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Osteoartrite Definição e Epidemiologia Definição ● A osteoartrite (OA) é o distúrbio articular degenerativo mais comum que afeta uma ou várias articulações diartrodiais, incluindo articulações pequenas (como as da mão) e grandes (como as articulações do joelho e do quadril).¹ ● OA é uma doença inflamatória, com progressão na maioria das vezes lenta e persistente, afetando a articulação como um todo.² ● As lesões decorreriam de fenômenos inflamatórios, mecânicos e genéticos, afetando a cartilagem articular, osso subcondral, ligamentos, meniscos dos joelhos e também músculos, além de alterações estruturais que podem levar à destruição articular, motivando indicação de artroplastia.² Epidemiologia ● A OA estrutural das mãos é relatada em ~60%, do joelho em 33% e do quadril em 5% dos adultos ≥65 anos de idade na América do Norte e Europa.³ ● A OA estrutural é mais frequente em mulheres do que em homens em qualquer idade > 50 anos, com a diferença de sexo mais pronunciada para OA de mão e joelho.³ ● A osteoartrite do joelho é responsável por aproximadamente 85% da carga de osteoartrite em todo o mundo.³ ● Taxas de prevalência aumentam acentuadamente com a idade em ambos os sexos: menor turnover da matriz cartilaginosa → condrócitos já não respondem com a mesma eficiência aos estímulos mecânicos → cartilagem mais fina, com maior propensão ao desgaste e lesão do osso subjacente.³ ● Obesidade: aumento da sobrecarga e de mediadores inflamatórios (OA de mãos, OA de joelhos).³ ● Sexo feminino: deficiência de hormônios sexuais após a menopausa.³ ● Atividades pesadas de trabalho são fatores de risco para o quadril e osteoartrite do joelho.³ ● Emprego na agricultura ou na indústria da construção está especialmente associado à osteoartrite.³ ● Esportes de alto impacto são fatores de risco para OA de quadril e joelho.³ ● Contribuição da genética: na osteoartrite é estimado entre 40% e 80%.³ Medicina 7º semestre ● Doenças metabólicas sistêmicas, como a ocronose e a hemocromatose (deposição nas cartilagens de ácido homogentísico e ferro, respectivamente) também favorecem o surgimento de OA por interferirem no turnover da matriz cartilaginosa.5 ● Desalinhamento anatômico da articulação: desequilíbrio de forças mecânicas intra-articulares (com sobrecarga focal sobre a cartilagem).5 (Figura extraída da referência 5) Fisiopatologia ● OA primária ou idiopática (de causa desconhecida) x OA secundária (causada por trauma, malformações anatômicas, doenças congênitas (ex.: Legg-Perthes), osteonecrose, endocrinopatias (hipotireoidismo, acromegalia) e distúrbios metabólicos (ex.: hemocromatose, doença de Wilson, ocronose).5 ● Fatores mecânicos e inflamatórios → desorganização da matriz → neoformação da matriz da cartilagem na OA → formação de osteófitos (estruturas de cartilagem calcificada que não cumprem função fisiológica) + áreas de degradação com redução de matriz. 3 2 Medicina 7º semestre ● Balanço NEGATIVO de matriz cartilagonisa → Uma série de citocinas produzidas pelas células da sinóvia contribui para esse desequilíbrio, especialmente interleucina-1 e TNF-alfa→ inbição da síntese de proteoglicanas e do estímulo à ação das metaloproteinases.5 ● Durante o processo de osteoartrite, a composição da cartilagem muda e a cartilagem perde sua integridade.3 ● As mudanças de composição alteram as propriedades do material cartilaginoso e aumentam sua suscetibilidade à ruptura por forças físicas. 3 ● Inicialmente, as erosões estão apenas na superfície; depois, fissuras de cartilagem mais profundas são seguidas pela expansão da zona de cartilagem calcificada.3 ● Em uma tentativa de reparo, os condrócitos hipertróficos apresentam aumento ● atividade sintética → produtos de degradação da matriz e mediadores pró-inflamatórios → desregulam a função dos condrócitos e atuam na sinóvia adjacente para estimular respostas proliferativas e pró-inflamatórias.3 ● Sinoviócitos em proliferação → liberam produtos pró-inflamatórios → hipertrofia tecidual e aumento da vascularização.3 ● Sinovite: há infiltrado de linfócitos e macrófagos e hiperplasia dos sinoviócitos compondo a inflamação local.2 ● No osso subcondral, a renovação óssea é aumentada (remodelação e reparo ósseo) e ocorre a invasão vascular + invasão da cartilagem → desenvolvimento de lesões subcondrais da medula óssea.2 Ob�.: Danos aos meniscos e sinovite precedem em até dois anos o surgimento de OA clínica dos joelhos.2 ● Deposição de cristais de pirofosfato de cálcio e de fosfato básico de cálcio, bem + fragmentos de cartilagem degradada → estimula a produção de mediadores inflamatórios → lesão de tecidos articulares. ● Na OA das mãos, há ainda componente erosivo.2 3 Medicina 7º semestre (Figura extraída da referência 3) Quadro Clínico ● A maioria dos pacientes com sinais radiológicos de OA não apresenta sintomas.5 ● A intensidade dos sintomas não possui relação direta com o grau de OA na radiografia!5 ● As articulações mais acometidas pela OA são a primeira metatarsofalangeana (“hálux valgo”), as interapofisárias (coluna vertebral), Interfalangeanas Distais (IFD) e Proximais (IFP), carpometacarpiana do primeiro quirodáctilo (polegar), os joelhos e o quadril.5 ● O sintoma mais comum da osteoartrite é a dor nas articulações.2 ● A dor tende a piorar com a atividade, principalmente após um período de repouso; isso tem sido chamado de fenômeno de gelificação. 2 ● A osteoartrite pode causar rigidez matinal, mas geralmente dura menos de 30 minutos, ao contrário da artrite reumatóide, que causa rigidez por 45 minutos ou mais.2 ● Os pacientes podem relatar bloqueio articular ou instabilidade articular → perda de função, com os pacientes limitando sua atividades da vida diária por causa da dor e rigidez.2 ● As articulações mais comumente afetadas são as mãos, joelhos, quadris e coluna, mas quase todas as articulações podem estar envolvidas.2 ● A osteoartrite é muitas vezes assimétrica.2 ● O caráter localizado, com tendência a dor mais acentuada em alguns pontos da articulação, exacerbada por movimento, além da ausência de sinais sistêmicos inflamatórios, sugere o diagnóstico de OA.² ● A fraqueza e atrofia dos músculos periarticulares são achados comuns, explicados pelo desuso da articulação: contribui para a dor da OA, por aumentar a instabilidade articular, forçando os ligamentos e tendões.2 4 Medicina 7º semestre ● O exame físico pode revelar deformidades, aumento de volume articular, calor local, crepitações e limitações ao movimento passivo da articulação e deve-se avaliar possíveis instabilidades articulares decorrentes de fragilidade de ligamentos e/ou músculos.² ● Sensação de “click” ou “claudicação”, possivelmente associada à lesão meniscal, pode ocorrer na OA de joelho.2 ● Varismo e valgismo dos joelhos, valgismo do hálux, desvio dos dedos das mãos com aumento de volume nas interfalangeanas distais (nódulos de Heberden) e proximais (nódulos de Bouchard) apontam para OA nessas juntas.2 Exames complementares e Diagnóstico ● Hemograma e bioquímica completos (dosagem de uricemia, medida da velocidade de hemossedimentação, proteína C-reativa, FAN, exame de urina tipo I e radiografia do tórax) - avaliação do paciente.2 ○ Hemograma, VHS, proteína C reativa estão caracteristicamente normais na OA, bem como o FAN e o fator reumatoide. 5 ○ Em idosos, podemos encontrar FR positivo em baixos títulos, mas tal achado se correlaciona com a idade avançada do paciente.5 5 Medicina 7º semestre ● Análise do líquido sinovial: é necessária quando há dúvida sobre artrite infecciosa (piogênica, micobacteriana ou fúngica), como em imunossuprimidos, ou microcristalina. 2 ○ O derrame articular da OA é do tipo não inflamatório, com menos de 2.000 leucócitos por mm³ , predominando as células mononucleares, com glicose normal.5 ● Exames de imagem: fundamentais na OA de mãos, quadril, pés e coluna, bem como quando atinge juntas menos comuns como tornozelos. 2 ○ Habitualmente, há dissociação clínico-radiológica na OA, limitando seu usopara tomada de conduta.2 ○ Radiografia simples: pode revelar esclerose do osso subcondral, osteofitose, redução e desalinhamento do espaço articular, cistos e áreas de erosão.2 ○ Ultrassonografia: pode mostrar derrame articular e edema sinovial.2 ○ Ressonância nuclear magnética: é mais sensível em mostrar alterações precoces, como edema do osso subcondral e alterações meniscais, além de derrame articular mesmo leve e alterações da cartilagem.2 1. Mãos ● Forma mais comum de OA primária ou idiopática.5 ● Bem mais frequente no sexo feminino, comprometendo inicialmente as mulheres de meia-idade. 5 ● Está associada à obesidade e à OA de joelhos.5 ● Os nódulos de Heberden (IFD) são característicos. Os nódulos de Bouchard (IFP) são menos comuns.5 ● A OA de mãos pode se apresentar de forma insidiosa com dor e rigidez nas mãos, ou como quadro articular agudo e recorrente, com sinais de sinovite.5 ● Podemos encontrar pequenos cistos gelatinosos, contendo ácido hialurônico, no dorso dos dígitos.5 ● Presença de nódulos → OA nodal.5 ● OA nodal erosiva → há maior destruição da cartilagem e do osso subcondral, sendo comum o achado radiológico de cistos e erosões ósseas.5 6 Medicina 7º semestre ● OA da articulação carpometacarpiana do polegar = rizartrose (dor ao movimento de pinçar e pode desenvolver uma deformidade quadrangular na base do polegar). 5 ● Critérios diagnósticos ACR: dor ou rigidez nas mãos (critério obrigatório) associada a, pelo menos, três dos critérios abaixo:5 2. Joelhos ● Pode ser uni ou bilateral e é mais comum no sexo feminino. 5 ● É a forma mais relacionada à obesidade. 5 ● Algumas atividades profissionais e esportivas podem predispor a esse tipo de OA, bem como fraturas, roturas de menisco ou ligamento cruzado ou desalinhamentos congênitos (genu varum, genu valgum). 5 ● A OA de joelho pode acometer toda articulação ou, mais comumente, apenas um compartimento dela. 5 ● O compartimento medial é o mais acometido (75% dos casos), seguido pelo patelofemoral (50%) e pelo lateral (25%).5 ● O acometimento do compartimento medial pode levar à deformidade tipo genu varum; o acometimento do compartimento lateral pode induzir genu valgum.5 ● O curso da doença geralmente é insidioso, com longos períodos de estabilidade e episódios de agudização (sinovite).5 ● Fraqueza associada do quadríceps.5 7 Medicina 7º semestre ● Critérios diagnósticos (ACR): Ob�.: Há também, pelo ACR, critérios clínico-radiológico-laboratoriais para o diagnóstico de OA dos joelhos (maior especificidade): 3. Quadril ● Na maioria das vezes, o comprometimento é unilateral.5 8 Medicina 7º semestre ● 3 tipos anatômicos: (1) superolateral (60% dos casos), mais comum no sexo masculino;5 (2) inferomedial (25%), mais comum no sexo feminino; e5 (3) concêntrico (15%), mais comum no sexo feminino.5 ● ~ 20% dos casos de OA de quadril são secundários a patologias previamente reconhecidas (displasia acetabular, doença de Legg- -Perthes, deslocamento congênito do quadril, diferença de comprimento entre os membros inferiores).5 ● O principal sintoma é a dor à deambulação, referida na nádega, na virilha, na coxa ou até mesmo no joelho (25% dos casos).5 ● A dor normalmente piora com a rotação interna da coxa.5 ● Critérios diagnósticos (ACR): ● Casos graves: colapso da cabeça femoral, com redução do membro inferior afetado e dor refratária. 5 ● A rotação interna (medial) é o primeiro movimento a ser perdido nos casos com incapacidade funcional. 5 4. Coluna vertebral ● Espondilose é o termo utilizado para definir a doença degenerativa da coluna vertebral, que possui, na verdade, dois componentes:5 (1) degeneração do disco intervertebral; e5 (2) osteoartrose das articulações interapofisárias (facetárias).5 9 Medicina 7º semestre Tais patologias aparecem em conjunto, na mesma localização, tendo preferência pela coluna cervical, geralmente em torno de C5 (espondilose cervical), e pela coluna lombar, geralmente em torno de L3, L4 e L5 (espondilose lombar).5 ● Redução do espaço discal, osteófitos nas bordas do corpo vertebral + sinais clássicos da OA nas articulações apofisárias (redução ou perda do espaço articular, esclerose subcondral e osteofitose).5 ● A dor piora com o movimento da coluna, sendo maior ao acordar e no final do dia (após a atividade física). 5 ● A dor da OA apofisária piora com a extensão da coluna, enquanto que a dor da doença discal costuma piorar com a flexão da coluna. ● A dor cervical pode irradiar para o ombro, e a dor lombar pode irradiar para as nádegas e coxa. 5 ● Esse quadro álgico é mais comum entre 45-65 anos! Após a terceira idade, a rigidez ou a imobilidade articular “protegem” o paciente da dor (pelo estiramento articular), apesar da evolução dos sinais radiológicos.5 Diagnósticos Diferenciais ● Artrite Reumatóide ○ A osteoartrite da mão geralmente afeta as articulações interfalangianas distais. ○ Em vez de envolvimento interfalangiano distal, há envolvimento da articulação interfalangiana proximal na artrite reumatóide. ○ A presença de nódulos de Heberden também é característica da osteoartrite, mas não da artrite reumatóide. ○ O inchaço é caracteristicamente diferente: ósseo e firme com osteoartrite versus mais macio e sensível com artrite reumatóide. ○ A rigidez também é caracteristicamente diferente: a rigidez matinal é a principal característica da artrite reumatóide versus a rigidez noturna após um dia de atividade, que é mais característica da osteoartrite. ○ Achado radiológico: Estreitamento do espaço articular devido à perda de cartilagem e formação de osteófitos na OA. ○ FR positivo, VHS elevada e a presença de anti-CCP apontam para artrite reumatóide versus osteoartrite. 10 https://www.verywellhealth.com/what-are-heberdens-nodes-2552023 Medicina 7º semestre ● Artrite psoriásica ○ Na artrite psoriásica, geralmente, há anormalidades nas unhas (por exemplo, depressões, cristas). ○ Na artrite psoriásica, há dactilite (aparência de salsicha dos dedos afetados). ● Gota ou pseudogota ○ Gota ou pseudogota: episódios de inflamação intensa e dor de uma ou poucas articulações. ○ A presença de cristais na articulação também distingue gota ou pseudogota. Não há cristais associados à osteoartrite. ○ A gota está especificamente associada a cristais de ácido úrico, enquanto a pseudogota está associada a cristais de pirofosfato de cálcio. ● Hemocromatose ○ A hemocromatose afeta principalmente as articulações metacarpofalângicas e os punhos. ○ Achados radiográficos muito específicos também são característicos da hemocromatose, ajudando a diferenciar as duas condições. ● Artrite séptica ○ Episódio doloroso agudo de sinovite em uma articulação. ○ Vários testes laboratoriais seriam usados para identificar ou descartar a infecção. ● Doenças dos tecidos moles ○ Tendinite, bursite, entesite, tensão muscular ou várias síndromes relacionadas. ○ A ressonância magnética pode ser utilizada para identificar a origem real do problema. Tratamento Não farmacológico ● Exercícios físicos: eficaz na redução da dor e da incapacidade. Ex.: extensão de pernas (utilizando caneleiras), para fortalecer o quadríceps.2 ● Exercícios na água, preferencialmente aquecida, são mais bem tolerados, aliviam dor e ampliam mobilidade, com baixo risco de trauma.2 ● Períodos de repouso programado ao longo do dia.2 ● Fortalecimento muscular: tratamento e prevenção da sarcopenia, sendo útil também para OA de coluna e quadril.2 11 Medicina 7º semestre ● Evitar situações de agravamento como subir escadas e exercícios que sobrecarreguem as articulações e provoquem dor.2 ● Aconselhamento dietético para perda de peso, se sobrepeso ou obesidade.2 ● Palmilhas e bengalas reduzem dor e melhoram mobilidade e equilíbrio na OA de joelhos, reduzindo risco de quedas, que podem levar a fraturas. 2 ● Talas podem trazer algum benefício na OA de mãos, como quando afeta polegares.2 ● Uso de joelheiras com bandagens ajustáveis (na OA de joelhos) com intuito de corrigir ou minimizarvarismo ou valgismo traz conforto na caminhada e pode reduzir dor. 2 ● Aplicação de calor ou gelo local pode ser feita envolvendo completamente o joelho ou, no caso de dor na face medial, sobre o(s) local(is) mais doloroso(s).2 ● Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea (TENS) e acupuntura: resultados variados entre os pacientes.2 Farmacológico (Figura extraída da referência 1) ● Analgesia ○ Paracetamol: perdeu relevância na indicação para alívio da dor na OA, tanto pelo pequeno tamanho de efeito que propicia como por eventos adversos quando usado em doses superiores a 2 g por dia.2 ○ AINE tópico: pode aliviar dor com baixo risco de eventos adversos.2 ○ Usar AINE tópico após aplicação de meios físicos locais pode potencializar sua eficácia.2 12 Medicina 7º semestre ○ AINE oral: Celecoxibe (máximo de 200 mg/d), naproxeno (máximo de 1 g/d) e ibuprofeno (máximo de 2,4 g/d) → naproxeno é o AINE com menor risco cardiovascular.2 ○ Usar a menor dose pelo menor prazo possível.2 ○ Associar inibidor de bomba de prótons e nos pacientes em que o risco de evento hemorrágico gastroduodenal for maior.2 ○ Infiltrações articulares de corticosteroides: alívio da dor e do desconforto para deambular por em média três semanas.2 ■ A OA que melhor responde à injeção intra -articular de corticoide é a carpometacarpiana do polegar. 2 ■ O corticoide não deve ser injetado nas interfalangeanas, pois estimula a precipitação de cristais de apatita e calcificação articular.2 ○ A capsaicina tem sido cada vez menos recomendada para tratar a dor na OA de joelhos!2 ○ Viscossuplementações: (preparações intra-articulares de ácido hialurônico): reduzir dor e melhorar a mobilidade por períodos prolongados, com boa segurança → à exceção de injeções no joelho, devem sempre ser feitas sob controle por imagem.2 ○ Opioides fracos: pode ser feito em pacientes com dor refratária a AINE e corticoide intra-articular (ex.: paracetamol e codeína).2 ○ Duloxetina: pacientes que tenham quadro de dor difusa e depressão.2 ● Condroprotetores: ○ Não há medicamentos que tenham demonstrado eficácia no dano estrutural da OA.2 ○ Agentes utilizados: glucosamina e sulfato de condroitina.2 ● Manejo de comorbidades: ○ Tratamento de possíveis comorbidades existentes, como diabetes, dislipidemia, sarcopenia, hipertensão e distúrbios psicossomáticos como depressão e ansiedade.2 ● Tratamento cirúrgico: ○ A terapia com melhor resultado em OA de joelhos e quadril é a artroplastia, geralmente total, representando o último recurso em pacientes com dor intratável e grande prejuízo da mobilidade.2 ○ A artroplastia total é um tratamento a ser considerado na falha do tratamento clínico.2 ○ As artroplastias totais devem ser evitadas ao máximo em pacientes mais jovens (ex.: < 65 anos) → quanto maior a expectativa de sobrevida do indivíduo, maior a probabilidade de ocorrer falência da prótese (luxação).2 13 Medicina 7º semestre (Figura extraída da referência 4) (Figura extraída da referência 2) Artropatia Neuropática - Articulação de Charcot ● Forma severa de osteoartrose, caracterizada por destruição progressiva articular associada à perda sensorial.5 14 Medicina 7º semestre ● Redução da sensação de dor e propriocepção + perda dos reflexos musculares normais, que modulam o movimento articular.5 ● A AN pode complicar uma variedade de doenças neurológicas que cursam com neuropatia sensorial (ex.: DM, a amiloidose, hanseníase, siringomielia, tabes dorsalis, mielomeningocele.5 ● A articulação envolvida pode apresentar-se com aumento de volume em função dos derrames sinoviais.5 ● A ausência de dor e incapacidade funcional podem fazer com que o paciente procure auxílio médico já em fases tardias da doença.5 ● Progressão da lesão articular → instabilidade articular, subluxações e crepitação. 5 ● Os diabéticos podem apresentar reabsorção dos metatarsos e falanges.5 ● Achados radiológicos: em casos plenamente desenvolvidos, se caracterizam por destruição articular, subluxações, neoformação óssea e derrame articular. 5 ● O líquido sinovial pode apresentar-se seroso, serossanguíneo ou francamente hemorrágico.5 ● Imobilizações temporárias e uso de dispositivos ortopédicos são medidas de primeira linha.5 ● A cirurgia (artrodese) é recomendada na presença de ulcerações e deformidades inaceitáveis.5 Referências [1] Martel-Pelletier J, Barr AJ, Cicuttini FM, Conaghan PG, Cooper C, Goldring MB, Goldring SR, Jones G, Teichtahl AJ, Pelletier JP. Osteoarthritis. Nat Rev Dis Primers. 2016 Oct 13;2:16072. [2] ROCHA, Francisco Airton Castro. Osteoartrite. In: SHINJO, Samuel Katsuyuki et al. Livro da Sociedade Brasileira de Reumatologia. 2. ed. Barueri: Manole, 2021. cap. 78, p. 505-512. [3] Hunter DJ, Bierma-Zeinstra S. Osteoarthritis. Lancet. 2019 Apr 27;393(10182):1745-1759. [4] Sinusas K. Osteoarthritis: diagnosis and treatment. Am Fam Physician. 2012 Jan 1;85(1):49-56. Erratum in: Am Fam Physician. 2012 Nov 15;86(10):893. [5] Medcurso Reumatologia, vol. 54, cap. 1: Osteoartrose. 15
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