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PROVA 2o BIMESTRE Doencas Infecciosas e Parasitarias

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PROVA 2o BIMESTRE – Doenças Infecciosas e Parasitárias
Professor 
1. Dê acordo com a imagem, caracterize qual o diagnóstico. Neste caso essa patologia pode ser provocada por uma doença base, comente qual a patologia e como deve ser realizada a profilaxia.
R: O diagnóstico da doença apresentada é uma lesão ocular denominada sequestro de córnea, sendo a sua patologia o complexo respiratório felino. Essa lesão ocorre principalmente pelo FHV-1. A profilaxia é realizada através da vacinação do gato com 2 a 3 meses de idade, realizar quarentena com a intenção de evitar aglomeração e contágio, segregação dos gatos nos gatis, diminuição da população também evitando a aglomeração, além da desinfecção do ambiente e dos fômites.
2. Um gato, SRD, de 3 meses de idade, está apresentando diarreia e vômito há 2 dias, tem apatia e anorexia. O animal não é vacinado e se encontra em estado de inconsciência mental. A leucometria total apresentou 300 leucócitos/μL de sangue. EXPLIQUE qual é o seu provável diagnóstico e JUSTIFIQUE sua resposta. ESCLAREÇA sobre quais medidas devem ser adotadas em relação aos cuidados e desinfecção de sua clínica/hospital.
R: O provável diagnóstico é a panleucopenia viral felina em sua forma aguda ou típica, devido aos sinais clínicos apresentados: diarreia, vômito, apatia, anorexia, inconsciência mental e leucopenia grave. Essa doença tem maior prevalência em gatos entre 2 a 4 meses e tem maior susceptibilidade em gatos não vacinados como no caso acima. Os sinais clínicos ocorrem pois quando o vírus contamina o gato, ele vai direto para o tecido linfoide da região orofaringe (tonsilas e linfonodos). Como o gato não é vacinado e, portanto, não possui anticorpos contra a panleucopenia, o vírus se replica nos tecidos da orofaringe, faz viremia e vai para outros tecidos: medula óssea, tecido linfoide e intestino. No tecido linfoide ele provoca a degeneração do timo e de outros tecidos linfoide, diminuindo a imunidade. Na medula óssea ele provoca a sua destruição, ocasionando uma leucopenia que favorece infecções secundárias. No intestino ele lesiona e provoca necrose do jejuno e do íleo, ocasionando infecção secundária. Para desinfecção de ambiente hospitalar, recomenda-se lavar a baia com água e sabão, depois utilizar um pano com hipoclorito de sódio a 6%, formaldeído a 4% ou glutaraldeído a 1%, deixando esse produto escolhido agir por um tempo (10 minutos) para então poder reutilizar a baia.
3. Numa pesquisa realizada em tecidos de 638 gatos necropsiados, foram encontrados 13 casos (2,03%) de peritonite infecciosa felina. Oito desses casos (61,53%) eram da forma efusiva ou úmida, e 5 apresentavam a forma seca ou não-efusiva da doença. A idade dos gatos afetados variou de 2 meses a 3 anos. Doze gatos (92,30%) eram de raças puras, cinco deles (38,47%) eram oriundos de ambientes onde havia mais de um gato e três eram provenientes de um mesmo gatil. A duração da doença clínica foi de 7 a 45 dias e os sinais clínicos incluíram emagrecimento, anorexia, diarreia, icterícia, vômito, linfadenopatia e distúrbios neurológicos. Os achados de necropsia na forma úmida incluíam excesso de líquido viscoso (50ml a 1 litro), translúcido ou levemente opaco na cavidade peritoneal e, em um caso, na cavidade torácica. Exsudato fibrinoso cobria as superfícies serosas dos órgãos abdominais dando-lhes aspecto granular e brancacento. Na forma seca, havia múltiplos focos granulomatosos sob a superfície serosa e para o interior do parênquima de órgãos abdominais; esses achados eram particularmente proeminentes nos rins. Opacidade de córnea foi observada em um gato. Histologicamente, havia graus variáveis de vasculite e perivasculite piogranulomatosa, particularmente em arteríolas. Meningite ou meningoencefalite piogranulomatosa foram observadas em três gatos com a forma seca de peritonite infecciosa felina.De acordo com a coronavirose, em um animal com suspeita de PIF, CARACTERIZE qual a metodologia utilizada, que não a histopatológica, para a realização do diagnóstico e que permite a confiabilidade de mais de 98% em animais positivos.
R: Apresentar um conjunto de resultados: linfopenia (menor que 1.500/microlitros), hiperglobulinemia (maior que 5,1 g/dL) e sorologia com titulação FCoV maior ou igual a 1:60.
4. I- A toxoplasmose trata-se de uma importante zoonose, de grande interesse em saúde pública, pois pode provocar sérios danos aos fetos, tanto em humanos quanto nos animais. Seu agente etiológico é um protozoário denominado Toxoplasma gondii. Acomete todos os animais homeotérmicos, sendo que os felídeos são os únicos hospedeiros definitivos. A transmissão pode ocorrer pela ingestão de oocistos contidos nas fezes dos gatos, através da ingestão de carne crua ou mal cozida infectadas, ou por via transplacentária. A doença é comum, mas os sinais clínicos são raros, sendo que nos gatos os órgãos mais afetados são os pulmões e os olhos, enquanto que nos cães é comum manifestações neurológicas. II- A toxoplasmose em felinos desenvolve 2 ciclos, o primeiro chamado de enteroepitelial e o segundo de intra-intestinal, onde o primeiro acontece em animais imunossuprimidos e o segundo em animais com anticorpos em níveis normais, III- A toxoplasmose acomete principalmente fêmeas felinas jovens e uma única vez, se tornando portadores definitivos eliminando os oocistos durante toda a vida reprodutiva .
R: I – V; II – F (intraepitelial e extra-intestinal); III – F (elimina uma só vez)
5. I- A leucemia viral felina é uma doença que acomete gatos do mundo todo. O vírus da leucemia felina (FeLV) pode ser transmitido via saliva, pelo leite, via transplacentária ou por meio de transfusões sanguíneas. O FeLV sobrevive por anos no meio ambiente. Uma vez infectado, o felino pode desenvolver vários sinais clínicos, os quais podem ser inespecíficos como apatia e anorexia, ou mais específicas como leucemias. O vírus pode gerar uma imunossupressão no animal, deixando o mesmo vulnerável a outras doenças. O correto diagnóstico e tratamento são essenciais para que o felino tenha uma melhor qualidade de vida, além disso, o diagnóstico de gatos infectados é um fator crucial para evitar a transmissão para um gato não infectado. Não há vacinas disponíveis no mercado, ainda estão em fase de pesquisa. II- Uma vez exposto ao vírus, o felino pode apresentar infecções regressivas ou progressivas, e o que pode influenciar nesse desfecho é a resposta imune do animal, a cepa viral a que ele foi exposto, a idade do gato, o tempo dessa exposição e o estado de saúde desse felino. Uma vez infectado, o animal pode apresentar inúmeros sinais clínicos, desde sinais mais inespecíficos (como apatia, febre, vômitos) até leucemia, anemia arregenerativa, supressão da medula óssea, tumores, dentre outros. Além disso, pode fazer com que o gato fique imunossuprimido e, portanto, suscetível à infecções secundárias. III- Acreditava-se que aproximadamente um terço dos gatos expostos ao vírus em questão permanecia persistentemente infectado e os outros dois terços conseguiam desenvolver uma resposta imune adequada e eram capazes de eliminar o vírus e se recuperarem
R: I – F; II – V; III- F
6. Dê acordo com a imagem, descreva o possível diagnóstico, a metodologia para realizar o diagnóstico, o tratamento e prevenção desta patologia.
R: O possível diagnóstico é a Calicivirose Felina (FCV), devido as lesões orais apresentadas na imagem. As lesões orais que a FCV apresenta são: úlceras orais, úlceras labiais, úlceras no filtro nasal, periodontite, estomatite, gengivite, perdas dos incisivos, úlceras cutâneas, úlceras interfigitais e lesões coxins. Possuem aftas na boca, prejudicando na alimentação e na hidratação devido a dor. 
O diagnóstico pode ser realizado através dos sinais clínicos apresentados. Se houver dúvida, faz a identificação viral através de: sorologia, isolamento em cultivo de células por meio de swabs, imunofluorescência por meio de esfregaços, PCR por meio de secreções (swabs) e biópsias. Pode-se, ainda, fazer a cultura e antibiograma identificandoas bactérias oportunistas que estava fazendo a lesão - para tratar com o antibiótico que seja efetivo. 
O tratamento é baseado na desobstrução das vias aéreas, do suporte nutricional e hidratação, deve-se tratar a infecção secundária e utilizar antivirais e imunoestimulantes. No caso de desobstrução das vias aéreas, pode-se fazer a manipulação de uma solução de bicarbonato de sódio com cloreto de sódio instilando na narina do gato (antinflamatório), pode-se usar a oximetazolina (Afrin pediátrico) com 1 gota em narinas alternadas SID 5 a 7 dias, pode-se também utilizar os aparelho de nebulização utilizando apenas soro fisiológico ou em alguns casos medicamento (Gentamicina) e, também, pode-se utilizar a Acetilcisteína (mas não deve ser usada na nebulização podendo causar broncoespasmo). No caso de suporte nutricional e hidratação deve-se fazer bomba de infusão (dependendo da desidratação do animal), ringer com lactato, dosa potássio, deve-se tentar fazer o animal comer por via oral e se não for possível alimentá-lo de forma involuntária (sonda), utilizar estimulantes de apetite (como Ciproeptadina e Mirtazapina) e, também, faz um tratamento das úlceras utilizando Hexomedine spray. No caso de infecção secundária, trata-se com antibióticos sistêmicos de escolha (como a Amoxicilina com clavulanato e a Doxiciclina) preferindo o uso em forma líquida ou injetável. No tratamento das úlceras de córnea utiliza antibióticos (como a Ciprofloxacina) e antinflamatórios (sendo que lesões ulcerativas não utiliza antinflamatório esteroidal), além de medicamentos que ajudam na cicatrização (como o Cetrolac). No caso dos antivirais, utiliza o Famciclovir 31 mg via oral BID por uma 1 semana após sinais, L-lisina pedindo para manipular entre 250-500 mg para o gato (essa sendo para o resto da vida) e IFN-alfa 30 unidades por gato via oral SID (resto da vida). Em caso de infecções crônicas, pode-se ainda fazer a trepanação.
Em relação à profilaxia deve-se iniciar a vacinação aos 2 ou 3 meses de idade, deve-se repetir a vacinação a cada 21 dias. Além disso, faz a quarentena e segregação em gatis, diminuição de populações (não deixar aglomerar), desinfecção do ambiente e dos fômites.
7. Na imagem abaixo, observamos um felino que tem acesso a rua, apresentando um quadro de conjuntivite. de acordo com esta patologia, quais as doenças estudadas em nossas aulas que poderiam ser agentes etiológicos neste caso. Descreva como deve ser realizado o diagnóstico diferencial destas patologias e seus respectivos tratamentos.
R: Os agentes etiológicos podem ser o herpesvirus (FHV-1), a calicivirose felina (FCV), a clamídia e o toxoplasma. O diagnóstico diferencial ocorre através do swab de conjuntiva, ou seja, com um cotonete colhe-se o material para ser testado.
O tratamento do FHV-1 e do FCV é baseado na desobstrução das vias aéreas (através de antinflamatórios, medicamentos como a Oximetazolina e nebulização), do suporte nutricional e hidratação (através de bomba de infusão, ringer com lactato, alimentação voluntária ou involuntária e estimulantes de apetite), deve-se tratar a infecção secundária (com antibióticos sistêmicos de escolha como a Amoxicilina com clavulanato e a Doxiciclina) e utilizar antivirais e imunoestimulantes (com Famciclovir, L-lisina ou INF-alfa).
O tratamento da clamidiose é feito com Doxiciclina de 10 a 15 mg/kg via oral SID entre 3 a 4 semanas. Lembrar de tratar todos os gatos que estiveram e estão em contato com o gato infectado. A vacina atua apenas reduzindo os sinais clínicos, produzindo reação vacinal retardada e evitando reações mais graves.
O tratamento da toxoplasmose em caso de ciclo extra-intestinal é feito com antibióticos como Trimetoprim-sulfonamida (15 mg/kg via oral de 12 em 12 horas entre 2 a 4 semanas) ou Sulfonamida-primetamina (30 mg/kg via oral de 12 em 12 horas por 2 semanas ou 0,25-0,5 mg via oral de 12 em 12 horas por 2 semanas), depois utiliza antinflamatórios como o corticoide esterioidal (Prednisolona na dose de 0,5 - 1 mg/kg BID). Pode-se utilizar depois os complementos que seria o ácido fólico (5 mg/dia) e o levedo de cerveja (100 mg/kg/dia). Em caso de ciclo enteroepitelial o tratamento é feito com antibióticos como a Sulfonamida-primetamina (100 mg/kg via oral de 24 a 24 horas entre 1 a 2 semanas ou 2 mg/kg via oral de 24 a 24 horas entre 1 a 2 semanas).
8. A imagem a seguir demonstra uma lesão fúngica de pele. Dê acordo as características estabeleça qual o mais provável diagnóstico e caracterize mais 3 diagnósticos diferenciais. Para comprovar seu diagnóstico, descreva os procedimentos a serem utilizados e o tratamento.
R: O diagnóstico provável é a esporotricose, apesar de outras doenças participarem do diagnóstico diferencial como a criptococose. A comprovação do diagnóstico é feita através do swab, imprint ou outra técnica de coleta de material. Após a coleta, manda-se o material para o laboratório realizar um exame citológico ou histopatológico ou, ainda, uma cultura bacteriana (dependendo do caso e do agente).
O tratamento é feito através do Itraconazol (10 mg/kg via oral a cada 24 horas, continuando a tratar entre 4 a 8 semanas após a cura). Além desse medicamento, pode-se usar o Iodeto de potássio 20%, Cetoconazol, Fluconazol ou Anfotericina B. Usando hepatoprotetores junto com os medicamentos.
9. A Leucemia viral felina é causada pelo vírus da leucemia felina (FeLV) pertencente à família Retroviridae. O vírus possui envelope lipoprotéico e material genético RNA fita simples. O RNA é transcrito em DNA (provírus) pela RNA polimerase viral Transcriptase reversa e é integrado ao genoma celular. Essa capacidade do vírus de se tornar parte do DNA de seu hospedeiro é responsável pela possibilidade de persistência do vírus durante toda a vida do gato. A patogenia da infecção pelo vírus da FeLV é dependente da virulência, da concentração viral, da dose e duração da exposição, sistema imune do hospedeiro e a idade. Após inoculação, o FeLV replica no tecido linfóide local e, em seguida, nos tecidos linfóides sistêmicos, como linfonodos, baço e timo. Uma resposta imune efetiva pode debelar a infecção neste estágio. Caso a infecção progrida, o FeLV infecta a medula óssea, induzindo à liberação de leucócitos e plaquetas infectadas pelo vírus na circulação (viremia celular). Simultaneamente ao desenvolvimento de viremia, o FeLV infecta células glandulares distribuídas por todo o corpo. Com isso, ocorre excreção do vírus na maior parte das secreções corporais, com quantidades especialmente altas de vírus na saliva e no leite. Os animais infectados podem desenvolver doenças associadas ao FeLV, sendo que a maioria morre de uma dessas doenças dentro de em média três anos. Animais infectados frequentemente não apresentam nenhum sinal clínico. Quando presentes, os sinais podem ser inespecíficos (como perda de peso, depressão ou anorexia) ou causados pelo próprio vírus ou resultantes de infecções secundárias. Neoplasias, imunossupressão, doenças hematológicas e outras síndromes incluindo neuropatias e desordens reprodutivas podem ocorrer. A maior parte dos gatos são apresentados ao clínico por alterações decorrentes de anemia e imunossupressão. Dê acordo com a FELV estabeleça um protocolo terapêutico antiviral para um animal com alterações mieloides degenerativas ( anemia).
R: R: O tratamento para um gato FELV positivo com alterações mieloides generativas (anemia) é através do uso do medicamento Raltegravir (Isentress). A dose na fase progressiva é de 40 mg/kg durante 6 semanas e meia, depois 80 mg/gato 2 vezes ao dia por mais 2 semanas e meia.
10. Os cães com toxoplasmose generalizada podem apresentar infecção respiratória, gastrointestinal ou neuromuscular, resultando em febre, vômito, diarreia, dispnéia e icterícia. Um animal foi atendido em sua clínica apresentando convulsões. Encaminhado ao exame tomográfico foram observadas áreas com lesão inflamatória, submetido a coleta de Liquor identificou-se várias alterações nesse exame, que compatibilizaram com toxoplasmose.Pergunta-se: quais os achados no liquor que são característicos de toxoplasmose. descreva o exame indicado para finalizar o diagnóstico nesse animal e o tratamento indicado.
R: Os achados no liquor foram alterações nas células inflamatórias podendo apresentar pleocitrose eosinofílica ou neutrofílica, pois a toxoplasmose pode aumentar tanto o eosinófilo quando o neutrófilo do liquor. Ainda faz a coleta de sangue e pede-se sorologia, que seria um perfil ou painel para neuropatia canina, avaliando toxiplasmose, cinomose, borrelia, cryptococcus e neospora. A sorologia é usada para confirmação do diagnóstico, sendo que quando há infecção recente ou infecção ativa observa-se um aumento de IgM ou aumento em 4 vezes de IgG. Faz ainda exclusão de outras doenças ou diagnóstico terapêutico.
O tratamento é realizado com antibióticos como Sulfonamida-primetamina (30 mg/kg via oral de 12 em 12 horas por 2 semanas ou 0,25-0,5 mg via oral de 12 em 12 horas por 2 semanas), depois utiliza antinflamatórios como o corticoide esterioidal (Prednisolona na dose de 0,5 - 1 mg/kg BID). Pode-se utilizar depois os complementos que seria o ácido fólico (5 mg/dia) e o levedo de cerveja (100 mg/kg/dia).

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