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1 
 
 
 
 
Aulas imprescindíveis 
2 
Olá, Alunos! 
 
Sejam bem-vindos ao E-book das aulas imprescindíveis! 
 
O presente E-book contém os conteúdos referentes as aulas 
imprescindíveis do nosso curso. 
Com o intuito de facilitar a sua localização, o presente E-book 
segue a sequência em que as aulas imprescindíveis estão 
dispostas em nosso portal. 
Qualquer dúvida a respeito da distribuição dos conteúdos, 
estaremos à disposição para auxiliá-los através da ferramenta 
“Pergunte ao professor”! 
Bons estudos, 
Abraços, Equipe Ceisc. 
 
 
 
 
 
 
3 
2ª FASE OAB | PENAL | 37º EXAME 
 
Direito Penal e 
Processual Penal 
 
SUMÁRIO 
Ação penal
1.1 Conceito .......................................................................................................... 13
1.2. Ação penal pública incondicionada ................................................................ 13
1.3. Ação penal pública condicionada à representação ........................................ 14
1.3.1. Conceito e natureza jurídica ........................................................................ 14
1.3.2. Identificação ................................................................................................ 15
1.3.3. Titular do direito de representação .............................................................. 17
1.3.4. Prazo ........................................................................................................... 17
1.3.5. Retratabilidade ............................................................................................ 18
1.3.6. Consequências ............................................................................................ 18
1.4. Ação penal privada ......................................................................................... 19
1.5. Questões sobre Ação Penal ........................................................................... 20 
Queixa-crime
2.1 Conceito .......................................................................................................... 23
2.2 Base legal ........................................................................................................ 23
2.3 Identificação .................................................................................................... 23
2.4 Legitimidade. ................................................................................................... 24
2.5 Prazo da ação penal privada ........................................................................... 24
2.6 Requisitos da queixa ....................................................................................... 26
2.7 Alguns crimes de ação penal privada previstos no Código Penal ................... 27
2.8 Procuração com poderes especiais................................................................. 28
2.9 Valor indenizatório mínimo .............................................................................. 28
2.10 Estruturação da Queixa-crime: ...................................................................... 29
2.11 Questões sobre queixa-crime ........................................................................ 31 
Citação
3.1 Da citação ....................................................................................................... 33
3.2 Questões sobre citação e rejeição da denúncia .............................................. 35 
4 
Teoria do dolo e culpa
4.1 Do crime doloso .............................................................................................. 37
4.1.1 Dolo direto .................................................................................................... 37
4.1.2 Dolo eventual ............................................................................................... 37
4.2 Do crime culposo ............................................................................................. 38
4.2.1 Conceito ....................................................................................................... 38
4.2.2 Elementos do crime culposo ........................................................................ 38
4.2.3 Diferença entre culpa consciente e dolo eventual ........................................ 43
4.3 Questões sobre Teoria do dolo e culpa ........................................................... 45 
Princípio da insignificância
5.1 Introdução ....................................................................................................... 47
5.2 Requisitos ........................................................................................................ 48
5.3 Princípio da insignificância em espécie ........................................................... 50
5.4 Questão sobre Princípio da insignificância ...................................................... 56 
Resposta à acusação
6.1 Peça obrigatória .............................................................................................. 58
6.2 Identificação .................................................................................................... 58
6.3 Base legal ........................................................................................................ 60
6.4 Prazo ............................................................................................................... 60
6.5 Conteúdo ......................................................................................................... 61
6.6 Pedido de Absolvição Sumária ........................................................................ 65
6.7 Recursos ......................................................................................................... 66
6.8 Dicas ............................................................................................................... 66
6.9 Estrutura da peça ............................................................................................ 68
6.10 Questões sobre Resposta à acusação .......................................................... 71 
Competência
7.1. Jurisdição ....................................................................................................... 73
7.2. Competência .................................................................................................. 74
7.2.1. Espécies de competência ............................................................................ 74
7.2.2. Critérios de fixação da competência:........................................................... 75
7.2.3. Determinação do foro competente .............................................................. 76
7.2.4. Competência em crime continuado e crime permanente ............................ 77
7.2.5. Competência pelo domicílio ou residência do réu ....................................... 77
7.2.6 Competência pela natureza da infração ....................................................... 78
7.2.7. Competência por distribuição ...................................................................... 78
7.2.8. Causas modificadoras da competência ....................................................... 78
7.2.9. Foro prevalente ........................................................................................... 81
7.2.10. Da competência por prevenção ................................................................. 83 
5 
7.2.11. Da competência por prerrogativa de função .............................................. 84
7.2.12. Competência do Supremo Tribunal Federal .............................................. 85
7.2.13. Competência do Suprior Tribunal de Justiça ............................................. 85
7.2.14. Competência dos Tribunais Regionais Federais: ...................................... 85
7.2.15. Competência dos Tribunais de Justiça ...................................................... 86
7.2.16. Competência para julgar prefeitos municipais ........................................... 86
7.2.17.Competência da Justiça Federal ............................................................... 88
7.2.18. Competência da justiça militar ................................................................... 93
7.2.19. Competência criminal da justiça eleitoral .................................................. 93
7.2.20. Justiça política ou extraordinária ............................................................... 94
7.2.21. Restrição ao foro por prerrogativa de função ............................................ 94
7.2.22. Marco para o fim do foro ........................................................................... 94
7.2.23. Crime de moeda falsa ............................................................................... 94
7.2.24. Justiça estadual ......................................................................................... 95
7.3. Questões sobre competência ......................................................................... 96 
Iter criminis e tentativa
8.1 Iter criminis .................................................................................................... 102
8.1.1 Cogitação ................................................................................................... 103
8.1.2 Atos preparatórios ...................................................................................... 103
8.1.3 Execução .................................................................................................... 104
8.1.4 Consumação .............................................................................................. 105
8.2 Da tentativa ................................................................................................... 106
8.2.1 Conceito ..................................................................................................... 106
8.2.2 Natureza jurídica ........................................................................................ 106
8.2.3 Elementos da tentativa ............................................................................... 107
8.2.4 Punibilidade da tentativa ............................................................................ 109
8.2.5 Infrações penais que não admitem tentativa .............................................. 109 
Desistência voluntária e arrependimento eficaz
9.1 Introdução ..................................................................................................... 111
9.2 Desistência voluntária ................................................................................... 111
9.3 Arrependimento eficaz................................................................................... 113
9.4 Requisitos ...................................................................................................... 114
9.5 Consequência ............................................................................................... 116
9.6 Questões sobre Desistência voluntária e arrependimento eficaz .................. 120 
Arrependimento posterior
10.1 Conceito ...................................................................................................... 121
10.2 Requisitos .................................................................................................... 121
10.3 Critério para redução da pena ..................................................................... 123 
6 
10.4 Reparação do dano ou restituição da coisa em situações específicas........ 123
10.5 Questões sobre arrependimento posterior .................................................. 124 
Conflito aparente de normas
11.1. Introdução .................................................................................................. 126
11.2. Conflito aparente de normas x concurso de crimes ................................... 127
11.3. Princípios para dirimir o conflito aparente de normas................................. 127
11.3.1. Princípio da especialidade ....................................................................... 127
11.3.2. Princípio da subsidiariedade ................................................................... 128
11.3.3. Princípio da consunção ou da absorção .................................................. 131
11.3.4. Princípio da alternatividade ..................................................................... 135
11.4. Questões sobre Conflito aparente de normas ............................................ 136 
Concurso de crimes
12.1. Introdução .................................................................................................. 138
12.2. Concurso de crimes e a relação com outros institutos ............................... 138
12.3. Concurso material de crimes ...................................................................... 139
12.3.1. Conceito .................................................................................................. 139
12.3.2. Concurso material e penas restritivas de direitos .................................... 140
12.3.3. Cumprimento simultâneo ou sucessivo de penas restritivas de direitos.. 140
12.3.4. Aplicação da pena ................................................................................... 141
12.4. Concurso formal ......................................................................................... 141
12.4.1. Conceito .................................................................................................. 141
12.4.2. Concurso formal perfeito e concurso formal imperfeito ........................... 142
12.4.3. Aplicação da pena no concurso formal .................................................... 143
12.4.4. Concurso formal e crime único ............................................................... 145
12.5. Crime continuado ....................................................................................... 146
12.5.1. Conceito .................................................................................................. 146
12.5.2. Requisitos ................................................................................................ 146
12.5.3. Crime continuado específico ................................................................... 148
12.5.4. Aplicação da pena ................................................................................... 149
12.6. Questões sobre Concurso de crimes ......................................................... 152 
Crime impossível
13.1 Conceito ...................................................................................................... 155
13.2 Crime impossível por ineficácia absoluta do meio ....................................... 156
13.3 Crime impossível por impropriedade absoluta do objeto ............................. 157
13.4 Questões sobre Crime impossível ............................................................... 159 
7 
Erro de tipo
14.1 Erro de tipo essencial .................................................................................. 161
14.1.1 Erro de tipo essencial invencível, inevitável ou escusável ....................... 163
14.1.2 Erro de tipo essencial vencível, evitável ou inescusável .......................... 164
14.1.3. Efeitos do erro de tipo essencial.............................................................. 165
14.2 Erro de tipo acidental................................................................................... 166
14.2.1 Erro sobre o objeto ................................................................................... 167
14.2.2 Erro sobre a pessoa ................................................................................. 168
14.2.3 Erro na execução ..................................................................................... 170
14.2.4 Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis) ............................... 173
14.3 Erro provocado por terceiro ......................................................................... 176
14.4 Questões sobreErro de tipo ........................................................................ 177 
Excludente de ilicitude
15.1 Introdução ................................................................................................... 183
15.2 Os reflexos das causas de exclusão da ilicitude no processo penal ........... 183
15.3 Estado de necessidade ............................................................................... 184
15.4 Legítima defesa ........................................................................................... 189
15.5 Excesso punível .......................................................................................... 194
15.6 Estrito cumprimento do dever legal ............................................................. 195
15.7 Exercício regular do direito .......................................................................... 197
15.8 Consequências ............................................................................................ 200
15.9 Questões sobre Excludente de ilicitude ....................................................... 201 
Excludente de culpabilidade
16.1 Introdução ................................................................................................... 203
16.2 Inimputabilidade .......................................................................................... 204
16.3 Menoridade penal ........................................................................................ 209
16.4 Falta de potencial consciência da ilicitude ................................................... 210
16.4.1 Erro de proibição ...................................................................................... 210
16.5 Inexigibilidade de conduta diversa............................................................... 217
16.5.1 Coação moral irresistível .......................................................................... 218
16.5.2 Obediência hierárquica ............................................................................. 219
16.6 Questão sobre Excludente de culpabilidade ............................................... 221 
Teoria da pena
17.1 Fixação da pena .......................................................................................... 223
17.1.1 Primeira fase ............................................................................................ 225
17.1.2 Segunda fase ........................................................................................... 229
17.1.3 Terceira fase ............................................................................................ 242
17.2 Regime inicial de cumprimento de pena ...................................................... 244 
8 
17.3 Das penas restritivas de direitos ................................................................. 247
17.3.1. Requisitos objetivos ................................................................................. 248
17.3.2 Substituição da pena restritiva x tráfico ilícito de entorpecentes .............. 252
17.4 Suspensão condicional da execução da pena (sursis) ................................ 254
17.5 Questões sobre Teoria da pena .................................................................. 256 
Das Nulidades
18.1. Teoria Geral das Nulidades ........................................................................ 264
18.1.1. Sistema da Tipicidade dos Atos Processuais .......................................... 264
18.1.2. Graus de Atipicidade ............................................................................... 265
18.2. Conceito de Nulidade ................................................................................. 266
18.3. Nulidade Absoluta e Relativa ..................................................................... 266
18.3.1. Nulidades absolutas ................................................................................ 266
18.3.2. Nulidades relativas .................................................................................. 266
18.4. Vícios Processuais ..................................................................................... 267
18.4.1. Jurisdição e Competência ....................................................................... 267
18.4.2. Ilegitimidade da Parte .............................................................................. 267
18.4.3. Falta de Atos Essenciais ......................................................................... 267
18.5. Regularização da Falta ou Nulidade da Citação ........................................ 271
18.6. Questões sobre Nulidades ......................................................................... 275 
Prescrição
19.1 Conceito ...................................................................................................... 278
19.2 Espécies de prescrição ............................................................................... 278
19.3 Efeitos da prescrição ................................................................................... 280
19.4 Prescrição da pretensão punitiva ................................................................ 281
19.4.1. Prescrição da pretensão punitiva em abstrato ou propriamente dita ....... 281
19.4.2. Prescrição da pretensão punitiva retroativa ............................................ 298
19.4.3. Prescrição da pretensão punitiva superveniente ou intercorrente ........... 304
19.5 Prescrição da pretensão executória ............................................................ 307
19.5.1. Termos iniciais......................................................................................... 309
19.5.2. Causas interruptivas ................................................................................ 310
19.5.3. Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do livramento 
condicional .......................................................................................................... 311
19.5.4. Algumas hipóteses de incidência da prescrição da pretensão 
executória ............................................................................................................ 312
19.6 Questões sobre Prescrição ......................................................................... 315 
Audiência de instrução
20.1 Considerações ............................................................................................ 319 
9 
Memoriais
21.1 Introdução ................................................................................................... 321
21.2 Identificação ................................................................................................ 321
21.3 Base legal .................................................................................................... 325
21.4 Prazo ........................................................................................................... 325
21.5 Conteúdo ..................................................................................................... 326
21.6 Pedido ......................................................................................................... 330 
Teoria Geral das Provas
22.1. Introdução e Conceito ................................................................................ 335
22.2. Objeto Da Prova e Objetivo ........................................................................ 336
22.2.1. Presunções legais ................................................................................... 336
22.3. Princípios .................................................................................................... 337
22.4. Sistemas de apreciação das provas ........................................................... 338
22.4.1. Sistema do livre convencimento motivado .............................................. 338
22.4.2. Sistema da íntima convicção ................................................................... 339
22.4.3. Sistemada prova tarifada, da verdade legal ou da certeza moral do 
legislador ............................................................................................................. 339
22.5. Elementos de informação x elementos de prova ........................................ 339
22.6. Ônus da Prova ........................................................................................... 340
22.6.1. Introdução ............................................................................................... 340
22.6.2. Distribuição .............................................................................................. 341
22.7. Poderes Instrutórios do Magistrado ............................................................ 342
22.8. Provas Ilegais, vedadas ou proibidas ......................................................... 343
22.8.1. Exceções ou Limitações à admissibilidade da prova ilícita por 
derivação ............................................................................................................. 344
22.8.2. Utilização de prova ilícita em favor do réu e em favor da sociedade ....... 345 
Provas em espécie
23.1. Provas Ilícitas e a Inviolabilidade do sigilo das comunicações ................... 352
23.1.1. Comunicações telefônicas ....................................................................... 352
23.2. Interceptação de Dados ............................................................................. 358
23.3. Interceptações Ambientais ......................................................................... 359
23.4. Sigilo de correspondência .......................................................................... 360
23.5. Exame de Corpo de Delito ......................................................................... 360
23.5.1. Aspectos Importantes .............................................................................. 363
23.5.2. Outras Perícias ........................................................................................ 363
23.5.3. Cadeia de Custódia ................................................................................. 364
23.6. Interrogatório .............................................................................................. 366
23.7. Confissão ................................................................................................... 368
23.8. Perguntas ao Ofendido ............................................................................... 369 
10 
23.9. Prova Testemunhal ................................................................................... 370
23.10. Reconhecimento Pessoas e Coisas ......................................................... 374
23.11. Busca e Apreensão .................................................................................. 374
23.12. Questões sobre provas ............................................................................ 376 
Recurso de apelação
24.1 Conceito ...................................................................................................... 390
24.2 Identificação ................................................................................................ 390
24.3 Base legal .................................................................................................... 395
24.4 Cabimento da apelação nas sentenças do juiz singular .............................. 395
24.5 Prazo ........................................................................................................... 396
24.6 Legitimidade do assistente à acusação ....................................................... 396
24.7 Conteúdo ..................................................................................................... 397
24.8 Pedido ......................................................................................................... 399
24.9 Estrutura do recurso .................................................................................... 400
24.10 Peça bipartida ........................................................................................... 402
24.11. Questões sobre Recurso de apelação ..................................................... 408 
Contrarrazões de apelação
25.1 Introdução ................................................................................................... 411
25.2 Identificação ................................................................................................ 411
25.3 Base legal .................................................................................................... 413
25.4 Prazo ........................................................................................................... 413
25.5 Conteúdo ..................................................................................................... 414
25.6 Pedidos ....................................................................................................... 414
25.7 Estrutura da peça ........................................................................................ 414 
Do Procedimento do Tribunal do Júri – 1ª Fase
26.1 Do procedimento do tribunal do júri ............................................................. 419
26.1.1 Recebimento da denúncia ........................................................................ 420
26.1.2 Indispensabilidade da Resposta à Acusação ........................................... 420
26.1.3 Contraditório: Específico do Procedimento do Júri ................................... 420
26.1.4 Providências judiciais ............................................................................... 420
26.1.5 Instrução concentrada .............................................................................. 421
26.1.6 Fase de apreciação da admissibilidade da acusação .............................. 422
26.1.7 Pronúncia ................................................................................................. 422
26.1.8 Impronúncia .............................................................................................. 423
26.1.9 Absolvição sumária .................................................................................. 423
26.1.10 Desclassificação ..................................................................................... 424
26.1.11 Emendatio libelli ..................................................................................... 424
26.1.12 Intimação da decisão de pronúncia ........................................................ 424 
11 
26.2 Resposta à acusação .................................................................................. 425
26.2.1 Identificação ............................................................................................. 425
26.2.2 Base legal ................................................................................................. 425
26.2.3 Prazo ........................................................................................................ 425
26.2.4 Conteúdo .................................................................................................. 425
26.2.5 Pedido ...................................................................................................... 425
26.3 Memoriais ou alegações finais por memoriais ............................................. 429
26.3.1 Considerações iniciais .............................................................................. 429
26.3.2 Base legal ................................................................................................. 429
26.3.3. Prazo ....................................................................................................... 429
26.3.4. Identificação ............................................................................................ 429
26.3.5. Conteúdo ................................................................................................. 430
26.3.6. Pedido .....................................................................................................433 
Recurso em sentido estrito
27.1 Introdução ................................................................................................... 437
27.2 Hipóteses de cabimento .............................................................................. 438
27.3 Prazo ........................................................................................................... 444
27.4 Legitimidade ................................................................................................ 444
27.5 Peça bipartida ............................................................................................. 445
27.6 Efeito regressivo (Juízo de retratação) ........................................................ 446 
27.7 Estruturação ................................................................................................ 446 
27.8 Recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia ............................ 451
27.8.1 Introdução ................................................................................................ 451
27.8.2 Identificação ............................................................................................. 451
27.8.3 Base legal ................................................................................................. 453
27.8.4 Prazo ........................................................................................................ 453
27.8.5 Efeito regressivo (Juízo de retratação) ..................................................... 453
27.8.6 Conteúdo .................................................................................................. 454
27.8.7 Pedido ...................................................................................................... 455
27.8.8 Estrutura do recurso em sentido estrito .................................................... 456
27.9. Questões sobre Recurso em sentido estrito ............................................... 461 
Efeito extensivo
28.1 Conceito ...................................................................................................... 464 
Agravo em Execução
29.1 Cabimento e conteúdo ................................................................................ 465
29.2 Rito e competência para o julgamento ........................................................ 466
29.3 Prazo ........................................................................................................... 466
29.4 Efeitos ......................................................................................................... 466 
12 
29.5 Estruturação da peça Agravo em Execução ............................................... 467
29.6. Questões sobre Agravo em execução........................................................ 470 
Revisão criminal
30.1 Conceito ...................................................................................................... 473
30.2 Identificação ................................................................................................ 473
30.3 Base legal .................................................................................................... 474
30.4 Cabimento/conteúdo ................................................................................... 474
30.5 Revisão e extinção da pena ........................................................................ 476
30.6 Legitimidade ................................................................................................ 476
30.7 Órgão competente para o julgamento da Revisão Criminal ........................ 476
30.8 Decisão na Revisão Criminal ...................................................................... 477
30.9. Estruturação da Revisão Criminal .............................................................. 477 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para 
a 2ª Fase do 37º Exame da OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. 
Além disso, recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente. 
 
Bons estudos, Equipe Ceisc. 
Atualizado em fevereiro de 2023. 
13 
Ação penal 
 
 
Aula prevista para ocorrer ao vivo no dia 28/02/2023. 
 
 
Prof. Nidal Ahmad 
@prof.nidal 
1.1 Conceito 
É o direito de agir exercido perante juízes e tribunais, invocando a prestação jurisdicional, 
que, na esfera criminal, é a existência da pretensão punitiva do Estado. 
 
1.2. Ação penal pública incondicionada 
Está prevista no artigo 24 do CPP. É aquela em que o Ministério Público poderá propor a 
ação penal, independentemente da manifestação de vontade do ofendido ou do seu 
Ação Penal
Pública
Incondicionada
Condicionada à 
representação
Ministério 
Público
Denúncia
Privada
Exclusiva
Personalíssima Ofendido Queixa-crime
Subsidiária
14 
representante legal. Em outras palavras, o Ministério Público poderá oferecer a denúncia de 
ofício. 
Quando o tipo penal silenciar em relação à natureza da ação penal, será pública 
incondicionada. 
 
1.3. Ação penal pública condicionada à representação 
1.3.1. Conceito e natureza jurídica 
É aquela cujo exercício se subordina a uma condição, consistente na manifestação de 
vontade do ofendido ou de seu representante legal (representação). É o que se extrai do artigo 
24, parte final, do CPP. 
O Ministério Público somente poderá oferecer a denúncia se a vítima ou seu representante 
legal o autorizarem, por meio de uma manifestação de vontade. Sem a manifestação de vontade 
do ofendido ou seu representante legal, nem sequer poderá ser instaurado inquérito policial. 
O oferecimento da denúncia sem representação ensejará rejeição da denúncia, por falta 
de condição da ação (art. 395, II, do CPP) e nulidade (art. 564, III, “a”, do CPP), devendo, ainda, 
se superado o prazo de seis meses, arguir a extinção da punibilidade pela decadência (art. 107, 
IV, do CP). 
A natureza jurídica da representação é a de condição de procedibilidade da ação penal 
pública condicionada. Sem ela, o órgão do Ministério Público não pode intentar a ação penal 
mediante o oferecimento da denúncia. 
A ação penal pública, seja incondicionada, seja condicionada, é promovida pelo Ministério 
Público por meio de denúncia, que constitui sua peça inicial (art. 100, § 1º, do CP, e art. 24 CPP). 
OBS: Na peça resposta à acusação, recomenda-se alegar a rejeição da denúncia e a 
nulidade, bem como a extinção da punibilidade, pela decadência (se extrapolado o prazo de 6 
meses), com pedido de absolvição sumária (art. 397, IV, do CPP). Nas demais peças, pode ser 
alegada apenas a nulidade, além da extinção da punibilidade pela decadência (art. 107, IV, do 
CP). 
 
15 
1.3.2. Identificação 
Como saber se o crime é de ação penal pública condicionada à representação? Pois bem, 
os crimes de ação penal pública condicionada à representação são aqueles em que consta no 
tipo penal a expressão “somente se procede mediante representação”. 
O tipo penal descreve a conduta, comina a pena e, na sequência, deixa expresso que o 
crime “somente se procede mediante representação”. 
EXEMPLOS: 
 
Ameaça
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio 
simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. 
 
Perseguição 
Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a 
integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de 
qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou 
privacidade. (Incluído pela Lei nº 14.132, de 2021) 
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
§ 1º A pena é aumentada de metade se o crime é cometido: 
I – contra criança, adolescente ou idoso;II – contra mulher por razões da condição de sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 
121 deste Código; 
III – mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas ou com o emprego de arma. 
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência. 
§ 3º Somente se procede mediante representação. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14132.htm#art2
16 
 
Cuidado: Crimes de lesão corporal leve e culposa 
Nos casos de lesão corporal leve (art. 129, “caput”, do CP) e lesão corporal culposa 
(art. 129, § 6º, do CP), ação penal será, via de regra, pública condicionada à 
representação, conforme prevê o artigo 88 da Lei 9.099/95, que dispõe: “Art. 88. Além das 
hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação 
penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.” 
Todavia, em relação aos crimes de lesão corporal leve e lesão corporal culposa, 
algumas considerações são necessárias, quando praticados no contexto de violência 
doméstica, especialmente quando a vítima é mulher. 
Se a vítima do crime de lesão corporal leve ou culposa for homem, ou, ainda, 
mulher, mas sem a presença de qualquer hipótese prevista no artigo 5º da Lei 
11.340/2006, a natureza da ação penal segue a regra do artigo 88 da Lei 9099/95, ou seja, 
será pública condicionada à representação. 
Assim, se, por exemplo, o agente agride uma mulher desconhecida apenas porque 
ela é torcedora do Sport Clube Internacional, a ação será pública condicionada à 
representação, uma vez que, embora seja mulher, o crime não foi praticado no contexto 
de violência doméstica e familiar, já que não está presente qualquer hipótese do artigo 5º 
da Lei Maria da Penha. 
De outro lado, se a lesão corporal leve ou culposa foi praticada contra mulher, no 
contexto de violência doméstica e familiar, com a incidência de uma das hipóteses do 
artigo 5º da Lei 11.340/2006, a ação será pública incondicionada. É o que se extrai da 
Súmula 542 do STJ, segundo a qual: “A ação penal relativa ao crime de lesão corporal 
resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada”. 
Nos termos do artigo 5º da Lei 11340/2006, configura violência doméstica e familiar 
contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, 
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, quando praticada: a) 
no âmbito da unidade doméstica; b) no âmbito da família; c) qualquer relação íntima de 
afeto. 
 
17 
1.3.3. Titular do direito de representação 
A representação pode ser exercida pelo ofendido ou representante legal (art. 24, parte 
final, do CPP). 
Se o ofendido contar com menos de 18 anos ou for mentalmente enfermo, o direito de 
representação cabe exclusivamente a quem tenha qualidade para representá-lo, como, por 
exemplo, seus pais. 
Ao completar 18 anos e não sendo incapaz em decorrência de alguma enfermidade, 
somente o ofendido poderá exercer o direito de representação e ninguém mais, já que, nesse 
caso, atinge a capacidade plena para os atos da vida civil e também para representação na 
esfera criminal. 
O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com 
poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério 
Público, ou à autoridade policial (art. 39 do CPP). 
No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito 
de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 24, § 1º, do CPP). 
 
C ônjuge 
A scentende 
D escendente 
I rmão 
 
A representação não exige forma, bastando que o ofendido ou seu representante legal 
manifeste a sua vontade, podendo, inclusive, ser de forma oral. Basta o registro de ocorrência 
policial, com a manifestação de vontade do ofendido, para legitimar a representação. 
 
1.3.4. Prazo 
O direito de representação pode ser exercido dentro do prazo de 06 meses, contados do 
dia em que o ofendido ou seu representante legal veio a saber quem é o autor do crime (art. 
38 do CPP e art. 103 do CP). 
18 
Trata-se de prazo decadencial, que não se suspende nem se prorroga, e cuja fluência, 
iniciada a partir do conhecimento da autoria da infração, é causa extintiva da punibilidade do 
agente (art. 107, IV, do CP). 
O prazo flui para o representante legal a partir do momento em que ele veio a saber quem 
é o autor do ilícito penal. Quando a vítima for menor de 18 anos, entretanto, o prazo para 
representar corre somente para o representante legal. 
Ao completar 18 anos, somente o ofendido poderá exercer o direito de representação, 
uma vez que, sendo considerado plenamente capaz pelo Código Civil, cessa, a partir dessa 
idade, a figura do representante legal. Nesse caso, o prazo decadencial começará a correr no 
momento em que o ofendido completar 18 anos de idade. 
 
1.3.5. Retratabilidade 
Nos termos do art. 25 do CPP e art. 102 do CP, “a representação será irretratável depois 
de oferecida a denúncia”. Assim, se o ofendido exerce o direito de representação, pode retirá-la 
antes de iniciar-se a ação penal com o oferecimento da denúncia, sem a necessidade de 
qualquer formalidade. 
Dica missioneira! 
No contexto de violência doméstica ou familiar contra a mulher, nos crimes de ação 
penal pública condicionada à representação, como, por exemplo, o crime de ameaça (art. 
147 do CP), será possível a retratação perante o juiz, desde que seja designada 
audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da 
denúncia e ouvido o Ministério Público (art. 16 da Lei 11.340/2006). 
1.3.6. Consequências 
A falta de representação enseja a rejeição da denúncia, nos termos do artigo 395, II, do 
CPP (essa tese é a adequada para a peça resposta à acusação), bem como a nulidade do 
processo, nos termos do artigo 564, III, “a”, do CPP (essa tese seria mais adequada para 
memoriais em diante). 
19 
Se tiver extrapolado o prazo de 06 meses, jamais esquecer de alegar a decadência do 
direito de representação, e, por consequência, a extinção da punibilidade, conforme o artigo 107, 
IV, do CP. 
Dica missioneira! 
Se a peça for resposta à acusação, após abordar a tese da decadência e extinção 
da punibilidade, conforme o artigo 107, IV, do CP, deve ser formulado o pedido de 
absolvição sumária, com base no artigo 397, IV, do CPP. 
 
1.4. Ação penal privada 
É aquela em que o Estado, titular exclusivo do direito de punir, transfere a legitimidade 
para a propositura da ação penal à vítima ou a seu representante legal. 
A ação penal privada é promovida mediante queixa-crime do ofendido ou de seu 
representante legal. São aqueles crimes em que no tipo penal consta a expressão “somente se 
procede mediante queixa”. 
 
https://ceisc.com.br/LINK_PODCAST_AQUI
20 
1.5. Questões sobre Ação Penal 
1) QUESTÃO 2 – XXXI EXAME 
Em 05 de junho de 2019, Paulo dirigia veículo automotor em via pública, com capacidade 
psicomotora alterada em razão da influência de álcool, ocasião em que veio a atropelar Lúcia 
por avançar cruzamento com o sinal fechado para os veículos. Lúcia sofreu lesões que a 
deixaram com debilidade permanente no braço, o que foi reconhecido pelo laudo pericial 
respectivo, também ficando comprovado o estado clínico em que se encontrava o motorista 
atropelador. Considerando que Paulo arcou com as despesas que Lúcia teve que despender em 
razão do evento, a vítima não quis representar contra ele. Inobstante tal manifestação da vítima, 
o Ministério Público denunciou Paulo pela prática dos injustos do Art. 303, § 2º, e do Art. 306, 
ambos da Lei nº 9.503/97. Considerando as informações narradas, esclareça, na condição de 
advogado(a), aos seguintes questionamentos formulados por Paulo, interessado em constituí-lo 
para apresentação de resposta à acusação. 
A) Qual a tesejurídica de direito material que a defesa de Paulo deverá alegar para 
contestar a tipificação apresentada? 
B) Diante da ausência de representação por parte da ofendida, o Ministério Público teria 
legitimidade para propor ação penal contra Paulo? 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
2) QUESTÃO 2 – XVII EXAME 
Glória, esposa ciumenta de Jorge, inicia uma discussão com o marido no momento em que ele 
chega do trabalho à residência do casal. Durante a discussão, Jorge faz ameaças de morte à 
Glória, que, de imediato comparece à Delegacia, narra os fatos, oferece representação e solicita 
https://ceisc.com.br/ead/curso/aulas_categoria/944/10846
21 
medidas protetivas de urgência. Encaminhados os autos para o Ministério Público, este requer 
em favor de Glória a medida protetiva de proibição de aproximação, bem como a prisão 
preventiva de Jorge, com base no Art. 313, inciso III, do CPP. O juiz acolhe os pedidos do 
Ministério Público e Jorge é preso. Novamente os autos são encaminhados para o Ministério 
Público, que oferece denúncia pela prática do crime do Art. 147 do Código Penal. Antes do 
recebimento da inicial acusatória, arrependida, Glória retorna à Delegacia e manifesta seu 
interesse em não mais prosseguir com o feito. A família de Jorge o procura em busca de 
orientação, esclarecendo que o autor é primário e de bons antecedentes. Considerando apenas 
a situação narrada, na condição de advogado(a) de Jorge, esclareça os seguintes 
questionamentos formulados pelos familiares: 
A) A prisão de Jorge, com fundamento no Art. 313, inciso III, do Código de Processo Penal, 
é válida? 
B) É possível a retratação do direito de representação por parte de Glória? Em caso 
negativo, explicite as razões; em caso positivo, esclareça os requisitos. 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não 
confere pontuação. 
 
3) QUESTÃO 3 – 35º EXAME 
Em 09 de agosto de 2021, durante uma reunião de condomínio, iniciou-se uma discussão. O 
morador Paulo, lutador de vale tudo, chamou Fábio, o síndico, de ladrão. Ato contínuo, Paulo 
partiu para cima de Fábio, no intuito de quebrar seu nariz com um soco. Em seguida, Fábio, 
praticante de jiu jitsu, golpeou Paulo, que caiu no chão desmaiado. Paulo foi levado para o 
hospital, mas foi liberado horas depois. O laudo hospitalar atestou apenas escoriações leves. Em 
10 de maio de 2022, em outra reunião de condomínio, Paulo e Fábio encontraram-se novamente. 
Fábio já tinha esquecido os fatos ocorridos na ocasião anterior, porque não era pessoa de 
guardar rancor. No entanto, Paulo lembrou de tudo que passou, sentiu-se envergonhado perante 
os demais condôminos e resolveu seguir em frente para processar Fábio criminalmente. No dia 
seguinte, Paulo noticiou o ocorrido na reunião anterior à autoridade policial e apresentou o laudo 
hospitalar para comprovar a lesão sofrida. Após os trâmites regulares das investigações, o 
promotor de justiça com atribuição para o caso ofereceu denúncia em face Fábio como incurso 
nas sanções do crime de lesão corporal leve, previsto no art. 129, caput do CP. A denúncia foi 
recebida e determinada a citação do réu. Considerando as informações acima, na condição de 
advogado(a) de Fábio, responda aos itens a seguir. 
22 
A) Qual tese a defesa pode alegar como preliminar? Justifique. (Valor: 0,60) 
B) Qual tese de direito material pode ser utilizada para a defesa de Fábio? Justifique. 
(Valor: 0,65) 
Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
4) QUESTÃO 1 – 36º EXAME 
Ana Beatriz foi denunciada pelo Ministério Público pela prática dos crimes de falsificação de 
documento particular (Art. 298 do CP) e estelionato (Art. 171 do CP), em concurso material (Art. 
69 do CP), por ter obtido vantagem patrimonial ilícita às custas da vítima Rita (pessoa civilmente 
capaz e mentalmente sã, à época com 21 anos de idade), induzindo-a e mantendo-a em erro, 
mediante meio fraudulento. Segundo narra a denúncia, em julho de 2020 Ana Beatriz falsificou 
bilhete de loteria premiado e o vendeu para Rita por metade do valor do suposto prêmio, 
alegando urgência em receber valor em espécie para poder custear cirurgia da sua filha. Rita, 
envergonhada, não procurou as autoridades públicas para solicitar a apuração dos fatos. A 
denúncia foi oferecida ao Juízo competente em dezembro de 2020. 
Sobre a hipótese, responda aos itens a seguir. 
A) Qual é a tese jurídica de mérito que pode ser invocada pela defesa técnica de Ana 
Beatriz? Justifique. (Valor: 0,65) 
B) Qual é a tese jurídica processual que pode ser invocada pela defesa técnica de Ana 
Beatriz? Justifique. (Valor: 0,60) 
Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
https://ceisc.com.br/ead/curso/aulas_categoria/944/10846
23 
Queixa-crime 
 
 
Aula prevista para ocorrer ao vivo no dia 01/03/2023. 
 
Prof. Nidal Ahmad 
@prof.nidal 
2.1 Conceito 
Trata-se, em síntese, da petição inicial da ação penal privada oferecida, via de regra, pelo 
ofendido ou seu representante legal, por meio de advogado(a), ou seja, você haha. 
2.2 Base legal 
Arts. 30 (ou 31, na hipótese de ser oferecida por algum do CADI), 41 e 44, todos 
do Código de Processo Penal, e art. 100, § 2º, do Código Penal. 
2.3 Identificação 
Narrando um fato do qual foi vítima, que se enquadra em crime de ação penal privada, o 
ofendido ou seu representante legal procura advogado(a) para adotar a medida cabível. 
Exemplo da peça queixa-crime do XV Exame da OAB: “(...) Enrico procurou seu escritório 
de advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de Enrico, deve assisti-
lo.” 
PEDIU PRA PARAR 
Expressão mágica: 
 
“Ação penal privada... o ofendido 
procura você como advogado(a)”
Peça: 
 
Queixa-crime 
PAROU! 
24 
2.4 Legitimidade – Arts. 30 e 31 do CPP. 
A queixa-crime é ajuizada por um advogado contratado pelo ofendido ou seu 
representante legal, detentores da legitimidade para ajuizar a ação penal privada (art. 30 do 
CPP). 
Se o ofendido morre ou é declarado ausente, o direito de oferecer queixa, ou de dar 
prosseguimento à acusação, passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 31 do 
CPP), ressalvado o caso dos art. 236, parágrafo único, do CP, cuja legitimidade será somente 
do cônjuge enganado. 
 
2.5 Prazo da ação penal privada 
O prazo para o oferecimento da queixa-crime é de 06 (seis) meses, contados a partir da 
data do conhecimento da autoria do crime pelo ofendido ou seu representante legal (art. 38 do 
CPP e 103 do CP). 
OFENDIDO Art. 30 do CPP
REPRESENTANTE LEGAL Art. 30 do CPP
CADI (morte ou ausência do 
ofendido) 
Art. 31 do CPP
6 meses 
Prazo decadencial 
(art. 10 do CP) 
A contar da 
ciência da autoria 
do fato 
25 
O prazo é penal, contado conforme o art. 10 do CP, computando-se o dia do começo e 
excluindo-se o dia final. Assim, se, por exemplo, o ofendido do crime de calúnia toma 
conhecimento da autoria do fato no dia 12 de março de 2020, a queixa-crime deverá ser oferecida 
até o dia 11 de setembro de 2020, sob pena de decadência e consequente extinção da 
punibilidade. 
 DICA MISSIONEIRA! 
 
Conte 6 meses menos um dia para encontrar o último dia do prazo para o 
oferecimento da queixa-crime. 
 
Tratando-se de ação penal privada subsidiária, o prazo será de 06 meses a contar do 
encerramento do prazo para o Ministério Público oferecer a denúncia (art. 29 do CPP e 100, § 
3º, do CP). Nesse caso, se o ofendido não exercer dentro do prazo de 6 meses a partir do 
esgotamento do prazo para o Ministério Público, a única consequência é a de que perderá o 
direito de representação, significando que a partir disso somente o MinistérioPúblico terá 
legitimidade para ajuizar a ação penal, pelo menos enquanto não incidir eventual prescrição. 
26 
2.6 Requisitos da queixa – Art. 41 do CPP 
 
A) Descrição do fato em todas as suas circunstâncias: 
• Descrever o fato de forma clara e objetiva, mencionando o autor da ação 
(ofendido/querelante) e o ofensor (querelado), a data, local do fato, os meios e instrumentos 
empregados, a forma como foi praticado o crime e o motivo. 
• Mencionar que a conduta do querelado constitui crime de ação penal privada, 
destacando e descrevendo, ainda, eventuais agravantes, qualificadoras ou causas de aumento 
de pena. 
• Na hipótese de concurso de agentes, a queixa deve especificar a conduta de cada 
um. Assim, no caso de coautoria e participação, deverá ser descrita, individualmente, a conduta 
de cada um dos coautores e partícipes. 
 
 
 
Descrição do FATO e circunstâncias
Identificação/Qualificação do querelante e 
querelado
Classificação jurídica
Pedido de citação
Pedido de condenação
Rol de testemunhas
Valor mínimo indenizatório (art. 387, inciso IV, CPP)
Pedido produção de provas
27 
B) Qualificação do acusado ou fornecimento de dados que possibilitem sua 
identificação 
Qualificar é apontar o conjunto de qualidades pelas quais se possa identificar o querelado, 
distinguindo-o das demais pessoas: nome, nacionalidade, estado civil, RG, etc... 
OBSERVAÇÃO: Na prova da OAB, colocar na qualificação única e exclusivamente os 
dados fornecidos no enunciado da questão, sob pena de ter a peça zerada (podem interpretar 
que o candidato esteja se identificando). 
C) Classificação jurídica do fato 
O autor deverá indicar o dispositivo (artigo) que se aplica ao fato imputado, não bastando 
a simples menção ao nome da infração. 
Trata-se da adequação típica do fato narrado ao dispositivo legal correspondente. 
D) Rol de Testemunhas 
O momento adequado para arrolar testemunhas, consoante o disposto no art. 41 do CPP, 
é o da propositura da ação. 
E) Pedido de condenação 
 
2.7 Alguns crimes de ação penal privada previstos no Código Penal 
• Arts. 138 (calúnia), 139 (difamação) e 140 (injúria), ressalvada a hipótese do art. 
145 e parágrafo único, bem como disposto na Súmula 714 do STF. 
• Art. 161, § 1º, incisos I e II – Alteração de limites (se não usar de violência e a 
propriedade for particular). 
• Art. 163, caput, inciso IV do parágrafo único e art. 164 c/c art. 167 (crime de dano) 
• Art. 179 e parágrafo único – fraude à execução 
• Art. 184, caput – violação de direito autoral 
• Art. 236 - induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento 
• Art. 345 (exercício arbitrário das próprias razões – VIII Exame da OAB) 
 
28 
2.8 Procuração com poderes especiais 
Na peça, importante mencionar, na parte do preâmbulo e qualificação, que a queixa-crime 
está instruída com instrumento de procuração com poderes especiais (art. 44 do CPP). 
 DICA MISSIONEIRA... SE ESQUECER, FUJA DAS GALÁXIAS! 
 
 
Na peça queixa-crime, é fundamental, na parte do preâmbulo (qualificação e base legal), 
seja feita referência à procuração com poderes especiais, e ao artigo 44 do CPP. 
 
No XV Exame representou 0,30 pontos: 
 
Item 3.2 – Existência de Procuração com poderes 
especiais de acordo com o artigo 44 do CPP em 
anexo ou menção acerca de sua existência no corpo 
da qualificação. (0,30) 
0,00/ 0,30 
 
 
 
2.9 Valor indenizatório mínimo 
Além disso, deve ser feita referência ao disposto no art. 387, IV, do CPP, que dispõe sobre 
a fixação do valor mínimo para a indenização da vítima. 
 
https://ceisc.com.br/LINK_PODCAST_AQUI
29 
2.10 Estruturação da Queixa-crime: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE... (se crime da competência da Justiça Estadual) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DA 
SEÇÃO JUDICIÁRIA DE... (se crime da competência da Justiça Federal)1 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO... DO JUIZADO ESPECIAL 
CRIMINAL DA COMARCA DE... (se a infração for de menor potencial ofensivo – Lei 
9.099/95) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO DA VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER DA COMARCA DE...2 
 
 
 FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., 
CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado3..., por seu procurador infra-assinado, 
com procuração com poderes especiais em anexo, vem, respeitosamente, à presença de 
Vossa Excelência, oferecer QUEIXA-CRIME, com base nos artigos 30, 41 e 44, todos do 
Código de Processo Penal, e artigo 100, § 2º, do Código Penal, contra CICLANO DE TAL, 
nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., CPF..., endereço eletrônico..., residente 
e domiciliado... , pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos. 
 
I) TEMPESTIVIDADE 
A presente queixa-crime é tempestiva, pois oferecida dentro do prazo de 6 
meses, previsto no artigo 38 do Código de Processo Penal e artigo 103 do Código Penal4. 
 
 
1 Art. 109, CF – competência da justiça federal. 
2 Se se tratar de crime de ação penal privada praticado contra a mulher no contexto de violência doméstica e familiar, como, por 
exemplo, marido praticar injúria (art. 140 CP) contra a esposa. 
3 Não inventar dados, apenas utilizar o fornecido no enunciado. 
4 Considerando a exigência da tempestividade na peça do 35º Exame, sugerimos fazer menção ao prazo para oferecimento da 
queixa-crime. 
30 
II) DOS FATOS5 
1º parágrafo: localizar (data, hora, local) e verbo nuclear do tipo; 
2º parágrafo: descrever como foi praticado o delito; 
3º parágrafo: eventuais agravantes, causas de aumento de pena ou qualificadoras; 
 
III) DO DIREITO 
Mencionar o fato e atribuir o respectivo tipo penal. 
 
IV) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer o querelante: 
a) o recebimento da queixa-crime; 
b) a citação do querelado; 
c) produção de provas, com a oitiva das testemunhas arroladas; 
d) a procedência do pedido, com a consequente condenação do querelado nas penas 
dos artigos... do CP; 
e) a fixação de valor mínimo de indenização, nos termos do artigo 387, IV, do CPP. 
 
 ROL DE TESTEMUNHAS (somente dados fornecidos no enunciado) 
A) Fulano de tal... 
B) Fulano de tal... 
Nestes termos, 
pede deferimento. 
 
Local..., data... 
Advogado... 
OAB... 
 
 
5 Deve-se narrar o fato criminoso de forma clara, objetiva e detalhada, com todas suas circunstâncias, sem inventar dados e 
somente reproduzir o enunciado da questão. 
31 
Observações: 
a) Se for ajuizada a queixa-crime perante o Juizado Especial Criminal, formular pedido também 
de designação de audiência preliminar ou de conciliação, conforme constou no XV Exame, 
quando caiu queixa-crime. 
b) Como regra, a competência para processar e julgar os crimes contra a honra será do Juizado 
Especial Criminal (pois a pena máxima é a do crime de calúnia e não supera 2 anos), seguindo 
o rito lá disposto. 
c) Contudo, havendo concurso de crimes entre calúnia e difamação e/ou injúria, bem como causa 
de aumento de pena que resultem na pena superior a dois anos, a queixa-crime não será 
oferecida perante o Juizado Especial Criminal, mas perante a Vara Criminal, e, nesse caso, deve-
se formular pedido de audiência de reconciliação, nos termos do artigo 520 do CPP. 
d) Jamais esquecer de apresentar o rol de testemunhas (sem inventar nomes e dados. Colocar 
somente os fornecidos pelo enunciado). 
 
Assista como resolver a peça queixa-crime 
 
 
 
 
 
 
2.11 Questões sobre queixa-crime 
5) QUESTÃO 2 – XXXIII EXAME 
Bernardo, em 31 de dezembro de 2018, com a intenção de causar dano à loja de Bruno, seu 
inimigo, arremessou uma pedra na direção de uma janela com mosaico, que tinha valor 
significativo de mercado. Ocorre que, no momento da execução do crime, Bernardo errou o 
arremesso e a pedra acabou por atingir Joana, funcionária que passava em frente à loja e que 
não tinhasido percebida, causando-lhe lesões corporais que a impossibilitaram de trabalhar por 
50 dias. A janela restou intacta. No momento do crime, não foi identificada a autoria, mas, após 
investigação, em 04 de março de 2019, foi descoberto que Bernardo seria o autor do arremesso. 
https://ceisc.com.br/ead/aula/944/265684/10485
32 
O Ministério Público iniciou procedimento em face de Bernardo imputando-lhe o crime de lesão 
corporal de natureza culposa, figurando como vítima Joana, que apresentou representação 
quando da descoberta do autor. Bruno, revoltado com o ocorrido, contratou um advogado, 
conferindo-lhe procuração com poderes gerais, constando o nome do ofendido e do ofensor. O 
procurador apresenta queixa-crime, em 02 de julho de 2019, imputando a prática do crime de 
tentativa de dano a Bernardo. Ao tomar conhecimento da queixa-crime, Bernardo o procura, 
como advogado. Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) 
de Bernardo, responda aos questionamentos a seguir. 
A) Qual argumento de direito processual poderá ser apresentado em busca da rejeição da 
queixa-crime apresentada? Justifique. 
B) Qual argumento de direito material a ser apresentado para questionar o delito imputado 
na queixa-crime? Justifique. 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
https://ceisc.com.br/ead/curso/aulas_categoria/944/10846
33 
Citação 
 
 
Aula prevista para ocorrer ao vivo no dia 02/03/2023. 
 
Prof. Nidal Ahmad 
@prof.nidal 
 
3.1 Da citação 
a) Citação pessoal 
Não sendo caso de rejeição da denúncia, deve o juiz recebê-la, determinando, a seguir, a 
citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias, se não 
for o caso de suspensão condicional do processo (previsto no artigo 89 da Lei 9.099/95 ). 
No processo penal, a regra é citação pessoal e por mandado, observando-se os requisitos 
do art. 351, 352 e 357 CPP. 
b) citação por hora certa 
Se o réu se oculta para não ser citado, o artigo 362 prevê a possibilidade de citação por 
hora certa, oportunidade em que o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação 
com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 
1973 - Código de Processo Civil. 
Todavia, a partir da entrada em vigor do novo CPC, a citação por hora certa na esfera 
penal segue o procedimento previsto nos artigos 252 a 254 do CPC. Assim, quando, por 2 (duas) 
vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o 
encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em 
sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora 
que designar. 
Nos termos do artigo 253 do Novo CPC, no dia e na hora designados, o oficial de justiça, 
independentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou à residência do citando a 
fim de realizar a diligência. Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará 
34 
informar-se das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha 
ocultado em outra comarca, seção ou subseção judiciárias. 
A citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa da família ou o vizinho que 
houver sido intimado esteja ausente, ou se, embora presente, a pessoa da família ou o vizinho 
se recusar a receber o mandado. 
Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com qualquer pessoa da 
família ou vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome. 
O oficial de justiça fará constar do mandado a advertência de que será nomeado curador 
especial se houver revelia. 
Conforme o artigo 254 do CPC, feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de 
secretaria enviará ao réu, executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data 
da juntada do mandado aos autos, carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de 
tudo ciência. 
c) Citação por edital 
Na hipótese de o réu encontrar-se em local incerto e não sabido, a citação será feita por 
edital, suspendendo-se o processo e o prazo prescricional se o réu não comparecer ou não 
nomear advogado, conforme artigo 366 CPP. A citação por edital somente será possível quando 
se esgotarem todas as possibilidades de localizar o réu. 
Ressalta-se: somente quando o réu for citado pessoalmente e não apresentar resposta à 
acusação é que o juiz poderá nomear um defensor para realizar a defesa técnica e continuar o 
processo. Se não for caso de citação pessoal, mas citação por edital, deve-se aplicar a regra do 
art. 366 do CPP, suspendendo-se o processo e a prescrição. 
 
 
 
 
 
 
35 
CUIDADO: 
 
Nos termos da Súmula 415 do STJ, “O período de suspensão do prazo prescricional é 
regulado pelo máximo da pena cominada”. 
Ou seja, na hipótese de um crime com pena máxima de 02 anos o prazo prescricional é de 
04 anos. Com o recebimento da denúncia, o prazo de prescrição é interrompido, passando 
a correr novamente o prazo de 04 anos. Considere que entre o recebimento da denúncia e 
a decretação da suspensão do processo e do prazo prescricional (em decorrência da 
citação por edital) tenha se passado 06 meses. A ação ficará suspensa por 04 anos se o 
réu não for localizado. Findo o período de suspensão, o prazo prescricional volta a correr 
pelos 03 anos e 06 meses restantes. Ao término deste período, deverá ser decretada extinta 
a punibilidade do réu pela prescrição da pretensão punitiva. 
 
A ausência de citação ou vícios insanáveis no ato citatório constitui causa de nulidade 
absoluta do processo. 
3.2 Questões sobre citação e rejeição da denúncia 
6) QUESTÃO 3 – XXXIV EXAME 
Carla, funcionária de determinado estabelecimento comercial, inseriu, em documento particular, 
informação falsa acerca da data de determinado serviço que teria sido prestado pela empresa, 
em busca de prejudicar direito de terceiro, sendo realmente a inserção da informação de sua 
responsabilidade. Descobertos os fatos pelo superior hieráquico de Carla, foi apresentada notitia 
criminis em desfavor da funcionária, que veio a ser denunciada como incursa nas sanções penais 
do Art. 298 do Código Penal (falsificação de documento particular). No momento da citação, o 
Oficial de Justiça compareceu ao endereço fornecido pelo Ministério Público, sendo que 
constatou, na primeira vez que foi ao local, que Carla lá residia, mas que estava se ocultando 
para não ser citada. Diante disso, certificou tal fato e foi determinada a citação por edital pelo 
magistrado. Carla é informada do teor do edital por uma amiga que trabalhava no Tribunal de 
Justiça e procura você, como advogado(a), para prestar assistência jurídica. 
Responda, na condição de advogado(a) de Carla, considerando apenas as informações 
expostas, aos seguintes questionamentos. 
A) A citação de Carla foi realizada de forma válida? Justifique. (Valor: 0,60) 
36 
B) Qual o argumento de direito material a ser apresentado para questionar a capitulação 
delitiva? Justifique. (Valor: 0,65) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação ou transcrição do 
dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
 
7) QUESTÃO 1 – 36º EXAME 
Ana Beatriz foi denunciada pelo Ministério Público pela prática dos crimes de falsificação de 
documento particular (Art. 298 do CP) e estelionato (Art. 171 do CP), em concurso material (Art. 
69 do CP), por ter obtido vantagem patrimonial ilícita às custas da vítima Rita (pessoa civilmente 
capaz e mentalmente sã, à época com 21 anos de idade), induzindo-a e mantendo-a em erro, 
mediante meio fraudulento. Segundo narra a denúncia, em julho de 2020 Ana Beatriz falsificou 
bilhete de loteria premiado e o vendeu para Rita por metade do valor do suposto prêmio, 
alegando urgência em receber valor em espécie parapoder custear cirurgia da sua filha. Rita, 
envergonhada, não procurou as autoridades públicas para solicitar a apuração dos fatos. A 
denúncia foi oferecida ao Juízo competente em dezembro de 2020. 
Sobre a hipótese, responda aos itens a seguir. 
A) Qual é a tese jurídica de mérito que pode ser invocada pela defesa técnica de Ana 
Beatriz? Justifique. (Valor: 0,65) 
B) Qual é a tese jurídica processual que pode ser invocada pela defesa técnica de Ana 
Beatriz? Justifique. (Valor: 0,60) 
Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
https://ceisc.com.br/ead/curso/aulas_categoria/944/10846
https://ceisc.com.br/ead/curso/aulas_categoria/944/10846
37 
Teoria do dolo e culpa 
Prof. Nidal Ahmad 
@prof.nidal 
4.1 Do crime doloso 
4.1.1 Dolo direto 
No dolo direto, o agente quer o resultado e desenvolve uma conduta voltada a produção 
desse resultado. Aplica-se aqui a teoria da vontade. 
Exemplo: o agente desfere golpes de faca na vítima com intenção de matá-la. O dolo se 
projeta de forma direta no resultado morte. 
 
4.1.2 Dolo eventual 
Em relação ao dolo eventual, adota-se a teoria do consentimento ou assentimento, inserta 
na expressão “assumiu o risco de produzi-lo”, encartada no artigo 18, I, do Código Penal. 
Ocorre o dolo eventual quando o sujeito assume o risco de produzir o resultado, isto é, 
admite e aceita o risco de produzi-lo. No dolo eventual, o agente não quer o resultado (se 
desejasse, seria dolo direto), mas, mesmo prevendo a realização do resultado, segue em diante 
na sua conduta assumindo o risco de produzi-lo. No dolo eventual, o agente representa como 
possível o resultado não desejado, mas assume o risco de provocar lesão a um bem jurídico, 
seguindo em diante com a sua conduta, revelando, assim, conformismo com a produção do 
evento. 
Tomemos como exemplo a conduta do agente que, pretendendo a morte do seu desafeto, 
efetua um disparo em sua direção, mesmo visualizando que se encontrava conversando com 
uma pessoa bem próxima a ele. O agente prevê que também pode atingir a outra pessoa, mas 
segue em diante na sua conduta, assumindo o risco de errar o disparo contra o seu desafeto e 
atingir a outra pessoa, sendo-lhe indiferente quanto ao resultado que possa ser produzido em 
relação ao terceiro. Se efetuar disparos matando o seu desafeto e também a outra pessoa, o 
agente responderá por dois crimes de homicídio: o primeiro, a título de dolo direto; o segundo, a 
título de dolo eventual. 
Assim, no dolo eventual, o agente, embora não deseje diretamente o resultado, age com 
indiferença e desprezo na sua produção, aceitando a sua ocorrência. Prefere arriscar-se a 
38 
produzi-lo a se abster e cessar a sua conduta. Age, pois, com dolo eventual, o agente que ofende 
a integridade física de mulher grávida, ciente do seu adiantado estado gravídico, causando-lhe 
o aborto. Note-se que o agente não quer o resultado, pois se desejasse, agiria com dolo direto, 
mas prevê como possível o aborto e mesmo assim segue em diante com a sua conduta, 
assumindo o risco de interromper a gravidez com a morte do feto. 
 
4.2 Do crime culposo 
4.2.1 Conceito 
Extrai-se do artigo 18, inciso II, do Código Penal, que, no crime culposo, o agente 
desenvolve uma conduta voluntária, produzindo, no entanto, um resultado involuntário (não 
querido ou aceito pelo agente), mas que lhe era previsível (culpa inconsciente) ou 
excepcionalmente previsto (culpa consciente) e poderia ser evitado se empregasse a cautela 
necessária. 
Via de regra, os tipos penais culposos não descrevem a conduta, limitando-se a apontar 
que determinado delito é culposo. Trata-se de um tipo penal aberto, sendo, por isso, necessário 
empregar um juízo de valor acerca da conduta do agente. Ex: homicídio culposo, previsto no 
artigo 121, § 3º, CP. 
Nesse sentido, se determinado delito não prevê a modalidade culposa, o fato praticado 
será atípico. 
Exemplo: O crime de dano (art. 163 do Código Penal) não prevê a modalidade culposa. 
Logo, causar, por negligência ou imprudência, dano a patrimônio alheio constitui fato atípico. 
 
4.2.2 Elementos do crime culposo 
E São elementos do fato típico culposo: a) Conduta humana voluntária; b) Inobservância 
do dever de cuidado objetivo c) Resultado involuntário; d) Nexo de causalidade; e) Previsibilidade 
objetiva; f) Ausência de previsão; g) Tipicidade. 
 
a) Conduta humana voluntária 
No crime culposo, o agente desenvolve uma conduta voluntária, agindo, porém, sem o 
dever de cuidado objetivo. O resultado produzido é involuntário. 
Tomemos como exemplo alguém que, atrasado para realizar uma prova na faculdade, 
imprime velocidade excessiva em seu veículo, vindo, em razão disso, a atropelar uma pessoa, 
39 
causando-lhe a morte. A finalidade do agente, sem dúvida, era lícita (chegar no local da prova). 
Contudo, os meios utilizados para alcançar essa finalidade foram inadequados, uma vez que, 
para chegar ao local da prova, imprimindo alta velocidade na condução de veículo automotor, 
não observou o dever de cuidado objetivo, atropelando e causando a morte de uma pessoa. 
Note-se que a conduta voluntária do agente foi desenvolvida para alcançar uma finalidade 
lícita, gerando, no entanto, um resultado involuntário. 
 
b) Inobservância do dever de cuidado objetivo 
As pessoas, durante as relações de convívio social, devem observar as regras básicas de 
cuidado e cautela. Essas regras gerais de cuidado decorrem da vedação de condutas capazes 
de gerar riscos a bem jurídico alheio além do que se reputa razoável tolerar. 
De fato, as regras de convívio social impõem às pessoas o dever de cautela para não 
atingir bem jurídico alheio. Por isso, quem se arriscar a realizar, por exemplo, conduta 
imprudente, sobrevindo um resultado típico, incorrerá na prática de crime culposo. 
 
c) Resultado involuntário 
Ao desvalor da ação voluntária, acrescenta-se o desvalor do resultado involuntário, mas 
produzido em decorrência da inobservância do dever de cuidado objetivo. 
Como nos crimes culposos a conduta voluntária é dotada de finalidade lícita, afigura-se 
imprescindível a produção de um resultado naturalístico. Isso porque, se é voltada a uma 
finalidade lícita, a conduta do agente constitui um indiferente penal, razão pela qual se mostra 
necessário a produção de um resultado involuntário para caracterizar o crime culposo. 
 
d) Nexo de causalidade 
O crime culposo depende de um resultado naturalístico, já que se trata de crime material. 
E, em se tratando de crime material, exige-se, para a adequada tipificação, o nexo causal entre 
a conduta voluntária descuidada e o resultado involuntário. 
 
e) Previsibilidade objetiva 
É a possibilidade de uma pessoa comum, com diligência e prudência inerente à média da 
população, prever a incidência de determinado resultado. Trata-se da previsibilidade daquilo que 
se convencionou chamar de homem médio, considerando-se o grau de atenção e cuidado 
exigido das pessoas de mediana inteligência. 
40 
A previsibilidade do resultado é aferida a partir de um juízo de valor, comparando a 
conduta desenvolvida pelo agente com a de um homem médio. 
Assim, se realizar uma conduta sem prever o resultado, mas uma pessoa comum, com 
prudência e inteligência mediana, inerente à generalidade dos indivíduos, teria a possibilidade 
de prever, o agente terá agido, se presentes os demais elementos, com culpa, uma vez que, nas 
circunstâncias, desenvolveu uma conduta sem prever o resultado que era previsível. 
Esse juízo de valor deve ser realizado considerando as circunstâncias do caso concreto, 
considerando a postura de um homem médio nas mesmas condições em que o agente se 
encontrava. Ou seja, a análise não deve levar em conta qualquer homem médio, mas a 
possibilidade de antever o resultado nas mesmas circunstâncias e condições em que o agente 
estava

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