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ERGONOMIA DO TRABALHO 
 
 
1 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 2 
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4 
PROBLEMAS RETROSPECTIVOS, PROSPECTIVOS E EMERGENTES ....... 5 
INTERVENÇÃO ERGONÔMICA ........................................................................ 7 
CAMPO CONTEMPORÂNEO DA ERGONOMIA ............................................... 9 
ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO (AET) ........................................... 18 
O TRABALHO DE ENFERMAGEM E A ERGONOMIA .................................... 21 
A RELAÇÃO DA ERGONOMIA E AS CONDIÇÕES DE TRABALHO 
EVIDENCIADAS NA PANDEMIA ..................................................................... 24 
CONCLUSÃO ................................................................................................... 26 
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 27 
 
 
 
 
 
2 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
VÍDEOS DE APOIO 
 
Visando promover mais um pouco de conhecimento sobre o assunto de 
ERGONOMIA DO TRABALHO, foram selecionados alguns vídeos que deverão 
ser assistidos antes de inciar a leitura do conteúdo da apostila. 
 Vídeo 1: Tudo que você precisa saber sobre a NR-17 
ERGONOMIA 
Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=Guc1JwK1iP4 > 
Sinopse: o Canal SST Online aborda acerca da NR 17. A NR-17: ERGONOMIA 
foi publicada pela portaria 3.214 em 1978. De lá pra cá passou por cinco 
alterações, sendo a última delas em 2018 para ajustar as orientações 
relacionadas à iluminância, que passou a ter como referência a NHO-11 da 
Fundacentro, visto que a referência anterior, NBR 5413, foi cancelada. 
 
 Vídeo 2: Ergonomia no Trabalho 
Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=FFpOIbGjzF8 > 
Sinopse: o Canal TRT Goiás aborda acerca algumas dicas de ergonomia no 
ambiente laboral. 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=Guc1JwK1iP4
https://www.youtube.com/watch?v=FFpOIbGjzF8
 
 
4 
 
INTRODUÇÃO 
A Ergonomia é uma conduta profissional agregada à prática de uma 
determinada profissão. Dessa forma é admissível falar de um enfermeiro 
ergonomista, assim como um psicólogo, entre outros. Este ato profissional deriva 
da própria definição estabelecida pela Associação Brasileira de Ergonomia, 
baseada em um debate mundial: Esta possui como intuito a alteração dos 
sistemas de trabalho para adaptar a atribuição nele presentes às características, 
habilidades e limitações das pessoas com tenções ao seu desempenho eficiente, 
confortável e seguro. 
Tal definição apresenta como finalidade a alteração dos sistemas de 
trabalho, como propósito a adequação a atividade às características, habilidades 
e limitações das pessoas, e critérios, a eficiência, o conforto e a segurança. No 
entanto, é preciso que seja integrada a outra, na qual se determine a tecnologia 
a que a Ergonomia está relacionada ou que possua uma referência de suas 
finalidades, propósitos e critérios, estabelecendo uma relação de harmonização 
entre os aspectos humanos existentes na atividade de trabalho e os demais 
objetos dos sistemas de produção, como por exemplo, a tecnologia física, 
conteúdo do trabalho e organização. 
Em sua atividade ocupacional, os indivíduos interagem com os distintos 
elementos do sistema em que está inserido, como por exemplo, os 
equipamentos tecnológicos e a mobília, entre outros. Compete à Ergonomia 
regulas as interações, procurando adequá-las a um funcionamento confortável, 
eficiente e seguro diante das capacidades, limitações e demais características 
do indivíduo em atividade. 
 
 
 
5 
PROBLEMAS RETROSPECTIVOS, PROSPECTIVOS E EMERGENTES 
A ergonomia é recomendada para solucionar problemas nos sistemas de 
produção. Diversos tipos de instituições vem utilizando, com muitos benefícios, 
os serviços de ergonomistas, na intervenção a variadas espécies de 
contratempos com que a produção encara. Estes podendo ser relacionados ao 
histórico da empresa, definidos como retrospectivos, à disposição para 
mudanças, ou prospectivos, e urgentes ou desconhecidos até então, que ocorre 
em casos de emergências. 
A percepção do que ocorre no ambiente e que necessita uma ação 
ergonômica, demanda a investigação dos problemas retrospectivos da empresa, 
como por exemplo: 
• Custo de doenças relacionadas ao trabalho; 
• Inadequação dos postos ou ambientes de trabalho; 
• Qualidade insatisfatória dos produtos e dos processos de 
produção; 
• Ineficácia dos métodos de produção, de formação, de inspeção; 
• Defeitos dos produtos, com consequente perdas de mercado e 
aumento do nível de reclamações dos clientes; 
• Funcionamento inadequado de equipamentos e softwares. 
Após a elaboração do diagnóstico ergonômico, decorrente da 
investigação supracitada, é necessário atuar para ajustar as distintas interfaces, 
lidando com os seguintes problemas prospectivos: 
• A concepção de novos produtos, de sistemas de produção, de 
novas instalações; 
 
 
6 
• As inovações nos equipamentos: mobiliário, maquinário, 
instrumentos e acessórios; 
• A construção da formação de novos empregados na implantação 
de novas tecnologias e/ou novos sistemas organizacionais; 
No entanto em algumas situações é preciso que as instituições de trabalho 
sejam capazes de responder a situações não esperadas, assim como absorver 
fatos novos. Desse modo, a Ação Ergonômica é sugerida para o tratamento de 
determinados problemas de caráter emergencial, principalmente formando 
cenários de simulação de situações novas, estruturando o treinamento 
primordial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
INTERVENÇÃO ERGONÔMICA 
É notável que em todo o mundo a ergonomia vem sendo ponto de uma 
imensa procura, com uma quantidade gradativa de instituições requerendo 
consultorias e concebendo funções para ergonomistas em seus quadros de 
funcionários. Tendo o Brasil como cenário, é observado que a busca já supera 
abundantemente a capacidade de formação e treinamento disponível no 
mercado. 
A eficiência da ergonomia se baseia na sua possibilidade de derivar 
modificações benéficas no local de trabalho, o qual é incluso a tecnologia e a 
organização como seus componentes. A intervenção ergonômica é uma 
tecnologia da prática que possui como intuito a alteração das situações de 
trabalho, sendo capaz de deixa-la mais conveniente às pessoas que nela estão 
inserida. Diferencia-se desta forma de estudos e análises de caráter apenas 
descritivo ou sem comprometimento de fato com as mudançasno trabalho, como 
a produção de laudos ou diagnósticos puramente acadêmicos. 
O que define uma intervenção ergonômica é a construção que vai 
possibilitar a mudança essencial, e que consiga incluir os resultados da 
ergonomia nas crenças e valores das instituições que as requerem e obtém os 
seus resultados. A intervenção é dividida e realizada em quatro etapas, sendo 
elas: a instrução da demanda, a análise da atividade e dos riscos ergonômicos, 
a concepção de soluções ergonômicas e a implementação ergonômica. 
VIDAL (2000), destaca que a instrução da demanda engloba todo o 
encaminhamento contratual da intervenção, o que passa pelo ajuste e foco do 
problema, identificação do processo de tomada de decisão na que passa pelo 
ajuste e foco do problema, identificação do processo de tomada de decisão na 
organização, levantamento dos recursos humanos para formar a consultoria 
interna, e determinação das formas de apresentação de resultados. 
 
 
8 
A análise da atividade e dos riscos ergonômicos diz respeito ao 
grupamento de coletas de dados e informações que possibilitam ao profissional 
especialista em ergonomia, desempenhar as modelagens pertinentes ao 
fornecimento de mudanças no ambiente laboral. Através do risco ergonômico 
compreende-se a condição ou a prática que acarrete obstáculos à produtividade, 
conteste a boa qualidade ou que provoque prejuízos ao conforto, segurança e 
bem estar do funcionário. 
A etapa de concepção de soluções ergonômicas se altera conforme a 
natureza do problema e da forma que a necessidade foi explicada, assim como 
os resultados da fase anterior. A implementação ergonômica é estabelecida na 
fase final de uma intervenção. 
Os trabalhos em ergonomia possuem uma dupla vertente: cientifica e 
prática. Os resultados práticos dizem respeito às mudanças estabelecidas nas 
instituições nas quais intervenções são executadas. Do ponto de vista científico 
os resultados das intervenções interagem em variados campos e áreas do 
conhecimento. 
Os desdobramentos de uma intervenção ergonômica, no âmbito científico 
e tecnológico podem ser muitos, no entanto o que certifica uma intervenção 
ergonômica é o resultado concretizado em um projeto instituído em mudanças 
benéficas. Dessa forma, uma intervenção da qual o resultado supostamente 
comum seja o rearranjo de especificações da compra de mobiliário é ergonômica 
ao atingir um resultado benéfico na situação de trabalho; por outro lado, uma 
intensa reflexão acerca dos aspectos psíquicos dos maquinistas ferroviários sem 
repercussões concretas não é definida como intervenção ergonômica. 
 
 
 
 
 
9 
CAMPO CONTEMPORÂNEO DA ERGONOMIA 
A definição de ergonomia atenta para três aspectos, sendo eles: o tipo de 
conhecimento e suas inter-relações, o foco nas mudanças e os critérios da ação 
ergonômica. A consideração destes pontos caracteriza na atualidade a 
Ergonomia como disciplina de súmula por meio de diversas concepções do 
conhecimento acerca das pessoas, da tecnologia e da organização. Em uma boa 
prática da ergonomia, a antropometria física, que é a medida as dimensões 
estáticas e dinâmicas do corpo, a fisiologia do trabalho, a psicologia experimental 
(percepção de sinais, discriminação de indícios, leiturabilidade de 
instrumentação) a higiene e a toxicologia (os riscos envolvidos nas atividades) 
auxiliam na harmonização da tecnologia e da organização do trabalho aos 
trabalhadores efetivos. Não é possível adaptar a atividade laboral ao ser humano 
sem reconhecer suas características, habilidades e limitações. 
Exemplificando, um funcionário de 1,55 m não é capaz de alcançar de 
forma adequada um objeto situado a 2 m do chão, caso faça a tentativa de pegá-
lo, provavelmente será de maneira imprópria, tendo potencial de ocasionar sua 
queda ou do utensilio manuseado. Dessa forma, nota-se que as perdas materiais 
e os acidentes podem possuir a mesma origem. Para uma ordenação desse 
campo empregamos uma classificação destes conteúdos, proposta pela 
Internacional Ergonomics Association (IEA): ergonomia física, cognitiva e 
organizacional. Para facilitar essa divisão será subdividida a ergonomia física em 
ergonomia do posto e ergonomia ambiental, possuindo somente intuitos 
didáticos para compreensão de conceitos. 
Ergonomia física 
A ergonomia física diz respeito aos aspectos físicos de uma situação de 
trabalho, a qual procura adaptar as demandas aos limites e capacidades do 
corpo, por meio do projeto de interfaces adequadas para o relacionamento físico 
 
 
10 
homem-máquina: as interfaces de informação (displays) as interfaces de 
acionamentos (controles). Para isto, são fundamentais distintos conhecimentos 
em relação ao corpo e o ambiente físico no qual a atividade é desenvolvida. 
Em uma primeira etapa, considere-se que o corpo humano possua um 
sistema musculoesquelético movimentado por uma central energética. Este 
atribui as dimensões antropométricas, sendo a estatura, comprimento dos 
membros, capacidades de movimentação limitadas, alcances mínimos e 
máximos. Por mais simples que pareça, um dos cruciais pontos da Ergonomia é 
que o local de trabalho, seus utensílios e elementos encontrem-se conforme as 
dimensões do profissional, sendo a antropometria um tópico essencial da 
disciplina. A inadequação antropométrica ocasiona o desequilíbrio postural 
estático, causa comum de Lesão por Esforço Repetitivo (LER), assim como 
lombalgias, e outros problemas que geram incapacidade. 
A atividade laboral deve ser adequada às possibilidades musculares e do 
metabolismo humano. As inadequações fisiológicas agravam e ampliam os 
problemas de inadequação antropométrica já aludidos. 
Os temas constantemente estudados pela ergonomia física são os 
seguintes: (a) Posturas desfavoráveis (b) Força excessiva demandada (c) 
Movimentos repetitivos (d) Transporte de cargas 
A utilidade da ergonomia física está na contribuição decisiva que fornece 
a muitos problemas verificados nos sistemas de trabalho. No campo dos 
ambientes de trabalho, problemas antropométricos e posturais são verificados 
em larga escala, sejam eles industriais, agrícolas ou de serviços. Nos dois 
primeiros casos, a atividade é em geral agravada devido as tarefas exigirem 
considerável parcela de manipulação de utensílios. As contribuições da 
ergonomia física, nessa perspectiva, são enormes. 
Em relação ao meio-ambiente de trabalho, a ergonomia também 
possibilita considerável subsídio para o agenciamento apropriado desses locais. 
 
 
11 
Sendo a mais crucial, que ao se colocar as mudanças necessárias por meio de 
seu ponto de vista da atividade e com acerto das interfaces, pode precaver 
problemas derivados das alterações somente parciais e devido isto, seus 
resultados se posicionam como limitados e ineficazes. 
Em relação aos locais de trabalho, as propriedades da Ergonomia física 
se direcionam para alterações do contexto físico da função que impossibilitem a 
ocorrência de esforços excessivos ou inadequados como os movimentos 
repetitivos. Essas características incluem como exigência, geralmente, novas 
configurações no posto de trabalho que implicarão em modificações na 
tecnologia física que em diversas situações podem torna-se inviáveis da 
perspectiva financeira, como por exemplo, elevar ou abaixar uma plataforma, ou 
ainda modificar toda uma instalação. Em alguns casos isso acontece em razão 
da previsão positiva de resultados o permitir. 
Referente aos ambientes as especificações da ergonomia física se 
pautam em sugestões relacionadas à higiene, no qual o ambiente é mantido em 
um estado que não agrida a integridade do organismo, procurando as melhores 
circunstâncias concebíveis para a execução da atividade. Em determinadas 
situações a perspectiva de eficiência ambiental torna-se fundamental. De forma 
normativa essa temática vem sendoabordada pelo estabelecimento de padrões 
ambientais que indicam níveis de ruído, temperatura, iluminamento, qualidade 
do ar e outros parâmetros de fácil normalização. Entretanto é imensa a 
complexidade de se trabalhar, perante a ótica da adaptação com limitações de 
tolerância a agentes agressores, visto que as faixas de conforto e tolerância 
dificilmente se coincidem. 
Uma especificação adequada de ambientes físicos, certamente terá como 
delimitações os padrões ambientais normalizados, no entanto buscará progredi-
las com observações ergonômicas relacionadas à atividade. Na prática a 
colaboração entre ergonomistas e higienistas industriais é de indiscutível 
 
 
12 
relevância para ambas as partes, assim como para a empresa e seus 
funcionários. 
Desse modo, a facilidade dos fundamentos de Ergonomia Física, sempre 
necessários, nem sempre é banal e intuitiva, derivada das descobertas do 
diagnóstico ergonômico. Ela vai demandar do profissional de ergonomia: uma 
boa associação de criatividade, para encontrar boas soluções; argumentação 
para convencer, sensibilizar e demonstrar as vantagens da proposta e 
pertinência para tratar problemas existentes e inequívocos. 
O campo da ergonomia física, na perspectiva de sua aplicação, vai se 
consolidar na execução de fundamentos relacionados ao local e a metodologia 
de trabalho, assim como o ambiente. Essas aplicações se alocam 
primordialmente ao plano de novos locais de trabalho e fundamentos ambientais. 
Em segundo tem se situado o campo normativo, através de diversos trabalhos 
de ergonomistas sendo inclusos pelos comitês e comissões de normalização. Na 
terceira linha de aplicações, estudos e propostas de ergonomia têm sido 
impulsionados para sensibilização das esferas dirigentes, conscientização e 
envolvimento dos trabalhadores e orientações específicas acerca do 
agenciamento do local pelos seus funcionários. Por último, no entanto sucessivo 
campo de aplicações, análises ergonômicos têm amparado a concepção de 
programas de tarefas compensatórias como escalonamento de pausas para 
repouso, exercícios, entre outros. 
 
Ergonomia cognitiva 
A cognição trata da ergonomia dos aspectos mentais da atividade de 
trabalho de indivíduos. A visão do ergonomista não se satisfaz em indicar 
particularidades humanas referentes aos projetos de locais de trabalho ou de se 
restringir a compreender a atividade humana nos processos de trabalho de uma 
ótica somente física. Nota-se que os trabalhadores não somente executam 
 
 
13 
tarefas simples, mas possuem capacidade de detectar sinais e indícios 
importantes, sendo operadores competentes organizados entre si para realizar 
suas funções 
VIDAL (2000), leciona que a Ergonomia Cognitiva tenta produzir 
respostas para questionamentos como, qual erro ocorreu, como evita-lo, entre 
outros. Os elementos de resposta projetual partem de três premissas básicas e 
sine qua non: 
 Como fundamento técnico a rejeição do absurdo que é projetar um 
sistema de produção a custos vultosos onde as decisões operacionais 
chaves estejam na dependência de operadores colocados diante de um 
quadro complexo, do qual não têm os elementos necessários e que se 
encontram num contexto de elevada solicitação e carga de trabalho. Tão 
mais complexo e perigoso seja o sistema, tanto mais os operadores 
devem estar aptos para tomar a boa decisão nos bons momentos. Esta 
aptidão deve estar nas pessoas (formação) nos sistemas (tecnologia) mas 
sobretudo nas interfaces entre uns e outros (ergonomia); 
 Como fundamento ético a premissa de que os trabalhadores num 
processo nem se caracterizem como insanos suicidas capazes de 
realizarem atos absurdos que lhes custe a própria integridade física, 
mental e espiritual e tampouco como sórdidos sabotadores dos engenhos 
físicos e sociais que constituem uma dada tecnologia de produção. Nesse 
sentido a ergonomia pode desapaixonar a questão do Erro humano 
contribuindo com elementos decisivos para uma perícia eficaz; 
 Com fundamento moral, a crença de que as pessoas tentam cumprir seu 
contrato de trabalho nas situações de trabalho onde se encontram e, 
exatamente por isso, cabe aos projetistas assegurar uma situação de 
trabalho correta. A Ergonomia nesse sentido é indispensável para um 
bom projeto. 
 
 
14 
Em termos cognitivos o homem converte as informações de natureza 
física em simbólica e através desta, em condutas sobre as interfaces. Sua 
concepção nos é conduzida pela área das ciências cognitivas, que tenciona ao 
estudo do conhecimento virtual, isto é, enfatiza o agrupamento das 
circunstâncias estruturais e funcionais mínimas que permitem perceber, se 
representar, restaurar e utilizar a informação. 
A ergonomia cognitiva possui como assunto a movimentação operatória 
das capacidades mentais de um indivíduo em situação de trabalho. Esta área da 
ergonomia possui como roteiro mínimo: 
 Inovações nos equipamentos, principalmente relacionadas à usabilidade 
das interfaces entre o operador e os equipamentos; 
 Confiabilidade humana na condução de processos, prevenindo as 
consequências dos erros humanos no controle de sistemas complexos e 
perigosos; 
 Otimização na operação de equipamentos informatizados e seus 
softwares, prevenindo seu funcionamento inadequado ou bloqueios; 
 A construção da formação de novos empregados na implantação de 
novas tecnologias e/ou novos sistemas organizacionais; 
 Estabelecimento e manutenção de sistemas seguros, confiáveis e 
eficientes de comunicação e de cooperação. 
A ergonomia cognitiva se subdivide em dois grupos: a cognição individual 
e a coletiva ou social. No cenário da cognição individual se dispõem os diversos 
estudos acerca do raciocínio e tomada de decisão que possuem utilidade na 
concepção de procedimentos e normas operacionais. No que diz respeito as 
interfaces, esta tem gerado repercussões bem persuasivas na engenharia de 
softwares (amigabilidade), nas interfaces de instrumentação e controle 
(usabilidade). De forma mais ampla as modelagens cognitivas têm permitido a 
construção de sistemas de controle mais transparentes. 
 
 
15 
Entretanto os avanços mais atuais têm sido apontado no âmbito da 
cognição coletiva, principalmente nos sistemas de interconecção de múltiplos 
agentes. Os sistemas de controle em rede que englobam a intervenção 
simultânea de vários operadores comuns, como o controle de trafego aéreo, têm 
se difundido em outras situações industriais e de serviços, numa tendência de 
integração. Esses dispositivos de cognição compartilhada e distribuída têm se 
mostrado bem eficientes no tratamento de situações incomuns e de emergência. 
O grande perigo do campo cognitivo é seu aspecto bastante abstrato, 
devido não existir a possibilidade de enxergar o pensamento em si, e sim 
somente indícios de sua presença nos atos dos indivíduos, devido isto, é um 
campo fértil para ilusões e falsificações. 
Diversos cientistas e engenheiros procuraram a concepção de 
mecanismos e dispositivos lógicos aptos a conceber esta estrutura em sistemas 
mais ou menos complexos por meio de recursos de captação de sinais do 
ambiente (sensores) e dispositivos capazes de produzir as respostas 
adequadas. Os relativos insucessos dessa corrente chamada de Inteligência 
Artificial e alguns de seus espetaculares fracassos (explosão da Chalenger, 
queda do vôo 402 da TAM, etc.) vêm criando uma alternativa que é o 
desenvolvimento de assistentes, em que os operadores têm a disposição de um 
sistema que os auxilie nas tarefas cognitivas e com isso possam tomar as boas 
decisões nos momentos certos. 
Os assistentes mais frequentes têm sido os bancos de dados iterativos, 
como por exemplo os que contribuem para uma busca por palavra-chave, ou 
determinada variável de entrada. Na computação gráfica é gradativamente mais 
comum a concepção deprogramas de assistência à configuração de layouts 
gráficos. Estes tem aceitado o fato dos indivíduos possuírem pensamento, 
capacidade de raciocinar e tomar decisões, e fazerem uma escolha entre 
possibilidades que lhes são ofertadas. 
 
 
16 
 
 
Ergonomia organizacional 
A área da ergonomia organizacional se concebe por meio de uma 
atestação explícita, que toda a atividade de trabalho ocorre no âmbito de 
instituições. Esta tem conseguido um impressionante progresso, conhecido 
internacionalmente como ODAM (Organizational De-sign and Management), 
para determinadas pessoas possui um sinônimo de macro ergonomia. 
Ao discorrer sobre trabalho e organização é necessário distinguir o plano 
da organização geral e do trabalho. A organização geral possui como princípios 
teóricos a teoria das organizações e a logística, procurando caracterizar a 
organização produtiva tanto quanto um organismo com intuito à sua atuação no 
contexto mais universal: social, econômico, geográfico, cultural. 
A organização do trabalho, se procedermos na representação biológica, 
zela pelos aparelhos funcionais internos de uma organização produtiva e que lhe 
dão sentido motor. A ideia motriz é a de compreender as formas como se dá a 
cada uma das unidades funcionais as disposições necessárias para a 
consecução das funções que lhes são imputadas pela organização geral e o 
conceito subsidiário é o estabelecimento de métodos de trabalho. 
VIDAL (2000), destaca como conteúdo concreto a organização do 
trabalho envolve ao menos seis aspectos interdependentes, quais sejam: 
 A repartição de tarefas no tempo (estrutura temporal, horários, cadencias 
de produção) e no espaço (arranjo físico); 
 Os sistemas de comunicação, cooperação e interligação entre atividades, 
ações e operações; 
 As formas de estabelecimento de rotinas e procedimentos de produção; 
 A formulação e negociação de exigências e padrões de desempenho 
produtivo, aí incluídos os sistemas de supervisão e controle; 
 
 
17 
 Os mecanismos de recrutamento e seleção de pessoas para o trabalho; 
 Os métodos de formação, capacitação e treinamento para o trabalho. 
Vamos ponderar sobre uma organização contendo três níveis: 
operacional, tático e estratégico. Conforme o fluxo de decisões e comunicações 
pode-se diferenciar dois tipos de decisórios: os de cima para baixo (top-down), 
e os de baixo para cima (bottom-up). Em qualquer desses tipos, a ergonomia vai 
possibilitar uma satisfatória modelagem organizacional, especialmente em 
processos chave da organização, onde a modelagem gerencial não seja 
bastante para garantir o êxito da empreitada de reestruturação. 
As aplicações que o ergonomia pode trazer para o plano organizacional 
se baseiam na indicação da tecnologia física acerca da organização do trabalho 
e suas condições, componentes que irão integrar a soma dos resultados da 
instituição. As maiores aplicações da ergonomia organizacional são: 
 Modelagem de processos para a construção de cenários e roteiros das 
mudanças organizacionais; 
 Análise dos requisitos das novas propostas organizacionais em termos de 
capacidades, limitações e demais características, indicando 
necessidades de treinamento e de novas competências; 
 Construção de roteiros de implementação para evitar a descapitalização 
ou desaproveitamento do capital de competência (know-how) existente, 
especialmente no nível operacional; 
 Perícia e prevenção de acidentes. 
 
 
 
 
 
 
 
18 
ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO (AET) 
A expressão Análise Ergonômica do Trabalho (AET) tornou-se conhecida 
em meados dos anos 1990, por meio da publicação de uma norma que dispõe 
acerca do campo normativo da ergonomia, sendo esta a Norma 
Regulamentadora de Ergonomia 17, ou NR 17, do Ministério do Trabalho e 
Emprego. A qual passou a incluir o mobiliário de trabalho, algumas condições 
dos ambientes de trabalho, os equipamentos de trabalho e, a organização do 
trabalho. 
A Análise Ergonômica do Trabalho - AET pode ser definida como a ação 
no ambiente laboral, para conhecimento dos repercussões físicas, psicológicas 
e fisiológicas, resultantes da atividade humana em meio de trabalho. 
Fundamenta-se em assimilar a situação de trabalho, afrontar com aptidões e 
limitações na perspectiva da ergonomia, detectar situações críticas referentes à 
legislação oficial, definindo sugestões, modificações e recomendações de 
ajustes de processo, produto, postos de trabalho e ambiente. A análise procura 
estipular uma proximidade entre a compreensão geral de problemas 
relacionados com a organização do trabalho e os reflexos em possíveis 
situações de lesões físicas e transtornos psicológicos. 
Empenha-se na investigação dos meios e modo de produção, procurando 
compreender, por meio de observações visuais, medições e registros das 
situações críticas e incomuns às situações de trabalho, abarcada a análise dos 
dados de produção da empresa, em relação a sobrecargas, volume de produção 
por trabalhador, turnos extras e outros. A sondagem engloba realização de 
entrevistas com os trabalhadores, supervisores e gestores. Referente aos 
funcionários procuram-se informações referentes a execução da tarefa e a 
percepção de sobrecargas nesta. No ramo da supervisão e gerência buscam-se 
informações acerca do modo de produção, meios disponíveis e à conceituação 
das tarefas para comparação futura entre o estabelecido e o executado. 
 
 
19 
Procura-se ainda, alcançar uma estratégia de ação que possibilite que a 
intervenção ergonômica possua eficácia e de fato origine orientações e 
possibilidades de solução adequadas ao cenário da empresa e aos 
trabalhadores com enfoque no conforto e na segurança. Dentre os fatores de 
organização do trabalho pode-se destacar: 
 A relação entre nível do programa de produção, alto ou baixo, e a 
real capacidade estabelecida no modo de produção; 
 O foco na eficiência produtiva suprimindo tempos de recuperação 
de fadiga e eventualidades no trabalho, com decorrentes 
repercussões no que se refere à esgotamento; 
 A procura incansável de diminuição da quantidade de equipes de 
produção, gerando alta sobrecarga nos trabalhadores, por 
oscilação, para cima e para baixo, de demandas produtivas; 
 Capacidade de gestão dos fatores de organização do trabalho. 
Para efetivação do processo de análise ergonômica, pode-se destacar os 
seguintes passos: 
 Compreensão da Situação (análise da demanda); 
 Estudo de requisitos para atendimento das tarefas (entendimento 
da tarefa prescrita, meios e modo de produção; espaços, áreas 
livres e/ ou de influência e ambiente necessário para a tarefa; 
estudos de postura e movimentação humana); 
 Levantamentos da situação de referência (observação e análise da 
atividade); 
 Confrontação da tarefa prescrita com a atividade realizada; 
 Diagnóstico. 
A etapa de compreensão da situação diz respeito a análise do contexto 
do problema proposto pela tarefa em análise, no cenário interno da empresa, no 
qual devem ser ponderados os indicadores de saúde, aspectos sociais 
 
 
20 
intervenientes, o momento técnico e tecnológico do contexto de inserção da 
empresa, e os condicionantes legais vigentes. Já em relação ao cenário interno, 
a compreensão do contexto transita por questões relacionadas com a política e 
estratégia empregada pela instituição, o sistema de produção usado, o modelo 
de gestão dos recursos humanos, os índices de acidentes, assim como variáveis 
tal qual a saúde ocupacional, tensões e conflitos 
A análise da tarefa envolve o reconhecimento e assimilação do trabalho 
estabelecido a ser realizado, e dos e os requisitos físicos para sua execução. O 
primeiro tópico de observação compreende aspectos como o ambiente em que 
a atividade está inserida, a carga de trabalho física e mental reivindicada, além 
de aspectos psico-sociológicose tempos de produção. O segundo tópico 
engloba requisitos físicos, abrangendo a natureza do trabalho, a postura exigida 
na sua execução, esta que está relacionada às características das superfícies 
de trabalho e assento, da mesma forma que informações relativas à condições 
de acessibilidade aos sistemas de comunicação e acionamentos. 
A análise da atividade engloba o ato de análise do trabalho de fato 
executado, por meio do estudo das atividades mentais e físicas do funcionário. 
A etapa de confrontação da tarefa com a atividade tem como intuito a sondagem 
das diferenças entre o trabalho estabelecido e o executado, a determinação das 
falhas da atividade diante das capacidades e limitações do profissional, assim 
como procura reconhecer as atividades regulatórias neste vínculo. Por último, 
diagnóstico compreende as condições técnicas para a realização do trabalho, as 
condições ambientais em que ele ocorre, e suas condições organizacionais. 
 
 
 
 
21 
O TRABALHO DE ENFERMAGEM E A ERGONOMIA 
Diante do cenário de condições precárias de trabalho oferecidas aos 
trabalhadores em hospitais de diversos países, a Organização Internacional do 
Trabalho (OIT), desde meados dos anos 1940, tem apontado este problema 
como assunto de debate, assim como realizado orientações relacionadas a 
higiene e segurança com o intuito de adaptação das condições de trabalho 
desses profissionais. 
As condições inadequadas de trabalhado estão associadas à fatores 
biológicos, físicos, químicos, psicossociais e ergonômicos, estes que tendem a 
gerar prejuízos à saúde dos trabalhadores atuantes no ambiente. 
Os fatores ergonômicos podem ser definidos como aqueles que afetam 
no desempenho do trabalho, podendo ser, os equipamentos, a forma com que a 
tarefa é realizada, a comunicação, o ambiente, entre outros. Por meio da prática 
dos princípios da Ergonomia há possibilidade de ser causado um contato 
conveniente e confortável do ser humano com os objetos que manuseia e com 
o ambiente em que trabalha, gerando a melhora da produtividade, redução dos 
custos laborais manifestados por meio de absenteísmo, rotatividade, conflitos e 
falta de interesse para o trabalho. 
Para a Ergonomia, as condições de trabalho são retratadas pela união de 
fatores correlativos, que agem direta ou indiretamente na qualidade de vida das 
pessoas e nos resultados do próprio trabalho. Um detalhamento pormenorizado 
dos fatores que influenciam nas condições de trabalho hospitalar é detectado no 
livro “Travailler à l’hospital” de autoria de ESTRYN-BEHAR & POINSIGNON 
(1989). Estas enunciam o desenvolvimento rápido e contínuo da tecnologia 
médica, a grande variedade de procedimentos e exames realizados, o aumento 
constante do conhecimento teórico e prático exigido na área da saúde, a 
especialidade do trabalho, a hierarquização e a dificuldade de circulação de 
informação, o ritmo e o ambiente físico, o estresse e o contato com o paciente, 
 
 
22 
a dor e a morte como elementos que potencializam a carga de trabalho, 
ocasionando riscos à saúde física e mental dos trabalhadores do hospital. 
A análise ergonômica vem sendo usada para a adequação dos 
equipamentos utilizados na assistência à saúde e os estudos ergonômicos 
firmam-se em um rumo para o alcance de dados específicos e relevantes acerca 
do progresso da qualidade de vida do trabalhador e da sua assistência de saúde. 
A abordagem ergonômica para análise da situação de trabalho de 
enfermagem vem sendo usada por diversos estudiosos pelo mundo. No Brasil, 
MAURO et al. (1976) foram as percussoras em aplicar os princípios ergonômicos 
na análise do trabalho de enfermagem, sendo que na década passada ocorreu 
uma ampla utilização desta abordagem, assim como um número crescente de 
estudos realizados. 
MARZIALE (1990), verificou por meio da abordagem ergonômica a fadiga 
mental entre enfermeiras que atuavam em hospital em esquema de turnos 
alternantes, verificando que este era responsável pela inadaptação das 
enfermeiras as condições de trabalho. 
FARIA (1996), verificou as fontes geradoras de sofrimento psíquico para 
técnicos e auxiliares de Enfermagem de um hospital público com foco em 
entender o processo e forma de organização do trabalho por meio do uso da 
metodologia ergonômica. 
BENITO & CONTIJO (1996) apresentaram várias concepções para 
explorar os processos mentais nos desenvolvimentos de atividades e sua 
adequação para a análise dos processos cognitivos na assistência de 
enfermagem. 
Estudos ergonômicos vem sendo executados para investigar as posturas 
físicas alcançadas no cumprimento das atribuições de trabalho de Enfermagem 
procurando a adaptação dessas atividades aos princípios da Biomecânica. Por 
meio de algumas pesquisas constatou-se que considerável parcela dos 
 
 
23 
acometimentos à coluna vertebral são relacionados a inadequação de 
mobiliários e equipamentos utilizados nas atividades corriqueiras, assim como a 
adoção de má postura corporal adotadas pelos funcionários. 
ROCHA (1997) em sua dissertação de mestrado verificou os fatores 
ergonômicos e traumáticos compreendidos na ocorrência de dor nas costas em 
trabalhadores de Enfermagem, comprovando que 89% dos trabalhadores 
apresentavam algum tipo de algia (dor) vertical, sendo a região lombar mais 
acometida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
A RELAÇÃO DA ERGONOMIA E AS CONDIÇÕES DE TRABALHO 
EVIDENCIADAS NA PANDEMIA 
O cenário mundial frente ao novo CoronaVírus (COVID-19) além de expor 
supremos índices de mortalidade, proporcionou algumas modificações na área 
laboral, aumentando em grande escala a quantidade de trabalhadores em 
regime Home Office, perante a recomendação de isolamento social da 
Organização Mundial da Saúde (OMS) visando a contenção e diminuição da 
proliferação da doença. Em relação a essas situações, nota-se que ocorreram 
distorção nas condições de bem-estar no trabalho pressupostos pela ergonomia 
física, a qual debate a postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos 
repetitivos, projetos de posto de trabalho, segurança e saúde. 
De acordo com ANTUNES (2020), o Brasil, já vivenciava exorbitantes 
maneiras de exploração no trabalho e debilitações indeterminadas como 
trabalhos equivalentes a escravidão, generalização da terceirização em todas as 
esferas laborativas, informalidade e intermitência, tende a sofrer efeitos cruéis 
do ponto vista social devido a pandemia, antes dessa época, em 2019 mais de 
40% da classe trabalhadora estava na informalidade, num mundo do trabalho 
digital em que que as condições de trabalho não são amparadas em condições 
humano-sociais. 
Nessa situação de reestruturação e flexibilização do trabalho, nota-se que 
foram antecipadas transformações que ainda necessitariam de determinado 
tempo para alcançar o mercado de trabalho. Existem pesquisas que indicam 
prováveis impactos nos futuros vínculos de trabalho, os quais destaca-se: o uso 
intensificado de tecnologia para o trabalho remoto; a necessidade de limitação 
de horas e o direito a desconexão, devido os trabalhadores estarem excedendo 
a carga horária de trabalho em casa, sem ao menos receber horas extras; a 
divisão digital como forma de desigualdade social, visto que nem toda população 
possui conhecimento e acesso ao mundo digital; o risco de aumento de 
preconceito, devido em algumas situações profissionais da linha de frente contra 
 
 
25 
o COVID-19 não serem contratados por receio de contágio, havendo uma 
necessidade de proteger a privacidade dos trabalhadores; a relevância do 
trabalhador por plataforma de Delivery ou transporte; o prejuízo da 
informalidade, atestando mais dificuldade de assistência para os indivíduos em 
situação de pobreza; e os problemas de saúde mental devido confinamento e 
pela pandemia em si, tais como estresse,ansiedade e síndrome do pânico. 
A ergonomia em favor da qualidade de vida no trabalho dispõe a ética e o 
respeito aos trabalhadores como lógica de funcionamento metodológico para 
tornar conciliável as condições e as interações de trabalho que abrangem a 
prestação de serviço visando o bem-estar de todos os indivíduos compreendidos 
nas atividades e organizações empregadoras, intentando efetuar com isso um 
tipo de produtividade saudável. 
A qualidade de vida no trabalho, é formada pelas experiências de bem-
estar dos trabalhadores que integram as condições de seu específico trabalho, 
a organização, as relações socioprofissionais, o reconhecimento e a 
possibilidade de plano de carreira. Isto é, ela está principalmente, associada ao 
protagonismo dos funcionários pela sua competência técnica integrada pela 
formação teórica e metodológica, e pelo seu engajamento ético, social e político. 
BUENANO; TRISKA (2020), destacam: 
Entretanto, é importante salientar que na vida cotidiana para se buscar 
uma qualidade de vida no trabalho diante da sua precarização global, 
da sua reestruturação produtiva, da crise econômica pandêmica, da 
expansão de vínculo empregatício temporários, somando formas mais 
desregulamentadas de trabalho, se constrói um campo perfeito de 
disputa entre a informação e a desinformação sobre o medo do 
desemprego e sobre a coisificação do sujeito pelo capital, no qual a 
democratização das teorias ergonômicas no trabalho com enfoque 
para a melhoria das condições de trabalho, poderiam agir como teor 
transformador, questionador e argumentativo no contexto da pandemia 
e suas “novas condições de trabalho” que não tem priorizado o bem-
estar social. BUENANO; TRISKA (p.3. 2020) 
 
 
 
26 
CONCLUSÃO 
A ergonomia é sugerida para esclarecer situações difíceis nos sistemas 
de produção. Várias espécies de empresas vem empregando, os serviços de 
profissionais ergonomistas, para realizar intervenção a variadas espécies de 
contratempos com que a produção encara, podendo ser referentes ao histórico 
da empresa, definidos como retrospectivos, à disposição para mudanças, ou 
prospectivos, e urgentes ou desconhecidos até então, que ocorre em casos de 
emergências. 
A intervenção ergonômica é uma tecnologia da prática que possui como 
intuito a alteração das situações de trabalho, sendo capaz de deixa-la mais 
conveniente às pessoas que nela estão inserida. Esta, sendo definida pela 
construção que possibilite a mudança essencial, e que consiga incluir os 
resultados da ergonomia nas crenças e valores das instituições que as requerem 
e obtém os seus resultados. 
Devido as condições de trabalho decorrentes durante a pandemia, nota-
se a necessidade de um diálogo social que reconstitua um processo dinâmico e 
urgente de mudanças dirigidas para a qualidade de vida no trabalho, o que 
depende de alguns fatores, como a vontade efetiva de ergonomistas e todos os 
profissionais envolvidos em uma determinada instituição de atuarem de forma 
coletiva, a adoção de uma postura gerencial que possibilite um diálogo 
transparente entre hierarquias, e a aceitação do protagonismo do trabalhador 
para a construção técnica e ética da cultura organizacional, visando o bem-estar 
no trabalho. 
 
 
 
 
 
 
27 
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