo 4° fala em desistência da ação, é diferente. 
	Causa de pedir próxima está relacionada aos fatos constitutivos do direito e a causa de pedir remota está relacionada aos fundamentos jurídicos e sua demonstração (que é diferente de fundamento legal, que é o artigo de lei). 
· Teoria da individualização: basta que se demonstre a consequência jurídica. A causa de pedir é composta apenas pelo fundamento jurídico, sendo irrelevantes os fatos. Assim, a causa petendi consiste na relação jurídica que se pretende fazer valer em juízo.
· Teoria da substanciação: é a adotada pelo CPC no Art. 319, III, dizendo que tem haver a indicação na petição inicial dos fatos e fundamentos jurídicos.
Independentemente das posições doutrinárias a respeito da Teoria Geral do Processo, atualmente é tranquilo o entendimento de que “o processo é indispensável à função jurisdicional exercida com vistas ao objetivo de eliminar conflitos e fazer justiça mediante a atuação da vontade concreta da Lei. É, por definição, o instrumento através do qual a jurisdição opera (instrumento para a positivação do poder).
Não obstante isto, ao longo do tempo, diversas teorias tentaram explicar a natureza jurídica do Processo, até chegarmos à teoria mais aceita pela doutrina pátria, qual seja, a Teoria do Processo como Relação Jurídica.
Vejamos as principais teorias. 
PRINCIPAIS TEORIAS SOBRE A NATUREZA JURÍDICA DO PROCESSO:
a) Processo como procedimento – Teoria vigente à época da Teoria Imanentista do direito de ação, que entendia que o direito de ação era o próprio direito material (as teorias da ação serão vistas mais à frente) reagindo a uma agressão ou ameaça de violação. Para a Teoria do Processo como Procedimento, o processo seria apenas um conjunto de atos processuais praticados para assegurar o direito material, ou seja, o procedimento necessário para a efetiva proteção do direito material. 
b) Processo como contrato – Teoria vigente nos séculos XVIII e XIX, época em que o Estado não tinha força suficiente para intervir na vida dos cidadãos, razão pela qual para que as pessoas se submetessem aos efeitos da demanda, isto dependeria da concordância dos sujeitos envolvidos no conflito de se sujeitarem à tutela prestada, 
acatando o respectivo julgamento. Por necessitar da concordância dos sujeitos é que esta teoria vê o processo como um contrato. 
c) Processo como relação jurídica (teoria adotada majoritariamente) – sistematizada por Oskar von Bülow, a teoria distingue a relação jurídica processual da relação jurídica material, afirmando que o direito material é o objeto da discussão no processo, enquanto a relação de direito processual é a estrutura por meio do qual esta discussão ocorrerá. A teoria distingue a relação jurídica processual da relação jurídica material em razão dos sujeitos que delas participam, dos seus objetos e de seus requisitos formais. Na relação jurídica processual há variados liames jurídicos entre o Estado-Juiz e as partes, criando a estes sujeitos a titularidade de situações jurídicas a exigir uma espécie de conduta ou a permitir a prática de um ato. 
d) Processo como situação jurídica – criada por James Goldschmidt, para esta teoria o processo nada mais era do que uma sucessão de diferentes situações jurídicas, capazes de gerar para os sujeitos deveres, poderes, ônus, faculdades e sujeições. 
e) Processo como procedimento em contraditório – inspirada em Elio Fazzalari, a teoria afirma que o processo é uma espécie do gênero contraditório, sendo que o procedimento contém um conjunto de atos interligados entre si, onde o posterior depende do anterior, assegurando-se a participação das partes no seu desenvolvimento. 
f) Processo animado por uma relação jurídica em contraditório – Esta teoria se baseia entre outras duas teorias, quais sejam, a teoria do Processo como relação jurídica e a teoria do Processo como procedimento em contraditório. Para esta teoria, a relação jurídica processual representa a projeção e a concretização da exigência constitucional do contraditório. 
PROCEDIMENTO 
O procedimento é apenas o meio extrínseco pelo qual se instaura, desenvolve-se e termina o processo. Em outros termos, o procedimento é a sucessão de atos interligados de maneira lógica e consequencial visando a obtenção de um objetivo final. Costuma-se dizer que o procedimento é a exteriorização do processo, seu aspecto visível.
Quem tem capacidade de ser parte? Todos os sujeitos de direito - pessoas, físicas ou jurídicas; o nascituro; o espólio; o condomínio; a massa falida; a tribo indígena; nondum conceptus (é a prole eventual de alguém), etc.
Personalidade Judiciária: Ministério Público, Defensoria Pública, Tribunais de Justiça, Tribunais de Contas, Procon, Assembleias Legislativas, Câmaras Municipais, nascituro, massa falida, comunidade indígena. 
Defesa de interesses estritamente institucionais (aqueles relacionados ao funcionamento, autonomia e independência do órgão): 
Súmula 525 do STJ - A Câmara de vereadores não possui PERSONALIDADE JURÍDICA, apenas PERSONALIDADE JUDICIÁRIA, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais.
AULA 06
ATOS PROCESSUAIS
	Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.
Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
	Atos processuais não dependem de forma específica, salvo quando a lei exigir. A dupla peça na apelação, por exemplo, é um costume e não uma regra. Ainda que a lei exigir, se o ato for praticado com forma diversa e ainda assim produzir seus efeitos, não há nulidade.
	Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
	
Art. 190 cria cláusula geral dos negócios jurídicos processuais. Partes podem fazer mudanças no procedimento (ex: bem X não será submetido a penhora, dilatação de prazo, prazo em dias corridos, etc). 
Enunciado 19. (art. 190) São admissíveis os seguintes negócios processuais, dentre outros: pacto de impenhorabilidade, acordo de ampliação de prazos das partes de qualquer natureza, acordo de rateio de despesas processuais, dispensa consensual de assistente técnico, acordo para retirar o efeito suspensivo de recurso, acordo para não promover execução provisória; pacto de mediação ou conciliação extrajudicial prévia obrigatória, inclusive com a correlata previsão de exclusão da audiência de conciliação ou de mediaçãoprevista no art. 334; pacto de exclusão contratual da audiência de conciliação ou de mediação prevista no art. 334; pacto de disponibilização prévia de documentação (pacto de disclosure), inclusive com estipulação de sanção negocial, sem prejuízo de medidas coercitivas, mandamentais, sub-rogatórias ou indutivas; previsão de meios alternativos de comunicação das partes entre si; acordo de produção antecipada de prova; a escolha consensual de depositário-administrador no caso do art. 866; convenção que permita a presença da parte contrária no decorrer da colheita de depoimento pessoal. 
Enunciado 579. (arts. 190, 219 e 222, §1º) Admite-se o negócio processual que estabeleça a contagem dos prazos processuais dos negociantes em dias corridos. 
No que se refere ao terceiro requisito, cumpre destacar que “a indisponibilidade do direito material não impede, por si só, a celebração de negócio jurídico processual (Enunciado 135 do Fórum Permanente de Processualistas Civis)”, tendo em vista que o fato de o direito ser indisponível, não impede, por si só, a celebração de acordo, conforme ocorre em diversas ocasiões onde há leis específicas autorizando os Advogados Públicos a celebrarem acordos em determinadas ações. Em razão disso, nada impede que a Administração Pública celebre negócio jurídico processual, conforme enunciado 256 do Fórum Permanente de Processualistas Civis (“A Fazenda Pública pode celebrar negócio jurídico processual”).
	Corrente minoritária entende que o menor representado atinge a capacidade plena e pode firmar negócio processual. A Fazenda Pública tem que ter lei autorizativa que delega a possibilidade de realização de acordos e negócios processuais. Enunciados 135 e 256 do FPPC. 
Parcela minoritária segue a redação legal sobre especificidade da causa, porém corrente majoritária entende não ser requisito essencial (Enunciado 258 do FPPC: "as partes podem convencionar sobre seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, ainda que essa convenção não importe ajustes às especificidades da causa”). 
Não pode ser objeto de NJ processual matéria de ordem pública ou que verse sobre os poderes do juiz. 
	Art. 190. Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
	Juiz pode realizar controle de validade do negócio processual, inclusive de ofício. Será nulo se descumprir os requisitos do Art. 104. 
A maior parte da doutrina (Didier e Daniel Amorim, por exemplo) vem entendendo que o negócio jurídico processual não depende de homologação judicial, produzindo efeitos imediatamente, nos termos do Art. 200 do CPC (“Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais. Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeitos após homologação judicial”.). O juiz pode controlar a validade da convenção, conforme o exposto no Art. 190, p. único, mas não é condição de eficácia do negócio. A regra é a seguinte: não possuindo defeito, o juiz não pode recusar aplicação ao negócio jurídico processual. Neste sentido, vide o enunciado 133 do Fórum Permanente de Processualistas Civis, segundo o qual “salvo nos casos expressamente previstos em lei, os negócios processuais do art. 190 não dependem de homologação judicial”.
	Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso.
§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados.
§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.
Se houver calendarização, o juiz tem que participar. Uma vez fixadas as datas dos atos processuais, dispensa-se a intimação. 
	Art. 196. Compete ao Conselho Nacional de Justiça e, supletivamente, aos tribunais, regulamentar a prática e a comunicação oficial de atos processuais por meio eletrônico e velar pela compatibilidade dos sistemas, disciplinando a incorporação progressiva de novos avanços tecnológicos e editando, para esse fim, os atos que forem necessários, respeitadas as normas fundamentais deste Código.
Art. 197. Os tribunais divulgarão as informações constantes de seu sistema de automação em página própria na rede mundial de computadores, gozando a divulgação de presunção de veracidade e confiabilidade.
Parágrafo único. Nos casos de problema técnico do sistema e de erro ou omissão do auxiliar da justiça responsável pelo registro dos andamentos, poderá ser configurada a justa causa prevista no art. 223, caput e § 1o.
“A jurisprudência do STJ é firme no entendimento de que as informações prestadas via internet têm natureza meramente informativa, não possuindo, portanto, caráter oficial. Assim, eventual erro ocorrido na divulgação de informações não configura justa causa para efeito de reabertura de prazo. (AgInt no REsp 1694174/TO, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 04/09/2018, DJe 11/09/2018)”
O segredo de justiça é matéria de ordem pública, relacionada à publicidade. 
Decisão interlocutória parcial de mérito: art. 203.
	Quando não há prazo fixado em lei, o juiz determina o prazo. Se o juiz fica inerte, o prazo será de 5 dias. 
	Art. 223 fala em justa causa. Art. 231 tem que ser lido em conjunto com o Art. 224, de modo a excluir o primeiro dia. 
	Art. 12 da Lei 12.016/09 tem prazo específico para o MP, que não será contado em dobro. Art. 7° da Lei 12.153/09 excepciona a regra do Art. 183 do CPC.
	Citação é a comunicação inicial do processo. É condição de validade do processo e eficácia em relação ao réu. Querela nullitatis: é a ação proposta requerendo a nulidade da sentença proferida sem citação do réu.
	Ainda que o advogado não tenha poderes para receber citação (o que não se confunde com a procuração), se apresentar a defesa a nulidade estará suprida.
	De acordo com o CC, o devedor entra em mora a partir da citação, em regra. Mas o Art. 397 traz uma exceção se a obrigação tiver termo, assim como o Art. 398 também excepciona essa regra. Súmula 54 do STJ. O despacho que ordena a citação interrompe a prescrição (Art. 240, parágrafo 1°). Art. 242, parágrafo 3°.
	Cuidado com o Art. 246, pois o regulamento do CNJ não foi editado. O e-mail deve ser fornecido pelo citando.
AULA 07
LITISCONSÓRCIO
	Litisconsórcio é a pluralidade de sujeitos em um mesmo polo da relação processual. Pode ser ativo, passivo ou misto. Pode ser originário ou superveniente (ex: chamamento ao processo, art. 109). Pode ser necessário ou facultativo. Necessário está no art. 114, se dá por exigência da lei (ex: art. 73; art. 246, parágrafo 3° e art. 682) ou por relação incindível (ex: anulação de casamento requerida pelo MP, herdeiros necessários substituindo o espólio). O facultativo decorre da ponderação do autor. Pode prejudicar a celeridade, pois o prazo é contado em dobro. 
	Litisconsórcio multitudinário ocorre quando existe um número excessivo de litisconsortes, podendo comprometer a gestão processual ou defesa do réu. Só vale para litisconsórcio facultativo. Quando o réu alega litisconsórcio multitudinário, o prazo para contestar é interrompido. Também é chamado litisconsórcio recusável. Pode haver a fragmentação do processo em vários, todos no mesmo juízo prevento. A fragmentação pode ocorrer somente na fase de execução.
OBS: hipóteses de cabimento de agravo de instrumento fora do Art. 1015 -> Art. 354, parágrafo único do CPC; art. 100 da Lei 11.101/05. Decisão que analisa o litisconsórcio multitudinário está no Art. 1015, VIII, porém só fala em rejeição do pedido. Recurso secundum litis: o recurso muda de acordo com o teor da decisão.
	Quanto à interdependência da atuação dos litisconsortes,pode ser unitário ou simples. Se o juiz tiver que dar a mesma decisão para todos, é unitário. Se a decisão não precisar ser uniforme, é simples. Normalmente, o litisconsórcio necessário é unitário. O facultativo costuma ser simples, porém não precisa ser. As peças de contestação ou recurso podem ser aproveitadas uns pelos outros, caso haja inércia (Art. 117).
Litisconsórcio impróprio: Art. 113, III. Vínculo tênue que justificaria a existência, em razão de afinidade de questão de fato ou de direito. Ex: ambos estavam no mesmo metrô e tiveram um problema com o serviço.
	Juiz não pode incluir litisconsorte de ofício, nem mesmo o necessário. Vedação da intervenção iussu iudicis. Nesse caso, o juiz tem que determinar a emenda da petição inicial para inclusão do litisconsorte necessário. Se não for incluído, extingue sem a resolução do mérito. É uma sentença terminativa, pois não há parte, e por isso não há pressuposto processual.
	
Litisconsórcio ativo necessário: se ajuizada a ação por uma pessoa só, prejudica o devido processo legal para o outro, pois a decisão irá lhe afetar. Da mesma forma, não pode vedar o direito de ação daquele que ajuizou, pela inafastabilidade da jurisdição. Nesse caso, a solução seria o litisconsorte ingressar no polo passivo da demanda. Câmara sustenta que depois poderá haver a migração de polo, por analogia à ação popular. No contrato de locação, STJ entende que pode haver supressão do litisconsorte ativo e a ação ser ajuizada por uma pessoa só (Info 664). Na cessão de crédito, a ré precisa concordar com a entrada no processo em lugar do cedente. Se não houver concordância, o cedido tem duas opções: ingressar como assistente (terá advogado próprio) ou haverá a substituição processual, pois o cedente irá defender o direito do cedido. Didier fala em perpetuatio jurisdicionis, que seria a inalterância das partes. Porém, o CPC permite a troca, relativizando a estabilização subjetiva da demanda. A estabilização objetiva é absoluta, pois diz respeito ao pedido ou causa de pedir. O exemplo de cessão de crédito diz respeito à extensão dos efeitos da coisa julgada a quem está fora do processo.
Litisconsórcio ativo facultativo superveniente: permitiria a escolha de órgão jurisdicional, logo não deveria ser admitido, pois violaria o princípio do juiz natural. 
Existe litisconsórcio necessário simples: caso do usucapião (Art. 246, parágrafo 3°), as decisões serão diferentes sobre os vizinhos que integram o polo passivo. Também existe litisconsórcio facultativo unitário: havendo a mesma causa de pedir e pedido, não tem como a decisão ser diferente. Ex: ação pedindo anulação de questão de concurso, irá atingir também quem não foi litisconsorte (exemplo de ampliação dos limites subjetivos da coisa julgada). Art. 506 do CC, a contrario sensu, se a decisão for favorável pode haver ampliação dos efeitos para todos.
Tratamento processual dado aos litisconsortes: Art. 229 diz que gera prazo em dobro. Isso decorre da época do processo físico, pois a carga dos autos por um prejudicaria o outro. Se os autos forem eletrônicos, não haverá prazo em dobro. O CPC proíbe também o prazo em dobro para advogados do mesmo escritório ou um advogado para todos os litisconsortes. Se houver dois réus e uma única contestação, é cessada a contagem do prazo em dobro, pois o outro ficará revel. Súmula 641 do STF não é vinculante, mas persuasiva. 
Súmula 641/STF, "não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsortes haja sucumbido"
	Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.
 Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
Art. 345, I: hipótese aplicável ao litisconsórcio unitário, mas pode dependendo do caso ser aplicado ao simples. Caso que excepciona a presunção de veracidade por ausência de contestação.
	Art. 87. Concorrendo diversos autores ou diversos réus, os vencidos respondem proporcionalmente pelas despesas e pelos honorários.
§ 1º A sentença deverá distribuir entre os litisconsortes, de forma expressa, a responsabilidade proporcional pelo pagamento das verbas previstas no caput .
Sucumbência: Art. 87. A sentença deve distribuir de forma expressa a responsabilidade pela sucumbência. 
	 Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses.
Art. 1005 sobre recursos: aproveita a todos, em regra, se os interesses e linhas de defesa forem idênticos. É aplicável ao litisconsórcio unitário.
AULA 08
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
	O processo vai ter, pelo menos, o Estado, uma pessoa que deu início ao processo e a pessoa contra quem é dirigida a ação. Além desses três sujeitos, que minimamente integram o processo, pode haver a inclusão de outros. Sempre que houver um processo assim, haverá a pluralidade de partes, que pode acontecer na forma de litisconsórcio, de intervenção do MP como fiscal da lei, concurso de credores, intervenção de terceiros, etc.
	Terceiro é todo aquele que é estranho ao processo, que não é parte. Pode ser um ente despersonalizado. A intervenção de terceiros é o ingresso de um terceiro em um processo, tornando-se parte.
	No processo civil, parte pode ter dois sentidos: pode designar os sujeitos da demanda e os sujeitos do processo. Demanda é o ato inicial do exercício do direito de ação. Partes do processo são todos os sujeitos do contraditório, todos os que vão ter influência no resultado final. São conceitos distintos. Ex: O réu se torna parte do processo com a citação, até então é apenas demandado.
	O terceiro que intervém torna-se parte do processo, o que vale para todas as modalidades. Em algumas, o terceiro vai se tornar parte da demanda (ex: chamamento ao processo).
	As modalidades de intervenção de terceiros podem ser típicas, ou seja, previstas no CPC, ou atípicas, que são as espalhadas pelo OJ e que não são facilmente identificáveis como intervenções. Ex: na ação de alimentos, quando os avós ingressam.
	A intervenção pode ser voluntária, que é o terceiro que por sua própria vontade postula para entrar no processo (assistência, amicus curiae e o recurso de terceiro). Incidente é tudo aquilo que muda o curso do processo. Assistência e recurso não possuem estímulos externos, são espontâneos, enquanto o amicus curiae pode ser ou não.
	A intervenção pode ser forçada (denunciação da lide, chamamento ao processo e intervenção resultante do IDPJ). O terceiro é trazido ao processo por meio da citação. O juiz não pode determinar a citação de ofício, tem que haver requerimento.
Assistência é uma intervenção voluntária de um terceiro que pretende auxiliar uma das partes da demanda a obter uma sentença favorável. É restrito ao processo de conhecimento. O assistente pode entrar a qualquer tempo e recebe o processo no estado em que se encontra, para praticar atos que o assistido também poderia praticar, pois tem os mesmos poderes. É alguém que complementa os atos do assistido. Também se sujeita aos mesmos ônus (prazos, custas, etc). A gratuidade conferida a um não aproveita ao outro, é personalíssima. 
Poderá ser assistente todo aquele que tenha interesse jurídico no processo. Há dois tipos de interesse jurídico e, consequentemente, duas formas de assistência: 1) o terceiro é sujeito da relação jurídica de direito material controvertida no processo ou 2) é sujeito da relação jurídica subordinada, dependente ou conexa à relação controvertida no processo. No primeiro caso, há a assistência litisconsorcial, que apesar do nome não torna o assistente parte da demanda. No segundo caso, as relações jurídicas são distintas, mas a decisão proferida irá afeta a outra relação. Nesse caso, a assistência é simples. 
A diferença está no tratamento que cada um recebe ao longo do processo. O assistente litisconsorcial será tratado como parte da demanda, como se fosse litisconsorte. Ex: terá prazo em dobro. O assistente simplesnão terá tal tratamento. 
O amicus curiae surgiu na Inglaterra, era alguém que subsidiava o judiciário, ainda que não tivesse interesse na demanda. Hoje é um sujeito interessado. Pode ser pessoa natural ou jurídica, ou mesmo um ente despersonalizado, que tenha interesse institucional na relação, mas sem ser titular dela. Tema 1076 do STJ traz critérios de fixação de honorários. 
Art. 138 do CPC fala em representatividade adequada. Parte da doutrina critica esse termo pois se aplica a outros institutos com outro sentido, como no processo coletivo, por exemplo. Essa corrente prefere o termo contributividade adequada, que também tem a finalidade de restringir a participação àquelas entidades que podem contribuir para o debate. 
Quem limita os poderes do amicus curiae é o juiz na decisão que o admite. Pode recorrer de decisão que julgar IRDR e opor embargos de declaração.
As partes não podem convencionar sobre prerrogativas de terceiros, então não podem impedir o amicus curiae. O que haver é, diante de um desequilíbrio, o órgão julgador atuar de modo a impedir o ingresso excessivo para um lado e auxiliar a outra parte a convidar entidades para participar em seu favor, tentando alcançar um equilíbrio.
O recurso de terceiro é uma demanda autônoma. 
Denunciação da lide é uma demanda regressiva condicional proposta dentro de um processo. O juiz na mesma sentença julga a demanda regressiva. Se o autor quiser propor, tem que fazer na petição inicial. Se o réu quiser, deverá ser na contestação. Como é uma demanda autônoma, tem que preencher os requisitos do Art. 319.
O denunciado pode reconvir contra o denunciante. O denunciado, além de ser réu na ação regressiva, está autorizado a ser assistente na ação principal. O autor pode executar o denunciado diretamente, chamado de cumprimento de sentença per saltum. 
O chamamento ao processo é exclusivo do réu na contestação, quando houver fiança ou solidariedade. 
O IDPJ é uma questão de direito material que vai ser regulado de diversas maneiras a depender da matéria. No modelo original, anglo-saxão, não havia contraditório prévio. O incidente se instaura a partir de um pedido e a citação será determinada para que o réu se manifeste sobre a desconsideração. Se for pedido na inicial, não é terceiro, pois já está presente desde a origem do processo, não é incidente. Pode ser acompanhado de tutela de urgência.
AULA 09
NULIDADES
	Atos inválidos podem produzir efeitos, assim como os inexistentes. A validade está relacionada à conformidade do ato processual com o ordenamento quando a lei exigir. Eficácia é a possibilidade de produção de efeitos. Um ato processual que não respeita os requisitos legais pode produzir efeitos. No CPC, os atos produzem efeitos até que seja declarada a sua nulidade.
	Não pode confundir o defeito do ato processual com sanção. 
Mera irregularidade é algo superficial, não é capaz de afetar o negócio processual. Ex: colocar termos em latim ou inglês, mesmo a lei exigindo a língua portuguesa.
Nulidade relativa decorre da violação à forma. Art. 272, parágrafo 5° do CPC. Ninguém pode se beneficiar da própria torpeza, por isso somente a outra parte que não deu causa ao vício pode requerer a nulidade. Art. 282, parágrafo 2° está relacionado à primazia da solução do mérito. Art. 488. Nulidade relativa está relacionada a interesses particulares, enquanto a nulidade absoluta está relacionada a interesse público.
Nulidade de algibeira ou de bolso: a parte interessada percebe a nulidade, porém deixa para alegar somente quando for proferida sentença desfavorável. Em regra, os atos absolutamente nulos podem ser arguidos em qualquer tempo, porém o STJ ressalva os atos praticados de forma a violar a boa-fé processual.
Com o trânsito em julgado, ocorre a eficácia sanatória dos vícios processuais. No entanto, havendo nulidade absoluta, pode haver a impugnação por meio de ação rescisória (torna-se um vício de rescindibilidade).
A ausência de citação (para alguns autores trata-se de invalidade, STJ diz que há inexistência) pode ser impugnada independentemente da ação rescisória, mesmo após o prazo de dois anos. Pode ser questionado no cumprimento de sentença ou na querela nullitatis. Exceto na ação rescisória, o juízo ficará prevento, ou seja, o juiz irá declarar a nulidade da própria sentença. 
O processo se forma a partir do protocolo da petição inicial, ainda que apenas entre juiz e autor.
A suspensão incide sobre o procedimento. Suspensão própria -> ex: morte, convenção das partes; imprópria -> ex: arguição de suspeição e impedimento, cujo incidente irá tramitar em processo no tribunal. 
Durante a suspensão, não se praticam atos que não sejam urgentes. Pode, por exemplo, dar tutela antecipada, salvo se a causa da suspensão for de suspeição ou impedimento. Se o relator recebe o incidente sem efeito suspensivo, o processo volta a correr. O relator que decide se a suspensão permanece ou não, pois começa a ficar parado desde o peticionamento. Art. 146, parágrafo 3°. Regra só para o caso de suspensão por suspeição ou impedimento.
Em regra, a morte suspende o processo, mas no caso de direitos intransmissíveis há a extinção. Apesar do direito da personalidade ser intransmissível, o direito à indenização pecuniária é transmissível aos herdeiros. Logo, o processo de dano moral não é extinto. Se violação ao dano moral ocorre ainda em vida, mas a pessoa morre antes do ajuizamento da ação, pode a ação ser ajuizada em nome do espólio, pois a indenização irá integrar a massa patrimonial. 
O correto é entrar com uma ação de habilitação (art. 687 a 692), mas o juiz geralmente promove a habilitação nos próprios autos, mediante petição.
Atenção ao art. 76 pois há um prazo indeterminado. Art. 76, parágrafo 1°, I c/c Art. 485, IV. Quando o incapaz não tiver representante legal, poderá haver a nomeação de curador especial.
Art. 313, parágrafo 4° fala do prazo da suspensão por negócio processual. Pelo Art. 139, VI, esse prazo pode ser estendido por requerimento das partes pelo juiz. O NJ processual suspende o prazo, sem necessidade de homologação.
Art. 922 tem regra diferente para a execução. Não há restrição de prazo, o prazo é dado pelo exequente. 
Ação de cobrança de crédito condominial: pode executar diretamente, sem procedimento comum. Porém, condôminos preferem ajuizar a ação de cobrança para tentar acordo. No procedimento comum, fica limitado ao prazo do Art. 313. 
A admissão do IRDR que irá suspender o processo. STJ entende que a suspensão não é automática, mas que o relator tem que suspender os processos. Os juízes recebem a comunicação dos temas submetidos a IRDR.
Art. 377 c/c art. 313, V, b. Tem que ser antes da decisão de saneamento.

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