Plantas tóxicas - aula 1

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Plantas tóxicas na medicina veterinária
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Resumo feito por: Jéssica Cristina da Silva
INTRODUÇÃO
DEFINIÇÃO: planta tóxica de interesse pecuário é aquela que quando ingerida pelos animais
domésticos de fazenda, sob condições naturais causa danos à saúde ou mesmo a morte
Se define que uma planta é tóxica e de interesse pecuário através de experimento que vai
considerar e usar
● Espécie animal em questão
● Administração oral
● Planta fresca/recém colhida
● Dose conhecida (g/kg ou % da relação corporal)
Para correta profilaxia devemos saber
● Reconhecer a planta tóxica
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● Habitat natural
● O que causam nos animais
Plantas experimentalmente tóxicas
Plantas que são experimentalmente tóxicas não são ingeridas naturalmente ou não são
ingeridas em quantidades significativas
Ex: Asclepsias curassavica (erva de rato)
Habitat: partes mais baixas e férteis dos pastos
Doses tóxicas (planta fresca - bovino): 5g/kg para intoxicação e 10g/kg para morte
Sinais clínicos: aparecem 12h após a ingestão
● Anorexia
● Fezes líquidas ou pastosas
● Timpanismo
Necropsia/histológicos: nenhuma alteração
Abrus precatorius (tento ou olho de saci)
Habitat: capoeiras e bambuzais nas regiões Sudeste e nordeste
Doses tóxicas: (Sementes – Folhas não são tóxicas)
Depende da via de administração e animal
Venosa/subcutânea
0,6 a 1 mg/kg (Bovinos)
Oral
Moída:
1,25 g/kg (Ovinos);
0,61 g/kg (Bovínos);
0,2 g/kg (Equinos)
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Inteiras
7,5 g/kg (Ovinos);
0,125 (Coelhos)
Sinais clínicos – Via Oral
Sementes moídas
16 h (Equinos)
13 h (Ovinos)
8 h (Bovinos)
Sementes inteiras
35 h (Ovinos)
24h (Bovinos)
● Anorexia
● Hipertermia
● Fezes líquidas e com mau cheiro
Solanum aculeatissimum
(joa ou arrebenta cavalo)
Habitat: Todos Brasil, pastos mais baixos e mais férteis;
Doses tóxicas: (Frutos)
Menores doses que causaram intoxicação:
• 4,0 g/kg (frutos maduros) e 4,9 g/kg (frutos imaturos)
Maiores doses que não causaram sinais de intoxicação:
• 10 g/kg (frutos maduros) e 13,3 g/kg (frutos imaturos)
Sinais clínicos
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✓ Foram idênticos entre frutos maduros e imaturos
✓ Edema labial, sublingual e submandibular, respiração ruidosa, inquietação e timpanismo
✓ Nos casos fatais os achados de necropsia foram edemas na: • Glote, no esôfago, ao redor do
sulco esofagiano e nos pré-estomagos
Daphnopsis spp
(Embrias ou Imbrias)
Habitat: Comospolita - Suspeita de intoxicação apenas no Sul Doses tóxicas: (Folhas)
✓ Doses administradas 5,3 a 7,3 g/kg Sinais clínicos
✓ 24 a 48 horas (Bovinos
✓ Acentuada diarreia, com rápida recuperação
VERDADE OU MITO?
Existe característica morfológica comum que permita reconhecer as plantas tóxicas?
R: MITO. Não há característica morfológica comum que permita reconhecer as plantas tóxicas
Elas podem ter as mais distintas formas!
O consumo de 2 ou 3 folhas de uma determina planta tóxica levaria o animal a morte
R: MITO. A maioria das plantas tóxicas do Brasil tem que ser quantidades que variam de 5 a 40
g/kg de PV.
Na grande maioria das plantas tóxicas, os efeitos tóxicos são imediatos?
R: MITO. Na grande maioria das plantas tóxicas os efeitos não são imediatos
Na grande maioria das plantas tóxicas, os efeitos tóxicos são no trato digestório?
R:MITO. São poucas as plantas que causam perturbações digestivas, ou seja, que tem ação
direta. A maioria tem ação remota (sistema nervoso, coração, rins,pele, músculos, trato
respiratório etc.)e as perturbações observadas post mortem geralmente são alterações
cadavericas como o desprendimento da camada epitelial do rumem e o pseudotimpanismo que é
a formação de gases no rumem após a morte
O instinto seria capaz de proteger os animais?
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R: MITO. O que pode ocorrer e se conhecer uma planta importante porque os animais da região
passaram por aprendizagem ingerindo e passando mal. Além disso há plantas que sempre que
encontradas serão ingeridas pelos animais, como a Palicourea marcgravii, planta tóxica mais
importante do Brasil, é muito palatável.
Todas as plantas lactescentes ou leguminosas trifoliolares são tóxicas
R:MITO.
Fatores que influenciam a toxidez
● Ligados a planta
- Fase de desenvolvimento
- Partes da planta consumida
- Estado da planta e forma de armazenamento
- Solo e procedência (ainda não é cientificamente comprovado)
● Ligados ao animal
- Idade
- Espécie
- Pigmentação (plantas fotossensibilizantes são mais problemáticas para animais com
pouca pigmentação na pele)
- Exercício (se um animal ingerir uma planta que afeta o coração ou o SNC e ele é
submetido ao exercício seu quadro pode apresentar piora)
- Tolerância e imunidade
- Ingestão de água (a planta mio mio tem efeito cáustico que gera sede no animal, logo ao
longo do tempo se entendeu que o fato do animal ingerir água aumenta a toxidez
quando na realidade o animal mais intoxicado sentia mais sede e portanto bebia mais
água mas também tinha um quadro pior pois estava mais intoxicado)
- Vicio e facilitação social
- Fome
- Estreita associação
- Fenação
Condições em que ocorre intoxicação
● Fome
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● Vício e facilitação social (aprendizado)
● Estreita associação
● Fenação
Divisão das plantas tóxicas
Pode ser feita por
● Região em que ocorre
● Característica clínico patológica
● Família botânica
● Princípio tóxico
Diagnóstico de intoxicação por planta tóxica
Isolar o princípio tóxico da planta não ajuda em nada
Deve se começar pelo histórico mas as perguntas não podem ser direcionadas para não
sugestionar o produtor
Ex: “o animal ficou mais preguiçoso?”
“O animal mudou seu comportamento?”
Deve se tomar cuidado com nomes populares pois podem ser empregados para mais de 1 espécie
Cuidado com sinais clínicos vagos
Ex: “sinais clínicos de intoxicação “
“Animal com sangue nas fezes”
Atenção: plantas no trato digestorio pode não ser aquela que causou a intoxicação, talvez a que
causou já foi digerida
Tratamento
- retirar animais da pastagem
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- Prevenir que absorção continue: agentes químicos como ácido tânico, permanganato de
potássio ou agentes físicos como o carvão ativado
- Tratar os sintomas
- Promover excreção do que já foi consumido através de um purgante oleoso (fezes).
Diurético (fluxo urinário), colagogos (fluxo da bile), sialogogos(fluxo de saliva) e
diaforéticos (fluxo de suor)
- Colocar animais a sombra em caso de fotossensibilidade
- Deixar os animais em repouso se for planta que afeta o coração ou o SNC
- Fornecer glicose se afetar o fígado
Profilaxia
- Cercas para não entrarem em locais com plantas tóxicas
- Retirar animais em certas épocas do ano em que elas crescem mais
- Trocar de pasto
- Erradicação com herbicida