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APG S8P1 epilepsia e convulcao

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Epilepsia e convulsão
Crise convulsiva:
● A crise febril ou convulsiva corresponde a forma mais comum de crises epiléticas na
infância
● É uma crise que se baseia em uma história familiar positiva. Essas convulsões
associadas a febre são eventos comuns nos departamentos de emergência,
afetando principalmente crianças de 6 meses a 5 anos.
● Em outras palavras a crise convulsiva é uma atividade anormal, a qual gera sinais e
sintomas musculares.
Conduta:
1. Criança está convulsionando: = benzodiazepínico e depois avalia a febre.
2. Criança NÃO está convulsionando: avaliar a causa da febre e tratar.
Convulsão
Definição:
Manifestação motora, que pode ou não ser decorrente de uma crise epilética
DEFINIÇÕES:
EPILEPSIA:
● Definida após o indivíduo ter duas os mais crises epilépticas não provocadas
(recorrência)
● Há, portanto, uma predisposição persistente do cérebro a gerar crises epilépticas
Estado de mal epiléptico:
● Crise epiléptica continua com duração superior a 30 minutos ou crises sequenciais
sem recuperação da consciência entre elas
Crise epiléptica:
● Descarga elétrica anormal, generalizada ou de um determinado grupo neuronal, que
pode ocorrer espontaneamente ou ser provocada por eventos exógenos (febre,
intoxicação, distúrbio metabólico, dentre outros)
Convulsão:
● Crise epiléptica com manifestações sensório-motoras ou comportamentais
DIFERENÇA ENTRE: Convulsão e epilepsia
1. Convulsão
● Atividade elétrica anormal
● Atividade neuronal anormal que gera sinais e sintomas específicos (sintoma)
2. Epilepsia
● Predisposição a crises convulsivas
● O cérebro (rede neuronal) tem uma pré-disposição a novas crises convulsivas
(doença)
Epilepsia:
Crise epiléptica
Uma crise epiléptica é a ocorrência de sinais e/ou sintomas transitórios, decorrentes da
atividade neuronal anormal excessiva ou síncrona no cérebro.
Classificação das crises epiléticas
Crises parciais ou focais:
● Se originam nas redes neuronais licitadas a um hemisfério cerebral, produzem sinais
e sintomas correspondente a região específica do cérebro que é afetada pela crise.
Crises focais com ou sem generalização secundária correspondem a cerca de 70%
das crises em adultos.
Crises generalizadas:
● Rapidamente afetam extensas redes neuronais em ambos os hemisférios cerebrais,
e seus sinais e sintomas são consistentes com envolvimento substancial de ambos
os lados do cérebro.
Entre as crises generalizadas, destacam-se as crises tônico-clônicas generalizadas, as
ausências, as mioclonias e os espasmos infantis,.
● As crises tônico-clônicas generalizadas (convulsões) são caracterizadas por
contração tônica simétrica e bilateral, seguida de contração clônica dos quatro
membros, usualmente associadas a fenômenos autonômicos como apneia,
liberação esfincteriana, sialorreia e mordedura de língua, durante cerca de 1 minuto.
● Crises de ausência consistem de breves episódios de comprometimento de
consciência acompanhados por manifestações motoras muito discretas como
automatismos orais e manuais, piscamento, aumento ou diminuição do tônus
muscular e sinais autonômicos. Duram cerca de 10 a 30 segundos e apresentam
início e término abruptos, sem confusão pós-crítica, ocorrendo, em geral, várias
vezes ao dia, sendo facilmente desencadeadas por hiperventilação.
● Mioclonias são contrações musculares súbitas, breves, que se assemelham a
choques. Podem afetar a musculatura facial, o tronco, uma extremidade, um
músculo ou um grupo muscular e podem ser generalizadas, ocorrendo de uma
forma isolada ou repetida, sendo precipitadas por privação de sono, despertar ou
adormecer, fazem com que o paciente atire objetos que esteja segurando.
● espasmos infantis, também denominados espasmos epilépticos, caracterizam-se
por contração tônica rápida, com duração de 1 a 15 segundos, da musculatura do
pescoço, tronco e membros, podendo assumir caráter em flexão ou em extensão.
Podem ocorrer formas limitadas com contração da musculatura facial ou queda da
cabeça. Ocorrem em salvas, especialmente ao despertar e durante a sonolência.
Crises febris:
● Crises febris ocorrem em uma faixa etária específica - entre 3 meses a 5 anos de
idade, com pico de incidência antes dos 2 anos, em vigência de febre, na ausência
de infecção do sistema nervoso central (meningite ou encefalite).
● A crise febril pode ocorrer imediatamente antes da elevação da temperatura ou no
contexto de doença infecciosa aguda, sem febre (crise febril “afebril”).
● Fortemente influenciado por fatores genéticos
● As crises febris podem manifestar-se como crises febris simples, com abalos
generalizados de duração menor que 15 minutos ou
● Crises febris complicadas, que apresentem algumas das seguintes características:
duração maior que 15 minutos, crises reentrantes ou crises com sinais focais (abalos
ou enrijecimento muscular unilateral, paresia unilateral pós-ictal).
● Crises febris complicadas associam-se a maior risco de desenvolvimento de
epilepsia.
EPILEPSIA OBJETIVOS:
Classificação
● SEM perda da consciência
● COM perda da consciência
● Com generalização secundária
● Ausência
● Mioclônica
● Atônica
Cerca de ⅓ dos pacientes quando fazem crise, na realidade são “pseudocrises”.
Epidemiologia
● É a doença neurológica mais prevalente do mundo;
● Estimativa de 65 milhões de pessoas afetadas;
● As estimativas brutas de incidência de epilepsia variam de 15 a 113 em cada 100 mil
pessoas por ano, dependendo da população estudada;
● Incidência na infância duas vezes maior do que na população adulta;
Etiologia
Principais causas de epilepsia nas diferentes faixas etárias:
Podemos organizar as etiologias em 5 principais grupos:
● Estrutural
● Genética
● Infecciosa
● Metabólica
● Imune
● Desconhecida
A epilepsia de um paciente pode ser classificada em mais de uma categoria etiológica.
Estrutural
Se refere a anormalidades visíveis em estudos de neuroimagem estrutural.
1. Adquiridas
● Encefalopatia hipóxico-isquêmica
● Acidente vascular cerebral
● Trauma e infecção
2. Genéticas
● Esclerose tuberculosa
É importante salientar que, apesar de existir uma base genética em tais formações, é a
alteração estrutural a responsável pela epilepsia deste indivíduo.
Genética
● A epilepsia genética é o resultado direto de uma mutação genética conhecida ou
presumida na qual as crises epilépticas constituem o sintoma central da doença. As
epilepsias na quais a etiologia genética tem sido implicada são muito diversas e, na
maioria dos casos, os genes responsáveis ainda não são conhecidos
● As epilepsias genéticas constituem um grupo de epilepsias em que não existe
lesão estrutural e que a epilepsia ocorra como resultado de um defeito genético
conhecido ou presumido em que as crises epilépticas representem a manifestação
fundamental desse defeito.
● O risco genético é dependente do tipo de epilepsia. Para indivíduos com crises
focais, o risco de que seus filhos desenvolvam epilepsia é de 3 a 5%, e para aqueles
com crises generalizadas, de 6 a 12%. A propensão genética determina, por
exemplo, a predisposição de um determinado indivíduo a apresentar crises quando
exposto a fatores exógenos ou endógenos como febre, infecções, medicamentos ou
traumatismo craniano.
Infecciosa
● Neurocisticercose
● Tuberculose
● HIV
● Malária cerebral
● Panencefalite
● Esclerose subaguda
● Toxoplasmose cerebral
● Infecções congênitas (zika vírus e citomegalovírus)
Metabólica
A epilepsia metabólica, por sua vez, é o resultado direto de um distúrbio metabólico
conhecido ou presumido, no qual o sintoma central do distúrbio são as crises epilépticas.
● Porfiria
● Uremia
● Aminoacidopatias
● Crises por dependência de piridoxina
Imune
A epilepsia imune resulta diretamente de um distúrbio imune no qual as crises são o
sintoma central desta afecção. Pode ser conceituada quando há evidência de uma
inflamação imuno-mediada no sistema nervoso central.
Desconhecidas
A Epilepsia de etiologia desconhecida é descrita quando mesmo depois da investigação não
é possível determinar a origem do quadro, não sendo possívelfazer um diagnóstico
específico além da semiologia eletroclínica básica.
Fisiopatologia
● Descargas neuronais excessivas e síncronas em determinada população neuronal,
causando desequilíbrio entre excitação e inibição
● Alteração das correntes iônicas a nível neuronal
- entrada de sódio e cálcio: despolarização neuronal e aumento da excitabilidade
- Saída de potássio: hiperpolarização dos detritos com diminuição da excitabilidade
● Alteração dos receptores de neurotransmissores, por sua vez associados a canais
iônicos (Glutamato/GABA).
Sendo assim, podemos dizer que cinco são os principais fatores envolvidos na
epileptogênese:
1. Eventos intrínsecos da membrana de determinadas células;
2. O grau de desinibição da população neuronal;
3. Presença de circuitos recorrentes excitatórios;
4. Modulação da concentração de íons transmissores no espaço intercelular;
5. Presença de interações elétricas entre os neurônios.
Quadro clínico
As crises epilépticas podem se manifestar de diversas maneiras:
A crise convulsiva é a forma mais conhecida pelas pessoas e é identificada como “ataque
epiléptico”. Nesse tipo de crise a pessoa pode:
● Cair ao chão
● Apresentar contrações musculares em todo o corpo
● Mordedura de língua
● Salivação intensa
● Respiração ofegante
● Até urinar
Crises do tipo ausência:
● Olhar fixo
● Perde o contato com o meio por alguns segundos
● Curtíssima duração
-Há um tipo de crise que se manifesta como se a pessoa estivesse “alerta” mas não tem
controle de seus atos, fazendo movimentos automaticamente, em geral a pessoa não se
recorda do que aconteceu quando a crise termina. Esta é chamada de crise parcial
complexa:
● Pode ficar mastigando
● Falando de modo incompreensível
● Andando sem direção definida
Geral:
● Perda abrupta de consciência, queda ao solo e abalos convulsivos nos quatro
membros
● Sialorreia
● Cianose
● LESÕES FOCAIS: Parestesias, alterações visuais, olfatórias, auditivas
Focais:
Manifestações motoras:
Automatismo
Atônica (perda do tônus muscular)
Tônico (hipertrofia muscular)
Espasmos epilépticos
Manifestações não motoras
Autonômico (pálido, sudoreico)
Cognitivo (alteração na linguagem)
Emocional
Sensitivo
Parada comportamental
Diagnóstico
● Glicemia
● Rastreio infeccioso
● Alterações hidroeletrolíticas
● Perfil toxicológico
● Eletroencefalograma
● TC
● Ressonância magnética
Tratamento
Drogas antiepilépticas (DAEs)
• FOCAIS :
Carbamazepina
Fenitoína
Lamotrigina
Topiramato
• GENERALIZADAS:
Valproato
Lamotrigina
Etossuximida
COMO A FEBRE INFLUENCIA AS CONVULSÕES:
Crises febris ocorrem em uma faixa etária específica (entre 3 meses e 5 anos de idade)
A crise febril pode acontecer imediatamente antes da elevação da temperatura ou no
contexto de doença infecciosa aguda, sem febre.
Crises febris simples: com abalos generalizados de duração menor que 15 min
Crises febris complicada: duração maior que 15 min, crises reentrantes ou crises com
sinais focais
Convulsões febris são convulsões desencadeadas por uma febre de pelo menos 38ºC
TRATAMENTO DAS CONVULSÕES: Fármacos anticonvulsivantes
Os fármacos usados para tratar a epilepsia geralmente inibem o disparo dos neurônios no
cérebro por:
● Aumentar os efeitos inibitórios do ácido gama-aminobutírico(GABA)
● Reduzir os efeitos dos aminoácidos excitatórios glutamato e aspartATO
● Alterar o movimento dos íons sódio e cálcio pelas membrana dos neurônios
BARBITURATOS ANTICONVULSIVANTES: Facilitam e prolongam os efeitos inibidores do
GABA
● Fenobarbital: Inibe as convulsões envolve a potencialização da inibição sináptica por
ação no receptor GABA
HIDANTOÍNAS: Fenitoína, etotoína, mefenitoína, fosfenitoína
● Bloqueia os canais de sódio voltagem-dependentes e inibem a geração de
potenciais de ação repetitivo
CARBAMAZEPINA: Convulsões parciais
● bloqueia canais de sódio e inibe os disparos repetitivos de alta frequência nos
neurônios
● Age na pré-sinapse ao reduzir a transmissão sináptica
ETOSSUXIMIDA, FENSUXIMIDA, METOSSUXIMIDA:
● Bloqueia os canais de cálcio voltagem dependente
ÁCIDO VALPRÓICO: Bloqueio de canais de sódio, bloqueio da transaminase GABA e
ações nos canais de cálcio tipo T
BENZODIAZEPÍNICOS: Tratamento de crises agudas
● Se ligam ao receptor GABA e aumentam a eficiência da inibição sináptica
● Clonazepam é um fármaco de ação longa
● Diazepam:
GABAPENTINA: Eficiente como auxiliar no tratamento das convulsões parciais e
tônico-clônicas generalizadas
LAMOTRIGINA: Tratamento das crises parciais e tônico-clônicos secundariamente
generalizadas dos adultos e da síndrome de Lennox- Gastaut das crianças e adultos
● Bloqueia canais de sódio e canais de cálcio alta voltagem-dependentes
TIAGABINA: Inibe o transportador de GABA e desse modo reduz a receptação desse
neurotransmissor pelos neurônios e pela glia, prolongando a ação inibitória do GABA
liberado na fenda sináptica
TOPIRAMATO: Bloqueio dos canais de sódio dependentes de voltagem
FELBAMATO: anticonvulsivante utilizado no tratamento de epilepsia. É usado para tratar
convulsões parciais em adultos e convulsões parciais e generalizadas associadas a
síndrome de Lennox-gastaut em crianças
VIGABATRINA: Constituir um inibidor irreversível do GABA amino-transferase
PERAMPANEL: Atua de modo seletivo nos receptores glutamatérgicos

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