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NOÇÕES BÁSICAS DE FARMACOLOGIA
Unidade II
5 FÁRMACOS ANTI-INFLAMATÓRIOS QUE ATUAM NO TRATO RESPIRATÓRIO 
5.1 Anti-inflamatórios
O processo inflamatório é uma resposta tecidual desencadeada por danos aos tecidos vivos. 
A resposta inflamatória é um mecanismo de defesa que evoluiu em organismos superiores 
para protegê-los de infecções e lesões. Seu objetivo é localizar e eliminar o agente prejudicial 
e remover componentes de tecido danificados para que o organismo possa se regenerar ou 
cicatrizar. A resposta consiste em mudanças no fluxo sanguíneo, aumento da permeabilidade 
dos vasos sanguíneos e migração de fluidos, proteínas e glóbulos brancos (leucócitos) da 
circulação para o local do dano tecidual. Uma resposta inflamatória que dura apenas alguns 
dias é chamada de inflamação aguda, enquanto uma resposta de maior duração é referida 
como inflamação crônica.
Embora a inflamação aguda seja geralmente benéfica, muitas vezes, causa sensações 
desagradáveis, como a dor ou prurido (nas picadas de insetos). O desconforto geralmente é 
temporário e desaparece quando a resposta inflamatória termina. Mas, em alguns casos, a 
inflamação pode causar danos. A destruição do tecido pode ocorrer quando os mecanismos 
regulatórios da resposta inflamatória são defeituosos ou há incapacidade de remover o tecido 
danificado e quando há presença de substâncias estranhas ao organismo. Em outros casos, 
uma resposta imune inadequada pode dar origem a uma resposta inflamatória prolongada e 
prejudicial. Os exemplos incluem reações alérgicas ou de hipersensibilidade, em que um agente 
ambiental, como o pólen, que normalmente não representa ameaça para o indivíduo, estimula a 
inflamação e reações autoimunes, nas quais a inflamação crônica é desencadeada pela resposta 
imune do corpo contra seus próprios tecidos.
Os fatores que podem estimular a inflamação incluem microgarnismos, agentes físicos, produtos 
químicos, respostas imunológicas inapropriadas e morte de tecidos. Agentes infecciosos como vírus e 
bactérias são alguns dos estímulos mais comuns da inflamação. Os vírus originam inflamação ao entrar 
e destruir células do corpo; as bactérias liberam substâncias chamadas de endotoxinas que podem iniciar 
a inflamação. Traumas físicos, queimaduras, radiações e congelamento podem danificar os tecidos e 
também causar inflamação, como podem produtos químicos corrosivos, como ácidos, álcalis e agentes 
oxidantes. Conforme mencionado acima, as respostas imunológicas com defeito podem incitar a uma 
resposta inflamatória inadequada e prejudicial. A inflamação também pode resultar quando os tecidos 
morrem por falta de oxigênio ou nutrientes, uma situação que, muitas vezes, é causada pela perda de 
fluxo sanguíneo para a área danificada.
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Unidade II
O processo inflamatório costuma desencadear os seguintes sinais ou sintomas: vermelhidão (rubor), 
calor, inchaço (tumor) e dor. A vermelhidão é causada pela dilatação de pequenos vasos sanguíneos 
na área da lesão. O calor resulta do aumento do fluxo sanguíneo através da área e é experimentado 
apenas em partes periféricas do corpo, como a pele. A febre é provocada por mediadores químicos da 
inflamação e contribui para o aumento da temperatura na lesão. O inchaço, chamado edema, é causado 
principalmente pela acumulação de fluido fora dos vasos sanguíneos. A dor associada à inflamação 
resulta em partes pela compreensão dos tecidos causada por edema e também é induzida por certos 
mediadores químicos da inflamação, como bradicinina, serotonina e prostaglandina.
FOSFOLIPASE A2: enzima que quando ativada por 
um estímulo lesivo libera o ácido aracdônico na 
membrana celular para o citoplasma
PROSTACICLINA
(vasodilatação e inibição da 
agregação plaquetária)
PROSTAGLANDINAS
(sensibilidade exagerada à 
dor, febre, vasodilatação, 
inibição da agregação 
plaquetária, inibição da 
secreção de ácido gástrico, 
aumento da secreção 
gástrica de muco)
Membrana celular fosfolipídica
Estímulo lesívo Ácido aracdônico
Mediadores inflamatórios (endoperóxidos)
TROMBOXANO
(agregação plaquetária e 
vasoconstrição)
CICLOOXIGENASE (COX-1 e COX-2): enzimas 
que vão transformar o ácido aracdônico nos 
mediadores inflamatórios
Figura 10 – Descrição do processo inflamatório e seus mediadores químicos (cascata de inflamação)
 Lembrete
A inflamação é parte da resposta biológica complexa dos tecidos 
corporais aos estímulos prejudiciais, como patógenos, células 
danificadas ou irritantes e envolve células imunes, vasos sanguíneos 
e mediadores moleculares.
5.1.1 Analgésicos
Um fármaco analgésico é qualquer membro do grupo de drogas usadas para alcançar analgesia, 
alívio da dor. Os fármacos analgésicos atuam de várias maneiras nos sistemas nervoso periférico e 
central. Eles são distintos dos anestésicos, que afetam temporariamente e, em alguns casos, eliminam 
completamente a sensação de dor. Os analgésicos incluem o paracetamol (conhecido na América do 
Norte como acetaminofeno ou simplesmente Apap), os antiinflamatórios não esteroides (Aines), como 
os salicilatos e os medicamentos opióides, como a morfina e a oxicodona.
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NOÇÕES BÁSICAS DE FARMACOLOGIA
A escolha do analgésico a ser utilizado no tratamento deve-se levar em consideração, a gravidade e 
a resposta a outros medicamentos. A escolha analgésica também é determinada pelo tipo de dor: para 
a dor neuropática, os analgésicos tradicionais são menos efetivos, e muitas vezes se beneficiam das 
classes de medicamentos que normalmente não são considerados analgésicos, como antidepressivos 
tricíclicos e anticonvulsivantes.
5.1.2 Antipiréticos
Fármacos antipiréticos são substâncias que reduzem a febre. Os antipiréticos fazem com que o 
hipotálamo não aumente a temperatura corpórea em resposta a presença da prostaglandina. O 
corpo então trabalha para diminuir a temperatura, o que resulta em redução da febre. A maioria dos 
medicamentos antipiréticos tem outros propósitos. Os antipiréticos mais comuns nos Estados Unidos 
são ibuprofeno e aspirina, que são anti-inflamatórios não esteroides (Aines) usados principalmente 
como analgésicos, mas que também possuem propriedades antipiréticas. E paracetamol, um analgésico 
com propriedades anti-inflamatórias fracas.
Há algum debate sobre o uso adequado de tais medicamentos, pois a febre é parte da resposta 
imune do organismo à infecção. Um estudo publicado pela Royal Society alega que a supressão da febre 
causa pelo menos 1% mais casos de morte por gripe, o que resultaria em pelo menos 700 mortes extras 
por ano apenas nos Estados Unidos.
5.1.3 Anti-inflamatórios não esteroidais (Aines)
Os Aines são um grupo de fármacos quimicamente heterogêneo que se diferenciam na sua 
atividade antipirética, analgésica e anti-inflamatória. Eles atuam principalmente inibindo as enzimas 
ciclo-oxigenases (COX) que catalisam o primeiro estágio da biossíntese de prostaglandinas. Essa inibição 
leva à redução da síntese de prostaglandinas que pode ter um efeito benéfico na diminuição dos sintomas 
inflamatórios e indesejados no sistema cardiovascular, como riscopotencial grave de trombose, infarto 
do miocárdio e derrame. No organismo humano estão descritos dois tipos de COXs: tipo 1 e tipo 2. 
A COX-1 é encontrada principalmente durante o processo inflamatório e a COX-2 é encontrada em 
muitos tecidos constitutivos como nas células parietais do estômago. Os principais agentes Aines estão 
descritos a seguir:
• Ácido acetilsalicílico (AAS): o As é o protótipo dos Aines tradicionais e aprovado nos Estados 
Unidos desde 1939. 1 – Mecanismo de ação: atua na acetilação irreversível (e dessa forma 
inativando) a COX. A metabolização do AAS leva a formação do ácido salicílico que possui ação 
anti-inflamatória, antipirética e analgésica. Os efeitos antipiréticos e anti-inflamatórios dos 
salicilatos são devidos ao bloqueio da síntese de prostaglandinas no centro termorregulador do 
hipotálamo e nos sítios-alvo da periferia. 2 – Indicação: os derivados do ácido acetilsalicílico 
são utilizados no tratamento de gota, febre reumatoide, osteoartrite e artrite reumatoide. Estes 
fármacos também são usados para tratar condições comuns que requerem analgesia (cefaleia, 
artralgia e mialgia) devido aos seus efeitos anti-inflamatórios, analgésicos e antipiréticos. 
O AAS é utilizado topicamente no tratamento de acne, calosidades, calos ósseos e verrugas. 
Outra utilização desse fármaco é na inibição da aglutinação plaquetária. Assim, doses baixas do 
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AAS são empregadas profilaticamente para reduzir os riscos de ataques isquêmicos transitórios, 
acidente vascular encefálico, reduzir os riscos de infarto do miocárdio recorrente e o risco 
cardiovascular em pacientes submetidos a certos procedimentos de revascularização. 3 – Efeitos 
adversos: o AAS pode desencadear inúmeras reações adversas entre elas no trato gastrointestinal 
com irritação epigástrica, náuseas, êmese e sangramento; no sistema circulatório pode provocar 
sangramentos e por isso deve ser descontinuado uma semana antes de procedimentos cirúrgicos; 
atua no sistema respiratório e nervoso e pode provocar depressão respiratória, acidose respiratória 
e metabólica.
• Derivados do ácido propiônico: nesta categoria encontram-se os fármacos ibuprofeno, naproxeno, 
fenoprofeno e cetoprofeno.
• Derivados do oxicam: nessa família tem-se o piroxicam e o meloxicam.
• Derivados do ácido heteroarila acético: são exemplos de fármacos dessa classe diclofenaco e 
cetorolaco.
• Inibidores seletivos da COX-2: os principais fármacos dessa categoria são a nimesulida, o celecoxibe 
e o etoricoxibe.
• Paracetamol. 1 – Mecanismo de ação: o paracetamol inibe a síntese de prostaglandina no sistema 
nervoso central. Isso explica suas propriedades antipiréticas e analgésicas. Apresenta pouca 
atividade pelas COXs nos tecidos periféricos o que contribui para seu fraco efeito anti-inflamatório. 
O paracetamol não afeta os componentes sanguíneos e não é considerado AINE. 2 – Indicação: 
substituto para os efeitos analgésicos e antitérmicos do AAS nos pacientes com problemas gástricos. 
É moderado analgésico e antipirético e é o fármaco de escolha para tratamento por infecções 
virais ou varicela em crianças. Não interagem com os medicamentos utilizados no tratamento 
da gota como outros Aines. 3 – Efeitos adversos: é um fármaco relativamente seguro nas doses 
terapêuticas, mas raramente podem acontecer eritema cutâneo e reações alérgicas. Em altas doses 
pode ocorrer necrose tubular renal grave. Também pode desencadear necrose hepática. Em casos 
de intoxicações hepáticas por paracetamol é recomendado o uso de acetilcisteína. Em pacientes 
que precisam ser tratados com altas doses de paracetamol faz-se necessário o monitoramento 
periódico das enzimas hepáticas no sangue.
 Observação
O salicilato de sódio foi usado para tratar a febre reumática como 
agente antipirético e no tratamento da gota em 1875. O enorme sucesso do 
fármaco levou à produção do ácido acetilsalicílico. Depois de demonstrado 
seus efeitos anti-inflamatórios, este medicamento foi introduzido na 
Medicina em 1899 por Dresser, com o nome de aspirina, imortalizando o 
seu nome para sempre na história da medicina.
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5.1.4 Anti-inflamatórios esteroidais (AIES)
Os AIEs são uma classe de corticosteróides, derivados de hormônios esteroides. Os corticoides 
fazem parte do mecanismo de feedback no sistema imunológico que reduz certos aspectos da função 
imune, como a inflamação. Eles são, portanto, utilizados em medicina para tratar doenças causadas 
por um sistema imune hiperativo, como alergias, asma, doenças autoimunes e sepse. Os AIEs têm 
diversos efeitos (pleiotrópicos), incluindo efeitos colaterais potencialmente nocivos, e, como resultado, 
raramente são vendidos no balcão. Eles também interferem em alguns dos mecanismos anormais em 
células cancerígenas, portanto são usados em altas doses para tratar câncer. Isso inclui efeitos inibitórios 
sobre a proliferação de linfócitos, como no tratamento de linfomas e leucemias e a mitigação dos efeitos 
colaterais de drogas anticancerígenas. Os AIEs afetam células por ligação ao receptor de glicocorticoide.
Os corticóides são distinguidos dos mineralocorticóides e esteroides sexuais por seus receptores 
específicos, células-alvo e efeitos. Em termos de termos técnicos, o “corticosteroide” refere-se tanto 
aos glicocorticoides como aos mineralocorticóides (uma vez que ambos são imitadores de hormônios 
produzidos pelo córtex adrenal), mas é frequentemente usado como sinônimo de “glicocorticoide”. 
Os glicocorticoides são produzidos principalmente na zona fasciculata do córtex adrenal, enquanto 
os mineralocorticóides são sintetizados na zona glomerulosa. O cortisol (ou hidrocortisona) é o 
glicocorticóide humano mais importante. É essencial para a vida, e regula ou suporta uma variedade 
de funções cardiovasculares, metabólicas, imunológicas e homeostáticas importantes. Vários 
glicocorticóides sintéticos estão disponíveis. Estes são amplamente utilizados na prática médica geral 
e inúmeras especialidades, quer como terapia de reposição na deficiência de glicocorticoide ou para 
suprimir o sistema imunológico.
Os glicocorticoides são potentes anti-inflamatórios, independentemente da causa da inflamação; 
não só reprimem a resposta imune, mas também inibem os dois principais produtos de inflamação, 
prostaglandinas e leucotrienos. Eles inibem a síntese de prostaglandinas ao nível da fosfolipase A2, bem 
como ao nível da ciclooxigenase.
Fosfolipídeos de 
membrana
Ácido araquidônico
Prostaglandinas Tromboxano
FOSFOLIPASE A2
CICLOOXIGENASE-1
CICLOOXIGENASE-2
Anti-inflamatórios 
esteroidais: 
prednisona, 
dexametasona
Anti-inflamatórios 
não esteroidais: 
indometacina, 
aspirina rofecoxib
Figura 11 – Síntese de prostaglandinas e tromboxano a partir do ácido 
araquidônico e locais de ação dos anti-inflamatórios esteroidais e não esteroidais
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Os AIEs comercializados como anti-inflamatórios são muitas vezes formulações tópicas, tais como 
pulverizações nasais para rinite ou inaladores para asma. Esses preparativos têm a vantagem de afetar 
apenas a área visada, reduzindo assim os efeitos colaterais ou potenciais interações. Nesses casos, os 
principais compostos utilizados são beclometasona, budesonida, fluticasona, mometasona e ciclesonida. 
Para rinite,são utilizados sprays. Para a asma, os glicocorticoides são administrados como inalantes 
com um inalador de pó com dose medida ou com pó seco. A seguir, apresentamos lista dos principais 
fármacos utilizados como AIEs:
Tabela 1 – Classificação dos fármacos anti-inflamatórios esteroidais
Nome Potencial como AIEs Ação Mineralocorticoide Meia vida (h)
Hidrocortisona 1 1 8
Cortisona 0,8 0,8 8
Prednisona 4 0,8 16-36
Dexametasona 80 0 36-54
Betametasona 30 0 36-54
Fluticortisona 15 200 -
Efeitos adversos
Os Aies atualmente utilizados atuam de forma não seletiva, de modo que, a longo prazo, podem prejudicar 
muitos processos anabolizantes saudáveis. Para evitar isso, muitas pesquisas foram focadas recentemente na 
elaboração de medicamentos com glicocorticoides de ação seletiva. Os efeitos adversos incluem:
• Imunodeficiência.
• Hiperglicemia devido ao aumento da gliconeogênese, resistência à insulina e tolerância à glicose 
(“diabetes esteroide”). Atenção em pacientes com diabetes mellito.
• Maior fragilidade da pele, contusões fáceis.
• Balanço de cálcio negativo devido à redução da absorção intestinal de cálcio.
• Osteoporose induzida por esteroides: redução da densidade óssea (osteoporose, osteonecrose, 
maior risco de fratura, reparação mais fraca da fratura).
• Ganho de peso devido ao aumento da deposição de gordura visceral e truncal (obesidade central) 
e estimulação do apetite.
• Hipercortisolemia com uso prolongado ou excessivo (também conhecida como síndrome de 
Cushing exógena).
• Diminuição da memória e déficits de atenção.
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• Insuficiência adrenal (se for usada por muito tempo e parar de repente).
• Destruição de músculo e tendão (proteólise), fraqueza, massa muscular reduzida e redução na 
reparação tecidual.
• Lipomatose dentro do espaço peridural.
• Efeito excitador no sistema nervoso central (euforia, psicose).
• Anovulação, irregularidade dos períodos menstruais.
• Falha no crescimento, puberdade tardia.
• Aumento dos aminoácidos plasmáticos, aumento da formação de ureia, balanço de 
nitrogênio negativo.
• Glaucoma devido ao aumento da pressão ocular.
Em doses elevadas, a hidrocortisona (cortisol) e os glicocorticoides com potência mineralocorticoide 
apreciável também podem exercer um efeito mineralocorticoide. Os efeitos de mineralocorticoides 
podem incluir retenção de sal e água, expansão do volume de fluido extracelular, hipertensão, depleção 
de potássio e alcalose metabólica.
5.2 Fármacos que atuam no trato respiratório
As principais doenças que afetam o trato respiratório são a asma, a rinite alérgica e a doença 
pulmonar crônica obstrutiva (DPOC). Cada uma dessas condições pode estar associada com tosse 
incoercível, que pode ser a única queixa do paciente. A asma é uma doença crônica caracterizada 
por vias aéreas hiper-responsivas, que afetam milhões de pacientes (7% da população brasileira), 
resultando anualmente em 1 milhão de atendimentos de emergência, 150 mil hospitalizações e 3 mil 
mortes por ano. A DPOC, que inclui enfisema e bronquite crônica, pode afetar mais de 12 milhões de 
pessoas no Brasil. A rinite alérgica, caracterizada por olhos lacrimejantes, prurido, rinorreia e tosse 
não produtiva é uma condição extremamente comum que diminui a qualidade de vida segundo os 
pacientes. A tosse é uma defesa respiratória importante contra os agentes irritantes e é citada como a 
principal razão pela qual os pacientes procuram cuidados médicos. A tosse coercível pode representar 
diversas etiologias, como resfriado, sinusite ou doença respiratória crônica subjacente.
5.2.1 Antiasmáticos
A asma é uma doença das vias aéreas caracterizada por episódios de broncoconstrição aguda, 
causando encurtamento da respiração, tosse, tensão torácica, respiração ruidosa e rápida. Esses 
sintomas agudos podem resolver espontaneamente com exercícios de relaxamento não farmacológico 
ou com fármacos de alívio rápido, como um agonista beta-2 adrenérgico de ação curta. A asma é 
uma doença crônica com fisiopatologia inflamatória subjacente que, se não tratada, pode evoluir em 
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remodelação das vias aéreas, resultando em agravamento e incidência de exacerbações e/ou morte. 
Mortes decorrentes de asma são relativamente infrequentes, mas a morbidade significativa resulta em 
altos custos de atendimento e ambulatorial, numerosas hospitalizações e redução na qualidade de vida.
O tratamento da asma consiste em dois objetivos: redução do agravamento e redução do risco. 
A redução do agravamento significa diminuir a intensidade e a frequência dos sintomas e o grau de 
limitações que o paciente apresenta devido a estes sintomas. A redução do risco significa diminuir os 
resultados adversos associados à asma e ao seu tratamento.
Trato respiratório superior
Trato respiratório inferior
Cavidade nasal
Faringe
Laringe
Traqueia
Brônquio principal
Pulmão
Figura 12 – Trato respiratório
Os fármacos utilizados no tratamento das doenças respiratórias podem ser aplicados topicamente 
na mucosa nasal, inalados ou administrados por via oral ou parenteral para a absorção sistêmica. Os 
métodos de aplicação local, como nebulizadores ou inaladores, são preferidos, pois o fármaco atinge 
o tecido-alvo e minimiza os riscos sistêmicos. Os objetivos do tratamento da asma são diminuir a 
intensidade e a frequência dos sintomas e o grau de limitações que o paciente apresenta devido a esses 
sintomas. Todos os pacientes necessitam de medicação de alívio rápido para tratar de sintomas agudos. 
O tratamento farmacológico para controle de longo prazo objetiva reverter e prevenir a inflamação das 
vias aéreas. As principais classes terapêuticas estão listadas a seguir:
• Modificadores de leucotrieno: os principais fármacos desta categoria são o montelucaste 
e o zafirlucaste. Os leucotrienos são produzidos a partir do ácido araquidônico pela via da 
5-lipoxigenase e parte da cascata inflamatória. Os leucotrienos atuam no recrutamento dos 
eosinófilos e neutrófilos, além de promover contração dos músculos lisos dos bronquíolos, 
aumentar a permeabilidade endotelial e promover a secreção de muco. 1 – Mecanismo de ação: 
o montelucaste e o zafirlucaste atuam como antagonistas seletivos do receptor de leucotrieno. 
2 – Indicação: esses fármacos são aprovados para prevenir os sintomas da asma. Eles não devem 
ser utilizados em situações em que é necessária a broncodilatação imediata. Os antagonistas 
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de leucotrieno também podem atuar na prevenção do broncoespasmo induzido pelo exercício. 
3 – Efeitos adversos: ocorre elevação das enzimas hepáticas exigindo monitorização periódica e 
interrupção do tratamento se houver aumento das enzimas hepáticas no soro mais que 3 vezes 
os valores normais. Outros efeitos incluem cefaleia e dispepsia.
• Cromolina. 1 – Mecanismo de ação: é um anti-inflamatório profilático que inibe a desgranulação 
e a liberação de histaminas dos mastócitos. 2 – Indicação: é um tratamento alternativo contra 
a asma leve persistente. Contudo, não é útil no manejo dos ataques agudos da asma, pois não 
é broncodilatador. 3 – Efeitosadversos: são mínimos, mas podem surgir tosse, irritação e gosto 
desagradável.
• Antagonistas colinérgicos: são exemplos de fármacos utilizados nesta classe o ipratrópio e 
tiotrópio. 1 – Mecanismo de ação: os anticolinérgicos bloqueiam a contração dos músculos lisos 
das vias aéreas e a secreção de mudo mediadas pelo nervo vago. 2 – Indicação: são indicados 
para pacientes que possuem baixa tolerância a outros broncodilatadores durante os episódios de 
asma. Oferecem vantagens terapêuticas sobre os demais broncodilatadores durante o tratamento 
de crises agudas de asma em emergências. 3 – Efeitos adversos: xerostalmia e gosto amargo. Esses 
efeitos estão relacionados a efeitos locais.
• Teofilina. 1 – Mecanismo de ação: a teofilina é um broncodilatador que promove o alívio das 
vias aéreas na asma crônica. Possui atividade anti-inflamatória, embora o mecanismo ainda não 
esteja esclarecido. 2 – Indicação: antigamente, a teofilina foi a base do tratamento da asma, 
sendo amplamente substituída pelos agonistas adrenérgicos e corticosteroides devido a janela 
terapêutica estreita. 3 – Efeitos adversos: os principais efeitos adversos relatados são convulsões 
e arritmias potencialmente fatais. Apresenta numerosas interações medicamentosas.
• Omalizumabe. 1 – Mecanismo de ação: este fármaco é um anticorpo monoclonal que se 
liga seletivamente a imunoglobulina E (IgE) diminuindo a ligação do IgE ao seu receptor na 
superfície dos mastócitos e basófilos. A ligação do omalizumabe ao IgE impede, portanto, a 
liberação de histamina e de outros mediadores inflamatórios. 2 – Indicação: é indicado para o 
tratamento de asma persistente de moderada a grave em pacientes que são mal controlados 
com o tratamento convencional. 3 – Efeitos adversos: seu uso é limitado devido ao alto custo e 
a administração subcutânea e os efeitos adversos mais prevalentes são artralgias e urticárias.
• Beta-2 agonistas adrenérgicos: essa classe terapêutica é dividida em fármacos de alívio rápido e 
fármacos para controle a longo prazo.
Tabela de asma e tratamento
• Alívio rápido (salbutamol e levossalbutamol): os beta-2 agonistas de curta duração (BACAs) 
tem rápido início de ação (5 minutos) e proporcionam alívio durante 4 horas. 1 – Mecanismo 
de ação: esses fármacos promovem broncodilação significativa com poucos efeitos indesejáveis 
de estimulação dos outros receptores adrenérgicos. 2 – Indicação: os BACAs não têm efeitos 
anti-inflamatórios e são usados no tratamento sintomático do broncoespasmo e dão alívio 
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rápido na broncoconstrição aguda. Todos os pacientes asmáticos devem fazer uso de um BACA. 
3 Efeitos adversos: taquicardia, hiperglicemia, hipopotassemia, hipomagnesemia e tremores dos 
músculos esqueléticos.
• Controle por longo prazo (salmeterol e formoterol): são beta-2 agonistas de longa duração 
(BALAs) e são parecidos quimicamente com o salbutamol. Promovem broncodilatação por 
12 horas. 1 – Mecanismo de ação: são semelhantes aos BACAs possuem apenas tempo de meia 
vida maior. 2 – Indicação: não devem ser empregados como monoterapia e nem para alívio 
rápido durante o ataque de asma aguda. São considerados úteis como tratamento auxiliar para 
esse controle. 3 – Efeitos adversos: são similares aos efeitos adversos dos BACAs.
• Corticosteroides (CSIs): Os CSIs são fármacos de escolha para controle de longo prazo em 
pacientes com algum grau de asma persistente e estão nesta categoria os fármacos prednisolona, 
metilprednisolona, prednisona, beclometasona, budesonida, mometasona e fluticasona. 
1 – Mecanismo de ação: Os CSIs inibem a liberação de ácido araquidônico por meio da 
inibição da fosfolipase A2, produzindo assim efeito anti-inflamatório direto nas vias aéreas. 
O mecanismo detalhado já foi apresentado anteriormente. Não afetam diretamente o músculo 
liso das vias aéreas. Ao contrário, os CSIs inalados visam diretamente a inflamação subjacentes 
das vias aéreas, diminuindo a cascata inflamatória, revertendo o edema da mucosa, diminuindo 
a permeabilidade dos capilares e inibindo a liberação de leucotrienos. Após algum período de 
administração os CSIs diminuem a responsividade das vias aéreas aos alérgenos como irritantes, 
ar frio e exercício. 2 – Indicação: nenhuma outra medicação é tão eficaz no tratamento da 
asma crônica em longo prazo que os CSIs tanto em crianças como em adultos. Devem ser 
usados regularmente para obter a máxima eficácia. A asma grave e persistente pode exigir o uso 
de glicocorticoides oral. 3 Efeitos adversos: candidíase orofarígea, rouquidão. Pode apresentar 
efeitos sistêmicos semelhantes a outros CSIs.
Quadro 4 – Resumo dos fármacos que agem no trato respiratório
Medicação Indicação
Levossalbutamol Asma, DPOC
Salbutamol Asma, DPOC
Salmeterol Asma, DPOC
Formoterol Asma, DPOC
Beclometasona Rinite alérgica, asma, DPOC
Budesonida Rinite alérgica, asma, DPOC
Ciclesonida Rinite alérgica
Fluticasona Rinite alérgica, asma, DPOC
Mometasona Rinite alérgica, asma
Ipratrópio Rinite alérgica, DPOC
Tiotrópio DPOC
Montelucaste Asma, rinite alérgica
Zafirlucaste Asma
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Azelastina Rinite alérgica
Cetirizina Rinite alérgica
Desloratadina Rinite alérgica
Fexofenadina Rinite alérgica
Loratadina Rinite alérgica
Fenilefrina Rinite alérgica
Oximetazolina Rinite alérgica
Pseudoefedrina Rinite alérgica
Benzonatato Supressor de tosse
Codeína Supressor de tosse
Dextrometorfano Supressor de tosse
Guaifenesina Expectorante
Cromalina Asma, rinite alérgica
Teofilina Asma
Adaptado de: Whalen, Finkel, Panavelil (2016).
5.2.2 Antialérgicos
A rinite alérgica, também conhecida como febre do feno, é um tipo de inflamação no nariz que 
ocorre quando o sistema imune reage em excesso aos alérgenos no ar. Sinais e sintomas incluem um 
nariz entupido, espirros, olhos vermelhos, pruridos e inchaço ao redor dos olhos. O líquido do nariz 
geralmente é claro. O início do sintoma é geralmente em poucos minutos após a exposição e pode afetar 
o sono, a capacidade de trabalhar e a capacidade de se concentrar na escola. Aqueles cujos sintomas são 
devidos ao pólen geralmente desenvolvem sintomas durante épocas específicas do ano. Muitas pessoas 
com rinite alérgica também têm asma, conjuntivite alérgica ou dermatite atópica.
A rinite alérgica geralmente é desencadeada por alérgenos ambientais, como pólen, pelos, poeira ou 
mofo. A genética hereditária e as exposições ambientais contribuem para o desenvolvimento de alergias. 
Crescer em uma fazenda e ter múltiplos irmãos diminui o risco. O mecanismo subjacente envolve 
anticorpos IgE associados ao alérgeno e causa a liberação de substâncias químicas inflamatórias, como a 
histamina dos mastócitos. O diagnóstico geralmente é baseado em uma história médica em combinação 
com um teste cutâneo ou exames de sangue para anticorpos IgE específicos para alérgenos. Esses testes, 
no entanto, às vezes são falsamente positivos. Os sintomas das alergias se assemelham aos do resfriado 
comum; no entanto, eles geralmente duram mais de duas semanas e tipicamente não incluem febre. 
Dentre as opções de medicamentos para tratamento da rinite alérgica estão:
• Anti-histamínicos (fexofenadina, loratadina, desloratadina, cetirizina, azelastina). 1 – Mecanismo 
de ação: são antagonistas dos receptores H1 de histamina que estão constitutivamente distribuídos 
pelo organismo. Dessa forma, a histamina liberada pelos mastócitos durante a crise alérgica não 
produzirá os efeitos histamínicos da inflamação. 2 – Indicação: os anti-histamínicos são úteis no 
manejodos sintomas de rinite alérgica causada pela liberação de histamina (espirros, rinorreia 
aquosa e prurido nasal e ocular). Contudo, são menos eficazes na prevenção dos sintomas do 
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que no tratamento após o aparecimento dos sintomas. A combinação de anti-histamínicos com 
descongestionantes nasais tem uma eficácia maior. 3 – Efeitos adversos: os efeitos mais comuns 
são sedação e efeitos anticolinérgicos.
• Corticosteroides intranasais: (beclometasona, budesonida, fluticasona, ciclesonida, mometasona 
e triancinolona).
• Agonista alfa adrenérgicos: são também chamados de descongestionantes nasais e incluem a 
fenilefrina e a oximetazolina.
5.3 Terapêutica da DPOC
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é um tipo de doença pulmonar obstrutiva 
caracterizada por fluxo de ar insuficiente a longo prazo. Os principais sintomas incluem falta 
de ar e tosse com produção de escarro. A DPOC é uma doença progressiva, o que significa que 
tipicamente piora ao longo do tempo. Eventualmente, as atividades diárias, como subir de escada, 
tornam-se difíceis. Bronquite crônica e enfisema são termos mais antigos usados para diferentes 
tipos de DPOC. O termo bronquite crônica ainda é usado para definir uma tosse produtiva que está 
presente há pelo menos três meses por ano por dois anos.
O tabagismo é a causa mais comum de DPOC, com fatores como poluição do ar e genética 
desempenhando um papel menor. A exposição prolongada a estes irritantes provoca uma resposta 
inflamatória nos pulmões, resultando no estreitamento das pequenas vias aéreas e na lesão do 
tecido pulmonar. O diagnóstico é baseado no fluxo de ar pobre, conforme medido pelos testes 
de função pulmonar. Em contraste com a asma, a redução do fluxo de ar não melhora muito com 
o uso de um broncodilatador.
A maioria dos casos de DPOC pode ser prevenida através da redução da exposição a fatores de risco. 
Isso inclui diminuir as taxas de tabagismo e melhorar a qualidade do ar interior e exterior. Enquanto o 
tratamento pode retardar a piora, não há cura. Os tratamentos de DPOC incluem interrupção do tabagismo, 
vacinações, reabilitação respiratória e, muitas vezes, broncodilatadores e esteroides inalatórios. Algumas 
pessoas podem se beneficiar de oxigenoterapia a longo prazo ou transplante pulmonar. Naqueles que 
têm períodos de agravamento agudo, pode ser necessário um aumento no uso de medicamentos e 
hospitalização.
Em 2015, a DPOC afetou cerca de 174,5 milhões (2,4%) da população global. Geralmente ocorre em 
pessoas com mais de 40 anos independente do sexo. Ainda em 2015, a DPOC resultou em 3,2 milhões de 
mortes, contra 2,4 milhões de mortes em 1990. Mais de 90% dessas mortes ocorrem no mundo em 
desenvolvimento. Prevê-se que o número de mortes aumente ainda mais devido ao aumento das taxas de 
tabagismo no mundo em desenvolvimento e ao envelhecimento da população em muitos países.
Ainda não existe uma cura conhecida para a DPOC, mas os sintomas são tratáveis e sua progressão 
pode ser adiada. Os principais objetivos do tratamento são reduzir fatores de risco, gerenciar DPOC 
estável, prevenir e tratar exacerbações agudas e gerenciar doenças associadas. As únicas medidas que 
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foram mostradas para reduzir a mortalidade são a cessação do tabagismo e a administração de oxigênio 
suplementar. Parar de fumar diminui o risco de morte em 18%. Outras recomendações incluem vacinação 
contra a gripe uma vez por ano, vacinação pneumocócica uma vez a cada cinco anos e redução da 
exposição à poluição ambiental do ar. Naqueles com doenças avançadas, os cuidados paliativos podem 
reduzir os sintomas, com a morfina melhorando os sentimentos de falta de ar. A ventilação não invasiva 
pode ser usada para suportar a respiração. Fornecer às pessoas um plano de ação personalizado, uma 
sessão educacional e apoio ao uso de seu plano de ação em caso de exacerbação, reduz o número 
de visitas hospitalares e incentiva o tratamento precoce de exacerbações. Dentre os tratamentos 
farmacológicos incluem-se:
• Broncodilatadores: os broncodilatadores inalatórios são os principais medicamentos utilizados 
e resultam em um pequeno benefício geral. Existem dois tipos principais, β2 agonistas e 
anticolinérgicos; ambos existem em formas de ação prolongada e de ação curta. Eles reduzem a 
falta de ar, a sibilância e a limitação do exercício, resultando em uma melhoria da qualidade de 
vida. Não está claro se eles alteram a progressão da doença subjacente. Naqueles com doença 
leve, os fármacos de ação curta são recomendados conforme necessidade. Naqueles com doença 
mais grave, fármacos recomendados são de ação prolongada. Os fármacos de longa duração 
funcionam parcialmente melhorando a hiperinflação. Se os broncodilatadores de ação prolongada 
são insuficientes, então os corticosteróides inalados são tipicamente adicionados. No que diz 
respeito aos agentes de ação prolongada, não está claro se o tiotrópio (anticolinérgico de ação 
prolongada) ou agonistas beta de ação prolongada (BALAs) são melhores e pode valer a pena 
tentar cada um e continuar o que melhor funcionou. Ambos os tipos de agentes parecem reduzir 
o risco de exacerbações agudas em 15-25%. Ambos os tipos de fármacos já foram relatados acima 
quanto aos mecanismos de ação, indicações e efeitos adversos.
• Corticosteroides: os corticosteróides geralmente são usados na forma inalada, mas também 
podem ser usados como comprimidos para tratar e prevenir exacerbações agudas. Enquanto 
os corticosteroides inalados (CSIs) não mostraram benefício para pessoas com DPOC leve, eles 
diminuem as exacerbações agudas naqueles com doença moderada ou grave. Por si só, não têm 
efeito sobre a mortalidade global em um ano. Não está claro se eles afetam a progressão da 
doença. Quando usado em combinação com um BALA, eles podem diminuir a mortalidade em 
comparação com CSI ou BALA sozinho. Os fármacos dessa classe já foram apresentados quanto 
aos mecanismos de ação, indicações e efeitos adversos.
• Oxigenoterapia: consiste na administração de oxigênio suplementar. 1 – Mecanismo de ação: a 
falta do oxigênio em pacientes com DPOC é responsável pelos principais sintomas da patologia e 
sua reposição melhora os sinais clínicos. 2 – Indicação: é recomendado naqueles com baixos níveis 
de oxigênio em repouso (uma pressão parcial de oxigênio inferior a 50-55 mmHg ou saturações de 
oxigênio inferior a 88%). Nesse grupo de pessoas, diminui o risco de insuficiência cardíaca e morte, 
se usado 15 horas por dia e pode melhorar a capacidade de exercício das pessoas. Naqueles com 
níveis de oxigênio normais ou suavemente baixos, a suplementação de oxigênio pode melhorar a 
falta de ar quando administrada durante o exercício, mas pode não melhorar a falta de ar durante 
as atividades diárias normais ou afetar a qualidade de vida. 3 – Efeitos adversos: existe o risco 
de incêndios e pouco benefício quando os pacientes continuam a fumar. Nessa situação, não se 
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recomenda a sua utilização. Durante exacerbações agudas,muitos requerem oxigenoterapia; o uso 
de altas concentrações de oxigênio sem levar em conta as saturações de oxigênio de uma pessoa 
pode levar a níveis aumentados de dióxido de carbono e a piora dos resultados. Nos pacientes com 
alto risco de altos níveis de dióxido de carbono, recomenda-se saturações de oxigênio de 88-92%, 
enquanto que para aqueles sem esse risco, os níveis recomendados são de 94-98%
6 ANTIBIÓTICOS
Os antibióticos também são chamados de medicamentos antimicrobianos e usados nos tratamentos e 
prevenções de infecções. Eles podem matar ou inibir o crescimento de bactérias ou outros microrganismos. 
Um número limitado de antibióticos ainda possui atividade antiprotozoária. Os antibióticos não são 
eficazes contra vírus como o resfriado comum ou a gripe; as drogas que inibem vírus são chamadas 
de medicamentos antivirais. Às vezes, o termo antibiótico (que significa “vida oposta”) é usado para 
se referir a qualquer substância usada contra micróbios, sinônimo de antimicrobiano. Algumas fontes 
distinguem entre antibacteriano e antibiótico; antibacterianos são usados em sabões e desinfetantes, 
enquanto os antibióticos são usados como medicamento.
Os antibióticos revolucionaram a medicina no século XX. Com a vacinação, os antibióticos 
ocasionaram à quase erradicação de doenças como a tuberculose no mundo desenvolvido. No 
entanto, sua eficácia e fácil acesso também levaram ao seu uso excessivo, levando os microrganismos 
a desenvolver resistência. Isso levou a problemas generalizados, que fizeram a Organização Mundial da 
Saúde classificar a resistência antimicrobiana como uma “séria ameaça que não é mais uma previsão 
para o futuro, está acontecendo agora em todas as regiões do mundo e tem o potencial de afetar 
qualquer pessoa, de qualquer idade, em qualquer país”.
O tratamento antimicrobiano aproveita-se das diferenças bioquímicas que existem entre os 
microrganismos e os seres humanos. Os fármacos antimicrobianos são eficazes no tratamento de 
infecções, pois são seletivamente tóxicos, ou seja, eles têm capacidade de lesar ou matar os microrganismos 
invasores sem prejudicar as células do hospedeiro. Na maioria das situações, a toxicidade seletiva é 
relativa, em vez de absoluta, exigindo que a concentração do fármaco seja cuidadosamente controlada 
para atingir o microrganismo enquanto ainda está sendo tolerada pelo hospedeiro.
A caracterização do microrganismo é decisiva para selecionar o fármaco apropriado. Uma avaliação 
rápida da natureza do patógeno às vezes pode ser feita com base na coloração de Gram, que é 
particularmente útil na identificação da presença e das características morfológicas do microrganismo 
nos líquidos orgânicos que, em geral, são estéreis (sangue, soro, urina, líquor, pleural, sinovial e 
peritoneal). Entretanto, com frequência é necessário cultivar o microrganismo para chegar a um 
diagnóstico conclusivo e determinar a suscetibilidade aos antimicrobianos. Assim, é essencial obter uma 
amostra do microrganismo para cultura antes de iniciar o tratamento. De outra forma, seria inviável 
diferenciar se uma cultura negativa é devida à ausência de microrganismos, ou se é resultado dos efeitos 
antimicrobianos do fármaco administrado.
Os antibióticos são comumente classificados com base em seu mecanismo de ação, estrutura química 
ou espectro de atividade. Aqueles que visam a parede celular bacteriana (penicilinas e cefalosporinas), ou a 
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membrana celular (polimixinas), ou interferem com enzimas bacterianas essenciais (rifamicinas, lipiarmicinas, 
quinolonas e sulfonamidas) têm atividades bactericidas, ou seja, agem levando o microrganismo à morte. Os 
inibidores da síntese de proteínas (macrolídeos, lincosamidas e tetraciclinas) são geralmente bacteriostáticos, 
ou seja, impedem o crescimento e proliferação do microrganismo (com exceção dos aminoglicosídeos 
bactericidas). A categorização adicional é baseada na especificidade de seu destino. Os antibióticos de 
“espectro estreito” visam tipos específicos de bactérias, como gram-negativos ou gram-positivos, enquanto 
os antibióticos de amplo espectro afetam uma ampla gama de bactérias. Após uma interrupção de 40 anos 
na descoberta de novas classes de compostos antibacterianos, quatro novas classes de antibióticos foram 
trazidas para uso clínico no final dos anos 2000 e início de 2010: lipopeptídeos cíclicos (como daptomicina), 
glicilciclinas (como tigeciclina), oxazolidinonas (como linezolide) e lipiarmicinas (como a fidaxomicina). Neste 
livro-texto, optou-se por classificar os agentes antimicrobianos pela sua estrutura química, assim, a seguir, 
serão apresentadas as principais classes de antimicrobianos usadas na terapêutica
ATHF
PABA
Ribossomos
Membrana 
celular
Parede 
celular
– Isoniazida
– Anfotericina B
– Polimixina
– Fluoroquinolonas
– Rifampicina
– Tetracidinas
– Aminoglicosideos
– Macrolidos
– Clindamicina
– Cloranfenicol
– Linezolida
– β-lactâmicos
– Vancomicina
– Daptomicina
– Telavancina
– Fosfomicina
– Sulfonamidas
– Trimetoprima
Inibidores das funções 
da membrana celular
Inibidores da função ou 
síntese dos ácidos nucleicos
Inibidores da síntese 
de proteínas
Inibidores da síntese 
de parede celular
Inibidores do 
metabolismo
RNAm
DNA
Figura 13 – Classificação de alguns antibacterianos pelo seu local de ação. ATHF: 
ácido tetra-hidrofólico; PABA: ácido para-aminobenzoico
6.1 Antibacterianos
A terminologia antibacterianos se refere a fármacos que têm efeito sobre bactérias, sendo bactericidas 
ou bacteriostáticos. Em algumas situações esses fármacos podem também desencadear respostas em 
outros microrganismos.
6.1.1 Sulfonamidas
As sulfas raramente são prescritas como fármacos únicos, exceto em países em desenvolvimento, 
onde continuam sendo empregadas graças a seu baixo custo e à sua eficácia. Entre as sulfas utilizadas 
na terapêutica encontra-se a sulfametoxazol e o cotrimoxazol.
• Mecanismo de ação: em vários microrganismos, o ácido di-hidrofólico é sintetizado a partir do ácido 
para-aminobenzoico (PABA). Todas as sulfonamidas empregadas atualmente são análogos sintéticos 
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do PABA. Devido a sua semelhança estrutural com o PABA, elas competem com esse substrato pela 
enzima bacteriana, a di-hidropteroato sintase. As sulfas são consideradas bacteriostáticas.
• Indicação/espectro de ação: as sulfas são ativas contra infecções do trato urinário por 
Enterobactérias e Nocardia. Além disso, podem ser usadas se associadas a outros fármacos para o 
tratamento da toxoplasmose ou como antimalárica.
• Resistência: bactérias que conseguem obter o folato de ambiente são naturalmente resistentes 
às sulfonamidas. A resistência bacteriana pode ser adquirida pela transferência de plasmídeos 
ou por mutações aleatórias. A resistência em geral é irreversível e pode ser devida 1) à alteração 
da di-hipteroato sintase; 2) à diminuição da permeabilidade celular às sulfonamidas; 3) à maior 
produção o substrato natural, o PABA.
• Efeitos adversos: entre os principais efeitos adversos observados estão a cristalúrica (formação 
de cristais do fármaco nos rins), hipersensibilidade, distúrbios hematopoiéticos e icterícia 
nuclear (kernicterus).
Atualmente, assulfas são empregadas em associação com a trimetoprima, um inibidor da 
di-hidrofolato redutase bacteriana. Assim, tem eficácia maior que quando administrada isoladamente.
6.1.2 Betalactâmicos e inibidores da betalactamase
Os fármacos denominados de betalactâmicos são assim chamados devido ao fato de apresentarem 
em suas estruturas químicas um anel heterocíclico chamado de betalactâmico. Dentre os fármacos 
desta classe encontram-se as penicilinas, cefalosporinas, carbapenamas e monobactamas.
6.1.3 Penicilinas
As penicilinas estão entre os fármacos mais amplamente eficazes e também entre os menos tóxicos 
conhecidos, mas o aumento da resistência limitou o seu uso. Os membros dessa família diferem entre 
si apenas em uma porção da estrutura química, porém essa diferença afeta o espectro antimicrobiano, 
a estabilidade no suco gástrico, a hipersensibilidade cruzada e a suscetibilidade às enzimas bacterianas 
de degradação, conhecidas como betalactamases. Entre os fármacos desta família estão a amoxicilina, 
ampicilina, benzilpenicilina (penicilina G), dicloxacilina, oxacilina e ticarcilina.
• Mecanismo de ação: as penicilinas interferem na última etapa da síntese da parede bacteriana 
(transpeptidação ou ligações cruzadas), resultando em exposição da membrana osmoticamente 
menos estável. Então, a bactéria fica mais suscetível à lise celular, seja pela pressão osmótica, 
seja apela ativação de autolisinas. As penicilinas são eficazes em microrganismos que estão em 
crescimento rápido, que sintetizam a parede celular de peptidoglicano.
• Indicação/espectro de ação: o espectro das várias penicilinas é determinado, em parte pela sua 
capacidade de atravessar a parede celular da bactéria. Fatores que determinam a suscetibilidade 
a esses antimicrobianos incluem tamanho, carga e hidrofobicidade dos antimicrobianos. Em geral, 
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os microrganismos gram-positivos têm parede celular facilmente atravessadas pelas penicilinas 
e, por isso, na ausência de resistência, eles são susceptíveis a esses fármacos. Os microrganismos 
gram-negativos têm uma membrana lipolipopolissacarídica externa, que envolve a parede celular 
e atua como barreira contra penicilinas hidrossolúveis.
• Resistência: resistência natural ocorre em microgarnismos que não possuem parede celular de 
peptidoglicano ou que têm paredes impermeáveis a esses fármacos. A aquisição de resistência 
às penicilinas por betalactamases mediadas por plasmídeos tornou-se um problema clínico 
importante. A multiplicação dessas cepas resistentes aumenta a disseminação dos genes de 
resistência. Obtendo resistência por plasmídeo, a bactéria pode adquirir uma ou mais propriedades 
descritas a seguir, permitindo-lhe sobreviver na presença de antimicrobianos betalactâmicos. 
Dentre as formas de resistência estão a presença de betalactamases, enzimas capazes de destruir 
fármacos betalactâmicos; a diminuição da permeabilidade celular ao antimicrobiano ou alterações 
nos componentes da parede bacteriana como os peptidoglicanos.
• Efeitos adversos: dentre as principais reações adversas apresentadas pelas penicilinas estão 
hipersensibilidade, diarreia, nefrite, neurotoxicidade e toxicidade hematológica.
6.1.4 Cefalosporinas
As cefalosporinas são uma classe de antibióticos β-lactâmicos originalmente derivados do fungo 
Acremonium, que anteriormente era conhecido como Cephalosporium. Com cefamicinas, eles constituem 
um subgrupo de antibióticos β-lactâmicos chamados cefamas. As cefalosporinas foram descobertas em 
1945 pelo farmacologista italiano Giuseppe Brotzu e vendidas pela primeira vez em 1964.
• Mecanismo de ação: as cefalosporinas são bactericidas e têm o mesmo modo de ação que os 
outros antibióticos β-lactâmicos (como penicilinas), mas são menos suscetíveis às β-lactamases. As 
cefalosporinas perturbam a síntese da camada de peptidoglicano formando a parede celular bacteriana. 
A camada de peptidoglicano é importante para a integridade estrutural da parede celular.
• Indicação/espectro de ação: as cefalosporinas são classificadas de acordo com as gerações 
em primeira, segunda, terceira, quarta e avançada, com base principalmente no padrão de 
suscetibilidade bacteriana e resistência às betalactamases.
— Primeira geração: entre os fármacos desta geração estão a cefazolina, a cefodroxila e a cefalexina. 
São ativas contra gram-positivo estafilococos sensíveis à meticilina e estreptococos produtoras 
de penicilinase (embora não sejam as drogas de escolha para tais infecções). Não há atividade 
contra estafilococos resistentes à meticilina ou enterococos. Em gram-negativo tem 
atividade contra Proteus mirabilis, algumas Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae.
— Segunda geração: fazem parte desta geração a cefuroxima e a axetil cefuroxima. Tem ação 
sobre gram-positivo menor do que a primeira geração, porém agem em gram-negativo mais do 
que ele, entre elas em Haemophilus influenzae, Enterobacter aerogenes e algumas Neisserias.
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— Terceira geração: são integrantes desta geração a cefixima, ceftriaxona e ceftibuteno. Agem em 
gram-positivo, em especial em alguns membros deste grupo (em particular, aqueles disponíveis 
em uma formulação oral e aqueles com atividade antipseudomonal). Já em gram-negativas, as 
cefalosporinas de terceira geração possuem um amplo espectro de atividade e um aumento da 
atividade em relação aos organismos gram-positivos. Eles podem ser particularmente úteis no 
tratamento de infecções adquiridas no hospital, embora os níveis crescentes de betalactamases 
de espectro estendido estejam reduzindo a utilidade clínica desta classe de antibióticos. 
Eles também são capazes de penetrar no sistema nervoso central, tornando-os úteis contra 
a meningite causada por pneumococos, meningococos, H. influenzae e suscetíveis a E. coli, 
Klebsiella e N. gonorrhoeae resistentes à penicilina. Desde agosto de 2012, a cefalosporina de 
terceira geração, ceftriaxona, é o único tratamento recomendado para a gonorreia (além da 
azitromicina ou doxiciclina para o tratamento concomitante de Chlamydia). Cefixima já não 
é recomendado como tratamento de primeira linha devido a evidências de suscetibilidade 
decrescente. A atividade contra estafilococos e estreptococos é menor com os compostos de 
terceira geração do que com os compostos de primeira e segunda geração.
— Quarta geração: estão entre os membros desta geração a cefepima. São agentes do espectro 
estendido com atividade similar contra organismos gram-positivos como cefalosporinas de 
primeira geração. Eles também têm maior resistência às β-lactamases do que as cefalosporinas 
de terceira geração. Muitos podem atravessar a barreira hematoencefálica e são eficazes na 
meningite. Eles ainda são usados contra Pseudomonas aeruginosa.
— Quinta geração ou geração avançada: o ceftobiprole foi descrito como cefalosporina de quinta 
geração, embora a aceitação desta terminologia não seja universal. O ceftobiprole apresenta 
características antipseudomonais poderosas e parece ser menos suscetível ao desenvolvimento 
da resistência. A ceftarolina também foi descrita como cefalosporina de quinta geração, mas 
não tem cobertura antipseudomonal. Eftolozana é uma nova opção para o tratamento de 
infecções intra-abdominais complicadas (CIAI) e infecções do trato urinário. O ceftolozano é 
combinado com o inibidor de β-lactamasetazobactam, uma vez que as infecções bacterianas 
multirresistentes a fármacos geralmente apresentam resistência a todos os antibióticos de 
β-lactâmicos, a menos que esta enzima seja inibida.
• Resistência: os mecanismos de resistência bacteriana às cefalosporinas são essencialmente os 
mesmos descritos para as penicilinas.
• Efeitos adversos: incluem diarreia, náuseas, erupção cutânea, distúrbios eletrolíticos e dor, inflamação no 
local da injeção, vômitos, dor de cabeça, tonturas, candidíase oral e vaginal, colite pseudomembranosa, 
superinfecção, eosinofilia, nefrotoxicidade, neutropenia, trombocitopenia e febre.
6.1.5 Inibidores da betalactamase
As betalactamases são uma família de enzimas envolvidas na resistência bacteriana aos antibióticos 
betalactâmicos. Eles atuam quebrando o anel betalactâmico que permite que os antibióticos tipo 
penicilina funcionem. Estratégias para combater esta forma de resistência incluíram o desenvolvimento 
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de novos antibióticos betalactâmicos que são mais resistentes à clivagem e ao desenvolvimento da 
classe de inibidores enzimáticos denominados inibidores da betalactamase. Embora os inibidores 
de β-lactamase tenham pouca atividade antibiótica própria, impedem a degradação bacteriana de 
antibióticos betalactâmicos e, portanto, estendem a gama de bactérias afetadas.
Os inibidores de β-lactamase atualmente comercializados não são vendidos como drogas individuais. 
Em vez disso, eles são coformulados com um β-lactâmico que tem uma semivida sérica semelhante. Isto 
é feito não só para conveniência de dosagem, mas para minimizar o desenvolvimento da resistência que 
pode ocorrer como resultado da exposição variável a um ou outro medicamento. As principais classes 
de antibióticos β-lactâmicos utilizados para tratar infecções bacterianas gram-negativas incluem 
penicilinas (em ordem de resistência intrínseca à clivagem por β-lactamases), cefalosporinas de terceira 
geração e carbapenemas. As variantes individuais de β-lactamase podem atingir uma ou várias dessas 
classes de drogas, apenas um subconjunto será inibido por um determinado inibidor de β-lactamase. 
Os inibidores de β-lactamase expandem o espectro útil destes antibióticos de β-lactâmicos inibindo as 
enzimas de β-lactamase produzidas por bactérias para desativá-las. Entre eles estão ácido clavulânico ou 
clavulanato, geralmente combinado com amoxicilina (Augmentin) ou ticarcilina (Timentina); sulbactam, 
geralmente combinado com ampicilina (Unasyn) ou Cefoperazona (Sulperazon); tazobactam, geralmente 
combinado com piperacilina (Zosyn).
6.1.6 Tetraciclinas
A tetraciclina é um antibiótico usado para tratar uma série de infecções. Isso inclui acne, cólera, 
brucelose, peste, malária e sífilis.
• Mecanismo de ação: a tetraciclina inibe a síntese das proteínas bloqueando a ligação do 
aminoacil-tRNA carregado ao local A no ribossomo. A tetraciclina se liga à subunidade 30S 
dos ribossomos microbianos. Assim, impede a introdução de novos aminoácidos na cadeia de 
peptídeos nascente. A ação geralmente é inibitória e reversível após a retirada do fármaco. As 
células de mamíferos são menos vulneráveis ao efeito das tetraciclinas, apesar do fato de que 
a tetraciclina se liga à subunidade ribossômica pequena de ambos os procariotas e eucariotas 
(30S e 40S, respectivamente). Isso ocorre porque as bactérias acionam a tetraciclina ativamente 
em seu citoplasma, mesmo contra um gradiente de concentração, enquanto as células de 
mamífero não o fazem. Isso explica o efeito relativamente pequeno fora do local da tetraciclina 
em células humanas.
• Indicação/espectro de ação: as tetracicilinas são antimicrobianos eficazes contra uma ampla 
variedade de microrganismos, incluindo bactérias gram-positivas e gram-negativas, protozoários, 
espiroquetas, micobactérias e espécies atípicas.
• Resistência: a resistência natural às tetraciclinas mais frequente é uma bomba de efluxo que a 
expele para fora das células, impedindo assim, o seu acúmulo intracelular. Outros mecanismos de 
resistência às tetraciclinas incluem a inativação enzimática e produção de proteínas bacterianas 
que impedem a ligação da tetraciclina no ribossomo.
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• Efeitos adversos: os efeitos adversos mais comuns incluem vômitos, diarreia, erupção cutânea 
e perda de apetite, desenvolvimento dentário deficiente, se usado por crianças com menos de 
oito anos de idade, problemas renais e queimaduras solares. O uso durante a gravidez pode 
prejudicar o bebê.
6.1.7 Aminoglicosídeos
Os aminoglicosídeos são usados para tratamento de infecções graves decorrentes de bacilos 
gram-negativos aeróbicos. Contudo, sua utilidade clínica é limitada por graves efeitos tóxicos. O termo 
aminoglicosídeo se origina da sua estrutura: dois açúcares unidos por ligação glicosídica a um núcleo 
de hexose central. Os aminoglicosídeos são derivados de Streptomyces sp (tem sufixo micina) ou de 
Micromonospora sp. São exemplos de fármacos desta classe a estreptomicina, gentamicina e neomicina.
• Mecanismo de ação: os aminoglicosídeos difundem-se por meio de canais porina na membrana 
externa dos microgarnismos suscetíveis. Dentro das células, ele se fixa na subunidade ribossomal 
30S, onde interfere com a montagem do aparelho ribossomal funcional e causam a leitura incorreta 
do código genético pela subunidade 30S do ribossomo completo. Os antimicrobianos que atuam na 
inibição da síntese proteica são bacteriostáticos, porém os aminoglicosídeos são bactericidas.
• Indicação/espectro de ação: são eficazes contra a maioria dos bacilos aeróbicos gram-negativos, 
incluindo os que podem ser resistentes a múltiplos fármacos como Pseudomonas aeruginosa, 
Klebisiela pneumoniae e Enterobacter sp. Além disso, os aminoglicosídeos são associados com 
frequência a antibióticos betalactâmicos para obter efeito sinérgico.
• Resistência: a resistência aos aminoglicosídeos ocorre via 1) bomba de efluxo; 2) diminuição 
da captação; 3) modificação e inativação por síntese de enzimas associada a plasmídeos. Cada 
uma dessas enzimas tem sua própria especificidade, portanto, a resistência cruzada não pode 
ser presumida.
• Efeitos adversos: os principais efeitos adversos são ototoxicidade, nefrotoxicidade, reações 
alérgicas e paralisia neuromuscular.
6.1.8 Macrolídeos
Os macrolídeos são um grupo de antimicrobianos com uma estrutura lactona macrocíclica à qual 
estão ligados um ou mais açúcares. Dentre os fármacos desta classe estão a eritromicina, azitromicina, 
claritromicina e telotromicina.
• Mecanismo de ação: os macrolídeos são inibidores da síntese proteica. O mecanismo de ação dos 
macrolídeos é a inibição da biossíntese de proteínas bacterianas, eles impedem a elongação da 
cadeia polipetídica nos ribossomos de forma semelhante ao cloranfenicol, bem como inibindo 
a tradução ribossomal. Outro mecanismo potencial é a dissociação prematura do peptidil-tRNA 
do ribossomo. Os antibióticos macrolídeos fazem isso ligando-se reversivelmente ao local na 
subunidade 50S do ribossomo bacteriano. Essa ação é considerada bacteriostática.
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• Indicação/espectro de ação: os macrolídeossão usados para tratar infecções causadas por bactérias 
gram-positivas (por exemplo, Streptococcus pneumoniae) e limitadas gram-negativas (por 
exemplo, Bordetella pertussis, Haemophilus influenzae) e algumas infecções do trato respiratório 
e do tecido mole. O espectro antimicrobiano dos macrolídeos é ligeiramente maior do que o da 
penicilina e, portanto, eles são um substituto comum para pacientes com alergia à penicilina. 
Os estreptococos beta-hemolíticos, pneumococos, estafilococos e enterococos são geralmente 
suscetíveis a macrolídeos. Ao contrário da penicilina, os macrolídeos demonstraram ser eficazes 
contra Legionella pneumophila, micoplasma, micobactérias, Rickettsia e clamídia.
• Resistência: o principal meio de resistência bacteriana aos macrolídeos ocorre pela metilação 
pós-transcricional do ARN ribossômico bacteriano 23S. Essa resistência adquirida pode ser mediada 
por plasmídeo ou de maneira cromossômica, isto é, através de mutação, e resulta em resistência 
cruzada a macrolídeos. Outros dois tipos de resistência adquirida, raramente vistas, incluem a 
produção de enzimas inativadoras de drogas (esterases ou quinases), bem como a produção de 
proteínas de efluxo dependentes de ATP ativo que transportam o medicamento fora da célula.
• Efeitos adversos: irritação e motilidade gástricas, icterícia colestática e ototoxicidade.
 Lembrete
Macrolídeos não devem ser tomados com colchicina, pois podem 
levar à toxicidade da colchicina. Os sintomas da toxicidade da colchicina 
incluem distúrbios gastrointestinais, febre, mialgia, pancitopenia e 
insuficiência orgânica.
6.2 Antifúngicos
As doenças infecciosas causadas por fungos são denominadas micoses e, com frequência, 
são de natureza crônica. As infecções micóticas podem ser superficiais e envolver apenas a pele 
(micoses cutâneas), e outras podem penetrar a pele, causando infecções subcutâneas ou sistêmicas. 
As características dos fungos são tão singulares e diversas, sendo eucarionte com paredes celulares 
rígidas composta largamente de quitina ao invés de peptidoglicano. Além disso, a membrana do fungo 
contém ergosterol, em vez de colesterol, encontrado nas membranas de células de mamíferos. Essas 
características estruturais são úteis no direcionamento dos fármacos a serem empregados. A seguir 
estão categorizadas e sistematizadas as principais classes de antifúngicos utilizados na terapêutica.
6.2.1 Poliênicos
Um polieno é uma molécula com múltiplas ligações duplas conjugadas. Um antifúngico de 
polietileno é um polieno macrocíclico com uma região altamente hidroxilada no anel oposto ao sistema 
conjugado. Esta propriedade torna os antifúngicos de polietileno de caráter anfifílico. Os antimicóticos 
de polieno se ligam com esteróis na membrana celular fúngica, principalmente o ergosterol. Isso altera 
a temperatura de transição da membrana celular, colocando a membrana em um estado menos fluido, 
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mais cristalino. Como resultado, o conteúdo da célula, incluindo íons monovalentes (K+, Na+, H+ e Cl-) e 
pequenas moléculas orgânicas vazam do ambiente intracelular para o ambiente extraceluar, sendo essa 
a causa de morte do fungo.
As células animais contêm colesterol em vez de ergosterol e, portanto, são muito menos suscetíveis. 
No entanto, em doses terapêuticas, a anfotericina B pode ligar-se ao colesterol da membrana animal, 
aumentando o risco de toxicidade humana. A anfotericina B é nefrotóxica quando administrada por via 
intravenosa. À medida que a cadeia hidrofóbica de polieno é encurtada, a sua atividade de ligação ao 
esterol é aumentada. Portanto, uma redução adicional da cadeia hidrofóbica pode resultar em ligação 
ao colesterol, tornando-o tóxico para os animais. Os principais fármacos dessa classe são a anfotericina 
B e a nistatina.
• Anfotercina B: 1 – Mecanismo de ação: se liga ao ergosterol nas membranas plasmáticas das 
células dos fungos sensíveis. Ali ela forma poros (canais) que precisam de interações hidrofóbicas 
entre o segmento lipídico do antifúngico polieno e o esterol. O poro desorganiza a função da 
membrana, permitindo o vazamento de eletrólitos e pequenas moléculas. 2 – Indicação: é eficaz 
contra uma ampla variedade de fungos, incluindo Candida albicans, Histoplasma capsulatum, 
Cryptococus neoformans e várias cepas de Aspergillus. Também pode ser indicada no tratamento 
de infecções por protozoários (leishmaniose). 3 – Efeitos adversos: pode causar febres e calafrios, 
lesão renal, hipotensão e tromboflebites.
• Nistatina: 1 – Mecanismo de ação: sua estrutura química se assemelha à anfotericina B e apresenta 
o mesmo mecanismo de ação. 2 – Indicação: é usada para tratamento de infecções cutâneas e 
orais por Candida. A absorção por via oral é desprezível e não é usada por via parenteral devido a 
sua toxicidade. 3 – Efeitos adversos: são raros, pois não são absorvidos por via oral.
 Saiba mais
Para aprofundar seus estudos sobre a anfotericina B é recomendada a 
leitura do artigo a seguir:
ANVISA. Anfotericina B. União Química Farmacêutica Nacional S. A. 
Brasília, [s.d.]. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/
frmVisualizarBula.asp?pNuTransacao=9032052015&pIdAnexo=2892182.>. 
Acesso em: 17 dez. 2018.
6.2.2 Imidazólicos
Os antifúngicos azóis são feitos de duas classes diferentes de fármacos: imidazois e triazóis. Ainda 
que esses fármacos tenham mecanismos de ação e espectros similares, sua farmacocinética e seus usos 
terapêuticos variam significativamente. Em geral, os imidazois são administrados topicamente contra 
infeções cutâneas, ao passo que os triazois são usados por via sistêmica para o tratamento e profilaxia 
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de infecções fúngicas cutâneas ou sistêmicas. São fármacos pertencentes a essa classe o cetoconazol, 
miconazol, terconazol, fluconazol, itraconazol, voriconazol, entre outros.
• Mecanismo de ação: os azois são predominantemente fungistáticos. Eles inibem a biossíntese do 
ergosterol no fungo. Essa inibição desorganiza a estrutura e a função da membrana, o que, por 
sua vez, inibe o crescimento da célula fúngica.
• Indicação: são utilizados para tratamento de inúmeras infecções fúngicas, dentre elas a 
blastomicose, esporotricose, paracoccidioidomicose e histoplasmose.
• Efeitos adversos: incluem náuseas, vômitos, urticária, hipopotassemia, hipertensão, edema, 
cefaleia, hepatotoxicidade.
 Lembrete
Cetoconazol é um fármaco antimicótico ou antifúngico derivado 
do imidazol usado topicamente (creme, gel ou xampu). Descoberto nos 
anos 1980. Não se usa mais na forma oral por ser muito mais tóxico que 
outros antifúngicos.
6.2.3 Aliaminas
Os fármacos pertencentes a essa classe apresentam estuturas que se assemelham ao ergosterol. 
Entre os fármacos encontram-se a terbinafina, naftifina e butenafina.
• Mecanismo de ação: esses fármacos atuam inibindo a esqualeno epoxidase, bloqueando, assim a 
biossíntese do ergosterol, um componente essencial da membrana celular dos fungos. O acúmulo 
de quantidades tóxicas de esqualeno resulta em aumento da permeabilidade da membrana e 
morte da célula fúngica.
• Indicação: são ativas contra Trichophyton. Também pode ser eficaz contra Candida e Epidermophyton.
• Efeitos adversos: distúrbios gastrointestinais (diarreia, dispepsiae náuseas), cefaleia, urticária, 
distúbios visuais e de paladar.
6.2.4 Caspofunginas (equinocandinas)
A caspofungina foi o primeiro membro dos antifúngicos da classe das equinocandinas.
• Mecanismo de ação: inferem com a síntese da parede fúngica por inibir a síntese dos glicanos, 
levando à lise e à morte celular. Estão disponíveis para a administração, uma vez ao dia.
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• Indicação: apresentam atividade contra todos os Aspergillus e Candida, incluindo as cepas 
resistentes aos azóis.
• Efeitos adversos: é bem tolerada, podendo apresentar eventualmente efeitos adversos como 
febre, urticária, náuseas e flebite no local da injeção. Se infundida rapidamente, pode provocar 
vermelhidão sistêmica.
 Saiba mais
Para entender melhor os efeitos terapêuticos das caspofunginas é 
recomendado a leitura da bula ampliada que está disponível na página da 
ANVISA em: http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.
asp?pNuTransacao=29347362016&pIdAnexo=4357435.
6.2.5 Griseofulvina
A griseofulvina causa ruptura do fuso mitótico e inibição da mitose do fungo. Ela é amplamente 
substituída pela terbinafina oral para tratamento de onicomicose, embora continue em uso contra 
dermatofitoses de escalpo e de cabelos. A griseofulvina é fungistática e requer longa duração de 
tratamento. A duração do tratamento depende da velocidade de substituição da pele e das unhas. 
Preparações cristalinas ultrafinas são adequadamente absorvidas no trato gastrointestinal; a absorção 
aumenta com alimentos rico em gorduras. A griseofulvina se concentra na pele, nos pelos, nas unhas e 
nos tecidos adiposos. O uso de griseofulvina é contraindicado para gestantes.
6.3 Antiparasitários
Os antiparasitários são uma classe de medicamentos indicados para o tratamento de doenças parasitárias, 
como as causadas por helmintos, ameba, ectoparasitas, fungos parasitários e protozoários, entre outros. Os 
antiparasitários visam os agentes parasitários das infecções, destruindo-os ou inibindo seu crescimento; 
geralmente são efetivos contra um número limitado de parasitas dentro de uma determinada classe.
Os antiparasitários são medicamentos antimicrobianos que incluem antibióticos que visam as 
bactérias e os antifúngicos que atingem os fungos. Eles podem ser administrados por via oral, intravenosa 
ou tópica.
 
6.3.1 Fármacos usados contra os Nematódeos (Helminto)
Os Nematódeos são vermes redondos e alongados que possuem um sistema digestivo completo. Eles 
causam infecções no intestino, bem como no sangue e tecido.
• Mebendazol. 1 – Mecanismo de ação: o fármaco atua inibindo a montagem dos microtúbulos 
no parasita e bloqueando a captação de dextrose de modo irreversível. Os parasitas atingidos 
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são expelidos nas fezes. 2 – Indicação: o mebendazol é o fármaco de primeira escolha para o 
tratamento de infecções causadas por Trichuris (tricuro), Enterobius vermicularis, Necator 
americanus, Ancylostoma duodenale e Ascaris lumbricoides (lombriga). 3 – Efeitos adversos: 
incluem dores abdominais e diarreia. O mebendazol não pode ser usado por gestantes.
• Pamoato de pirantel. 1 – Mecanismo de ação: atua como fármaco despolarizante e bloqueador 
neuromuscular, causando liberação de acetilcolina, inibição da colinesterase e paralisia nos 
vermes. O verme paralisado se solta de sua fixação no trato intestinal e é expelido. 2 – Indicação: 
é eficaz no tratamento de infecções causadas por A. lumbricoides, E. vermicularis, N. americanus 
e A. duodenale. 3 – Efeitos adversos: náusea, vômito e diarreia.
• Ivermectina. 1 – Mecanismo de ação: atua nos receptores de canais de cloro disparados por 
glutamato. O influxo de cloreto aumenta e ocorre a hiperpolarização, resultando em paralisia 
e morte do helminto. 2 – Indicação: é o fármaco de escolha para o tratamento contra a larva 
migrans cutânea, a estrongiloidíase e a oncocercose. Também é útil no tratamento da pediculose 
(piolhos) e sarnas. 3 – Efeitos adversos: a morte da microfilária na oncocercose pode causar a 
perigosa reação de Mazzotti (febre, cefaleia, tontura, sonolência e hipotensão). A gravidade desta 
reação é proporcional à carga parasitária.
6.3.2 Fármacos usados contra Trematódeos (Helminto)
Os trematódeos (fascíolas) são vermes achatados em formato de folha e, geralmente caracterizados 
pelos tecidos que infectam, como fígado, pulmão, intestinos ou sangue.
• Praziquantel. 1 – Mecanismo de ação: a permeabilidade da membrana ao cálcio aumenta, causando 
contratura e paralisia do parasita. 2 – Indicação: é o fármaco de escolha para o tratamento de 
todas as formas de esquistossomose e infecções por cestóideos (teníase). Também pode ser usado 
para o tratamento da cisticercose, causada por larvas de Taenia solium. 3 – Efeitos adversos: os 
efeitos mais comuns incluem tontura, mal-estar e anorexia.
6.3.3 Fármacos usados contra os Cestóideos (Helminto)
Os cestóideos, ou tênias, têm normalmente corpo achatado e segmentado, fixam-se no intestino 
do hospedeiro. Como os trematódeos, os cestóideos não têm boca e trato digestório durante o seu 
ciclo vital.
• Albendazol. 1 – Mecanismo de ação: inibe a síntese de microtúbulos e a captação de glicose 
em nematódeos, além de ser eficaz contra todos os nematódeos conhecidos. 2 – Indicação: 
sua aplicação terapêutica primária, contudo, é o tratamento contra infecções cestóideas, 
como cisticercose e hidatidose, esta causada por estágios larvais de Echinococcus granulosus. 
3 – Efeitos adversos: cefaleia, êmese, hipertermia e convulsão em decorrência dos parasitas que 
morrem no SNC.
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6.4 Antiprotozoários
Agentes antiprotozoários é uma classe de produtos farmacêuticos utilizados no tratamento da 
infecção por protozoários. Os protozoários têm pouco em comum entre si e, portanto, os fármacos 
eficazes contra um patógeno podem não ser eficazes contra outro. Eles podem ser agrupados por 
mecanismo ou por organismo. São exemplos de fármacos desta categoria eflornitina, furazolidona, 
melarsoprol, metronidazol, nifursemizona e nitazoxanida.
• Mecanismo de ação: os mecanismos de fármacos antiprotozoários diferem significativamente 
entre os fármacos. Por exemplo, parece que a eflornitina, uma droga usada para tratar a 
tripanossomíase, inibe a ornitina descarboxilase, enquanto o antibiótico/antiprotozoário de 
aminoglicosídeos, utilizado para tratar a leishmaniose, é pensado para inibir a síntese proteica.
• Indicação: os antiprotozoários são usados para tratar infecções protozoárias, que incluem 
amebíase, giardíase, criptosporidiose, microsporidiose, malária, babesiose, tripanosomiases, 
doença de chaga, leishmaniose e toxoplasmose. Atualmente, muitos dos tratamentos para essas 
infecções são limitados pela sua toxicidade.
• Efeitos adversos: os principais efeitos relatados são náuseas, vômitos, azias e cólicas abdominais.
6.5 Antivirais
Os medicamentosantivirais são uma classe de medicação usada especificamente para o tratamento 
de infecções virais em vez de bactérias. A maioria dos antivirais é usada para infecções virais específicas, 
enquanto um antiviral de amplo espectro é eficaz contra uma ampla gama de vírus. Ao contrário da 
maioria dos antibióticos, os medicamentos antivirais não destroem seu patógeno-alvo. Em vez disso, 
eles inibem seu desenvolvimento. Os medicamentos antivirais são uma classe de antimicrobianos. 
Os antimicrobianos também incluem medicamentos antibióticos (denominados antibacterianos), 
antifúngicos e antiparasitários, ou medicamentos antivirais baseados em anticorpos monoclonais. A 
maioria dos antivirais é considerada relativamente inofensiva para o hospedeiro e, portanto, pode ser 
usada para tratar infecções. Eles devem ser distinguidos dos viricidas, que não são medicação, mas 
desativam ou destroem partículas de vírus, dentro ou fora do corpo. Os antivirais naturais são produzidos 
por algumas plantas, como o eucalipto.
Os vírus consistem em um genoma e eventualmente algumas enzimas armazenadas em uma cápsula 
feita de proteína (chamada de capsídeo) e ocasionalmente coberta com uma camada lipídica, às vezes, 
chamada de envelope. Os vírus não podem reproduzir por conta própria e, em vez disso, se propagam 
subjugando uma célula hospedeira para produzir cópias de si mesmas, criando assim a próxima geração. 
Os pesquisadores que trabalham em estratégias de designação de drogas racionais para o desenvolvimento 
de antivirais tentaram atacar vírus em todas as fases dos ciclos de vida. Algumas espécies de cogumelos 
possuem moléculas antivirais com efeitos sinérgicos semelhantes. Os ciclos de vida virais variam em seus 
detalhes precisos dependendo do tipo de vírus, mas todos compartilham um padrão geral:
• Anexo a uma célula hospedeira.
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NOÇÕES BÁSICAS DE FARMACOLOGIA
• Liberação de genes virais e possivelmente enzimas na célula hospedeira.
• Replicação de componentes virais usando organelas de células hospedeiras.
• Montagem de componentes virais em partículas virais completas.
• Liberação de partículas virais para infectar novas células hospedeiras.
6.5.1 Antirretrovirais
Um retrovírus é um vírus de RNA de sentido positivo de cadeia simples com um intermediário de 
DNA e, como parasita obrigatório, visa uma célula hospedeira. Uma vez dentro do citoplasma da célula 
hospedeira, o vírus usa sua própria enzima de transcriptase reversa para produzir DNA do seu genoma 
de RNA, o inverso do padrão usual, assim retro (para trás).
O novo DNA é então incorporado no genoma da célula hospedeira por uma enzima integrase, em 
que ponto o DNA retroviral é referido como um provírus. A célula hospedeira, então, trata o DNA viral 
como parte de seu próprio genoma, traduzindo e transcrevendo os genes virais com os próprios genes 
da célula, produzindo as proteínas necessárias para montar novas cópias do vírus. É difícil detectar o 
vírus até que ele tenha infectado o hospedeiro. Nesse ponto, a infecção persistirá indefinidamente. 
O principal retrovírus de interesse clínico é o HIV (vírus da imunodeficiência humana). A seguir, estão 
listados os principais fármacos utilizados no tratamento.
• Inibidores da transcriptase reversa análogo de nucleosídeos: fazem parte desta classe os fármacos 
zidovudina (AZT), estavudina e tenofovir. 1 – Mecanismo de ação: são análogos de nucleosídeos 
ou nucleotídeos desprovidos da hidroxila 3’. Uma vez dentro da célula, eles são fosforilados por 
enzimas celulares ao análogo trifosfato correspondente, que é incorporado ao DNA viral pela 
transcriptase reversa. Porém, por ter a hidroxila 3’ bloqueada, a transcriptase reversa não consegue 
terminar de sintetizar todo o DNA viral. 2 – Efeitos adversos: apresentam toxicidade hepática 
potencialmente fatal, caracterizada por acidose láctica e hepatomegalia com esteatose.
• Inibidores da transcriptase reversa não análogo de nucleosídeo: são integrantes dessa categoria o 
efavirenz e a nepirapina. 1 – Mecanismo de ação: são inibidores não competitivos da transcriptase 
reversa altamente seletivos. Não necessitam de ativação celular. 2 – Efeitos adversos: apresentam 
alta taxa de hipersensibilidade causando urticárias, efeitos dermatológicos graves e efeitos 
adversos no SNC.
• Inibidores da protease viral: são fármacos pertencentes à esta família o ritonavir, o saquinavir, 
o indinavir, o nelfinavir, entre outros. 1 – Mecanismo de ação: todos os fármacos deste grupo 
são inibidores reversíveis da aspartil protease, que é a enzima viral responsável pela clivagem e 
montagem do capsídeo. A inibição evita a maturação de partículas virais e resulta na produção de 
vírions não infecciosos. 2 – Efeitos adversos: causam parestesia, náusea, êmese e diarreia. Também 
ocorrem distúrbios no metabolismo de glicose e lipídeos, incluindo diabetes, hipertrigliceridemia e 
hipercolesterolemia. Promove acúmulo de gordura abdominal e no pescoço e aumento do tórax.
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• Inibidores de fusão: são fármacos desta classe a enfuvirtida e a maraviroque. 1 – Mecanismo 
de ação: para que o HIV entre na célula do hospedeiro, ele deve fundir sua membrana com a da 
célula do hospedeiro. Isso é possibilitado por mudanças na conformação da glicoproteína viral 
transmembrana GP41, o que ocorre quando o HIV se liga à superfície da célula do hospedeiro. 
Portanto estes fármacos impedem que a GP41 interaja com a célula hospedeira impedindo a 
infecção. 3 – Efeitos adversos: as reações principais ocorrem no local da injeção do fármaco e 
incluem dor, eritema, endurecimento e nódulos.
 Lembrete
A terapia combinada antirretroviral age contra a resistência viral, 
reprimindo a replicação do HIV tanto quanto possível, reduzindo assim o 
pool potencial de mutações de resistência espontânea.
6.5.2 Anti-herpéticos
O herpes simples é uma doença viral causada pelo vírus Herpes simplex. As infecções são categorizadas 
com base na parte do corpo infectado. O herpes oral envolve o rosto ou a boca. Pode resultar em 
pequenas bolhas em grupos, muitas vezes chamadas de feridas ou bolhas de febre ou podem apenas 
causar dor de garganta. O herpes genital, muitas vezes conhecido como herpes, pode ter sintomas 
mínimos ou formar bolhas que se abrem e resultam em pequenas úlceras que costumam se curar entre 
duas e quatro semanas. Podem ocorrer dores e formigamento antes que as bolhas apareçam. O herpes 
cicatriza entre os períodos de doença ativa seguida de intervalos sem sintomas. O primeiro episódio é 
muitas vezes o mais grave e pode estar associado à febre, dores musculares, linfonodos inchados e dores 
de cabeça. Ao longo do tempo, os episódios de doença ativa diminuem em frequência e gravidade. 
Outros distúrbios causados por herpes simples podem ocorrer: nos dedos e no olho, além de infecção 
por herpes no cérebro e da herpes neonatal, quando afeta um recém-nascido. O tratamento da herpes 
deve ser medicamentoso e os principais fármacosestão indicados a seguir:
• Aciclovir. 1 – Mecanismo de ação: é um análogo da guanosina e monofosforilado na célula por uma 
enzima viral. Dessa forma, células infectadas pelo vírus são mais suscetíveis. O aciclovir fosforilado 
compete com o substrato natural da DNA-polimerase viral e é incorporado ao DNA viral, causando 
a finalização prematura da cadeia de DNA. 2 – Efeitos adversos: irritação local, cefaleia, diarreia, 
náuseas e êmese. Se o paciente estiver desidratado, pode causar disfunção renal transitória.
• Penciclovir e fanciclovir. 1 – Mecanismo de ação: é semelhante ao mecanismo descrito para o 
aciclovir. Está aprovado para uso no tratamento da Herpes-zóster aguda, infecção genital por 
herpes e herpes labial recorrente. 2 – Efeitos adversos: cefaleia e náusea.
• Ganciclovir. 1 – Mecanismo de ação: semelhante ao aciclovir, porém é indicada também 
para tratamento por infecção por citomegalovírus. 2 – Efeitos adversos: grave neutropenia, 
carcinogênico, embriotóxico e teratogênico em animais de laboratório.
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6.5.3 Anti-influenza
As infecções virais do trato respiratório, para as quais existem tratamentos, incluem a gripe (ou 
influenza) tipos A e B e o vírus sincicial respiratório (VSR). A imunização contra gripe A é a abordagem 
preferencial. Contudo, os antivirais são usados quando os pacientes são alérgicos à vacina ou quando 
ocorre um surto. Os principais fármacos estão arrolados a seguir.
• Inibidores da neuraminidase: são exemplos de fármacos desta família o oseltamivir e o zanamivir. 
1 – Mecanismo de ação: o vírus da gripe emprega uma neuraminidase específica, que é inserida 
na membrana celular do hospedeiro para proporcionar a liberação de vírions recentemente 
formados. Essa enzima é essencial para o ciclo vital do vírus. 2 – Indicação: esses fármacos são 
eficazes contra os dois tipos de vírus da gripe, A e B. Eles não interferem na resposta imune da 
vacina da gripe. São capazes de prevenir a infecção e, se forem administrados de 24 a 48 horas 
após o início dos sintomas, diminuem a intensidade dos sintomas. O oseltamivir é administrado 
por via oral enquanto que o zanamivir é inalado. 3 – Efeitos adversos: desconforto gastrointestinal 
e náuseas que diminuem com a ingestão concomitante de alimentos. Causam irritação das vias 
aéreas, podem ocorrer broncoespasmos.
• Amantadina e rimantadina. 1 – Mecanismo de ação: interferem na função da proteína 
viral M2, possivelmente bloqueando o descascamento da partícula viral e prevenindo a 
liberação do vírus no interior da célula. 2 – Indicação: o espectro terapêutico é limitado a 
infecções por influenza A. Devido à resistência generalizada não são recomendados para 
o tratamento ou a profilaxia da gripe A. 3 – Efeitos adversos: insônia, tontura, ataxia, 
alucinações e convulsões.
6.5.4 Anti-hepatites
A hepatite é inflamação do tecido hepático. Algumas pessoas não apresentam sintomas, enquanto 
outras desenvolvem coloração amarela da pele e dos brancos dos olhos, falta de apetite, vômitos, 
cansaço, dor abdominal ou diarreia.
A hepatite pode ser temporária (aguda) ou em longo prazo (crônica), dependendo da duração. 
A hepatite aguda às vezes pode desaparecer por conta própria, progredir para hepatite crônica 
ou, raramente, resultar em insuficiência hepática aguda. Ao longo do tempo, a forma crônica 
pode progredir para a cicatrização do fígado, insuficiência hepática ou câncer de fígado. A causa 
mais comum de hepatite em todo o mundo são os vírus. Outras causas incluem o uso intenso de 
álcool, certos medicamentos, toxinas, outras infecções, doenças autoimunes e esteato-hepatites 
não alcoólicas (Nash).
Existem cinco principais tipos de hepatite viral: tipo A, B, C, D e E. As hepatites A e E são 
principalmente espalhadas por alimentos e água contaminados. A hepatite B é basicamente 
transmitida por meio de relação sexual, mas também pode ser transmitida de mãe para bebê 
durante a gravidez ou o parto. Tanto a hepatite B como a hepatite C são comumente espalhadas 
através de sangue infectado, como pode ocorrer durante a partilha de agulhas por usuários 
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Unidade II
de drogas intravenosas. A hepatite D só pode infectar pessoas já infectadas com hepatite B. 
As hepatites A, B e D são evitáveis com imunização.
Os medicamentos podem ser usados para tratar casos crônicos de hepatite viral. Não há 
tratamento específico para Nash; no entanto, é importante um estilo de vida saudável, incluindo 
atividade física, uma dieta saudável e perda de peso. A hepatite autoimune pode ser tratada com 
medicamentos para suprimir o sistema imunológico. Um transplante de fígado também pode ser 
uma opção em certos casos. A seguir, estão listados os principais fármacos utilizados no tratamento 
de infecções virais hepáticas.
• Interferonas. 1 – Mecanismo de ação: seu mecanismo não está completamente elucidado. O 
fármaco parece envolver a indução de enzimas nas células dos hospedeiros que inibem a translação 
do RNA viral, o que acaba causando degradação do RNA mensageiro e RNA transportador do vírus. 
2 – Indicação: hepatites virais. 3 – Efeitos adversos: febre, calafrios, mialgia, artralgia, distúrbios 
gastrointestinais, fadiga e depressão. Também pode potencializar a mielossupressão causada por 
outros agentes na medula óssea.
• Lamivudina, adefovir, entecavir, telbivudina, telaprevir. 1 – Mecanismo de ação: são fármacos 
que interferem com a transcrição reversa ou replicação viral nas células hospedeiras. 
2 – Indicação: hepatite A, B e C. 3 – Efeitos adversos: fadiga, cefaleia, diarreia e elevação das 
enzimas hepáticas no sangue.
 Observação
A hepatite fulminante é uma complicação rara e potencialmente 
fatal de hepatite aguda que pode ocorrer nos casos de hepatite B, 
D e E, além da hepatite induzida por drogas e autoimune. Excluindo-se os 
sinais de hepatite aguda, as pessoas também podem demonstrar indícios 
de coagulopatia (estudos anormais de coagulação com hematomas e 
hemorragias fáceis) e encefalopatia (confusão, desorientação e sonolência). 
A mortalidade por hepatite fulminante é tipicamente o resultado de várias 
complicações, incluindo edema cerebral, sangramento gastrointestinal, 
sepse, insuficiência respiratória ou insuficiência renal.
7 FÁRMACOS USADOS NO TRATAMENTO DE DISTÚRBIOS GÁSTRICOS, 
ESOFÁGICOS E INTESTINAIS
7.1 Distúrbios gástricos
A úlcera péptica é uma lesão que pode ocorrer na parede do estômago, na primeira parte do 
intestino delgado ou, ocasionalmente, no esôfago inferior. Uma úlcera no estômago é conhecida 
como uma úlcera gástrica, quando se encontra na primeira parte dos intestinos é denominada 
de úlcera duodenal. Os sintomas mais comuns de uma úlcera duodenal são acordar à noite com 
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dor abdominal superior ou apresentar dor abdominal superior que melhora com o consumo 
de alimentos.
Na úlcera gástrica a dor pode piorar com a ingestão de alimentos. Em ambos os casos, a dor é, muitas 
vezes, descrita como ardente ou maçante. Outros sintomas incluem arrotos, vômitos, perda de peso e 
falta de apetite. As complicações podem apresentar sangramento, perfuração e bloqueio do estômago. 
O sangramento ocorre em até 15% das pessoas.
As causas mais comuns incluem a presença da bactéria Helicobacter pylori e o uso de anti-inflamatórios 
não esteroidais, os Aines (idosos são mais sensíveis aos efeitos causadores de úlcera pelos Aines). Outras 
causas menos comuns são tabagismo, estresse devido à doença grave, doença de Behçet, síndrome de 
Zollinger-Ellison, doença de Crohn e cirrose hepática, entre outros. O diagnóstico leva em consideração 
a apresentação de sintomas com confirmação por endoscopia. A bactéria H. pylori pode ser detectada 
através do teste de sangue para anticorpos ou por meio de uma biópsia do estômago. Outras condições 
que produzem sintomas semelhantes incluem câncer de estômago, doença coronariana, inflamação do 
revestimento do estômago e inflamação da vesícula biliar.
Já a doença do refluxo gastroesofágico é uma condição médica de longo prazo em que os ácidos 
do estômago atingem a porção inferior do esôfago, gerando sintomas e/ou complicações. Os sintomas 
comuns são sabor do ácido na parte de trás da boca, azia, mau hálito, dor no peito, vômitos, problemas 
respiratórios e desgaste dos dentes. As complicações incluem esofagite, estenose esofágica e esôfago 
de Barrett. Quanto aos fatores de risco, podem ser citados obesidade, gravidez, tabagismo, hérnia de 
hiato e certos medicamentos (anti-histamínicos, bloqueadores dos canais de cálcio, antidepressivos e 
medicação para dormir). A principal causa do refluxo gastroesofágico é o fechamento deficiente do 
esfíncter esofágico inferior (a junção entre o estômago e o esôfago), o que leva à extrapolação do 
conteúdo gástrico para o esôfago.
O diagnóstico envolve gastroscopia, monitorização do pH esofágico ou manometria esofágica. 
Algumas medidas simples podem auxiliar os sintomas do refluxo, como evitar se alimentar antes de 
deitar e colocar o travesseiro em uma posição mais elevada para evitar a subida do ácido do estômago 
para o esôfago.
As possibilidades de tratamento incluem: eliminar a infecção por H. pylori, diminuir a secreção de 
ácido gástrico, com uso de inibidores da bomba de prótons ou antagonistas H2, e prover fármacos 
que protejam as mucosas gástricas e esofágicas da lesão. Se o paciente não tolerar os tratamentos 
mencionados, haverá ainda a possibilidade de neutralizar o ácido gástrico com antiácidos não absorvíveis. 
A secreção gástrica pelas células parietais da mucosa gástrica é estimulada por acetilcolina, histamina 
e gastrina. A ligação da acetilcolina, da histamina e da gastrina com seus receptores resulta na ativação 
da bomba de prótons H+/K+ ATPase, que passa a secretar íons hidrogênio em troca de K+ para o lúmen 
do estômago. Em contraste, a ligação de prostaglandina E2 com somatostatina diminui a produção de 
suco gástrico.
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Célula parietal
Lúmen do estômago
Secreção ácida
Acetilcolina
Histamina
Gastrina
M
H2
K+
H+
G
(H+/K+ ATPase)
Figura 14 – Esquema das células parietais da parede do estômago e sua estimulação para produção de ácido
Antagonista de receptor H2
Os antagonistas do receptor H2 da histamina são: cimetidina, ranitidina, famotidina e nizatidina. 
1 – Mecanismo de ação: atuam seletivamente nos receptores H2 do estômago, dos vasos sanguíneos e 
de outros locais, mas não têm efeito sobre os receptores H1. Antagonistas competitivos da histamina são 
completamente reversíveis. Também são eficazes para promover concomitantemente a cicatrização das 
úlceras gástricas e duodenais; porém, após a interrupção do tratamento, as úlceras podem reaparecer. 
Em alguns casos, podem ser administrados em emergências gástricas. 2 – Indicação: úlceras pépticas, 
úlceras de estresse agudo e doença do refluxo gastroesofágico (o tratamento do refluxo deve ser 
com doses baixas, pois assim apresentam melhor resposta para essa patologia). 3 – Efeitos adversos: 
cefaleia, tonturas, diarreia e dor muscular. Em pacientes idosos podem surgir alterações no sistema 
nervoso central, como confusão e alucinação. A cimetidina tem efeitos endócrinos, já que atua como 
antiandrogênio não esteroidal, incluindo os efeitos de ginecomastia e galactorreia. Por alterar o pH do 
estômago, podem interferir na digestão e na absorção de alguns nutrientes e fármacos.
Inibidores da bomba de prótons H+/K+ ATPase (IBP)
O omeprazol foi o primeiro fármaco dessa classe. Ele se liga ao sistema enzimático H+/K+ ATPase 
(bomba de próton) das células parietais e suprime a secreção de íons hidrogênio do lúmen gástrico. 
Outros fármacos desta classe são: esomeprazol, lansoprazol, pantoprazol e rabeprazol. 1 – Mecanismo 
de ação: esses fármacos são pró-fármacos e dispõem de um revestimento entérico para protegê-los 
da degradação prematura pelo ácido gástrico. Tal revestimento é removido no intestino, permitindo 
que o pró-fármaco seja absorvido e transportado até as células parietais, onde é convertido em sua 
forma ativa e pode, então, ligar-se a H+/K+ ATPase, bloqueando-a por 18 horas (em doses adequadas, 
os IBPs inibem a secreção de ácido basal constante e a secreção estimulada). 2 – Indicação: os IBPs são 
mais eficazes que os antagonistas H2 na supressão da produção de ácido e na cicatrização das úlceras 
pépticas. São fármacos de primeira escolha para o tratamento de úlceras de estresse, esofagites erosivas 
e úlceras duodenais. Podem ser administrados por longos períodos, podendo, portanto, ser indicados 
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para tratamento de distúrbios ou síndromes endócrinas que levam ao aumento da secreção estomacal. 
Auxiliam na remoção da H. pylori, agindo como antimicrobiano. Devem ser ingeridos 30 minutos antes 
das refeições para que a resposta obtida seja máxima. 3 – Efeitos adversos: são medicamentos seguros; 
porém, em longo prazo, podem induzir a fraturas de bacia, coluna e punho. Além disso, interferem na 
absorção de outros fármacos e na biodisponibilidade da vitamina B12.
Antiácidos
Os antiácidos são bases fracas que reagem com o ácido gástrico formando água e sal para diminuir 
a acidez estomacal; como a pepsina depende do ácido do estômago para ser ativada, acabam reduzindo 
sua atividade. 1 – Mecanismo de ação: os antiácidos variam amplamente em composição química, 
capacidade de neutralização, conteúdo de sódio, palatabilidade e preço. Os antiácidos comumente usados 
são os derivados de alumínio e magnésio, como o hidróxido de alumínio e o hidróxido de magnésio. O 
carbonato de cálcio também pode ser administrado e forma como produtos o gás carbônico e o cloreto 
de cálcio, mas, se utilizado por longos períodos, interfere no nível de bicarbonato sanguíneo, levando à 
alcalose metabólica temporária. 2 – Indicação: são utilizados para alívio dos sintomas da úlcera péptica 
e da azia, podendo auxiliar na cicatrização de lesões duodenais. 3 – Efeitos adversos: ohidróxido de 
alumínio tende a causar constipação, ao passo que o hidróxido de magnésio tende a produzir diarreia. 
Podem causar ainda hipofosfatemia, alcalose sistêmica e comprometimento renal em pacientes com 
insuficiência renal. Vale lembrar que pacientes hipertensos não devem consumir os antiácidos que 
aumentam a disponibilidade de sódio.
Fármacos protetores da mucosa
Esses fármacos são conhecidos também como citoprotetores, pois apresentam várias ações que 
aumentam os mecanismos de proteção da mucosa, prevenindo lesões e reduzindo inflamação. O principal 
fármaco dessa categoria é o sucralfato, uma associação de hidróxido de alumínio e sacarose sulfatada. 
1 – Mecanismo de ação: tais medicamentos aderem às proteínas das regiões lesionadas, protegendo-as da 
ação dos ácidos. Também são capazes de induzir a liberação de prostaglandina no estômago, diminuindo 
a produção de ácido gástrico. Não se deve associá-los a antiácidos ou antagonistas H2, pois é necessária 
a presença do ácido para que o sucralfato fique ativo. 3 – Efeitos adversos: são bem-tolerados, mas 
interferem na absorção de outros fármacos e não previnem o surgimento de úlceras causadas por Aines 
ou na cicatrização.
 Observação
O omeprazol, descoberto em 1979, está na Lista de Medicamentos 
Essenciais da Organização Mundial da Saúde, em que constam 
os medicamentos mais eficazes e seguros que são indispensáveis 
em um sistema de saúde. Ele também está disponível na forma de 
medicamento genérico.
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7.2 Tratamento farmacológico da constipação intestinal e da diarreia
A seguir serão apresentados os principais fármacos utilizados no controle da diarreia e da constipação.
Antidiarreicos
O aumento da motilidade do TGI e a diminuição de absorção de líquidos são os principais fatores 
envolvidos na diarreia. Os antidiarreicos usados para tratar casos agudos incluem fármacos antimotilidade, 
adsorventes e fármacos que modificam o transporte de água e eletrólitos.
• Fármacos antimotilidade: dois fármacos são comumente utilizados com essa finalidade, o 
difenoxilato e a loperamida. Eles têm ação tipo opioide no intestino, inibindo a liberação de 
acetilcolina e diminuindo o peristaltismo. Apresentam efeitos adversos de sedação, cólicas 
abdominais e tonturas.
• Adsorventes: são o hidróxido de alumínio e a metilcelulose. Atuam adsorvendo toxinas intestinais 
e microrganismos ou protegendo a mucosa intestinal de irritações causadas por esses agentes. 
Por apresentar baixa absorção, esses fármacos não provocam efeitos adversos consideráveis.
• Fármacos que interferem no transporte de íons: o salicilato de bismuto é usado na diarreia do 
viajante e diminui a secreção de líquidos pelo intestino. Os efeitos adversos mais evidentes são a 
língua negra e as fezes pretas.
Laxantes
Os laxantes são geralmente indicados para tratamento de constipação e aceleram a passagem do 
alimento pelo trato gastrointestinal. Seu uso crônico deve ser evitado, pois interferem na absorção de 
eletrólitos e podem causar dependência.
• Irritantes e estimulantes: tais medicamentos causam irritação da mucosa intestinal e estimulam o 
peristaltismo, sendo indicados para constipações causadas por opioides ou constipações em geral. 
Efeitos adversos conhecidos são cólicas abdominais, irritação gástrica e dor. Nessa classe estão 
senna, bisacodil e óleo de rícino.
• Laxantes aumentadores de volume: os laxantes volumosos incluem coloides hidrofílicos. Esses 
fármacos formam géis no intestino grosso, causando a retenção de líquidos e a distensão intestinal, 
o que estimula o peristaltismo. São exemplos a metilcelulose, a semente de linho e as fibras.
• Laxantes salinos e osmóticos: os catárticos salinos, como citrato de magnésio, hidróxido de magnésio 
e fosfato de sódio, são sais não absorvidos que retêm água no intestino por osmose. Esse processo é 
capaz de causar distensão intestinal aumentando a atividade peristáltica. O polietilenoglicol (PEG) 
é indicado para lavagens colônicas, preparando o intestino para procedimentos endoscópicos. A 
lactulose, um dissacarídeo, também atua como laxante osmótico.
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• Amolecedores de fezes (laxantes emolientes ou surfactantes): estão incluídos nessa categoria 
docusato sódico, docusato de cálcio e o docusato de potássio. Apresentam tempo de latência de 
dias e, por isso, são indicados como profiláticos. São capazes de emulsificar as fezes, pois atuam 
como detergentes.
• Laxantes lubrificantes: o óleo mineral e a glicerina são considerados lubrificantes e agem 
facilitando a passagem de fezes endurecidas.
 Observação
A senna é um laxante estimulante amplamente usado que tem 
como princípio ativo um grupo de senosídeos, um complexo natural de 
glicosídeos antraquinônicos. Usada por via oral, causa evacuação em um 
período de 8 a 10 horas.
8 FÁRMACOS QUE ATUAM NO SISTEMA ENDÓCRINO
O sistema endócrino é responsável pela manutenção da homeostasia do organismo e realiza essa 
função por meio de glândulas que secretam hormônios diretamente no sistema circulatório, pelo qual 
são transportados para órgãos-alvo distantes. O conjunto de processos bioquímicos responsável por 
regular tecidos distantes por meio de secreções diretamente no sistema circulatório é chamado de 
sinalização endócrina. Nos vertebrados, o hipotálamo é o centro de controle neural para todos os sistemas 
endócrinos, e o campo de estudo que trata do sistema endócrino e seus distúrbios é a Endocrinologia, 
um ramo da Medicina Interna.
O sistema endócrino está em claro contraste com o sistema exócrino, que secreta seus hormônios 
para o exterior do corpo usando dutos. O sistema endócrino é um sistema de sinal de informação como 
o sistema nervoso, mas seus efeitos e mecanismos são classicamente diferentes. Os efeitos do sistema 
endócrino desencandeiam respostas de início lento, porém prolongado, com duração que pode variar de 
algumas horas até semanas. Já o sistema nervoso envia informações muito rapidamente, e as respostas 
são geralmente de curta duração. 
As principais glândulas endócrinas são: glândula pineal, glândula pituitária, pâncreas, 
ovários, testículos, glândula tireoide, glândula paratireoide e glândulas suprarrenais. Essas 
glândulas possuem algumas propriedades características, como a inexistência de um ducto, a 
alta vascularização e, frequentemente, a presença de vacúolos intracelulares (ou grânulos) que 
armazenam seus hormônios. Em contraste, as glândulas exócrinas (tais como glândulas salivares, 
glândulas sudoríparas e glândulas dentro do trato gastrointestinal) tendem a ser muito menos 
vascularizadas e a ter canais ou um lúmen oco.
Além dos órgãos endócrinos especializados mencionados, muitos outros que fazem parte de outros 
sistemas corporais (como ossos, rim, fígado, coração e gônadas) têm funções endócrinas secundárias: 
por exemplo, o rim secreta alguns hormônios endócrinos, tais como eritropoietina e renina. Os 
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hormônios podem consistir em complexos de aminoácidos, esteroides, eicosanoides, leucotrienos ou 
prostaglandinas. O conjunto de glândulas que apresentam sinalização em sequência é usualmente 
chamado de eixo (por exemplo, o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal).
Hipotálamo
 Hipófise
Tireoide
 Paratireoide
Timo
Adrenal
Pâncreas
 Ovário (mulher)
Testículo (homem)
Figura 15 – Distribuição corporal das principais glândulas endócrinas
A seguir serão apresentadas as principais patologias envolvendo o sistema endócrino, bem como os 
fármacos utilizados nos tratamentos.
8.1 Tratamento farmacológico da osteoporose
A osteoporose é uma doença que diminui a resistência óssea, aumentando o risco de fraturas 
(sobretudo entre idosos). Os ossos podem enfraquecer a tal ponto que um pequeno trauma pode levar 
a uma fratura, ou ela pode ocorrer espontaneamente. Os ossos mais susceptíveis normalmente são 
os da coluna vertebral, do antebraço e do quadril. Por ser assintomática, a osteoporose costuma ser 
diagnosticada após a fratura óssea. 
A osteoporose pode se dar em razão de uma menor mineralização e, consequentemente, aumento na 
perda óssea. Essa perda tende a aumentar, nas mulheres, após a menopausa, devido a níveis mais baixos 
de estrogênio. A osteoporose também pode ocorrer como consequência de uma série de doenças ou 
tratamentos, incluindo alcoolismo, anorexia, hipertireoidismo, remoção cirúrgica dos ovários e doença 
renal. Certos medicamentos também aumentam a taxa de perda óssea, como alguns anticonvulsivantes, 
medicamentos quimioterápicos, inibidores da bomba de próton, inibidores seletivos da recaptação 
da serotonina e esteroides. A falta de exercício físico e o tabagismo também são fatores de risco. A 
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osteoporose é definida como uma diminuição na densidade óssea de 2,5 desvios-padrão abaixo da 
densidade óssea de um adulto jovem. 
A prevenção da osteoporose inclui uma dieta adequada desde a infância, além da evitação de 
medicamentos que propiciem essa condição; mudanças no estilo de vida, como parar de fumar e não 
beber álcool, também podem ajudar. No caso de pessoas com osteoporose, a prevenção de fraturas se dá 
com base em uma dieta adequada, exercícios físicos e prevenção de queda. Trata-se de uma patologia 
que se torna mais comum com o avançar da idade: entre pessoas de 50 anos, cerca de 15% apresentam 
osteoporose; já entre aquelas com 80 ou mais, esse valor sobe para 70%. Vale salientar que essa doença é 
mais comum em mulheres do que em homens, e que indivíduos brancos e asiáticos também apresentam 
maior predisposição a desenvolver essa enfermidade.
 Lembrete
A osteoporose é uma enfermidade assintomática, o que deve nos fazer 
redobrar nossa atenção ao assunto. Mulheres e idossos são mais suscetíveis 
a essa doença, e tabagismo e vida sedentária são fatores de risco.
8.2 Tratamento farmacológico da obesidade
A obesidade é uma patologia caracterizada pelo excesso de gordura corporal acumulada, com 
possíveis efeitos maléficos ao organismo. Um indivíduo é considerado obeso quando seu índice de massa 
corporal (IMC), uma medida obtida pela divisão do peso de uma pessoa pelo quadrado de sua altura, 
é superior a 30 kg/m2, sendo a faixa de 25-30 kg/m2 definida como a de um indivíduo com sobrepeso.
Trata-se de uma enfermidade geralmente causada pela combinação de ingestão alimentar excessiva, 
falta de atividade física e suscetibilidade genética, no entanto, em alguns casos, pode ser ocasionada por 
genes, distúrbios endócrinos, medicamentos ou doenças mentais. A obesidade aumenta a probabilidade 
de várias doenças: diabetes tipo 2, apneia obstrutiva do sono, osteoartrose, depressão, certos tipos de 
tumores e, particularmente, doenças cardíacas. A visão de que as pessoas obesas comem pouco e ainda 
ganham peso pelo fato de ter um metabolismo lento muitas vezes não corresponde à realidade: em 
média, as pessoas obesas têm um gasto de energia maior que as pessoas magras, em razão da energia 
necessária para manter sua massa corporal acima da média. 
A obesidade pode ser evitada através de uma combinação de mudanças sociais e escolhas pessoais; as 
alterações com relação a dieta e a exercício físico são os principais tratamentos para essa patologia. A 
qualidade da dieta pode ser melhorada por meio da redução do consumo de alimentos ricos em energia (como 
aqueles com alto teor de gordura e açúcares) e do aumento da ingestão de fibra dietética. Medicamentos 
podem ser administrados juntamente com uma dieta adequada, para reduzir o apetite ou diminuir a absorção 
de gordura. Se a dieta, o exercício e a medicação não forem eficazes, poderão ser cogitados o uso de um balão 
gástrico ou a realização de uma cirurgia; dessa forma, será possível reduzir o volume do estômago (ou o 
comprimento do intestino), levando o paciente a sentir-se saciado com uma menor quantidade de alimentos 
ou obter a capacidade de absorver menos nutrientes dos alimentos.
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Nos dias atuais, a obesidade é a principal patologia com causas evitáveis de morte em todo o 
mundo, com taxas crescentes em adultos e crianças. Em todo o mundo em 2014, 600 milhões de 
adultos (13% da população) e 42 milhões de crianças menores de cinco anos eram obesos. A obesidade 
é mais comum em mulheres do que em homens e, embora já tenha sido vista como um símbolo de 
riqueza e fertilidade em outros momentos da história (e ainda seja vista assim em algumas partes 
do globo), trata-se de uma doença bastante estigmatizada em grande parte do mundo moderno 
(particularmente no mundo ocidental).
Duas classes de fármacos são utilizadas no tratamento da obesidade: os anorexígenos e os inibidores 
de lipase.
• Anorexígenos: fentermina e sibutramina. 1 – Mecanismo de ação: esses fármacos promovem 
um aumento na liberação de norepinefrina e de dopamina no sistema nervoso central e inibem 
a receptação desses neurotransmissores, aumentando, assim, o tempo de permanência e a 
quantidade desses neurotransmissores nas fendas sinápticas; 2 – Indicação: como supressores 
de apetite; 3 – Efeitos adversos: dependência química e psíquica, xerostomia, cefaleia, insônia e 
constipação; podem afetar também o sistema cardiovascular (aumento da frequência cardíaca 
e da pressão arterial).
• Orlistate: 1 – Mecanismo de ação: inibidor das lipases gástricas e pancreáticas, diminuindo 
a hidrólise dos triglicérides da dieta em moléculas menores (que podem ser absorvidas); 
2 – Indicação: obesidade; 3 – Efeitos adversos: sintomas gastrointestinais, como manchas oleosas, 
flatulência com evacuação, urgência fecal e maior defecação; interfere na absorção das vitaminas 
A, D, E e K e de fármacos como levotiroxina e amiodarona.
 Observação
A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que a obesidade supere 
a desnutrição e as doenças infecciosas como maior preocupação de saúde 
pública no mundo.
8.3 Tratamento farmacológico de distúrbios da tireoide
Os distúrbios envolvendo a tireoide afetam a função da glândula (o órgão endócrino encontrado na 
frente do pescoço). Os principaisdistúrbios tireoidianos são: 
• hipotireoidismo (baixa função): causado pela ausência da quantidade adequada de hormônios 
tireoidianos; 
• hipertireoidismo (alta função): é o caso oposto; trata-se do excesso de hormônios tireoidianos; 
• anormalidades estruturais que levam ao aumento da glândula tireoide; 
• tumores, que podem ser benignos ou malignos. 
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Os sintomas mais comuns do hipotireoidismo incluem fadiga, baixa energia, ganho de peso, 
incapacidade de tolerar o frio, ritmo cardíaco lento, pele seca e constipação. Os sintomas comuns do 
hipertireoidismo incluem irritabilidade, perda de peso, batimentos cardíacos acelerados, intolerância ao 
calor, diarreia e aumento da tireoide. Em ambas as patologias pode surgir um inchaço de uma parte do 
pescoço, conhecido como bócio.
O diagnóstico muitas vezes pode ser feito através de testes laboratoriais, sendo analisados, para tanto, 
os níveis do hormônio estimulante da tireoide (TSH), que estão geralmente abaixo do normal no caso do 
hipertireoidismo e acima do normal no hipotireoidismo. Outro teste útil de laboratório é o da tiroxina (ou T4 
livre); já os níveis de tri-iodotironina total e livre (T3) são menos utilizados. Também pode ser pesquisada a 
presença de autoanticorpos antitireoide. Nessa situação, um número elevado de anticorpos de antitiroglobulina 
e antitireoide são comumente encontrados no hipotireoidismo de Hashimoto; no hipertireoidismo causado 
pela doença de Graves, são encontrados anticorpos do receptor de TSH. Procedimentos como ultrassom, 
biópsia e varredura com iodo radioativo também podem ser usados para ajudar no diagnóstico. 
O tratamento da doença da tireoide varia com base no tipo de enfermidade. A levotiroxina é o principal 
suporte do tratamento para pessoas com hipotireoidismo, enquanto as pessoas com hipertireoidismo 
causado pela doença de Graves podem ser tratadas com terapia com iodo, medicação antitireoidiana ou 
remoção cirúrgica da glândula tireoide. Uma cirurgia também pode ser realizada para remover um bócio 
obstruindo estruturas próximas ou mesmo um nódulo (ou lóbulo) da tireoide, para biópsia.
O hipotireoidismo afeta 3%-10% dos adultos, com uma maior incidência em mulheres e idosos. 
Estima-se que um terço da população mundial atualmente viva em áreas com baixos níveis de iodo 
na dieta, tornando essa deficiência a causa mais comum de hipotireoidismo e bócio endêmico. Em 
regiões com grave deficiência de iodo a prevalência de bócio é tão alta que chega a 80%, ao passo 
que em áreas onde a deficiência de iodo não é encontrada o tipo mais comum de hipotireoidismo é 
um subtipo autoimune chamado tireoidite de Hashimoto, com uma prevalência de 1%-2%. 
Quanto ao hipertireoidismo, a doença de Graves, outra condição autoimune, é o tipo mais comum, com 
prevalência de 0,5% nos homens e 3% nas mulheres. Embora os nódulos tireoidianos sejam comuns, o câncer 
de tireoide é raro, sendo responsável por menos de 1% de todos os cânceres no Reino Unido (embora seja o 
tumor endócrino mais comum e constitua mais de 90% de todos os cânceres das glândulas endócrinas).
Os hormônios tireoidianos facilitam o crescimento normal e a regulação adequada do metabolismo 
nos tecidos. Os dois principais hormônios são a tri-iodotironina (T3) e a tiroxina (T4). A T3 e a T4 precisam 
dissociar-se das proteínas plasmáticas ligadoras de tiroxina antes de entrar nas células, por difusão ou 
por transporte ativo. Na célula, a T4 é desiodinada e vira T3, que é transportada ao núcleo e se liga a 
receptores específicos. A ativação desses receptores promove a síntese proteica. 
8.4 Fármacos utilizados no tratamento do hipotireoidismo
O hipotireoidismo em geral resulta da destruição autoimune da glândula e é diagnosticado pelo 
alto nível de TSH. Essa enfermidade pode ser tratada com levotiroxina (T4), um fármaco administrado 
uma vez ao dia devido a sua longa meia-vida, e o estado de equilíbrio é alcançado em 8 semanas. A 
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toxicidade depende dos níveis de T4 e se manifesta por meio de nervosismo, palpitações cardíacas e 
taquicardia, intolerância ao calor e perda inexplicada de massa corporal.
8.5 Fármacos usados no tratamento do diabetes
O diabetes mellitus (DM) é um conjunto de doenças metabólicas que apresentam como característica 
principal hiperglicemia por longos períodos. Os sintomas da hiperglicemia incluem micção frequente 
(poliúria) e intensificação das sensações de sede e fome. Se não for tratado, o diabetes poderá causar 
muitas complicações, como complicações agudas da cetoacidose diabética, coma hiperosmolar não 
cetótico ou morte. Outras complicações graves a longo prazo incluem doença cardíaca, acidente 
vascular cerebral, insuficiência renal crônica, úlceras de pé e danos aos olhos. O diabetes surge devido à 
incapacidade do pâncreas de produzir uma quantidade suficiente de insulina ou às células do corpo não 
responderem adequadamente à insulina produzida (resistência periférica à insulina). Existem três tipos 
principais de diabetes mellitus:
• DM tipo 1 – Atinge principalmente adolescentes e se caracteriza pela falta absoluta de insulina 
causada por uma lesão intensa das células produtoras de insulina no pâncreas (células beta). A 
necrose pode ter relação com causas autoimunes, infecções ou toxicidade de substâncias, e, como 
resultado dessa necrose, o pâncreas deixa de responder à glicemia e os sintomas clássicos surgem.
• DM tipo 2 – Tem início com a resistência à insulina, uma condição em que as células não respondem 
à insulina adequadamente. A maioria dos diabéticos tem o tipo 2, que é determinado por fatores 
genéticos, idade e obesidade. As perturbações metabólicas são mais sutis do que as observadas no 
diabetes tipo 1, mas as consequências clínicas a longo prazo são igualmente importantes. Como 
a doença é crônica, há uma progressão gradual que pode resultar também em uma deficiênica na 
produção de insulina pelo pâncreas. 
• Diabetes gestacional – É a terceira forma principal e ocorre quando mulheres grávidas e sem 
histórico prévio de diabetes apresentam hiperglicemia durante a gravidez, havendo um total 
restabelecimento após o parto.
A prevenção e o tratamento dessa enfermidade envolvem dieta saudável, exercício físico regular, 
peso corporal adequado e abolição de tabaco. O controle da pressão arterial e a manutenção do 
cuidado adequado dos pés são importantes para as pessoas portadoras dessa doença. O DM tipo 1 
deve ser tratado com injeções de insulina; o DM tipo 2 pode ser tratado com medicamentos com 
ou sem insulina associada. 
A insulina é um hormônio polipeptídico sintetizado como precursor (pró-insulina), e sua secreção é 
regulada não só pelos níveis sanguíneos de glicose, mas também por certos aminoácidos, outros hormônios 
e mediadores autonômicos. A secreção é mais acentuada e importante quando há hiperglicemia. A 
glicose no sangue é captada pelas células beta pancreáticas e rapidamente metabolizada, gerando altos 
níveis de ATP (adenosina trifosfato) nessas células.Tal aumento de ATP leva ao bloqueio dos canais de 
K+, levando à despolarização da membrana e à internalização de Ca2+, responsável pela exocitose pulsátil 
da insulina do interior da célula.
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8.6 Insulinoterapia
A insulina é degradada no trato gastrointestinal e, portanto, está descartado seu uso por via oral, 
sendo administrada geralmente por via subcutânea. As preparações de insulina variam nos seus tempos 
de início e de duração de ação, o que se deve às diferenças na sequência de aminoácidos dos polipeptídios. 
A dose, o local da injeção, a vascularização, a temperatura e a atividade física, por exemplo, podem 
afetar a duração da ação de várias preparações. A insulina é degradada principalmente pelo fígado e 
pelos rins, que apresentam enzimas próprias para essa metabolização. O quadro a seguir resume o início 
de ação, o tempo até o pico e a duração de ação de vários tipos de insulina atualmente em uso (a sigla 
NPH significa “insulina protamina neutra de Hagedorn”).
 Saiba mais
Você pode obter mais informações sobre o tema no Manual de Diabetes, 
de Costa e Almeida Neto:
COSTA, A. A; ALMEIDA NETO, J. S. Manual de diabetes: alimentação, 
medicamentos, exercícios. 2. ed. São Paulo: Sarvier, 1998. 
8.6.1 Fármacos hipoglicemiantes orais 
Esses fármacos são úteis no tratamento de pacientes com diabetes tipo 2, mas que não 
conseguem controlar a doença apenas com dietas. Pessoas que desenvolvem o diabetes 
após os 40 anos e que têm apenas 5 anos do início de tratamento respondem melhor aos 
hipoglicemiantes orais. Pacientes com a doença há mais de 5 anos em tratamento devem 
associar os hipoglicemiantes orais à insulinoterapia. Esses fármacos não devem ser utilizados 
em pacientes com diabetes tipo 1. Os hipoglicemiantes orais podem ser classificados, de 
acordo com seu mecanismo de ação, em secretagogos de insulina, sensibilizadores à insulina, 
inibidores da alfa-glicosidase e inibidores da dipeptidil peptidase IV.
• Secretagogos de insulina: Esses fármacos promovem a liberação de insulina das células beta 
do pâncreas. Os principais fármacos dessa categoria são as sulfonilureias, como glibenclamida, 
glipizida e glimepirida, e as glinidas.
• Sensibilizadores à insulina: duas classes de hipoglicemiantes orais, as biguanidas e as 
tiazolidinadionas (glitazonas), melhoram a resposta da insulina, não interferindo em sua 
liberação pelo pâncreas. As biguanidas, como a metformina leva a redução do débito hepático e 
da glicose, inibindo a gliconeogênese hepática. Retarda a absorção intestinal de glicose e melhora 
sua captação e uso periférico. Também é capaz de diminuir modestamente a hiperlipidemia. 
Geralmente esses efeitos são sentidos após 8 semanas de uso. Há redução de massa corporal 
por inibição do apetite.
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• Inibidores da alfa-glicosidase: a acarbose e o miglitol são os fármacos pertencentes a essa classe terapêutica.
• Inibidores da dipeptidil peptidase IV (DPP-IV): são exemplos de fármacos pertencentes a essa 
classe a sitagliptina e a saxagliptina.
8.6.1.1 Incretinamiméticos
A incretina (GLP-1) é um hormônio liberado pelo intestino quando há presença de carboidratos na 
alimentação. Recentemente foram desenvolvidos fármacos que agem como miméticos desse hormônio. 
São exemplos dessa classe a liraglutida e a exenatida. 1 – Mecanismo de ação: são agonistas de receptores 
de GLP-1. Atuam aumentando a liberação da insulina glicose-dependente e retardam o esvaziamento 
gástrico. Esse efeito leva à diminuição da ingestão alimentar e da liberação de glucagon (alguns autores 
relatam que esses fármacos podem estimular a proliferação das células beta pancreáticas); 2 – Indicação: 
são recomendados como auxiliares no tratamento de pacientes que não obtiveram controle glicêmico com 
os hipoglicemiantes orais. Esses fármacos não podem ser administrados por via oral, sendo a preparação 
administrada por via subcutânea; 3 – Efeitos adversos: náuseas, êmese, diarreia e constipação.
 Saiba mais
Hipoglicemia é comum em pessoas com DM tipo 1 e tipo 2. A maioria 
dos casos é leve e não é considerada emergência médica. Em casos leves, 
os sintomas são desconforto, sudorese, tremores e aumento do apetite. Em 
casos graves, pode haver confusão mental, alterações no comportamento 
(como agressividade), convulsões, inconsciência e, raramente, danos 
cerebrais permanentes ou morte. Para mais informações, acesse o 
documento Diagnóstico e Classificação do Diabetes Mellitus e Tratamento 
do Diabetes Mellitus Tipo 2, da Sociedade Brasileira de Diabetes, disponível 
em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/consenso_bras_diabetes.
pdf> (acesso em: 22 maio 2017).
8.7 Reposição hormonal e contraceptivos
Os hormônios sexuais produzidos pelas gônadas são necessários para a concepção, a maturação 
embrionária e o desenvolvimento das características sexuais secundárias na puberdade. Os 
hormônios gonadais são usados na terapêutica de reposição e contracepção e no controle dos 
sintomas da menopausa.
8.7.1 Terapia de reposição hormonal
A terapia de reposição hormonal é a administração de hormônios com o objetivo de suplementar 
a falta de hormônios naturais ou substituir hormônios sintéticos por naturais. As formas comuns de 
terapia de reposição hormonal são detalhadas a seguir, observe.
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• Terapia de reposição hormonal para a menopausa: o tratamento pode prevenir o 
desconforto causado pela diminuição dos estrogênios circulantes e da progesterona; no 
caso de menopausa cirúrgica ou prematura, pode prolongar a vida e reduzir a incidência de 
demência. Envolve o uso de um ou mais de um grupo de medicamentos concebidos para 
aumentar artificialmente os níveis hormonais. Os principais tipos de hormônios envolvidos 
são estrogênio, progesterona ou progestágenos e, às vezes, testosterona. É muitas vezes 
referido como “tratamento”, em vez de terapia.
• Terapia de reposição hormonal para pessoas transgênero: consite na introdução de hormônios 
associados ao sexo com que o paciente se identifica (principalmente testosterona para homens 
trans e estrogênio para mulheres trans). O tratamento hormonal para indivíduos transgênero é 
dividido em dois tipos principais: terapia de reposição hormonal do sexo feminino para o sexo 
masculino e terapia de reposição hormonal do sexo masculino para o feminino.
• Terapia de reposição androgênica (uso andropausal e ergogênico): tratamento hormonal muitas 
vezes prescrito para combater os efeitos do hipogonadismo masculino. Também é indicado para 
diminuir os efeitos ou retardar o envelhecimento masculino normal. Além disso, a terapia de 
reposição androgênica é recomendada para homens que perderam sua função testicular.
Estrogênios
O estradiol é o mais potente estrogênio produzido e secretado pelo ovário. Já a estrona,um metabólito 
do estradiol produzido pela placenta durante a gravidez, possui 1/3 de sua potência. A preparação de 
estrógenos conjugados animais (estrona e equilina) extraídos da urina de éguas prenhas é utilizada 
na terapia de reposição hormonal. Há ainda estrógenos conjugados de origem vegetal e sintéticos 
(etinilestradiol). 1 – Mecanismo de ação: os hormônios esteroides possuem seus receptores dentro do 
núcleo das células-alvo. Há dois receptores para estrógenos, o receptor alfa e o receptor beta. Esses 
receptores, quando ativados pelos hormônios, promovem a transcrição de genes específicos ligados 
às características sexuais; 2 – Indicação: são usados para tratamento hormonal pós-menopausa, para 
contracepção e na estimulação de características sexuais; 3 – Efeitos adversos: náuseas, sensibilidade 
nos seios, sangramento uterino na pós-menopausa (há aumento no risco de eventos tromboembólicos, 
infarto do miocárdio, câncer de mama e câncer endometrial).
Modulares seletivos de receptor de estrogênio
São fármacos que interagem com os receptores de estrogênio e produzem efeitos tecido-específicos. 
Em alguns tecidos podem ser agonistas e em outros podem ser antagonistas. São exemplos tamoxifeno, 
raloxifeno e clomifeno. 1 – Mecanismo de ação: podem atuar como antagonistas de estrogênio nos 
tecidos mamários (tamoxifeno), reduzem a reabsorção e a renovação óssea, promovendo aumento na 
densidade dos ossos e diminuindo fraturas da coluna vertebral. Não agem no endométrio e não estão 
relacionados a tumores nessa região. Por aumentar os índices de TSH (hormônio folículo-estimulante), 
promovem a estimulação da ovulação; 2 – Indicação: tratamento paliativo e profilático do câncer 
de mama metastático na mulher em pós-menopausa; 3 – Efeitos adversos: fogachos e náuseas, 
irregularidades menstruais e sangramento vaginal.
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Progestógenos
A progesterona é produzida em resposta ao hormônio luteinizante, tanto em mulheres quanto 
em homens. É também produzido pela suprarrenal em ambos os sexos. Em mulheres, a progesterona 
promove o desenvolvimento de um endométrio secretor que pode acomodar a implantação do 
novo embrião em formação. São exemplos de progestógenos sintéticos norgestrel, drospirenona, 
levonorgestrel e noretindrona. 1 – Mecanismo de ação: promovem o aumento no glicogênio 
hepático, da temperatura corporal e da excreção de nitrogênio urinário; diminuem a reabsorção 
de Na+ nos rins e reduzem a quantidade de alguns aminoácidos no sangue; 2 – Indicação: são 
usados na correção da deficiência do hormônio e como contraceptivo; 3 – Efeitos adversos: 
cefaleia, depressão, aumento de massa corporal, alterações na libido, acne, hirsutismo (devido a 
efeitos androgênicos de alguns progestógenos).
 Observação
A dupla proteção é o uso de mais de um método para previnir infecções 
sexualmente transmissíveis e gravidez, como a utilização de preservativo 
junto com outro método de controle de natalidade. Se a gravidez for uma 
grande preocupação, o uso de dois métodos ao mesmo tempo será bastante 
recomendado. Por exemplo, pacientes que tomam a isotretinoína (droga 
antiacne), devido ao alto risco teratogênico do fármaco, devem utilizar a 
dupla proteção.
8.7.2 Fármacos usados no tratamento da disfunção erétil
A disfunção erétil (ED) ou impotência é uma disfunção sexual caracterizada pela incapacidade 
de promover ou manter a ereção do pênis durante a atividade sexual. Uma ereção peniana é o 
efeito hidráulico causado pela penetração e retenção de sangue no corpo esponjoso, dentro do 
pênis. O processo é mais frequentemente iniciado como resultado da excitação sexual, quando os 
sinais são transmitidos do cérebro para os nervos no pênis. As causas orgânicas mais importantes 
de impotência são doenças cardiovasculares, diabetes, problemas neurológicos (por exemplo, 
trauma de cirurgia de prostatectomia), insuficiências hormonais (hipogonadismo) e efeitos 
adversos de drogas.
A impotência psicológica se dá quando a ausência de ereção ou penetração ocorre devido 
a pensamentos ou sentimentos do paciente (razões psicológicas), e não em função de uma 
impossibilidade física. Essa condição é mais frequente e também mais facilmente tratada. 
Notavelmente, na impotência psicológica há uma forte resposta ao tratamento com placebos. 
Cabe destacar que a disfunção erétil pode ter graves consequências psicológicas, uma vez que 
pode estar ligada a dificuldades de relacionamento e autoimagem (masculina).
Muitas vezes é possível tratar a disfunção erétil atacando suas causas secundárias, como a deficiência 
de potássio ou a contaminação por arsênico. Contudo, o tratamento de primeira escolha consiste nos 
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NOÇÕES BÁSICAS DE FARMACOLOGIA
fármacos inibidores da fosfodiesterase 5. Em alguns casos, o tratamento pode envolver a administração 
de prostaglandina na uretra, injeções diretas no pênis, a colocação de uma prótese peniana ou uma 
cirurgia vascular reconstrutiva.
A seguir estão listados os principais fármacos relacionados ao tratamento da disfunção erétil.
• Sildenafila, tadalafila e vardenafila: 1 – Mecanismo de ação: inibem a fosfodiesterase 
5 presente no corpo cavernoso peniano, aumentando o fluxo de sangue mediante a 
estimulação sexual. A fosfodiesterase 5 degrada moléculas responsáveis pelo relaxamento 
da musculatura lisa dos vasos penianos; dessa forma, a inibição dessa enzima promove um 
relaxamento mais acentuado da vasculatura, aumentando o fluxo sanguíneo; 2 – Indicação: 
disfunção erétil e hipertensão pulmonar; 3 – Efeitos adversos: cefaleia, rubor, dispepsia, 
congestão nasal, distúrbios na visão colorida. Pacientes com riscos cardiovasculares devem 
tomar esses fármacos com cautela. É importante ressaltar também que esses medicamentos 
têm ação vasodilatadora e podem causar interações medicamentosas nocivas quando 
administrados com outros vasodilatadores (nitratos orgânicos), com antagonistas alfa-1 e 
com alguns antibióticos (claritromicina e eritromicina).
 Observação
Estudos com a aranha armadeira brasileira descobriram que seu veneno 
contém uma toxina, chamada Tx2-6, que provoca ereções. Os cientistas 
acreditam que combinar essa toxina com a medicação existente, como o 
Viagra, pode levar a um tratamento mais eficaz para a disfunção erétil.
8.7.3 Esteroides anabolizantes
Os esteroides anabolizantes, também conhecidos como esteroides anabólicos androgênicos (AAS), são 
andrógenos esteroidais que incluem andrógenos naturais como a testosterona, e os andrógenos sintéticos que 
são estruturalmente relacionados e têm efeitos semelhantes à testosterona. Eles são anabólicos e aumentam 
proteínas intracelular, especialmente nos músculos esqueléticos, e também têm diferentes graus de efeitos 
androgênicos e virilizantes, incluindo a indução do desenvolvimento e manutenção de características sexuais 
secundárias masculinas, como o crescimento de pelos faciais e corporais.
Andrógenos ou AAS são agonistas de hormônios sexuais. Os androgênios produzem efeitos anabólicos 
e masculinizantes em homens e mulheres. A testosterona é sintetizada pelas células de Leydig nos 
testículos e, em menor quantidade, pela glândula suprarrenal. Os hormônios que estimulam as células 
de Leydig a produzir e liberar atestosterona são o FSH e o LH (hormônio luteinizante).
Os androgênios causam maturação normal do homem, produção de esperma, aumento de síntese 
muscular e de hemoglobina, além da diminuição da reabsorção óssea. Eles se ligam a receptores 
específicos localizados nos núcleos das células-alvo. Embora a testosterona seja a molécula ativa, para 
o efeito em alguns tecidos é necessária sua metabolização. O complexo formado entre o hormônio e 
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seu receptor promove a transcrição e a síntese proteica. Alguns análogos de testosterona, no entanto, 
não sofrem metabolização, apresentando um efeito reduzido sobre o sistema reprodutor e maior sobre 
os tecidos musculares.
Os AAS foram sintetizados na década de 1930 e agora são usados terapeuticamente na medicina para 
estimular o crescimento e o apetite muscular, induzir a puberdade masculina e tratar condições de desgaste 
crônico, como câncer e Aids. A Academia Americana de Medicina esportiva reconhece que os AAS, na presença 
de dieta adequada, pode contribuir para o aumento do peso corporal à medida que a massa magra aumenta, no 
entanto, os ganhos de força muscular são alcançados através de exercícios de alta intensidade e dieta adequada.
Os riscos para a saúde podem ser produzidos pelo uso em longo prazo ou por doses excessivas de 
AAS. Estes efeitos incluem alterações prejudiciais nos níveis de colesterol (aumento da lipoproteína de 
baixa densidade e diminuição da lipoproteína de alta densidade), acne, hipertensão arterial, danos no 
fígado (principalmente com a maioria dos AAS orais) e alterações perigosas na estrutura do ventrículo 
esquerdo do coração. As condições relacionadas a desequilíbrios hormonais como ginecomastia e 
redução do tamanho dos testículos também podem ser causadas por AAS. Em mulheres e crianças, o 
AAS pode causar masculinização irreversível.
Usos ergogênicos para AAS em esportes, corridas e fisiculturismo como fármacos para melhorar o 
desempenho são controversos por causa de seus efeitos adversos e do potencial de ganhar vantagem 
injusta em competições esportivas. Seu uso é referido como doping e banido pela maioria dos grandes 
eventos esportivos. Por muitos anos, os AAS foram de longe as substâncias de doping mais detectadas 
em laboratórios credenciados pelo COI. Em países onde os AAS são substâncias controladas, muitas 
vezes, há um mercado ilegal no qual drogas contrabandeadas, fabricadas clandestinamente ou mesmo 
falsificadas são vendidas aos usuários.
Desde a descoberta e síntese da testosterona, na década de 1930, os AAS têm sido usados por 
médicos para muitos propósitos, com graus variados de sucesso. Estes podem ser amplamente agrupados 
em usos anabólicos, androgênicos e outros.
Uso anabólico
• Estimulação da medula óssea: durante décadas, os AAS foram o pilar da terapia para anemias 
hipoplásicas devido à leucemia ou à insuficiência renal.
• Estimulação do crescimento: os AAS podem ser indicados por endocrinologistas pediátricos 
para tratar crianças com falha de crescimento. No entanto, a disponibilidade do hormônio de 
crescimento sintético, que tem menos efeitos colaterais, faz deste um tratamento secundário.
• Estimulação do apetite e preservação e aumento da massa muscular: os AAS foram administrados 
a pessoas com condições de desgaste crônico, como câncer e Aids.
• Estimulação da massa corporal magra e prevenção da perda óssea em homens idosos. No entanto, 
um ensaio controlado com placebo em 2006, com suplementação de testosterona em baixas doses 
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em homens idosos com baixos níveis de testosterona, não encontrou benefícios na composição 
corporal, desempenho físico, sensibilidade à insulina ou qualidade de vida.
• Prevenção ou tratamento da osteoporose em mulheres na pós-menopausa. O decanoato de 
nandrolona é aprovado para esse uso. Embora tenham sido prescritos para essa indicação, os AAS 
foram pouco usados para esse propósito, devido a seus efeitos colaterais virilizantes.
• Auxílio no ganho de peso após cirurgia ou trauma físico, durante infecção crônica ou no contexto 
de perda de peso inexplicável.
• Reversão do efeito catabólico da terapia com corticosteroides em longo prazo.
• A oxandrolona melhora tanto os desfechos de curto prazo como de longo prazo em pessoas 
que se recuperam de queimaduras graves e está bem estabelecida como tratamento seguro 
para essa indicação.
• Tratamento de baixa estatura idiopática, angioedema hereditário, hepatite alcoólica e hipogonadismo.
• A metiltestosterona é usada no tratamento de puberdade tardia, hipogonadismo, criptorquidia 
e disfunção erétil em homens. Em baixas doses é usada em mulheres para tratar sintomas da 
menopausa (especificamente para osteoporose e ondas de calor, e para aumentar a libido e a 
energia), também é usada para dor pós-parto, ingurgitamento e câncer de mama.
Uso androgênico
• Usado para reposição androgênica em homens com baixos níveis de testosterona; também é 
eficaz em melhorar a libido de homens idosos.
• Indução à puberdade masculina: os andrógenos são administrados a muitos meninos que sofrem 
de atraso extremo na puberdade. Atualmente, a testosterona é praticamente o único andrógeno 
usado para essa finalidade e demonstrou aumentar a altura, o peso e a massa livre de gordura em 
meninos com puberdade atrasada.
• Terapia hormonal masculinizante para homens transgêneros, outras pessoas transmasculinas e 
intersexuais, produzindo características sexuais secundárias masculinas, como o aprofundamento 
da voz, aumento da massa óssea e muscular, distribuição de gordura masculina, pelos faciais e 
corporais e aumento do clitóris. Ocasiona, também, bem-estar mental, como o alívio da disforia 
de gênero e aumento do desejo sexual.
Outros usos
• Para contracepção hormonal masculina; atualmente experimental, mas potencial para uso como 
contraceptivos masculinos eficazes, seguros, confiáveis e reversíveis.
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A maioria dos usuários de esteroides não é atleta. Nos Estados Unidos, acredita-se que entre 1 milhão 
e 3 milhões de pessoas (1% da população) utilizaram o AAS. Estudos nos Estados Unidos mostraram 
que os usuários de AAS tendem a ser em sua maioria homens heterossexuais de classe média com uma 
média de idade de cerca de 25 anos, que são fisiculturistas e não atletas que usam os medicamentos 
para fins estéticos.
De acordo com uma pesquisa recente, 78,4% dos usuários de esteroides eram fisiculturistas e não 
atletas não competitivos, cerca de 13% relataram práticas inseguras de injeção, como reutilização de 
agulhas, compartilhamento de agulhas e compartilhamento de frascos multidose. Os usuários de AAS 
tendem a pesquisar os medicamentos que estão tomando mais do que outros usuários de substâncias 
controladas; no entanto, as principais fontes consultadas por usuários de esteroides incluem amigos,manuais não médicos, fóruns baseados na internet, blogs e revistas fitness, que podem fornecer 
informações questionáveis ou imprecisas.
Os usuários de AAS tendem a ficar insatisfeitos com a interpretação de que esses fármacos podem 
ser fatais, eles também desconfiam de seus médicos e 56% não revelaram seu uso para os médicos. 
Um estudo recente mostrou que os usuários de AAS em longo prazo tinham maior probabilidade de 
apresentar sintomas de dismorfia.
Os AAS têm sido usados por homens e mulheres em muitos tipos diferentes de esportes profissionais 
para atingir uma vantagem competitiva ou para auxiliar na recuperação de lesões. Esses esportes 
incluem fisiculturismo, levantamento de peso, arremesso de peso e outros, como atletismo, ciclismo, 
beisebol, luta livre, artes marciais mistas, boxe, futebol e críquete. Tal uso é proibido pelas regras dos 
órgãos diretivos da maioria dos esportes. O uso de AAS ocorre entre adolescentes, especialmente por 
aqueles que participam de esportes competitivos.
Os AAS que têm sido usados mais comumente na medicina são testosterona e seus muitos ésteres 
(mas mais tipicamente decanoato de testosterona, enantato de testosterona, cipionato de testosterona 
e propionato de testosterona), ésteres de nandrolona (tipicamente decanoato de nandrolona e 
fenilpropionato de nandrolona), estanozolol, e metandienona (metandrostenolona). Outros que também 
estão disponíveis e são usados, mas em menor extensão, incluem metiltestosterona, oxandrolona, 
mesterolona e oximetolona, bem como propionato de drostanolona (propionato de dromostanolona), 
ésteres de metenolona (metilandrostenolona) (especificamente acetato de metenolona e enantato de 
metenolona) e fluoximesterona. A di-hidrotestosterona (DHT), conhecida como androstanolona ou 
estanolona, quando usada clinicamente apresenta melhoras importantes, embora não seja amplamente 
usada na medicina.
Os principais efeitos colaterais do AAS apresentam-se a seguir:
• Dermatológicos/integrais: pele oleosa, acne vulgar, acne conglobata, seborreia, estrias (devido ao 
aumento rápido do músculo), hipertricose (crescimento excessivo dos pelos), alopecia androgênica 
(calvície padrão, calvície do couro cabeludo), retenção de líquidos/edema.
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• Reprodutiva/endócrina: alterações da libido, infertilidade reversível, hipogonadismo hipogonadotrófico.
— Masculino (específico): ereções espontâneas, emissões noturnas, priapismo, disfunção erétil, 
ginecomastia (principalmente apenas com EAA aromatizável e, portanto, estrogênico), 
oligospermia/azoospermia, atrofia testicular, leiomiossarcoma intratesticular, hipertrofia 
prostática, câncer de próstata.
— Feminino (específico): masculinização, aprofundamento de voz irreversível, hirsutismo 
(crescimento excessivo de pelos faciais e corporais), distúrbios menstruais (por exemplo, 
anovulação, oligomenorreia, amenorreia, dismenorreia), aumento do clitóris, atrofia mamária, 
atrofia uterina, teratogenicidade (em fetos femininos).
— Específicos para crianças: fechamento epifisário prematuro e baixa estatura associada, 
puberdade precoce em meninos, puberdade tardia e precocidade contrassexual em meninas.
• Psiquiátrica/neurológica: alterações de humor, irritabilidade, agressividade, comportamento 
violento, impulsividade/imprudência, hipomania/mania, euforia, depressão, ansiedade, 
disforia, tendências suicídas, delírios, psicose, abstinência, dependência, neurotoxicidade, 
comprometimento cognitivo.
• Musculosqueléticas: hipertrofia muscular, distensões musculares, ruptura dos tendões, rabdomiólise.
• Cardiovasculares: dislipidemia (por exemplo, aumento dos níveis de LDL, diminuição dos níveis de 
HDL, redução dos níveis de apo-A1), aterosclerose, hipertensão, hipertrofia ventricular esquerda, 
cardiomiopatia, hipertrofia miocárdica, policitemia/eritrocitose, arritmias, trombose (por exemplo, 
embolia, acidente vascular cerebral) infarto, morte súbita.
• Hepática: testes de função hepática elevados (AST, ALT, bilirrubina, LDH, ALP), hepatotoxicidade, 
icterícia, esteatose hepática, adenoma hepatocelular, carcinoma hepatocelular, colestase, peliose 
hepática; principalmente ou exclusivamente com AAS 17α-alquilados.
• Renal: hipertrofia renal, nefropatia, insuficiência renal aguda (secundária à rabdomiólise), 
glomeruloesclerose segmentar e focal, carcinoma de células renais.
• Outros: intolerância à glicose, resistência à insulina, disfunção imune.
 Lembrete
Deve-se reiterar que o uso de esteroides anabolizantes com o objetivo 
de aumentar a chamada massa magra, a força muscular ou a resistência 
física não é aprovado pelos órgãos reguladores de saúde no mundo.
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8.7.3.1 Suplementos
Para pessoas saudáveis não há evidências de que os suplementos tenham algum benefício, 
principalmente com relação à prevenção ou ao tratamento do câncer ou de doenças cardíacas. 
Suplementos de vitamina A e E não apenas não fornecem benefícios para a saúde de indivíduos 
geralmente saudáveis, mas podem aumentar a mortalidade. A maioria das vitaminas que são 
vendidas como suplementos dietéticos não deve exceder uma dose máxima diária referida como 
o nível máximo de ingestão tolerável (UL). Produtos vitamínicos acima desses limites regulatórios 
não são considerados suplementos e devem ser registrados com prescrição devido a seus possíveis 
efeitos colaterais.
Os suplementos dietéticos geralmente contêm vitaminas, mas também podem incluir 
outros ingredientes, como minerais, ervas e plantas. Evidências científicas apoiam os benefícios 
dos suplementos alimentares para pessoas com certas condições de saúde. Em alguns casos, 
os suplementos vitamínicos podem ter efeitos indesejáveis, especialmente se administrados antes 
da cirurgia, com outros suplementos alimentares ou medicamentos, ou se a pessoa que os toma 
possui determinadas condições de saúde. Eles ainda podem conter níveis de vitaminas maiores e 
sob diferentes formas, do que se pode ingerir através dos alimentos.
 Resumo
Nesta unidade, vimos que os anti-inflamatórios referem-se à 
propriedade de uma substância ou tratamento que reduzem a inflamação 
ou inchaço. Os medicamentos anti-inflamatórios constituem cerca 
de metade dos analgésicos, corrigindo a dor ao reduzir a inflamação 
em oposição aos opioides, que afetam o sistema nervoso central para 
bloquear a sinalização da dor no cérebro.
Alguns anti-inflamatórios podem ser usados em doenças pulmonares, 
como a asma e o DPOC. Os fármacos usados para o tratamento das doenças 
respiratórias podem ser aplicados topicamente na mucosa nasal, inalados 
ou administrados por via oral ou parenteral para absorção sistêmica. Os 
métodos de aplicação local, como os nebulizadores ou inaladores, são 
preferidos, pois o fármaco atinge o tecido-alvo e minimiza os efeitos 
adversos sistêmicos.
Ainda foram discutidos os fármacos antiviróticos. Os vírus são parasitas 
obrigatoriamente intracelulares. Eles são desprovidos tanto de parede 
celular quanto de membrana celular e não realizam processos metabólicos. 
Os vírus usam muito do mecanismo metabólico do hospedeiro, por isso, 
poucos fármacos são suficientemente seletivos para evitar a multiplicação 
viral sem lesar as células hospedeiras. O tratamento das doenças virais ainda 
é complicado pelo fato de os sintomas clínicos aparecerem tardiamente no 
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curso da doença, num momento em que a maioria das partículas virais já 
se multiplicou.
Também foram estudados os fármacos utilizados no tratamento de 
disfunções do sistema endócrino, bem como nos distúrbios gastrointestinais 
e imunológicos. O sistema endócrino é responsável pela manutenção da 
homeostasia do organismo e realiza tal função por meio de um conjunto 
de glândulas que secretam hormônios diretamente no sistema circulatório 
para serem transportados para órgãos-alvo distantes. As principais 
patologias do sistema endócrino são osteoporose, obesidade, distúrbios da 
tireoide e disfunção erétil.
Além disso, foram apresentadas formas de tratamento para essas 
situações médicas e foram discutidas formas de reposição hormonal e 
métodos farmacológicos de contracepção.
Esta unidade descreveu ainda os fármacos usados para tratar 
algumas condições médicas comuns envolvendo o TGI, como úlceras 
pépticas, refluxo gastroesofágico, êmese, diarreia e constipação. Nessas 
patologias fármacos que agem na redução do ácido estomacal, como 
antagonistas de H2 ou IBPs, são mais eficazes no tratamento das 
úlceras pépticas e do refluxo esofágico. Já para combater diarreias, são 
utilizados fármacos que diminuem o peristaltismo intestinal, e, como 
laxantes, prescrevem-se fármacos que promovem uma maior eliminação 
de líquidos pelas fezes ou que aumentam o peristaltismo intestinal por 
irritação da mucosa.
 Exercícios
Questão 1. (IF/RJ, 2010) A amiodarona é um antiarrítmico tipo III muito utilizado e contém em sua 
estrutura 39% de iodo. Que efeito ela apresenta sobre o sistema endócrino? 
A) Supressão transitória da função adrenal.
B) Supressão transitória da função tireoideana.
C) Indução da cetoacidose diabética.
D) Diminuição do TSH.
E) Diminuição do cortisol.
Resposta correta: alternativa B.
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Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta. 
Justificativa: a dexametasona gera a supressão transitória da função adrenal.
B) Alternativa correta. 
Justificativa: a classe III diminui a fase de repolarização e prolonga a duração da ação potencial e o 
intervalo QT, pelo bloqueio dos canais de potássio. Suas reações adversas atuam em eritemas cutâneos 
e problemas na tireoide, pulmões e outros distúrbios.
Fonte: CHULAY, M.; BURNS, S. M. Fundamentos de enfermagem em cuidados críticos da AACN. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. 
C) Alternativa incorreta. 
Justificativa: a cetoacidose diabética é uma condição aguda e grave que se desenvolve 
predominantemente em pacientes com diabetes mellitus do tipo 1 e é induzida pela deficiência relativa 
ou absoluta de insulina.
Fonte: GROSSI, S. A. A. O manejo da cetoacidose em pacientes com diabetes mellitus: 
subsídios para a prática clínica de enfermagem. Rev. Esc. Enferm. USP, v. 40, n. 4, p. 582-6, 2006.
D) Alternativa incorreta.
 
Justificativa: o TSH indica que a tireoide produz hormônio tireoidiano em excesso, evidenciando 
o hipertireoidismo. Outros fármacos também podem diminuir o TSH com o uso de glicocorticoides, 
levodopa ou dopamina, bem como estresse, ou mais raramente quando a glândula que produz o 
hormônio (hipófise) ou o hipotálamo, que produz o TRH, não funcionam adequadamente. 
Fonte: BITTAR, R. S. M. et al. Prevalência das alterações metabólicas em pacientes portadores 
de queixas vestibulares. Rev. Bras. Otorrinolaringol. v. 69, n. 1, p. 64-8, 2003.
E) Alternativa incorreta. 
Justificativa: fármacos glicocorticoides (imunossupressores e anti-inflamatórios) atuam na 
diminuição do cortisol.
Fonte: disponível em: <http://www.ufjf.br/farmacologia/files/2012/11/glicocorticoides-2013.pdf>. Acesso em: 1 out. 2018. 
 
Questão 2. (EBSERH/UFMT, 2014) Diuréticos são empregados regularmente no controle da pressão 
arterial em paciente com hipertensão arterial sistêmica. Esses fármacos atuam nos rins aumentando 
o volume e o grau do fluxo urinário, podendo ser empregados também para outras indicações, como 
a Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC). Pacientes com ICC comumente utilizam digitálicos para o 
controle da doença, e o uso de diuréticos associados a esses cardiotônicos deve ser monitorado com 
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NOÇÕES BÁSICAS DE FARMACOLOGIA
cautela para evitar a intoxicação digitálica, sendo necessária, muitas vezes, a utilização de diuréticos 
poupadores de potássio. 
Deste modo, assinale a alternativa que contém um diurético poupador de potássio. 
A) Indapamida.
B) Hidroclorotiazida.
C) Clortalidona.
D) Espironolactona.
E) Furosemida.
Resolução desta questão na plataforma.
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FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
HANDS-1903104_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/m%C3%A3os-um-medicamentos-
medica%C3%A7%C3%A3o-1903104/>. Acesso em: 6 maio 2017.
Figura 2
MOUTH_WITH_LARGE_SUBLINGUAL_CYST_WELLCOME_L0062758.JPG. Disponível em: <https://
commons.wikimedia.org/w/index.php?search=sublingual&title=Special:Search&profile=images&full
text=1&uselang=pt-br&searchToken=f3iszvy3xnndtsn4g3928929p#/media/File:Mouth_with_large_
sublingual_cyst_Wellcome_L0062758.jpg>. Acesso em: 6 maio 2017.
Figura 3
INTRAVENOUS-141551_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/intravenosa-m%C3%A3o-
punho-hospital-141551/>. Acesso em: 6 maio 2017.
Figura 4
FLU-SHOT-1719334_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/vacina-contra-a-gripe-
agulha-ai-1719334/>. Acesso em: 6 maio 2017.
Figura 5
VACCINATION-1215279_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/vacina%C3%A7%C3%A3o-
m%C3%A9dico-seringa-m%C3%A9dica-1215279/>. Acesso em: 6 maio 2017.
Figura 6
SKIN-CARE-1491366_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/cuidados-com-a-pele-
aplica%C3%A7%C3%A3o-1491366/>. Acesso em: 6 maio 2017.
Figura 7
LOPES, S. Biologia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 168. 
Figura 8
DORETTO, D. Fisiopatologia clínica do sistema nervoso. 1. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 1996. p. 213.
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Figura 9
FÁBIO, V. B.; FERENC, F. Tratamento atual da insuficiência cardíaca descompensada. Arquivos Brasileiros 
de Cardiologia, São Paulo, v. 86, n. 3, p. 39, set. 2006.
Figura 10
WHALEN, K.; FINKEL, R.; PANAVELIL, T. A. Farmacologia ilustrada. 6. Ed. Artemed, 2016. p. 439.
Figura 12
EDWARD, A.; JOHN, B. Anatomy coloring workbook. [S.l.]. The Princeton Review, 2003. p. 238.
Figura 13
WHALEN, K.; FINKEL, R.; PANAVELIL, T. A. Farmacologia ilustrada. 6. ed. São Paulo: Artemed, 2016. p. 480.
Figura 15
COSTA, A. A.; ALMEIDA NETO, J. S. Manual de diabetes: alimentação, medicamentos, exercícios. 2. ed. 
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1997. v. 2, p. 97.
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Guanabara Koogan, 1997.
COSTA, A. A; ALMEIDA NETO, J. S. Manual de diabetes: alimentação, medicamentos, exercícios. 2. ed. 
São Paulo: Sarvier, 1998. p. 52.
CRAIG,C. R.; STITZEL, R. E. Farmacologia moderna. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
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