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Fisiologia Aula 3

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Disciplina: Fisiologia humana
Aula 3: Comunicação neural e sentidos gerais
Apresentação
Os sentidos especiais são controlados por estruturas localizadas no SNC e podem ser divididas em audição, olfato, paladar e
visão. Os sentidos especiais dependem da presença de receptores para transformar a informação proveniente do meio
externo em padrões de potencial de ação a serem processados pelo córtex cerebral.
O reconhecimento do próprio nome, da voz e da �gura humana familiar inclui desde a percepção e codi�cação da
informação contida nas ondas sonoras e na mentalização da imagem até a integração e o processamento dessas
informações transmitidas, respectivamente, nas estruturas internas do ouvido e da retina (visão) para várias áreas do SNC
(exemplo: córtex cerebral), permitindo a discriminação e percepção dos nossos sentidos (respostas sensoriais).
Visão e audição são modalidades sensoriais sensíveis a estímulos constituídos, respectivamente, por ondas
eletromagnéticas e ondas mecânicas, cujas frequências, em ambos os casos, situam-se em uma faixa adequada, permitindo
a detecção pelos receptores sensoriais. Essas duas modalidades compartilham, entre si e com outras modalidades
sensoriais que serão discutidas nesta aula, um amplo conjunto de características funcionais.
Olfação e gustação, muito semelhantes em relação aos processos de transdução e codi�cação sensorial, são modalidades
sensíveis a substâncias químicas presentes, respectivamente, nas cavidades nasal e oral. Ambas são extremamente
relevantes na organização de diversos comportamentos, como o alimentar e o sexual.
Objetivos
Estabelecer as principais estruturas pertencentes aos órgãos dos sentidos;
Con�rmar os mecanismos funcionais responsáveis pelo controle dos sentidos especiais;
Destacar os aspectos morfofuncionais do músculo esquelético e da contração muscular.
A importância dos nervos cranianos no controle homeostático
 Comunicação Neural.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
A maior parte de nossos sentidos especiais é trafegada através das estruturas dos nervos cranianos (divididos em 12 pares).
Observaremos a seguir o nome de cada nervo, bem como seus componentes, localização dos neurônios, saída do crânio e suas
principais ações.
1. Olfatório (é responsável pelas informações
sensoriais do bulbo olfatório ao cérebro).
2. Óptico (conduz impulsos neurais dos olhos para o
córtex occipital).
3. Óculo-motor (é responsável pela inervação e pelo
movimento dos olhos).
4. Troclear (controla o músculo oblíquo).
5. Trigêmeo (controla o músculo reto dos olhos).
6. Abducente (traz informações sensoriais de boca,
face, nariz e mucosa nasal, além de dentes e dois
terços anteriores da língua).
7. Facial (de raiz motora, é responsável pelo controle
dos músculos da face que participam do sistema de
comunicação humana).
 Fonte: Alila Medical Media / Shutterstock.
8. Vestíbulo-coclear (traz informações sensoriais de equilíbrio, movimento do corpo e audição, além do paladar dos dois
terços anteriores da língua e do palato mole, ao passo que controla a secreção de glândulas submandibulares,
sublinguais, lacrimais, nasais e palatinas).
9. Glossofaríngeo (controla o músculo estilo-faríngeo e a glândula parótida e traz informações sensoriais do paladar,
provenientes do terço posterior da língua, além de sensações gerais da faringe, fossa tonsilar, tuba auditiva e cavidade da
orelha média).
10. Vago (integra o bulbo encefálico com estruturas cervicais das cavidades torácicas e abdominais, possuindo tanto
�bras sensoriais quanto motoras. Permite também a percepção de sensações e o controle dos músculos da faringe,
laringe, brônquios, pulmões, coração e do sistema digestório até a �exura esquerda do cólon).
11. Acessório (exclusivamente motor, controla os músculos esternocleidomastóideo e trapézio).
12. Hipoglosso (exclusivamente motor, atua sobre os músculos intrínsecos e extrínsecos da língua). (LENT, 2004, p.
356).
Saiba mais
Conheça a tabela <galeria/aula3/anexo/nervos_cranianos_funcoes.pdf> com os nervos cranianos e suas funções.
Sentidos especiais
https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0057/galeria/aula3/anexo/nervos_cranianos_funcoes.pdf
 Sentidos especiais.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Audição
O que chamamos de som é, na verdade, uma característica de nossa percepção a uma classe particular de oscilações
mecânicas. Caracteriza-se por um conjunto de vibrações mecânicas especí�cas pela sua faixa de frequência com capacidade de
estimular adequadamente o nosso sistema sensorial, gerando a percepção auditiva.
O ouvido da espécie humana é subdividido em três partes:
Externo
Auxilia na coleta das ondas
sonoras e na sua condução até a
membrana timpânica.
Médio
Contém um sistema de pequenos
ossos (bigorna, estribo e martelo)
que transmite as vibrações
timpânicas até o ouvido interno.
Interno
Composto pela cóclea, um tubo
espiralado sobre si mesmo e
preenchido por �uidos (�gura 3.1).
A constituição das três partes do ouvido ainda inclui:
Externo Médio Interno
Meato auditivo externo (limitado pela
membrana timpânica).
Ossículos (martelo, bigorna e estribo)
transmitem as oscilações timpânicas
até a janela oval.
Cóclea e aparelho vestibular.
Na �gura a seguir, observa-se na parte inferior uma representação esquemática do ouvido humano:
 Figura 3.1. Na parte superior, os componentes do ouvido humano. (Fonte: AIRES, 2012, p. 291)
As oscilações mecânicas produzidas no tímpano são transmitidas à janela oval (localizada na cóclea) por meio dos ossículos do
ouvido médio. Eles têm um importante papel: tornar possível a transferência dessas oscilações entre dois meios com diferentes
características acústicas, o ar e a perilinfa (líquido que preenche a rampa vestibular).
Na ausência dos ossículos, as ondas sonoras que alcançassem a janela oval seriam, em sua maior parte, re�etidas de volta. Outro
fator importante na realização desse processo é a relação entre as áreas da membrana timpânica e da janela oval. Exemplo: a
energia sonora absorvida pela membrana timpânica, de maior superfície, é concentrada na menor superfície representada pela
janela oval, aumentando a pressão transmitida. (AIRES, 2012, p. 290)
Possuindo uma estrutura em forma de espiral com duas voltas e meia em torno do modíolo, a cóclea é dividida em três
segmentos:
01 Rampa vestibular, que continua a partir da janela oval;
02
Rampa timpânica, que se comunica com a rampa
vestibular por meio do helicotrema, terminando na
janela redonda;
03 Rampa média (ou ducto coclear), localizada entre osdois outros compartimentos (�gura 3.1).
As oscilações transmitidas da membrana timpânica até a
janela oval produzem ondas de pressão que se propagam na
perilinfa que preenche a rampa vestibular.
Essas ondas, que causam oscilações correspondentes na
perilinfa da rampa timpânica, também são transmitidas até a
rampa média, cujo assoalho (membrana basilar) contém o
órgão de Corti, estrutura responsável pelo processo de
transdução sensorial (�gura 3.2).
 Figura 3.2. Na parte superior, corte transversal da cóclea e seus principais
componentes. Na parte inferior, em destaque, o órgão de Corti, internamente na rampa
média e compreendido entre as membranas tectória e basilar. (Fonte: AIRES, 2012, p. 292)
Os sinais provindos dos núcleos cocleares são conduzidos por três vias principais:
 Figura 3.3. Projeções auditivas ascendentes ilustram as diversas estações neurais de processamento. À esquerda, visão
topográfica simplificada das projeções auditivas ascendentes. À direita, projeções auditivas com maior detalhamento.
Estria acústica dorsal.
Estria acústica intermédia.
Corpo trapezoide: o mais
importante (�gura 3.3).
Projeções ipsilaterais e contralaterais do corpo trapezoide são direcionadas aos núcleos do complexo olivar superior:
Clique nos botões para ver as informações.
Envolvido na localização espacial de sons por meio de comparações temporais. Os neurônios presentes nesse núcleo
recebemprojeções cocleares bilaterais. São sensíveis as diferenças na fase de sons contínuos apresentada
simultaneamente aos dois ouvidos.
Núcleo olivar superior medial 
Associado às alterações na intensidade dos sons que alcançam os ouvidos. Por intermédio do lemnisco lateral, projeções
dos núcleos cocleares e olivares superiores alcançam o colículo inferior, de onde partem axônios em direção ao tálamo
ipsilateral. O principal núcleo talâmico envolvido no processamento da informação auditiva é o núcleo geniculado medial: ele
transmite as informações ao córtex auditivo ipsilateral localizado no giro temporal superior (também chamado de áreas 41 e
42). (AIRES, 2012, p. 295)
Núcleo olivar superior lateral 
Olfação
De todos os sentidos especiais mencionados, o olfato e o paladar, dependentes de quimiorreceptores, são considerados aqueles
mais antigos na escala evolutiva. A olfação permite que discriminemos milhares de odores diferentes.
Para fazer isso, o sistema olfatório humano consiste em neurônios olfatórios primários cujos axônios formam o nervo olfatório. O
nervo olfatório faz sinapse com neurônios sensoriais secundários no bulbo olfatório responsáveis pelo processamento da
informação de entrada.
Por meio desses circuitos, o bulbo olfatório processa e re�na a informação sensorial antes de a enviar até o córtex olfatório pelo
trato olfatório lateral. O córtex olfatório é subdividido em cinco áreas principais (�gura 3.4):
Núcleo olfatório anterior
Parece mediar, por meio da comissura anterior, a
comunicação entre regiões bilateralmente simétricas
dos dois bulbos olfatórios.
Córtex piriforme
 Figura 3.4. Representação esquemática das projeções ascendentes da via olfatória.
(Fonte: AIRES, 2012, p. 306)
Córtex piriforme
Constitui-se na principal área envolvida na discriminação
olfatória.
Tubérculo olfatório
Envia projeções ao núcleo mediodorsal do tálamo, que,
por sua vez, se projeta ao córtex orbitofrontal envolvido
na percepção olfatória consciente.
Núcleo cortical da amígdala e córtex
entorrinal
Se projetando para o hipotálamo e o hipocampo, ambos
parecem estar envolvidos nos atributos afetivos que
acompanham um estímulo olfatório. (AIRES, 2012, p.
306)
Comentário
Uma característica curiosa do olfato é a sua ligação com o paladar, a memória e a emoção. Esse é o motivo de �carmos
salivando quando sentimos o odor de um alimento agradável, desenvolvendo a vontade de comer (fome). Dados obtidos por
ensaios de neuroimagem sustentam essa ideia de composição multissensorial do sabor dos alimentos. Imagens de ressonância
magnética funcional (RMF) mostram que estímulos gustativos, olfatórios e somestésicos, oriundos da cavidade oral, causam
excitações neurais que se superpõem (mesma localidade) em várias áreas corticais, como ínsula, córtex orbitofrontal e giro do
cíngulo (�gura 3.5).
Esses achados sugerem que essas estruturas corticais têm um papel central na integração de informações sensoriais distintas
que cooperam para a percepção de um sabor.
 Figura 3.5. Integração olfação-gustação. (Fonte: SMALL; PRESCOTT, 2005, p. 347)
 Sentidos especiais.
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Gustação
Conforme observado na seção anterior, o sentido da gustação (ou paladar) relaciona-se intimamente com o olfato. O sabor é
detectado por estruturas (sensores) presentes na língua, região principal para a percepção do estímulo dividido em quatro
modalidades:
Umami Ácido
Detectado nas laterais
da língua.
Doce
Detectado na ponta da
língua.
Amargo
Detectado na região
posterior da língua.
Salgado
Detectado sobre maior
parte da língua, mas
concentrado nas laterais.
 Figura 3.6. Organização esquemática da língua humana e as localidades das sensações dos cinco sabores. (Fonte: MicroOne / Shutterstock)
Atenção
Evidências sugerem que seres humanos possuem uma quinta modalidade de sabor. Denominada umami (sensação de saboroso
ou delicioso), ela é encontrada em alimentos que contenham o aminoácido ácido glutâmico e os nucleotídeos inosinato e
guanilato. Todos os diferentes sabores que percebemos são combinações das cinco diferentes modalidades de sabor em
conjunto com informações provenientes do olfato. (ZANELA, 2015, p. 37)
Em seres humanos, receptores gustativos são encontrados nos seguintes lugares:
Língua Faringe Epiglote Esôfago
Porção superior
Palato
Esses receptores estão agrupados em botões gustativos (que, por sua vez, agrupam-se em papilas gustativas). Há diversos tipos
de papilas (circunvaladas, �liformes, foliáceas e fungiformes) distribuídos na superfície da língua de maneira diferente. O botão
gustativo também tem diferentes tipos celulares que fornecem sustentação às células receptoras e promovem sua contínua
renovação.
Desprovida de axônio, a célula receptora gustativa transmite a informação aos terminais das �bras aferentes que compõem os
seguintes pares de nervos cranianos: facial e glossofaríngeo. Um ramo do nervo vago (décimo par) também inerva botões
gustativos presentes na epiglote e porção superior do esôfago.
Uma vez codi�cadas, essas informações gustativas são direcionadas ao núcleo do trato solitário (NTS). Localizado no bulbo
(�gura 3.7), ele preserva, assim como as projeções talâmicas e corticais, uma segregação espacial das submodalidades
gustativas observadas na língua. As projeções gustativas enviadas ao NTS terminam em sua porção rostrolateral denominada
núcleo gustatório.
Essas informações continuam por uma via gustativa especí�ca, alcançando o córtex gustativo primário localizado no córtex
insular anterior. Dali, elas partem para o núcleo central da amígdala e, de lá, até o hipotálamo e as áreas dopaminérgicas do
mesencéfalo. (AIRES, 2012, p. 302)
 Figura 3.7. Vias gustativas e suas conexões com as estruturas do SNC. (Fonte: AIRES, 2012, p. 302)
Visão
O trânsito de energia no nosso universo ocorre, de maneira essencial, por meio de radiações eletromagnéticas. Essas ondas são
constituídas por campos elétricos e magnéticos que se alternam, de maneira oscilatória, tanto no tempo quanto no espaço.
Por esse motivo, entendemos como visão a capacidade de detecção de fenômenos além das diferenças na intensidade da luz,
incluindo alterações dessa intensidade mais rápidas e mais restritas no espaço. A detecção do movimento, por exemplo, requer
uma organização muito mais complexa das estruturas destinadas a essa recepção sensorial.
1
As principais estruturas do nosso sistema ocular são:
 Figura 3.8. Corte sagital do globo ocular mostrando suas principais estruturas. (Fonte: AIRES, 2012, p. 311)
Esclera
Camada externa que protege o
globo ocular com aspecto
transparente em sua porção
anterior, formando a córnea.
Coroide
Localizada internamente, é uma
camada com grande quantidade
de vasos sanguíneos responsável
pela nutrição das estruturas
oculares.
Retina
Repousa nos dois terços
posteriores da coroide. Trata-se
de camada complexa, contendo
os receptores sensoriais sensíveis
à luz (fotorreceptores) conectados
a circuitos neurais envolvidos no
processamento inicial da
informação visual (�gura 3.8).
(AIRES, 2012, p. 310).
Os movimentos do globo ocular são realizados por um conjunto de seis músculos (�gura 3.9):
https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0057/aula3.html
 Figura 3.9. Músculos responsáveis pelos movimentos do globo ocular. (Fonte: AIRES,
2012, p. 311)
Músculo oblíquo superior: Inervado pelo nervo troclear
(quarto par craniano).
Músculo reto lateral: Inervado pelo abducente (sexto
par).
Demais músculos oculares extrínsecos: Inervados pelo
oculomotor (terceiro par de nervos cranianos).
Músculo levantador da pálpebra superior. (LENT, 2004,
p. 301).
Os axônios das células ganglionares correm ao longo da
superfície interna da retina e se reúnem para formar o nervo
ótico, que é um segundo par dos nervos cranianos. Nos seres
humanos, o nervo ótico projeta-se primariamente ao núcleo
geniculado lateral (NGL), que �ca no tálamo. Daí, ele segue
para o córtex visual primário, no lobo occipital (�gura 3.10).
Outrasprojeções do nervo ótico incluem a área pré-tectal do
mesencéfalo (organização de re�exos pupilares) e o colículo
superior (elaboração de uma classe de movimentos oculares).
Além dessas projeções mesencefálicas, o nervo ótico alcança
o hipotálamo, aferência envolvida no controle de ritmos
circadianos. (LENT, 2004, p. 312)
 Figura 3.10. Organização das vias visuais. (Fonte: LENT, 2004, p. 312)
O resultado dessa projeção ordenada das aferências retinianas e talâmicas faz com que o córtex estriado apresente um mapa
completo da retina, preservando aquilo que se denomina organização retinotópica. Região retiniana de maior acuidade visual, a
fóvea ocupa grande parte desse mapa retinotópico de forma semelhante à organização de outras modalidades sensoriais em que
as regiões de maior acuidade têm uma representação cortical majoritária.
Exemplo
Representação da face e das mãos no córtex somestésico. (AIRES, 2012, p. 322)
Sistema nervoso motor: funções e características gerais
 Fonte: sciencepics / Shutterstock.
Organização básica
Os movimentos corporais podem ser classi�cados como voluntários (dependem de nossa sã consciência e são provocados pela
nossa vontade) e involuntários (inconscientes, aqueles que realizamos sem perceber).
Movimentos voluntários e involuntários também se misturam nos atos motores mais delicados. Um pianista faz diversos
movimentos considerados quase involuntários após tantos treinos e ensaios, mas a sua realização só é realmente artística
quando esses movimentos forem modi�cados ou modulados pela sua consciência movida ao mesmo tempo pela razão e pela
emoção.
No ato da marcha, os movimentos que realizamos para andar representam uma sequência rítmica que nos permite levar uma das
pernas adiante enquanto a outra é usada para sustentar o corpo (não percebemos esse ato). Em seguida, repetimos esse
processo mudando de lado - e assim por diante. No entanto, as mudanças de direção e a velocidade da marcha são opções que
dependem de nossa vontade (ato consciente). (AIRES, 2012, p. 332)
A organização do sistema nervoso pode ocorrer em três diferentes níveis:
2
 Figura 3.11. Níveis de organização de controle do movimento humano (diagramas em cinza). (Fonte: AIRES, 2012, p.
332)
https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0057/aula3.html
Medula espinhal
Contém estruturas necessárias para a realização dos movimentos re�exos. Para sua execução, esses re�exos requerem:
Receptores sensoriais.
Vias aferentes.
Interneurônios.
Motoneurônios (representam as vias eferentes e responsáveis na execução do
movimento).
Córtex cerebral e tronco encefálico: vias descendentes
Áreas especí�cas do córtex cerebral representam o centro da hierarquia do controle motor onde ocorre a organização dos
movimentos voluntários. Destacamos as seguintes áreas:
Córtex primário.
Pré-motor.
Área suplementar.
Áreas associativas do córtex frontal e parietal (�gura 3.12A)
Esse controle voluntário é exercido pelas vias descendentes. A mais importante delas é o sistema lateral composto pelo trato
corticoespinhal. Outro componente pequeno desse sistema é o trato rubro-espinhal oriundo do núcleo rubro localizado no
mesencéfalo. Essas �bras têm movimento descendente na ponte e se unem às �bras do trato corticoespinhal em seu trajeto
lateral na medula espinhal (�gura 3.12B).
Note que as �bras eferentes se projetam das porções laterais do cerebelo em direção ao núcleo rubro atuando no planejamento
do ato motor. (MACHADO, 2006, p. 314)
A B
 Figura 3.12. Em A, regiões corticais que constituem o córtex motor. Em B, tratos corticoespinhal e rubro-espinhal e suas projeções descendentes para o controle motor. (Fonte:
MACHADO, 2006, p. 314)
O sistema medial é formado por três tratos descendentes originados do tronco encefálico:
Vestíbulo-espinhal (relaciona-se com as musculaturas da cabeça e do
pescoço).
Teto-espinhal (idem).
etículo-espinhal (atua no controle dos músculos do tronco e proximais dos
membros).
Atenção
O trato vestíbulo-espinhal está basicamente relacionado com a função do aparelho vestibular, incluindo os receptores vestibulares
e os núcleos vestibulares bulbares. Suas projeções descendentes fundamentalmente in�uenciam os motoneurônios espinhais
para ajustar sua atividade quanto à movimentação da cabeça. (AIRES, 2012, 335)
 Fonte: Anatomy Insider / Shutterstock.
Sistema neuromuscular esquelético
Os músculos esqueléticos representam aproximadamente 40% do peso corporal e são responsáveis pelo deslocamento do
esqueleto. Tal fato se devo pelos músculos serem �xados às estruturas ósseas através dos tendões.
 Figura 3.13. Junção neuromuscular, interação do neurônio motor e
das fibras musculares por ele inervadas (unidade motora) para que ocorra
o acoplamento excitação-contração. (Fonte: AIRES, 2012, p. 114)
A estrutura do músculo esquelético
Músculos estriados esqueléticos são constituídos por milhares
de células alongadas multinucleadas (também chamadas de
�bras musculares) agrupadas em feixes e envoltas por uma
cápsula de tecido conjuntivo (fáscia muscular). Cada �bra
muscular apresenta a própria membrana celular (sarcolema) e
é formada por unidades menores denominadas mio�brilas,
onde estão as proteínas contráteis.
As mio�brilas são cilíndricas, têm 1 a 2 milímetros de diâmetro
e estão organizadas longitudinalmente no interior da �bra
muscular (�gura 3.14). Cada uma delas é envolvida por uma
organela chamada de retículo sarcoplasmático, apresentando
como principal função o armazenamento de íons Ca2+ a
serem liberados no citoplasma durante o processo de
contração muscular.
 Figura 3.14. Organização da estrutura muscular esquelética. (Fonte: SILVERTHORN,
2010. p. 321)
Próximo ao retículo sarcoplasmático, existem estruturas tubulares formadas pela invaginação do sarcolema que são designadas
como túbulos transversos (ou túbulos T). O conjunto constituído pelo túbulo T e os dois lados do retículo forma uma estrutura
conhecida por tríade. É exatamente na região da tríade que ocorre o acoplamento entre a excitação da membrana e os sinais
químicos necessários à contração muscular.
Cada mio�brila é formada por �lamentos �nos e grossos longitudinais delimitados por
bandas perpendiculares chamadas de linhas Z. Esses �lamentos aparecem
organizados em unidades repetidas conhecidas como sarcômeros. Os �lamentos
�nos e grossos dos sarcômeros são justamente as proteínas contráteis, que são
responsáveis pela contração muscular.
Os �lamentos grossos contêm principalmente moléculas de miosina, enquanto os �nos possuem actina, tropomiosona e
troponina. A molécula de miosina é grande e complexa, sendo formada por dois peptídeos enrolados em hélice. Em uma de suas
extremidades, mais próxima da linha Z, a miosina apresenta uma saliência globular ou cabeça que dispõe de enzimas ATPase,
locais especí�cos de ligação com moléculas de ATP. Ela tem, portanto, atividade ATPásica (�gura 3.15).
 Figura 3.15. Estrutura dos miofilamentos finos (actina, troponina e tropomiosona) e grosso (miosina). (Fonte: AIRES,
2012, p. 114)
Atividade
1. O mecanorreceptor de adaptação lenta e pequeno campo receptivo é:
a) Corpúsculo de Ruffini
b) Terminação nervosa livre
c) Corpúsculo de Pacini
d) Corpúsculo de Meissner
e) Disco de Merkel
2. No acoplamento excitação-contração, é correto a�rmar que:
a) É fundamental que a célula possua íons cálcio (Ca ) e ATP para que ocorra a interação e o deslizamento dos miofilamentos (proteínas
contrateis).
2+
b) É fundamental que a célula possua íons sódio e ATP para que ocorra a interação e o deslizamento dos miofilamentos.
c) A liberação de Ca do retículo sarcoplasmático é dependente de sódio.2+
d) Na fase de relaxamento, a maior parte do Ca liberado durante a sístole sai da célula pela bomba de Ca presente na membrana
celular.
2+ 2+
e) Nenhuma das opções está correta.
3. Sobre a integração olfação e paladar, os estímulos gustativos, olfatórios e somestésicos, oriundos da cavidade oral, causam
excitações neurais que se superpõem (mesma localidade) nas seguintesáreas corticais:
a) Ínsula, córtex occiptal e giro do cíngulo
b) Ínsula, córtex pré-frontal e giro do cíngulo
c) Ínsula, córtex orbitofrontal e giro do cíngulo
d) Ínsula, córtex orbitofrontal e área de broca
e) Ínsula, sistema límbico e giro do cíngulo
Notas
Campos magnéticos 1
Ao contrário das ondas mecânicas (sonoras), a radiação eletromagnética não precisa de um meio material para se propagar. No
vácuo, as ondas eletromagnéticas propagam-se livremente a uma velocidade de 300.000 km/s independentemente do referencial
utilizado na medida. Além de sua velocidade de propagação em um determinado meio, uma onda eletromagnética também é
caracterizada por sua amplitude e frequência (ou, de forma complementar, seu comprimento de onda). Animais e plantas
possuem habilidades capazes de desenvolver mecanismos apropriados para a captação da energia luminosa, especi�camente
radiações eletromagnéticas situadas em uma faixa intermediária de frequências. Esse tipo de radiação, cujo comprimento de
onda encontra-se entre 400 e 800 nm, pode ser absorvido por pigmentos carotenoides existentes nas estruturas biológicas
especializadas na detecção da luz. (LENT, 2004, p. 298)
Movimentos corporais involuntários 2
Ao longo da leitura de um livro, viramos a página porque queremos continuar a leitura, mas, quando lemos, piscamos várias vezes
as pálpebras sem dar conta disso. Note que alguns movimentos involuntários - mas nem todos - são chamados de movimentos
re�exos. Eles ocorrem automaticamente em resposta a um estímulo sensorial. Exemplo: o movimento brusco de retirada do
braço quando encostamos a mão em algo muito quente. (LENT, 2004, p. 387)
Referências
AIRES, M. M. Fisiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
AIRES, M. M. Fisiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
COSTANZO, L. S. Fisiologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de �siologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
LENT, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. Rio de Janeiro: Atheneu, 2004.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana – uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
ZANELA, C. Fisiologia humana. 1. ed. Rio de Janeiro: SESES, 2015.
Próxima aula
Divisão estrutural do sistema nervoso autonômico;
Funcionamento da resposta de fuga ou luta;
Aspectos funcionais dos sistemas nervoso simpático e parassimpático.
Explore mais
Integração sensório-motora e os re�exos <http://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=2002> ;
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https://www.youtube.com/watch?v=flhPLlHVHmI

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