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Geriatria 1 � Geriatria Reviewed Type Aula Gravada Date Especialidade Geriatria Apostila Área Clínica Médica Fisiologia e Alterações do Envelhecimento Senescência: envelhecimento normal → idoso: > 65 anos (países desenvolvidos) ou > 60 anos (países em desenvolvimento) → relacionado com fatores intrínsecos e extrínsecos → considerar heterogenicidade, como direta, atividade física, constituição física, gênero, genética, ambiente, etc. Bem Sucedido: mantém padrão fisiológico → perda mínima de funções específicas → síndrome do envelhecimento puro. Usual: apresenta potencial de adoecimento → perda importante de funções. Senilidade: envelhecimento patológico → perda funcional marcante → não justificar alterações importantes apenas por conta do envelhecimento. Alterações Previsíveis e Progressivas: quanto maior a idade, maior a influência genética → cada órgão e sistema tem seu tempo de envelhecimento. Composição Corporal: ocorre redução da água corporal total → risco de desidratação e deve haver cuidado com drogas hidrossolúveis (aumento da concentração da droga; ex: digoxina) e drogas lipossolúveis (aumento compensatório da gordura corporal leva ao aumento da meia vida da droga; ex: benzodiazepínicos). Pele: epiderme mais frágil e menos vascularizada → pele mais seca e espessa → dermatoporose: síndrome de insuficiência crônica da pele, sendo mais seca, @March 30, 2023 Geriatria 2 espessa, com rugosidade, lesão purpúricas (púrpura senil devido trauma por fragilidade). Fânero e Musculatura: menor quantidade e efetividade de glândulas sudoríparas (alteração na termorregulação) → menor espessura do subcutâneo → redução da quantidade dos melanócitos (cabelos brancos) → menor volume e número de fibras musculares. Cardiovascular: ocorre perda de miócitos, com menor contratilidade e consequente dilatação de câmaras → redução das células do nó sinusal, com maior chance de de arritmias, principalmente bradiarritmias → menor quantidade de elastina e maior de colágeno, gerando maior rigidez da parede arterial e menor elasticidade, gerando dilatação de aorta e grandes artérias, levando a hipertensão sistólica isolada e aumento da pressão de pulso. Pseudo-Hipertensão: devido a menor elasticidade das artérias (HAS resistente, sem lesão de órgão alvo) → manobra de Osler: método palpatório da pressão + insuflar 30 mmHg acima da PAS auscultada → se ainda sente pulso radial, significa que a parede está mais rígida. Ocorre redução da FC máxima (220 - idade) → haverá menor fluxo vagal e menor controle do sistema nervoso autônomo. Sistema Nervoso: redução da substância branca > cinzenta → maior perda de volume nos lobos frontal e temporal → hipotálamo, ponte e medula são pouco afetados → redução do número e qualidade das sinapses. Como resposta compensatória, há aumento das células da glia, que mantém a plasticidade → haverá menos axônios e mielina na substância branca periventricular (leucoaraiose na RM). Redução das células no corno anterior da medula → redução da sensibilidade vibratória, tato e dolorosa. Disfunção autonômica. Sistema Respiratório: aumento dos espaços aerados e tecido fibroso, com menor superfície de troca → menor elasticidade da parede torácica e menor volume expirado. Falha no centro de controle respiratório e menor quantidade de surfactante → gera limitação para atividades, atelectasia e edema pulmonar. Todas essas alterações tornam mais sensíveis a hipoxemia e PaCO2 inalterada. Geriatria 3 Espirometria: menor volume pulmonar, menor capacidade vital e aumento do volume residual. Sistema Hematopoiético: redução de hemácias, hemoglobina e hematócrito → devido menor resposta à eritropoetina por conta de aumento de citocinas pró- inflamatórias (IL6) e dos marcadores inflamatórios (VHS → correção com idade/2 em homens e idade + 10/2 em mulheres). Coagulação: aumento do fibrinogênio, fator V, VII, VIII e IX → plaquetas inalteradas → estado pró-coagulante (D-dímero aumentado). Sistema Geniturinário: tecido renal se torna mais gorduroso e sofre fibrose → urina com alteração na concentração e diluição → maior propensão a hiponatremia. Sistema Endócrino-Metabólico: aumento ou inalteração do TSH e redução ou inalteração de T3 e T4 (tendencia ao hipotireoidismo) → aumento do colesterol total e LDL → resistência a insulina. Sistema Gastrointestinal: menor peristalse esofágica, menor secreção de pepsina e enzimas gástricas, redução das vilosidades intestinais e atrofia mucosa (principalmente de cólon). Outras: piora da memória (sem alteração funcional); marcha alargada, curta e desequilíbrio; dorme mais cedo e por menos tempo; halo senil nos olhos. Avaliação Geriátrica Ampla Funcionalidade Habilidade de realizar tarefas para benefício próprio e convivência em seu meio. Grau de autonomia → independência do meio. Escalas específicas para cuidados paliativos: Karnofsky, PPS e ECOG. Atividades Básicas de Vida Diária - Escala de Katz: autocuidado mínimo → escore 0 indica independência para AVD e 6 pontos indicam totalmente dependente. Geriatria 4 Atividades Instrumentais de Vida Diária - Escala de Lawton: ativais rotineiras no meio mais complexas → administrar ambiente dentro e fora do lar → pode viver sozinho sem supervisão → refeições, meios de transporte, compras, dinheiro, roupa, tarefas domésticas, medicações, telefone e trabalhos manuais/pequenos reparos em casa → 27 pontos indica maior independência e 9 indica maior dependência. Risco Nutricional Avaliar risco de Desnutrição → impacto do isolamento social e comorbidades. Avaliar circunferência do braço e panturrilha. IMC específico para idosos → Lipschitz é o mais aceito: ≤ 22 é baixo peso; 22-27 é eutrofia; ≥ 27 é obesidade. Equilíbrio e Marcha Principal causa de óbito acidental. Não intencional e gera contato com o solo. Idosos que caem (> 2 quedas/ano) tem maior mortalidade que os idosos que não caem (até 2/ano). Maior risco em mulheres. Principalmente durante o dia. Multifatorial: comorbidade, medicações, alterações fisiológicas, osteopenia e fragilidade. Geriatria 5 Prevenção: vitamina D, atividade física, adequação do ambiente e ajuste de medicações (hipotensão postural). Velocidade de marcha < 0,8 m Get uo and go > 12 seg. Humor Escala de depressão → EDG > 5 Cognição MEEM MoCA Iatrogenia e Polifarmácia Incontinências Urinária e fecal Deficiência Sensoriais Audição e visão Socioambientais Familiar, financeiro e maus tratos. 5 I’s da Geriatria Instabilidade Postural: quedas Incontinência: urinária e fecal Imobilidade Iatrogenia e Polifarmácia Geriatria 6 A partir de 5 medicações em uso concomitante → ou a partir de 1 medicamento não indicado para idosos. Cascata iatrogênica: medicações adicionadas para tratar efeitos colaterais de otras. Medicamentos Inapropriados: critérios de Beers e critérios STOPP/START → teste da sacola de remédio: BAD LADRA. Benzodiazepínicos Antidepressivos (principalmente tricíclicos) Diuréticos Laxativos Antivertiginosos Digitálicos Relaxantes musculares/anti-histamínicos de 1ª geração AINE Incapacidade Cognitiva (Demências) Síndrome da Fragilidade Caracterizada por reduções musculoesquelética, neuroendócrina, imunológica, além de sarcopenia e aumento de marcadores inflamatórios → tornando o idos mais vulnerável a eventos adversos. Fatores de Risco: idade avançada; depressão; evolução de doenças crônicas; comorbidades; obesidade e baixo peso; intercorrências agudas/internação prolongada; déficits sensoriais. Geriatria 7 Critérios de Fragilidade de Fried: PPAVe → ≥ 3 é idoso frágil; 1-2 é idoso pré- frágil. Perda de peso não intencional → > 4,5 kg relatados ou 5% do peso em 1 ano. Preensão palmar com força reduzida → < P20 por dinamômetro e corrigido por gênero e IMC. Atividade física baixa → < P20 em kcal/sem. Velocidade de marcha reduzida → < P20 corrigido por gênero e estatura. Instrumentos Diagnósticos: FRAIL: mais usado → ≥ 3 é idoso frágil;1-2 é idoso pré-frágil; 0 é robusto. SOF: risco de fraturas patológicas por osteoporose → avalia perda de peso; incapacidade de levantar de uma cadeira 5x sem usar os braços; redução do nível de energia → 2-3 é idoso frágil; 1 é idoso pré-frágil; 0 é não-frágil. Rastreamento Rastreamento se encaixa em um nível secundário de prevenção. Geriatria 8 O rastreamento de doenças não neoplásica se diferencia entre MS e USPSTF. Geriatria 9 O rastreamento de neoplasias também tem recomendação do MS e USPSTF → mais usado é o do MS. Geriatria 10
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