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PNEUMONIA NA INFÂNCIA Sabrina Angheben DEFINIÇÃO ● Consiste na inflamação do parênquima pulmonar ● Causas ○ Infecciosas ○ Aspiração ○ Reação de hipersensibilidade ○ Pneumonite por drogas e radiação EPIDEMIOLOGIA ● ⅓ da mortalidade infantil é decorrente de infecções respiratórias agudas ● Após a introdução da pneumo 10 no calendário de imunizações (2010), houve redução das infecções por pneumococo ○ Possui 10 sorotipos de S. pneumoniae ○ Conjugada com H. influenzae, toxóide tetânico e diftérico ○ Esquema 2 meses + 4 meses + reforço aos 12 meses ● Atualmente os sorotipos mais comuns são os não contidos na vacina ○ 3, 6A e 19A ETIOLOGIA MISTO Viral + bacteriana 50% VÍRUS 50-70% VSR A Influenza Parainfluenza Adenovírus Rinovírus 67% Cerca de 2-3% das infecções respiratórias agudas evoluem para pneumonia BACTÉRIAS CAUSADORAS ● Streptococcus pneumoniae ○ É a mais comum, no geral ● Haemophilus influenzae ○ Menos comum após a vacinação ● Streptococcus do grupo A ○ Comumente após complicação de pneumonia viral por sarampo e varicela ● Mais comum em imunocomprometidos e intra-hospitalar ○ Staphylococcus aureus ○ Enterobactérias RECÉM NASCIDOS: ● Primeiras 48h ○ Sepse neonatal precoce ○ Fatores de risco ■ Corioamnionite ■ RPMO ○ Agentes mais comuns ■ Streptococcus agalactiae (B) ■ E. coli ■ Listeria monocytogenis principal causador é bacteriano ● Após 48h ○ Sepse neonatal tardia ○ Fatores de risco ■ Prematuridade ■ Tempo de IOT ○ Agente hospitalares ■ S. aureus ■ S. epidermidis coagulase - ■ Enterococcus ATÉ 3 MESES ● Pneumonia afebril do lactente ○ Pneumonia atípica relacionada a bactérias da secreção vaginal materna ○ Relacionada com parto normal ■ Chlamydia trachomatis ■ Ureaplasma urealyticum >3 MESES ● Streptococcus pneumoniae ● S. aureus FATORES DE RISCO PARA PNM ● Idade <5 anos ● Baixo peso ao nascer ● Prematuridade ● Ausência de AME nos primeiros 6 meses ● Frequentar creche ● Vacinação incompleta para pneumococo e hemófilo ● Desnutrição ● Comorbidades associadas FISIOPATOLOGIA ● IVAS viral ○ Ocorre disseminação para VAI por continuidade ● Evolução ○ Lesão do epitélio respiratório → Acúmulo de debris celulares e muco → Obstrução da via aérea ○ Altera secreção mucosa, atividade ciliar e microbiota ■ Predispõe a infecções bacterianas QUADRO CLÍNICO IVAS - Coriza nasal - Tosse - Febre Pneumonia típica Pneumonia atípica PNEUMONIA TÍPICA ● Febre alta ● Prostração ● Taquipneia ● Desconforto respiratório ● Tosse mais produtiva ● Dor abdominal ○ Derrame pleural ○ Pneumonia em base PNEUMONIA ATÍPICA ● Mycoplasma pneumoniae ○ Otite → miringite bolhosa ■ Bolhas em MT ■ Dor súbita intensa ■ Redução audição ○ Exantema maculopapular ○ Eritema multiforme ○ Artralgia ● Chlamydophila pneumoniae ○ Precedida por faringite ■ 1-4 semanas QUADRO CLÍNICO ● Estertores ● Redução do murmúrio vesicular ● Frêmito toracovocal ○ Aumentado → consolidação ○ Reduzido → derrame pleural ● Percussão ○ Sinal de Signorelli → macicez ■ Derrame pleural SINAIS DE GRAVIDADE ● Desconforto respiratório ● Hipoxemia: Sat O2 <92% ● Cianose ou palidez ● Alteração do nível de consciência: sonolência ou agitação ● Sinais de toxemia CLASSIFICAÇÃO ● Não grave ○ SEM desconforto respiratório + SEM sinal de perigo ● Grave ○ COM desconforto respiratório + SEM sinal de perigo ● Muito grave ○ COM desconforto respiratório + COM sinal de perigo ● FR >60 ripm ● Febre alta ● Sibilância ● Estridor de repouso ● Letargia ou irritabilidade ● Recusa do seio materno >3x ● Vômitos incoercíveis ● Convulsão DIAGNÓSTICO CLÍNICO 1 2 3 TAQUIPNEIA EXAME FÍSICO SUGESTIVO HISTÓRIA CLÍNICA COMPATÍVEL LABORATORIAIS ● Hemograma ● PCR ● Pesquisa de agente etiológico ○ PCR ○ Hemocultura ○ Swab nasofaríngeo ○ Sorologias RX TÓRAX ○ Sinais de gravidade ○ Dúvida diagnóstica ○ Falha do tratamento empírico - Consolidações - Broncoaerogramas - Hiperinsuflação - Espessamento peribrônquico - Atectasias CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO ● IDADE <6 meses ● Apneia ou TAQUIPNEIA >=70 irpm ● HIPOXEMIA <=92% ou cianose central ● Sonolência ou convulsões ● Desconforto respiratório importante ● Má aceitação oral do medicamento ● Falha no tratamento ambulatorial ● PNEUMONIA COMPLICADA ● Doença grave concomitante TRATAMENTO AMBULATORIAL ● Indicação: pneumonia não grave ● ATB empírico ○ 7-10 dias ● Sintomáticos ● Orientar sinais de alerta ○ Piora do desconforto ○ Má aceitação oral do medicamento ○ Persistência de febre após 72h ● 2 meses aos 5 anos ○ Amoxacilina 50 mg/kg/dia 12/12h OU 8/8h ○ Amoxacilina-clavulanato ● Suspeita de pnm atípica ○ Macrolideos ○ Azitromicina 10 mg/kg/dia, 1x dia por 5 dias TRATAMENTO HOSPITALAR ● Oxigenoterapia se <92% ● Reposição volêmica ● SNG e hidratação EV ● Manutenção de decúbito elevado ● Antibioticoterapia ○ Associação de macrolídeo ○ Ampicilina + gentamicina ○ Ceftriaxona ○ Penicilina cristalina REFERÊNCIAS OBRIGADA!