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FCM 208 Física (Arquitetura) Estruturas e constituintes da Materia Prof. Dr. José Pedro Donoso Universidade de São Paulo Instituto de Física de São Carlos - IFSC Classificação dos Materiais Metais : São resistentes e boms condutores de eletricidade. Muitas de suas propriedades são atribuidas ao grande número de eletrons não localizados. Polímeros : materiais sintéticos, compreendem os plásticos e borrachas. São compostos orgánicos e possuem longas moléculas todas emaranhadas Cerâmicos : óxidos, nitretos ou carbetos, são compostos com elementos metálicos e não metálicos. Inclui também os minerais argilosos, cimento e vidros. São duros, porém muito quebradizos. Compósitos : materiais reforçados com fibras ou partículas. A matrix pode ser polímérica, metálica ou cerâmica. Biomateriais : empregados para implantes no corpo humano. Não devem produzir substâncias tóxicas e devem ser bio - compatíveis Características dos materiais Sistemas cristalinos : possuem estrutura regular, periodicidade e ordem de longo alcance. Os átomos se ordenam em estruturas de diferentes simetrias: cúbicas, tetragonal, ortorrômbica, etc Sistemas Poliméricos : (plásticos) estrutura na forma de cadeias. Fases cristalinas e amorfas Sistemas amorfos : (vidros) São sistemas desordenados. Estruturas sem regularidade (não periódicas). Possuem ordem de curto alcance Argilas e cerâmicas : materiais inorgánicos, não moleculares e não metálicos Compósitos : materiais reforçados com fibras ou partículas. Matrix de polímero, metálica ou cerâmica. Callister, Ciência e Engenharia de Materiais. Uma introdução (Editora LTC) Os materiais e suas densidades Propriedades dos materiais - mecânicas (resistência, dureza, elasticidade) - elétricas (condutividade, resistividade elétrica, comportamento dielétrico) - térmicas (capacidade calorífica, expansão térmica, condutividade térmica) - óticas (absorção, transmissão, refrigência e trasparência) - acústicas (absorção acústica) - magnéticas (diamagnetismo, paramagnetismo, ferromagnetismo) - nucleares (emissão radioativa) Leituras recomendadas: W.D. Callister: Ciência e Engenharia de Materiais (Editora LTC) W.F. Smith: Princípios de Ciência e Engenharia dos Materiais (McGraw Hill) D.A. Askeland, P. Phulí, The Science and Engineering of Materials (Thomson) Propriedades mecânicas dos materiais : dureza Dureza é uma medida da resistência de um material a uma deformação plástica localizada (uma pequena impressão ou um risco). Em 1822, o mineralogista Friedrich Mohs propôs uma escala de dureza para os minerais naturais: 1 – Talco 2 – Gesso 3 – Calcita 4 – Fluorita 5 – Apatita 6 – Ortoclásio 7 – Quartzo 8 – Topázio 9 – Safira ou corundum 10 – Diamante Ao longo dos anos foram desenvolvidas técnicas quantitativas, como os ensaio de dureza de Rockwell e de Brinell, e os ensaios de microdureza de Knoop e Vickers Callister, Ciência e Engenharia de Materiais (Editora LTC) Coleção Conhecer Atual: Ciências (Editora Nova Cultura) Sólidos cristalinos Estes sólidos possuem ordem de longo alcance, pois conservam a regularidade da estrutura que se repete indefinidamente em todas as direções. A menor unidade de um cristal é a célula unitária que, ao ser colocadas uma ao lado da outra num arranjo periódico, reproduzem todo o cristal. Os arranjos que os átomos formam no cristal são chamados de rede cristalina. Também pode-se formar um sólido policristalino constituído por muito pequenos monocristais dispostos de forma desordenada dentro do material. O parâmetro de rede mede a dimensão da célula unitária. Nos cristais iônicos, por exemplo, este parâmetro varia entre 4 Å no LIF até 7.4 Å no RbI Unidade: angstrom, 1 Å = 10-8 cm = 10-10 m = 10 nm (nanometro) Tem uma estrutura chamada de cúbica de faces centradas, na qual cada íon tem 6 vizinhos mais próximos com a carga oposta. A maioria dos cristais iônicos, como LiF, KCl e AgCl, possui esta estrutura. Alguns elementos, como prata, o alumínio, o ouro, o cálcio, o cobre, o níquel e o chumbo, também cristalizam com esta estrutura. O parâmetro de rede (ou seja, a dimensão da célula) deste cristal é de 5.6 Å (56 nanometros). Cristal de cloreto de sódio, NaCl Coleção Conhecer Atual: Ciências (Editora Nova Cultura, 1988) Shriver & Atkins, Química Inorganica (Bookman, 2008) Estruturas de sólidos cristalinos Estrutras cristalinas Shriver & Atkins, Química Inorganica (Bookman, 2008) Wurtzita→ ← Perovskita ← NiAs Esfalerita→ D.A. McQuarrie, P.A. Rock, General Chemistry (3rd edition. Freeman 1991) O cristal de cloreto de sódio, NaCl tem uma estrutura cúbica de faces centradas Outros sistemas cristalinos como CsCl, CuZn e o CaS, e elementos como o bário, o césio, o ferro, o potássio, o lítio, e o sódio, cristalizam com a estrutura cúbica de corpo centrado na qual cada íon tem 8 vizinhos mais próximos com a carga oposta. Estrutras cristalinas do cobre, do tugstênio, do latão e do ouro Em alguns sólidos covalentes, a estrutura cristalina é determinada pela natureza direcional das ligações. A figura mostra a estrutura cristalina que adota o carbono no grafite, com camadas planares separadas por 3.35 Å Estrutura do grafite Como consequência das fracas ligações interplanares, a clivagem interplanar é fácil, o que dá origem às excelentes propriedades lubrificantes da grafita Ela é usada frequêntemente como elemento de aquecimento em fornos elétricos Cristal muito compacto onde cada átomo de carbono une-se a outros quatro iguais situados nos vértices de um tetraedro regular. O diamante é conhecido como o elemento de maior dureza e os de uso industrial são sintetizados a 2000oC e pressões de 70 kbar usando catalisadores metálicos. O diamante é isolante elétrico, sem cor e muito refrigente (que desvia os raios luminosos) propriedade que lhe confere grande brilho. O maior diamante natural encontrado até agora tem um tamanho de 3160 carat (1 carat equivale a 0.200 g). Estrutura do diamante Coleção Conhecer Atual: Ciências (Editora Nova Cultura) Metais: ferro e aços O ferro é um dos mais importantes e difundidos metais do mundo. Não existem porém, jazidas de ferro nativo em estado de metal puro (como as de ouro e prata). Ele é extraido de minérios, como a hematita, a magnetita, a limonita e a pirita. Tampouco o que chamamos de ferro é um metal puro; trata-se de uma liga de metal de ferro e pequenas quantidades de carbono. A adição de carbono melhora as propriedades do ferro, tornando-o mais duro e resistente. As ligas de Fe – C são conhecidas, genericamente, como aço e ferro gusa. Se a quantidade de carbono presente na liga é inferior a 2%, esta chama-se aço. Acima disso chama-se ferro gusa. A fabricação de aço e gusa a partir do minério de ferro ocorre nas usinas siderúrgicas. As materias primas – minerio de ferro, carvão (coque), fundentes (cal, calcário) e ar - são introduzidas no alto-forno. O coque entra em combustão e produz monóxido de carbono, o principal agente redutor do minério de ferro. Pirometalúrgica dos óxidos de ferro Os fornos são continuamente alimentadosno topo, com uma mistura de minério (Fe2O3, Fe3O4), coque (carbono obtido pelo aquecimento do carvão em ausência de ar) e pedra calcária (carbonato de calcio). Cada kilo de ferro produzido requer 1.75 kg de minério, 0.75 kg de coque e 0.25 kg de pedra calcária. Esta última ajuda na remoção das impurezas do minério. O ferro fundido sai como ferro “sujo” (90-95% Fe + 3-5% C + 2% Si). Atkins & Jones: Princípios de Química, Mauricio Prates de Campos: Introdução a metalurgica extrativa e siderurgia Uma liga é um metal que contém pequenas quantidadesde outros elementos. Isso altera as propriedades naturais do metal. As chapas de aço são feitas de ligas de ferro contendo baixa quantidade de carbono. Ele é mais forte que o ferro-gusa, mas mais maleavel, podendo ser facilmente convertido em barras, lâminas ou outras formas. Pequenas quantidades de cromo produz a liga chamada aço inoxidável, resistente a corrosão. Com um pouco de tungtênio se forma o aço rápido, uma liga forte utilizada para ferramentas de retífica. Ligas metálicas Estrutura da Matéria. Coleção Ciência & Natureza (Time Life e Abril livros, 1996) Classificação das ligas ferrosas com base no teor de carbono: Ferro : contém menos de 0.008%p de C. Composto exclusivamente pela ferrita Aços: de 0.008 a 2.14%p de C. Sua microestrutura consiste de fase α e de Fe3C Aços inoxidáveis: altamente resistentes a corroção. A adição de cromo, niquel ou molibdênio tem um grande efeito nas suas propriedades. Exemplos: aço 409 (componentes automotivos): 0.8 de C + 11 Cr + 0.5 Ni + 0.75 Ti (em %p) aço 304 (proc. de alimentos e vasos criogênicos): 0.08 de C + 19 Cr + 9 Ni + 2Mn Ferros fundidos comerciais: contém de 2.14 a 4.5%p de Carbono As ligas dentro dessa faixa de composiçào fundem a 1150 – 1300 oC, sendo derretidos com facilidade nas fundições. Exemplos de ferros fundidos: SAE G2500: 3.2-3.5 de C+ 2.2 de Si+ 0.8 Mn. Matriz: ferrita + perlita (fab.de pistões) ASTM A56: 3.5-3.8 de C+ 2-2.8 de Si+ 0.05 Mg. Matriz: perlita (valvulas e bombas) 3510: 2.3-2.7 de C+ 1.0-1.75 de Si+ 0.5 Mn. Matriz: ferrita (engenharia de altas T) Enciclopedia Conhecer 2000: Tecnologia (Editora Nova Cultura, 1994) A figura mostra as microestructuras do ferro fundido obtidas pela variação da composição e do tratamento térmico. Os flocos escuros indicam o grafite circundado por uma matriz de ferrita α ou perlita. Os ferros fundidos formam uma classe de ligas que possui teores de carbono de 2.1 a 4.5 %. Ferros fundidos Callister Ciência e Engenharia de Materiais Enciclopedia Conhecer 2000: Tecnologia (Editora Nova Cultura, 1994) Cerâmicas O termo cerâmica vem do grego e significa terra cozida. Ele é aplicado a materiais inorgânicos não moleculares e não metálicos. Nas cerâmicas, os ingredientes são fundidos de modo que os átomos se ligam, agrupando-se em arranjos tridimensionais (chamados cristais). Em muitas cerâmicas os cristais se ligam em grandes grupos chamados grãos policristalinos. A estrutura desses grãos determina a dureza, a porosidade e a temperatura de fusão da cerâmica. As novas cerâmicas avançadas combinam resistência mecânica e térmica, além de dureza e estabilidade química. Entre as cerâmicas mais conhecidas estão as do sistema da zircônio - calcita: ZrO2 – CaO, e os alumino - silicatos: SiO2 – Al2O3,. Classificação dos materiais cerâmicos com base na sua aplicação A maioria dos materiais cerâmicos se enquadra em um esquema de aplicação – classificação que inclui os seguintes grupos: vidros, argilas, refratários, abrasivos, cimentos e as recentemente desenvolvidas cerâmicas avançadas Callister, Ciência e Engenharia de Materiais Brown – LeMay – Burnsten, Chemistry (1997) Propriedades de algumas cerâmicas Na : ββββ - alumina (Al2O3) A β-alumina de sódio é um exemplo de um material mecanicamente duro que é um bom condutor iônico. Os planos de condução – onde se acomodam os íons Na – ficam entre os blocos Al2O3 rígidos e densos. Shriver & Atkins, Química Inorganica (Bookman, 2008) Compostos de silício com oxigênio A afinidade do silício pelo oxigênio explica a existência de uma grande variedade de silicatos minerais e compostos sintéticos. A figura mostra a unidade SiO4 desenhada como um tetraedro. As argilas são aluminosilicatos, compostos por alumina (Al2O3) e sílica (SiO2), as quais contêm água quimicamente ligada. Elas possuem uma ampla faixa de características físicas, composições e estruturas. Quando materiais à base de argila são aquecidos a temperaturas elevadas, ocorrem a vitrificação, a formação gradual de um vidro que flui e preenche parte do volume dos poros. A figura mostra uma micrografia eletrônica de uma porcelana cozida onde podem ser vistos grãos de quartzo (grandes partículas escuras) com bordas de solução vitrea; regiões de material fundente feldspato parcialmente dissolvido, agulhas de mulita (3Al2O3 – 2SiO2) e poros (buracos escuros com borda branca). Ref: Callister, Ciência e Engenharia de Materiais Argilas Shriver & Atkins, Química Inorganica (Bookman, 2008) Callister, Ciência e Engenharia de Materiais (LTC, 2002) Os aluminosilicatos são os principais responsáveis pela rica variedade do mundo mineral. Entre aqueles com estrutura de camadas – que também contêm metais como lítio, magnésio e ferro, temos as argilas, o talco e as micas. A unidade que se repete num alumino-silicato consiste de uma camada de silicato com a estrutura mostrada na figura. Um exemplo é a caulinita, Al2(OH)4Si2O5 usado para fazer porcelanas. Quando água é adicionada, as moléculas de água se posicionam entre as lâminas em camadas e formam uma película fina ao redor das partículas de argila, dando como resultado a plasticidade da mistura água – argila. Estrutura da Matéria. Coleção Ciência & Natureza (Time Life e Abril Livros, 1996) Cerâmicas avançadas Estrutura da Matéria. Coleção Ciência & Natureza (Time Life e Abril Livros, 1996) Algumas cerâmicas avançadas superam o ferro fundido, o aluminio e o aço nos testes de rigidez (resistência a dobra) e de dureza (resistência ao corte). Essas propriedades tornam a cerâmica A preferida para peças de máquinas. Cerâmicas refratárias As propriedades características destes materiais incluim a capacidade de resistir a temperaturas elevadas sem fundir ou descompor, e a capacidade de permanecer inerte frente a ambientes severos. Aplicações típicas: revestimento de fornos para o refino de metais, a fabricaçào de vidros e tratamento térmico metalurgico. Callister, Ciência e Engenharia de Materiais (LTC, 2002) Cimentos e Concretos Vários materiais cerâmicos são classificados como cimentos inorgánicos: cimento, gesso e cal, os quais quando são misturados com água formam uma pasta que pega e endurece. A tradição inglesa considera a saca de cimento de 94 lb (42.6 kg). Estrutura da Matéria. Coleção Ciência & Natureza (Time Life e Abril Livros, 1996) Cimentos e Concretos O cimento é um pó fino de vários minerais. Principais constituintes: 3CaO ·Al2O3 [chamado 3C·A] 2CaO · SiO2 silicato dicálcico [2 C · S] 3CaO · SiO2 silicato tricálcico [3C · S] 4CaO ·Al2O3 ·Fe2O3 [4C ·A· F] O cimento Portland é produzido pela moagem e mistura de argila e minerais que contêm cal nas proporções adequadas, e depois pelo aquecimento da mistura até 1400 oC em um forno rotativo. O produto (clínquer) é então moído na forma de um pó muito fino, ao qual adiciona-se uma pequena quantidade de gesso (CaSO4 • 2H2O). Cimentos portland: Tipo I : de aplicação geral. Usado em passeios, edifícios de concreto, pontes e açudes Tipo II : cimento resistente ao ataque de sulfatos. Usado em plataformas de cais e em grandes muros de sustentação. Tipo III : cimento de endurecimento rápido. Tipo IV : cimento de baixo calor de hidratação. Usado em estrutras de concreto muito espessas, como barragens, nas quais o calor gerado durante a cura é um fator crítico Tipo V : cimento resistente aos sulfatos. Usado em concretos em contato com solos e águas subterrâneas que contém um alto teor de sulfatos O concreto consiste de quatro ingredientes: o cimento, o agregado (mistura de pedregulhos e cascalho), a areia e a água. Quando se adiciona água, ela reage quimicamente com os minerais do cimento, formando um compostoaltamente adesivo que envolve as partículas agregadas e adere a elas. Em poucas horas, essa pasta endurece (cura). Boa parte da água fica ligada dentro dele, em uma nova composição. O cimento não seca, ele endurece Estrutura da Matéria Coleção Ciência & Naturez.(Time Life e Abril Livros, 1996) Exemplo : Preparação da massa de concreto Determinar a quantidade de água, cimento, areia e agregados (pedregulhos) necessários para formar 1 m3 de concreto numa razão (em massa) água : cimento = 0.4, e de cimento : areia : agregados = 1 : 2.5 : 4. Solução: Com as densidades do cimento 3.04 g/cm3, da areia: 2.56 g/cm3, dos agregados 2.72 g/cm3 e da água: 1 g/cm3, se calcula em primeiro lugar, o volume de cimento, areia, agregados e água usados para preparar o concreto com uma saca de cimento. A seguir se calcula quantas sacas de cimento se precissam para preparar 1 metro cúbico de concreto. Finalmente se calcula a quantidade de material necessário para preparar o concreto na proporção exigida. Leituras recomendadas: W.D. Callister: Ciência e Engenharia de Materiais (Editora LTC) W.F. Smith: Princípios de Ciência e Engenharia dos Materiais (McGraw Hill) D.A. Askeland, P. Phulí, The Science and Engineering of Materials (Thomson) Vidros Quando um líquido é resfriado bruscamente, o realinhamento molecular não acontece, e o sólido que se forma não é cristalino senão amorfo. O vidro é um exemplo de sólido amorfo. Estes materiais sólidos são sistemas desordenados onde as moléculas formam redes desorganizadas, e possuem apenas ordem de curto alcance (∼ 10 Å). Composição (em % massa) do vidro de janela: 73.2 SiO2 - 13.4 Na2O - 10.6 CaO - 0.8 K2O - 1.3 Al2O3 - 0.7 MgO - 0.1 Fe2O3 Muitos outros óxidos (como B2O3, GeO2 e P2O5) e fluoretos (como ZrF4) também formam vidros. O vidro tem uma miríade de empregos, como em fibras ópticas e fibras isolantes. Vidros especiais, como o borosilicato, são tão resistentes ao calor que serve para fabricar panelas de cozinha. A figura ilustra a diferença entre um cristal e um vidro. Tanto o vidro como o quartzo são igualmente constituídos por sílica (SiO2). As moléculas do quartzo formam uma rede cristalina ordenada e regular. No vidro, as moléculas formam redes desorganizadas que não são líquidos, nem apresentam a estrutura cristalina com ordem de longo alcance que caracteriza os sólidos cristalinos. Estrutura da Matéria, Coleção Ciência & Natureza (Time Life e Abril Livros, 1996) D.A. Askeland, The Science and Engineering of Materials Processo de fabricação de vidros pelo método de flutuação Um polímero é uma longa molécula em forma de cadeia, feita de um grande número de moléculas pequenas – monômeros - que se interligam pelas extremidades. Muitos polímeros existem na natureza, tal como a borracha, a seda e a lã. Os plásticos são feito de polímeros sintéticos, chamadas resinas. As resinas termoplásticas amolecem ao ser aquecidas e são fácil de moldar. As resinas termorrígidas são as que ficam muito duras depois de aquecidas em altas temperaturas. Com eles se fabricam canecas e outros objetos resistentes ao calor. Segmento de polietileno: - (C2H4) - Hill & Kolb, Chemistry for Changing Times Polímeros e plásticos Trefil & Hazen, Física Viva (Editora LTC) 1868 – J.W. Hyatt,um jogador de bilhar que procurava um substituto do marfim, obtem o celuloide 1909 – Leo Hendrik Baekeland produz a fragil baquelita 1922 - Hermann Staudinger desvenda a natureza dos plásticos. 1928 - Otto Rhöm cria o Pexiglas Anos 30 - Wallace Carothers produz o nylon, uma fibra cuja aplicação se tornou cada vez mais ampla e variada. 1954 – o químico italiano Giulio Natta fabrica o polipropileno, provocando uma verdadeira revolução no campo dos plásticos. Uma das mais importantes aplicações dos polímeros é na produção de fibras sintéticas. Derretindo e esticando os fios, o polímero pode ser tecido e costurado, conseguindo-se tecidos leves e resistentes. A primeira fibra sintética foi o nylon, inventado pela Du Pont em 1930. Ele foi seguido por outras fibras como o poliéster e o acrílico. Estrutura da Matéria Coleção Ciência & Natureza (Time Life e Abril Livros, 1996) Representação esquemática das estruturas do monômero e da cadeia do (a) Politetrafluoretileno (teflon) (b) Cloreto de polivinila (PVC) (c) Polipropileno Abaixo: Polietileno, cadeia, unidade monomêrica e perspectiva da molécula Callister Ciência e Engenharia de Materiais Teflon Quando todos os átomos de hidrogênio no polietileno são substituidos por átomos de fluor, o polímero resultante é o politetrafluoroetileno (PTFE), conhecido pelo nome comercial Teflon (- CF2 – CF2 – CF2 – CF2 -) Como as ligações C-F são muito fortes, o Teflon é um material não reagente e inflamável. Ele é utilizado para vedações, tubulações de produtos químicos, mancais e revestimentos antiadesivos. Hill & Kolb, Chemistry for Changing Times Hill & Kolb, Chemistry for Changing Times Callister, Ciência e Engenharia de Materiais Cloreto de polivinila (PVC) Possui uma estrutura que é uma pequena variação da apresentada pelo polietileno, onde o último em cada quatro átomos de hidrogênio é substituido por um átomo de Cl. As aplicações típicas são revestimento de pisos, tubulações, isolamento elétrico de fios, mangueiras de jardim e disquetes. Borrachas O termo borracha indica tanto o produto natural extraido da seringueira quanto a borracha artificial produzida a partir de derivados do petróleo. A borracha natural é constituida pelo poli-isopreno que se forma pela polimerização de isopreno. A borracha crua é de pouca utilidade, pois no frio ela é dura e quebradiza. Em 1839, Charles Goodyear deixou cair acidentalmente uma mistura de borracha e enxofre numa chapa quente, e verificou que as propriedades da borracha melhoravam muito. O processo ficou conhecido como vulcanização Na borracha vulcanizada, as ligações (pontes) entre átomos de enxofre permitem que ela volte a forma inicial após ter sido deformada Enciclopedia Conhecer 2000: Tecnologia (Editora Nova Cultura) Preparação da borracha Asbestos: são fibras minerais de ocorrência natural. A crisotila - Mg3Si2O5(OH)4 – possui uma camada em lâminas de silicato. A amosita e a crocidolita tem estrutura de cadeia dupla de silicatos e aparecem como agulhas quando observadas num microscópio. Por volta de 1900 as chapas de cimento – amianto eram produzidas em grandes quantidade para uso em construção civil. Na decada de 1960, as doenças respiratórias associadas com a exposição aos asbestos levou a uma redução ou banimento do seu uso. Considerado cancerígeno pela OMS, todos os tipos de amianto estão banidos desde 2005. Os asbestos ainda usados hoje são confinados em uma matriz de cimento ou em resinas orgânicas. Ref: Shriver & Atkins, Química Inorgánica (Bookman, 2008) Preocupações Ambientais Mina de amianto em Minaçu (GO) Produção: 300 mil ton. fibras/ano Preocupações ambientais Tintas com chumbo: os sais de chumbo tem sido muito usados em pigmentos e tintas: o PbCrO4 é amarelo, Pb3O4 é vermelho e Pb3(OH)2CO3 é branco. Como as pinturas se desgastam, os compostos de chumbo se dispersam na poeira. Em 1927, o chumbo foi banido das tintas para interiores em toda Europa. Nos EUA foi banido somente em 1971. Por causa das tintas com chumbo nas paredes, estima-se que cerca de 20% das crianças que vivem em casas de cidades do interior dos EUA, constridas antes de 1946, possuim níveis elevados de chumbo no sangue. Uma vez que o Pb2+ tem um raio iônico similar ao Ca2+, pode substituir o calcio na hidroxiapatita dos ossos, Ca5(PO4)3(OH). Isso permite o chumbo circular no sangue,atingindo alvos críticos nos tecidos nervosos. Estudos epidemiológicos tem associado a presença de chumbo no sangue a dificuldades de crescimento, audição e desenvolvimento mental. Ref: Shriver & Atkins, Química Inorgánica (Bookman, 2008) W.D. Callister, Ciência e Engenharia de Materiais. Uma introdução (Editora LTC) D.F. Shriver, P.W. Atkins, Química Inorganica (Bookman, 2008) W.F. Smith: Princípios de Ciência e Engenharia dos Materiais (McGraw Hill) L.H. Van Vlack, Princípios de Ciência dos Materiais (Editora E. Blucher, 1970) D.A. Askeland, P. Phulí, The Science and Engineering of Materials (Thomson) J.W. Hill & D.K. Kolb, Chemistry for changing times, 7th edition (Prentice Hall 1995) Referências bibliográficas