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Osteoartrite 1 🦴 Osteoartrite Tópicos Introdução Definição Epidemiologia Fatores de risco Etiologias Classificação De acordo com a presença ou não de causa anatômica subjacente Quanto à localização Anatomohistologia normal Cartilagem articular Fisiopatologia Na cartilagem No osso No líquido sinovial (sinóvia) Nos tecidos moles Quadro clínico Manifestações clínicas Diagnóstico Raio-X da articulação acometida RM da articulação acometida Artrocentese (para análise do líquido sinovial) Osteoartrite 2 Introdução Definição “Doença articular crônica mais comum que, apesar de estar muito ligada ao envelhecimento, não é considerada um evento que faz parte da senescência, mas sim uma patologia.” 💡 Afeta as articulações sinoviais, ocorrendo perda quantitativa e qualitativa da cartilagem articular, remodelação óssea hipertrófica (osteófitos) e inflamação secundária. Exames laboratoriais Diagnóstico diferencial Tratamento Não farmacológico Dispositivo auxiliar (bengala ou andador) Exercícios aeróbicos e de fortalecimento Redução do peso Fisioterapia Farmacológico Acetaminofeno/paracetamol AINE’s Opioides Duloxetina Glicosamina (eficácia controversa) Sulfato de condroitina (eficácia controversa) Viscossuplementação → Infiltração com ácido hialurônico Infiltração intra-articular de corticóides Outras terapias Cirúrgico (ortopedia) Osteotomias Desbridamento artroscópico Artroplastias Artrodeses Complicações Osteoartrite 3 Também conhecida como artrose e/ou osteoartrose. Epidemiologia Principal causa de artrite e uma das causas mais comuns de incapacidade crônica em adultos. Pela dor e alteração da função articular. 4ª causa de incapacidade de trabalho para as mulheres e 8ª para homens. Morbidade e limitações físicas significativas, principalmente na pessoa idosa. Indicação mais comum para artroplastria do quadril e do joelho. Sintomas iniciam a partir da 4ª/5ª década de vida. Em pacientes negros, a OA é mais grave e causa limitações físicas mais graves que na população branca. Incidência e prevalência aumentam com a idade. A partir dos 70 anos, 85% dos indivíduos terão alterações em exames de imagem, sendo encontradas na região do joelho e quadril. Maior incidência em mulheres (3,3%) do que em homens (1,5%) - IBGE 2014. Fatores de risco Mulher: A disfunção dos hormônios gonadais (estrógeno e progesterona) após a menopausa favorece a diminuição dos osteoblastos. Vitamina D também interfere na produção de osteoblastos. OA de mãos e joelhos são mais comuns em mulheres, e OA de quadril é igualmente prevalente entre os sexos. Pessoa idosa: Idade crescente, a partir dos 40 anos. Osteoartrite 4 A produção de MMP-13 (metaloproteases) pelos condrócitos estimulada pelo IL-1b, aumenta com a idade. Protease que auxilia a destruição dos tecidos articulares. Também ocorre a diminuição natural dos mecanismos anabólicos (fatores de crescimento) compensatórios normais da cartilagem. Como a evolução da doença é lenta, a tendência é que apareça clinicamente em indivíduos mais velhos. Obesidade: Sobrecarga mecânica e corpo em constante estado inflamatório. Macrófagos do tecido adiposo → fonte de citocinas pró-inflamatóriais. Adipócitos → leptina → ação direta nos tecidos articulares. Predisposição genética: Formas hereditárias de OA → mutações raras nos colágenos tipo II, IX ou XI → OA de início na adolescência; O humor vítreo do olho também tem esses tipos de colágeno, então é comum estes pacientes desenvolverem doenças oculares. São causas da síndrome de Stickler (com anormalidades craniofaciais). Outras mutações → OA menos graves. Principalmente para OA de mãos. Alterações nos proteoglicanos. Estresse mecânico/fatores anatômicos: Formato da articulação (ex. na displasia acetabular congênita e alinhamento dos membros inferiores). Indivíduos com alinhamento em varo (arqueamento) tem risco aumentado de OA tibial-femoral lateral. Trauma articular (ex. ruptura do LCA ou laceração de um menisco): OA pós-traumática → marcadores de degradação de colágeno e proteoglicanos. Osteoartrite 5 Evidências dentro de 10 anos após a lesão; O risco após ruptura de LCA é o mesmo, se reparado ou não. Ocupação; Doenças congênitas/desenvolvimento do osso e articulações; Afecção articular inflamatória precedente; Doença endócrino-metabólicas. Etiologias Doenças congênitas Doença de Legg-Calvé-Perthes Displasia acetabular Deslizamento da epífise da cabeça do fêmur Distúrbios congênitos do tecido conectivo Síndrome de Ehlers-Danlos Síndrome de Marfan Condições pós-traumáticas (joelho) Laceração do LCA Laceração do menisco, com ou sem operação de meniscectomia Osteoartrite 6 Doenças metabólicas Hemocromatose Doença de Wilson Ocronose (alcaptonúria) História de artrite séptica Sequela pós inflamatória Artrite reumatóide Osteoartrite generalizada Acometimento preferencial da primeira articulação CMC e das articulações IFD, IFP, joelhos e quadris Classificação De acordo com a presença ou não de causa anatômica subjacente 1. Osteoartrite primária (idiopática) → origem desconhecida ou decorrente de mecanismos genéticos identificados. Poliarticulares. 2. Osteoartrite secundária → causada por traumas, malformação, doença congênita ou distúrbio metabólico. De maneira geral, secundária a alteração na cartilagem ou óssea/estrutural. Mono ou oligoarticulares (raro poliarticular). Causas da OA secundária: Fatores localizados → trauma articular, deformidades articulares preexistentes, osteonecrose, artrite reumatóride, gota, condrocalcinose, artrite séptica, hemofilia, neuropatia, osteocondrite e doença de Paget. Fatores sistêmicos → hemocromatose, ocronose, hiperparatireoidismo, doença de wilson, gota, condrocalcinose, acromegalia, amiloidose, síndrome de hipermobilidade e doença de Ehlers-Danlos. Quanto à localização 1. Periférica → articulações do esqueleto apendicular (membros). 2. Axial → acometendo a coluna vertebral. 3. Generalizada → OA primária acometendo 3 ou + sítios, podendo ser todos periféricos ou 2 periféricos e 1 axial. Osteoartrite 7 Anatomohistologia normal Cartilagem articular Fornece uma superfície lisa e de baixo atrito para o movimento normal de deslizamento da articulação. Matriz extracelular: Colágeno tipo II → 85% → hidrofóbico. Proteoglicanos → hidrofílicos. Responsáveis pela manutenção da resistência e elasticidade. Condrócito (garante o turnover) - inseridos na matriz: Responsáveis pela síntese da matriz extracelular e por sua renovação pelas proteinases, mantendo o equilíbrio entre formação e degradação da matriz. Pró-catalizadoras → citocinas: IL-1 e TNF-alfa e metaloproteases. Formadoras → fatores de crescimento e inibidores das metaloproteases. Osteoartrite 8 💡 O ácido hialurônico é a substância no líquido sinovial que fornece viscosidade, mas que precisa de uma proteína chamada lubricina (proteoglicana-4 ou proteína da zona superficial). Fisiopatologia Osteoartrite 9 Dor de fenômeno misto (nociceptivo e neuropático). Na cartilagem 💡 Resumo da ópera: - Irregularidade da rede de colágeno → fissuras → menos elástica. - Alterações quantitativas e qualitativas nos proteoglicanos → menor capacidade de reter água → cartilagem envelhecida e mais susceptível a traumas → menos resistente. - Rarefação dos condrócitos em alguns sítios e hipertrofia em outros (mais catabólicos) → mal distribuídos e desequilibrados. - Evolução com microfraturas da cartilagem → expõe o osso subcondral → neoformação óssea pelos osteófitos → esclerose subcondral. A homeostase da cartilagem estabelece um equilíbrio entre os agentes do anabolismo e do catabolismo. 🩺 Desbalanço → maior produção de citocinas inflamatórias (IL-1 e TNF-alfa), substâncias catabólicas que ativam as metaloproteinases (MMP) e menor ou normal produção de fatores de crescimento (anabólicos). Osteoartrite 10 Os condrócitos (células maduras com diminuição de sua atividade metabólica, responsáveis pela manutenção da matriz e pelocontrole metabólico da cartilagem) são ativados, se proliferam, sobre uma mudança fenotípica para um condrócito hipertrófico e aumentam a produção e liberação de enzimas que degradam a matriz celular. Passam a produzir óxido nítrico (NO) → inibe a síntese de colágeno e proteoglicanos, ativa metaloproteases, inativa o TIMP, diminui a expressão do antagonista do receptor de IL-1, inibe a proliferação de condrócitos, interfere na sinalização de integrinas e induz a apoptose dos condrócitos in vitro. A apoptose afeta a estrutura pois não há fagócitos mononucleares para remover os remanescentes das células mortas. Relacionada com a gravidade da degradação cartilaginosa. Vários agravos, ou sobrecargas, podem interferir induzindo uma resposta catabólica mediada por citocinas. Fragmentos de colágeno, proteoglicanos e outras moléculas podem acelerar a liberação de citocinas, inflamando a sinóvia e amplificando a resposta. Círculo vicioso de degradação da cartilagem. Stress → degradação do colágeno e dos proteoglicanos → produtos da degradação da cartilagem → processo inflamatório → degradação da cartilagem. Outras causas → alteração dos condrócitos → liberação de proteinases e prostaglandinas → degradação da articulação. Erosão progressiva da cartilagem articular 1. Lesão condrocítica, relacionada ao envelhecimento e fatores genéticos e bioquímicos. 2. Artrite inicial, os condrócitos se proliferam (clones) e secretam mediadores inflamatórios, colágenos, proteoglicanos e proteases, que agem junto para Osteoartrite 11 remodelar a miatriz cartilaginosa e iniciar as alterações inflamatórias na membrana sinovial e no osso subcondral. 3. A osteoartrite tardia, na qual a lesão repetitiva e inflamatória crônica levam a degeneração dos condrócitos, acentuada perda de cartilagem e alterações ósseas subcondrais extensas. O osso exposto passa a ser a superfície articular e a fricção lustra o osso → eburnação óssea → esclerose óssea. No osso Remodelação articular para estabilizar a articulação em resposta as cargas mecânicas anormais. Há espessamento do osso subcondral (esclerose óssea) pelo aumento da produção de colágeno inadequadamente mineralizado. Osteófitos (esporões ou espículas ósseas) se formam nas margens articulates (geralmente no local de inserção de tendões e ligamentos). Cistos subcondrais → cavidades no interior dos ossos. 💡 Esclerose subcondral → camada óssea espessa que se forma no osso subcondral em regiões onde a cartilagem está em degeneração. No líquido sinovial (sinóvia) Ocorre algum grau de sinovite (inflamação sinovial) e/ou hipertrofia sinovial. Contribui para a dor e progressão da doença. Nos tecidos moles Componentes da articulação como ligamentos, cápsula articular, meniscos no joelho → ruptura da matriz extracelular e perda de células. Espessamento da cápsula articular. Osteoartrite 12 Ruptura de ligamentos e no menisco → idosos. Músculos e nervos → fraqueza e dor. Quadro clínico Manifestações clínicas Dor → piora com o uso da articulação (atividade física) e alivia pelo repouso (dor maior no início da manhã e final da tarde/noite). 💡 - Características mecânicas (que aumenta no início dos movimentos → dor protocinética). - Em estágios avançados a dor pode ser em repouso e acordar o paciente algumas vezes durante a noite. Rigidez pós-repouso e matinal relativamente breve e autolimitada. Osteoartrite 13 Em geral < 30 minutos. Crepitações (sensação de rangido ao realizar movimentos, ou uma “areia” na articulação). Fina ou grosseira. Por irregularidades na superfície ou fragmentos osteocartilaginosos soltos. Restrição locomotora → amplitude de movimento reduzida (igual ao movimento ativo ou passivo), resulta principalmente de osteófitos marginais e espessamento capsular, mas a hiperplasia sinovial e o derrame também podem contribuir. Inchaço ósseo. Hipersensibilidade à palpação na articulação. Deformidade articular → casos avançados → proliferação óssea nas bordas articulares e aumento do volume articular. Instabilidade → ceder ou flambar é um sintoma comum da OA de joelho, predominantemente um sinal de fraqueza muscular, pode levar a quedas. OA de joelho leva a hipotrofia muscular dos quadríceps femorais. 💡 Articulações mais afetadas: - Mãos (IFD, IFP e 1ª carpometacarpiana), joelhos e quadris. Locais que podem ser afetados: Membros superiores: Interfalangianas proximais (IFP) → nódulos de Bourchad. Interfalangianas distais (IFD) → nódulos de Hebenden. Trapézio-metacarpo na base do polegar (rizartrose). Art. acromioclavicular. Osteoartrite 14 💡 Classicamente, são poupadas as articulações nos MMSS: metacarpofalangianas, os punhos, os cotovelos e os ombros (glenoumeral). Nos MMII: metatarsofalangianas (exceto a 1ª), os tornozelos e o tarso. Se acometidas, sugerem OA secundária. Osteoartrite 15 Osteoartrite 16 Membros inferiores: Quadris (coxartroses). Joelhos (gonartroses). Primeiras metatarsofalangianas e as interfalangianas dos pés. 💡 Pode levar a hálux valgo (desvio lateral). Osteoartrite 17 Axial: Articulações interapofisárias (mais atingidos → segmentos cervical e lombar, por terem maior mobilidade). Osteoartrite 18 💡 * Pode haver retificação e perda da lordose cervical ou lombar, ou hiperlordose lombar e perda da amplitude dos movimentos. * Pode haver compressões neurológicas e dor muscular paravertebral. Diagnóstico 💡 Fundamentos do diagnóstico: - Dor articular desencadeada e agravada por movimentos e aliviada pelo repouso. - Rigidez nas primeiras horas da manhã depois de acordar, ou ao levantar da posição sentada depois de um período longo de inatividade. - Sem sintomas constitucionais marcantes. - Exame físico marcado por acentuação das proeminências ósseas nas margens das articulações, crepitação ou sensação de rangido ao manipular uma articulação e hipersensibilidade sobre a linha articular da articulação sintomática. - Confirmado pelas anormalidades radiográficas (tríade da OA) de estreitamento do espaço articular, esclerose do osso subcondral e formação de osteófitos (espículas ósseas ou esporões). Líquido sinovial não inflamatório (< 1000 leucócitos/microlitro). VHS normal para a idade. Testes sorológicos negativos (autoanticorpos) para fator antinuclear e fator reumatóide. Raio-X da articulação acometida Recomendada, mas são pouco sensíveis e podem não demonstrar a existência de doença em alguns casos. Para OA o acometimento é focal e assimétrico, acometendo mais um espaço articular do que outro. Osteoartrite 19 Anormalidades típicas → estreitamento do espaço articular, osteófitos, cistos subcondrais e esclerose óssea (eburnação). Osteoartrite 20 Osteoartrite 21 Radiografia da mão demonstrando OA das artículações interfalangianas distais (IFD), interfalangianas proximais (IFP) e primeira carpometacarpiana (CMC). Observe o estreitamento dos espaços articulares em comparação das metacarpofalangianas, além de esclerose óssea (eburnação) de todas as articulações afetadas pelo processo osteoartrítico. Osteoartrite 22 Osteoartrite 23 OA de joelho (gonartrose): redução assimétrica do espaço articular, mais evidente no compartimento medial do joelho (abaixo), esclerose subcondral (osso mais branco ao raio-X) e presença de osteófitos (espículas ósseas laterais) OA de coxofemoral (coxartrose) avançada: total perda do espaço articular e esclerose subcondral com grandes cistos. Osteoartrite 24 Osteoartrite 25 Esclerose do osso subcondral → seta vermelha. Osteoartrite 26 Osteoartrite 27 OA do joelho, esclerose e formação de osteófitos: (A e B) articulação do joelho tibiofemoral, e (C) articulação do joelho patelofemoral. 💡 Existe grande dissociação clínico-radiológica. Cerca de 80% dos indivíduos a partir dos 40 anos podem apresentar características radiológicas de OA, mas apenas 30% apresentam dores. RM da articulação acometida Demonstra anormalidades típicas da OA, mas também podem não mostrar emtodos os indivíduos → visualização direta da cartilagem articular e detecção de anormalidades me ligamentos e meniscos. Pouca capacidade discrimitativa no diagnóstico de OA. Osteoartrite 28 Artrocentese (para análise do líquido sinovial) Contagem de leucócitos no líquido sinovial < 2.000 células/microlitro. Contagens maiores podem indicar uma artrite inflamatória. Perfil não inflamatório. Viscosidade normal. Não há cristais detectáveis na microscopia óptica. 💡 Excepcionalmente, quando há derrame articular, alguns pacientes podem apresentar líquido sinovial levemente inflamado, com pequenos aumentos de celularidade e discreta diminuição da viscosidade. Exames laboratoriais Geralmente feitos para excluir outras possíveis causas que podem estar associadas. Hemograma, creatinina, potássio e transaminases → antes de iniciar terapia com AINEs. Provas de atividade inflamatória → velocidade de homessedimentação e PCR (elevações discretas). Valores mais elevados - AR, polimialgia reumática, processos infecciosos ou tumorais. Fator reumatóide: Lembrar que 20% dos idosos saudáveis têm esse teste positivo. Diagnóstico diferencial Artrites inflamatórias → artrite reumatóide, artrite psoríaca e gota. Laceração do LCA (”enfraquecimento” ou “bloqueio” do joelho). ⚠ Alteração significativa no padrão da dor articular → pesquisar neoplasia maligna oculta. Osteoartrite 29 Osteoartrite 30 Tratamento Objetivo → controle da dor, melhorar o estado funcional, atenuar limitações físicas e melhorar a qualidade de vida. Adaptado de acordo com as respostas funcionais e sintomáticas obtidas. Osteoartrite 31 Não farmacológico Osteoartrite 32 Dispositivo auxiliar (bengala ou andador) Diminuir as cargas e reduzir a dor percebida ao caminhar (em joelho e quadril). Exercícios aeróbicos e de fortalecimento Redução do peso Fisioterapia Avaliar a função e prescrever a combinação adequada de exercícios 💡 - Joelheiras de neopreme reduzem a dor em pacientes com deformidade em varo causada pela OA de joelho. - Se não funcionar, há aparelhos ortopédicos de fixação em valgo para diminuir o desalinhamento em varo do joelho. Osteoartrite 33 Farmacológico Acetaminofeno/paracetamol Indicação → Dor leve a moderada. Primeira escolha. Diminui a dor e melhora a função e tem perfil mais seguro de efeitos tóxicos, principalmente no TGI. Até 4 gramas/dia. AINE’s Indicação → dor moderada a grave, refratária a analgesia simples, associada a quadros inflamatórios exuberantes e nas eventuais crises de agudização. Diminuem a dor por inibição da COX-2 nas áreas de lesão articular, mas quando não seletivos, inibem a COX-1 que também participa da proteção antiácida da mucosa gástrica. Estudos mostram eficácia ligeiramente maior quando comparados ao acetaminofeno para alívio da dor. Tratamento prévio com AINE’s diminui a resposta ao acetaminofeno. AINEs NÃO SELETIVOS Diclofenaco, nimesulida, meloxicam AINEs SELETIVOS Celecoxibe Efeitos colaterais → HAS, piora da função renal, retenção hídrica, hipercalemia, sangramento ou intolerância gastrointestinal. Osteoartrite 34 💡 Fatores de risco para efeitos tóxicos gastrointestinais e renais: - História de doença ulcerosa péptica ou sangrametno gastrointestinal; - Idade maior que 65 anos; - Outras comorbidades; - Tabagismo e ingestão de álcool concomitante; - Tratamento combinado com corticóides ou anticoagulantes; - Coinfecção por H. pylori. � Para diminuir os efeitos tóxicos no TGI: Fármacos protetores gástricos → inibidores de bomba de prótons e misoprostol*. Misoporstol pode causar distensão abdominal e diarreia. Inibidores seletivos da isoenzima COX-2 → cuidado com o risco de cardiopatia e AVC. AINE’s tópicos para aliviar a dor das articulações superficiais como mãos e joelhos. Opioides Indicação → em casos de má resposta terapêutica ou quando há contraindicações ao uso de inibidores seletivos da COX-2. Ex. Tramadol. Efeitos colaterais → sonolência, constipação, náuseas, vômitos. Duloxetina Indicação → pacientes com OA generalizada e/ou múltiplas comorbidades. Age na modulação da dor, inibindo a recaptação de serotonina e norepinefrina. Dose: entre 30 a 60 mg/dia. Efeitos colaterais → náuseas, fadiga, sonolência, constipação e boca seca. Glicosamina (eficácia controversa) Agente condroprotetor. Osteoartrite 35 Componente da cartilagem articular humana, administrado por VO. ⚠ Um estudo multicêntrico do National Institute of Health (NIH) não comprovou eficácia desse tratamento. Sulfato de condroitina (eficácia controversa) ⚠ Mesmo estudo do NIH não conseguiu demonstrar eficácia, mesmo combinada com a glicosamina. Viscossuplementação → Infiltração com ácido hialurônico Eficácia modesta em estudos, mas superior a injeção intra-articular com corticoesteróides. Combinados melhoram os resultados. Indicações → osteoartrite do joelho graus II e III, tanto na fase aguda quando crônica. Infiltração intra-articular de corticóides Quando existe componente inflamatório associado ou derrame articular. Outras terapias Diacereína → para OA de mãos, joelhos e quadris, inibe a IL-1 e aumenta a produção de colágeno e proteoglicanos (eficácia em estudo - não indicada em consensos internacionais). Antimaláricos (hidroxicloroquina e difosfato de cloroquina) → para casos de OA erosiva de mãos - pacientes devem fazer exame de fundo do olho periódicos (a cada 6 a 12 meses) pelos efeitos colaterais visuais. Extrato insaponificável de abacate e soja (piascledine) → pequena eficácia na literatura. Analgésicos locais tópicos como AINEs ou capsaicina são usados em OA de joelhos e mãos. Cirúrgico (ortopedia) Osteoartrite 36 Indicações → OA grau II e III com comprometimento progressivo da independência das atividades de vida diária e falha no tratamento conservador. Osteotomias Profilática → precocemente em pacientes sintomáticos e ainda sem alterações radiográficas para correção dos desvios de eixos articulares. Terapêutica → em casos sintomáticos e com alterações radiográficas. Para modificar o eixo de alinhamento do membro afetado e deslocar a carga para outra região articular. Desbridamento artroscópico Para correção de lesões parciais de meniscos, labrum e retirada de corpos livres intra- articulares. Para que as células pluripotentes formem um tecido cicatricial, reparando a lesão. Osteoartrite 37 Artroplastias Artroplastias totais promovem acentuada redução da dor e melhora funcional na maioria dos casos. Osteoartrite 38 Osteoartrite 39 Artrodeses Indicada principalmente na dor e incapacidade funcional persistentes da OA de tornozelos e que não tenham obtido melhora com tratamento conservador. Osteoartrite 40 Complicações Complicações agudas da OA: Artropatia por microcristais (joelhos e mãos) Gota Pseudogota Início súbito de eritema, aumento de temperatura e edema da articulação afetada. Osteonecrose espontânea do joelho Ruptura de cisto de Baker (síndrome de pseudoflebite do joelho) Início súbito de eritema, aumento de temperatura e edema da articulação afetada. Bursite Bursite anserina (joelho) Bursite trocantérica (quadril) Sintomas novos na proximidade da articulação. Laceração de menisco (joelho) sintomática Início recente de “enfraquecimento” ou “bloqueio” do joelho.
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