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plantasplantas tóxicastóxicas Plantas consumida em certa quantidade, por período curto ou longo, causa efeitos nocivos ao organismo; Plantas ornamentais afetam mais pequenos animais domésticos; Plantas a campo afetam mais grandes animais, principalmente bovinos. PALATABILIDADE Algumas plantas podem ser atrativas, e mesmo que não podem ser ingeridas por outros fatores. IDADE Cães filhotes ESCASSEZ DE ALIMENTO/FOME Época de seca, falta de alimento; Mais comum em grandes animais. FALTA DE TRATO NAS PASTAGENS DESCONHECIMENTO DISTURBIOS COMPORTAMENTAIS Como tédio, ansiedade, etc. Animais que ficam muito tempo sozinho querem chamar a atenção em algumas situações (pequenos animais) PAROREXIA Apetite depravado CONTAMINAÇÃO Plantas não tóxicas contaminadas por fungos, bactérias, etc. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Fatores que influenciam a ingestão Fatores que influenciam a toxidez ESPÉCIE DA PLANTA ESTÁGIO DE CRESCIMENTO Algumas plantas aumentam seu grau de toxidez em épocas especificas; PARTE INGERIDA Algumas plantas possuem uma parte específica tóxica (semente, folha, fruto, flor); QUANTIDADE INGERIDA; TIPO DE SOLO; FATORES AMBIENTAIS; ESPÉCIE ANIMAL Ex. plantas nefrotóxicas afetaram mais drasticamente o felino – que possui menos nefrons fisiologicamente. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Agentes tóxicos Estes agentes, são um mecanismo de defesa e sobrevivência da planta; NÃO são essenciais para o seu crescimento ou reprodução; PRINCIPAIS CLASSES: Alcaloides: piperidínicos, piridínicos, pirrolizidínicos, indólicos, isoquinolínicos, tropânicos, esteroidais, amínicos; Glicosídeos: cianogênicos, tioglicosídeos, cardiotóxicos, saponinas (esteroidais), diterpênicos, sesquiterpênicos, calcinogênicos, cumarínicos; Fenólicos: flavonóides, isoflavonóides, taninos, hidrolisáveis, condensados, gossipol, quinonas; Terpênicos: sesquiterpenos, lactona sesquiterpênica, triterpenos; Outros: organofluorado, oxalatos solúveis, aminoácidos, proteínas. Tipos de intoxicação AGUDA Período curto entre a ingestão e o inicio dos sinais clínicos CRÔNICA Consequência da ingestão contínua por longos períodos Ainda, plantas que causam intoxicações agudas podem causar quadros crônicos e vice-versa pelos fatores que influenciam a toxidez. Plantas ornamentais Amarílis Clívia Narciso Buxinho Dracena Lírio Hortênsia Trepadeira Cheflera Caládio Comigo- ninguém-pode Copo de leite Costela de adão Filodendro Jiboia Crisântemo Cróton Coroa-de- cristo Bico-de- papagaio Chumbinho Trombeta-de- anjo Flor da fortuna Azaleia Alamanda Oleandro Chapéu-de- napoleão Orelha de elefante Possui antidoto Plantas que afetam o sistema gastrointestinal PLANTA PRINCÍPIO ATIVO (PA) PARTE SINAIS CLÍNICOS Amaryllis spp. (Amarílis); Clívia spp. (Clívia); Licorina TODAS Diarreia, náusea, vomito, dor abdominal, hipersalivação, tremores; Buxus sempervirens (Buxinho) Buxina FOLHAS Náuseas, vômito, diarreia, dor abdominal Dracaena spp (Dracena) Alcaloide e saponinas FOLHAS Vômito e diarreia Hedra helix (Hera, trepadeira) Saponina FOLHAS Estomatite, vomito, diarreia, espasmos musculares, dermatite de contato. Plantas que afetam o sistema nervoso PLANTA PRINCÍPIO ATIVO (PA) PARTE SINAIS CLÍNICOS Narcisus spp. (Narciso) Licorina TODAS Diarreia, náusea, vomito, dor abdominal, hipersalivação, tremores, convulsões, hipotensão e arritmias. Hydrangea macrophylla (Hortênsia) Glicosídeo/Hidrangina TODAS Vômito, dor abdominal, letargia, cianose, convulsões, coma. Philodendron spp. (Filodendro) Oxalato de cálcio FOLHAS Estomatite, sialorreia, dor intensa, vômito, dermatite de contato, irritação das mucosas, salivação, insuficiência respiratória, convulsões. Kalanchoe spp (Flor da fortuna) Bufenolídeo, Glicosídeos cardioativos TODAS Depressão, taquipneia, dispneia, ataxia, paralisia, doenças cardíacas e neurológicas. Rhododendron spp. (Azaleia) Andromedotoxinas FOLHA FLOR POLÉN Salivação, lacrimejamento, vomito, diarreia, dispneia, crises epiléticas, coma e morte. Plantas que causam irritação local PLANTA PRINCÍPIO ATIVO (PA) PARTE SINAIS CLÍNICOS Caladium bicolor (Caládio); Colocasia spp. (Inhame gigante, orelha de elefante); Oxalato de cálcio TODAS Estomatite, sialorreia, dor intensa, vômito, dermatite de contato. Dieffenbachia amoena (Comigo-ninguém-pode); Zantedeschia aethiopica (Copo-de-leite) Oxalato de cálcio TODAS Estomatite, sialorreia, dor intensa, vômito, dermatite de contato. Monstera deliciosa (Costela de adão); Scindapsus aureus (Jiboia); Oxalato de cálcio FOLHAS Estomatite, sialorreia, dor intensa, vômito, dermatite de contato. Chrysanthemum spp (Crisântemo, Bem-me- quer, Margarida) Sesquiterpeno lactona TODAS Dermatite de contato. Codiaeum varuegatum (Croton) Toxalbumina-ricina LÁTEX Estomatite, sialorreia, vômito e dermatite de contato. Euphorbia milli (Coroa de cristo) Terpenos CAULE Dor abdominal, salivação, irritação da pele, mucosa e conjuntiva. Euphorbia pulcherrima (Bico de papagaio, Flor de natal) Desconhecido TODAS Dermatite de contato, sialorreia e vômito. OXALATO DE CÁLCIO São compostos químicos inorgânico que formam cristais monoclínicos aciculares em forma de agulha, por isso causa irritação; seu acúmulo pode ser encontrada também na formação de cálculos renais. Plantas que afetam outros sistemas PLANTA PRINCÍPIO ATIVO (PA) PARTE SINAIS CLÍNICOS Lantana spp (Chumbinho, Cambará) Triterpenos, Lantadeno A e B TODAS Fotossensibilização e hepatotoxidade grave, anorexia, atonia ruminal, icterícia, constipação e morte Datura suaveolens (Trombeta de anjo) Atropina, Escopolamina FOLHAS SEMENTES Diarreia, Taquicardia, midríase, incoordenação, anorexia Possui antídoto: Neostigmina (Antídoto para a intoxicação anticolinérgica) Alamanda cathartica (Alamanda-amarelha, Dedal de dama) Glicosídeos terpenoides TODAS Cólica, anorexia, atonia ruminal, irritação cutânea Nerium oleander (Espirradeira, oleandro) Glicosídeos cardioativos FOLHA RAIZ FLOR Vômito, diarreia, dor abdominal e arritmias cardíacas Thevetia peruviana (Chapéu de napoleão) Glicosídeos cardiotóxicos FOLHAS Estomatite, dor abdominal, vômito, diarreia, taquicardia e taquipneia Lilium spp (Lírio) Desconhecido (esteroidal) TODAS Nefrotóxico em felinos, vômito, depressão, PU, PD, azotemia, glicosúria e proteinúria Plantas ornamentais Mandioca-brava Sorgo Capim tifton Alecrim-de- campinas Angico-preto Pessegueiro bravo Cafézinho Mamona Chumbinho Maria-mole FedegosoSamambaia-do- campo Plantas cianogênicas Mio-mio Plantas que causam morte crônica Afetam mais grandes animais, principalmente bovinos pela baixa capacidade olfativa e pela pastagem livre ! Plantas que causam morte aguda Possui antidoto Plantas que causam morte aguda Plantas cianogênicas PLANTA PRÍNCIPIO SINAIS CLÍNICOS Manihot esculenta (Mandioca brava); Sorghum spp (Sorgo); Cynodon sp (Capim tifton); Holocalyx glaziovir (Alecrim de campinas); Piptadenia macrocarpa (Angico-preto); Prunus sphaerocarpa (Pessegueiro-bravo) Ácido cianídrico (HCN) Dispneia acentuada crescente, taquicardia, cianose e sinais neurológicos (tremor, queda, coma, opistótono (espasmos da coluna) MECANISMO DE AÇÃO: O HCN se encontra ligado a carboidratos denominados glicosídeos cianogênicos e é liberado após sua hidrólise ➜ absorção e distribuição rápida ➜ devido ao baixo peso molecular, tamanho e alta lipossolubilidade. O HCN possui afinidade pela citocromo-oxidase ➜ se liga e forma o complexo cianocitocromo-oxidade ➜ impede a transferência de elétrons para molécula de oxigênio ➜ paralisa a cadeia respiratória e causa anoxia histológica Possui antidoto: Tiossulfato de sódio 20% (50mL/100 Kg) - IV (O tiossulfato se liga ao cianeto, formando o tiocianato (atóxico)) + sintomático e suporte Outras PLANTA PRÍNCIPIO PARTE SINAIS CLÍNICOS Palicourea marcgravii (Cafézinho, Erva do rato, Café bravo) Ácido monofluoracétic o FOLHAS FRUTOS Tremores musculares,dificuldade de locomoção, decúbito, opistótono, hepatotoxicidade, crise epilética e morte. MECANISMO DE AÇÃO: O ácido monofluoracético é metabolizado e transformado em fluorocitrato ➜ entra no Ciclo de Krebs ➜ se liga a Acetil-COA ➜ forma fluoracetil-COA ➜ reage com o citrato ➜ forma fluorocitrato ➜ bloqueia a aconitase ➜ impede a formação das coenzimas: NADH e FADH2 (consequentemente não forma ATP) e acumula citrato. Ricinus communis (Mamona) Ricinina (alcaloide) FOLHAS Tremores musculares, dificuldade de locomoção, sialorreia, crise epilética, coma e morte. Ricinus communis (Mamona) Ricina (toxialbumina) SEMENTE Anorexia, diarreia, dor abdominal, vômito e hematêmese Baccharis coridifolia (mio-mio) Tricotecenos macrocíclico TODAS Necrose das cél. epiteliais do TGI, anorexia, timpanismo, instabilidade dos membros pélvicos, tremores musculares, diarreia, sialorreia, dispneia e taquicardia. Palicourea marcgravii (Cafézinho, Erva do rato, Café bravo) Ácido monofluoracéti co FOLHAS FRUTOS Tremores musculares, dificuldade de locomoção, decúbito, opistótono, hepatotoxicidade, crise epilética e morte. MECANISMO DE AÇÃO: O ácido monofluoracético é metabolizado e transformado em fluorocitrato ➜ entra no Ciclo de Krebs ➜ se liga a Acetil-COA ➜ forma fluoracetil-COA ➜ reage com o citrato ➜ forma fluorocitrato ➜ bloqueia a aconitase ➜ impede a formação das coenzimas: NADH e FADH2 (consequentemente não forma ATP) e acumula citrato. Plantas que causam morte crônica PLANTA PRÍNCIPIO PARTE SINAIS CLÍNICOS Pteridium aquilinum (Samambaia-do- campo) Tiaminase, Ptaquilosíde o BROTOS FOLHAS IMATURAS Sinais neurológicos (tiaminase): incoordenação motora, tremores musculares, crises epiléticas; Carcinomas (ptaquilosídeo): disfagia, regurgitamento, tosse, halitose, dificuldade respiratória, inapetência, anorexia, perda de peso, timpanismo; HEB: hematúria crônica levando a anemia por perda, emagrecimento MECANISMO DE AÇÃO DA TIAMINASE: Quebra a tiamina (vitamina B1) ➜ cofator na glicólise ➜ diminui a produção de ATP e da ação da bomba Na/K ➜ Edema citotóxico MECANISMO DE AÇÃO DO PTAQUILOSÍDEO: glicosídeo carcinogênico ➜ conjugado dienona ➜ afeta cadeia de genes ➜ principalmente o gene p53 (supressor de tumores) ➜ carcinomas epidermóides no sistema digestório superior; Pode também causa hematuria enzoótica bovina (HEB) (associado a vírus) ➜ carcinoma na bexiga INGESTÃO AGUDA: Grande quantidade ingerida em pouco tempo leva a síndrome hemorrágica aguda ➜ aplasia de medula óssea, que cursa com hemorragias generalizadas ➜ leucopenia e trombocitopenia Lantana camara (chumbinho, cambará) Triterpenos policíclicos: lantadenes A e B FOLHAS Fotossensibilização, eritema, edema, vesículas, exsudação, necrose, descamação, dermatite necrótica crônica, icterícia, desidratação, inapetência, emagrecimento, urina forte, constipação, encefalopatia hepática MECANISMO DE AÇÃO: Triterpenos são absorvidos no TGI ➜ sistema porta ➜ fígado ➜ metabolizado em forma ativa ➜ inibe a secreção da bile pelos hepatócitos ➜ estase hepática ➜ lesão hepática ➜ diminui excreção da filoeritina (produto da clorofila) ➜ acúmulo na corrente sanguínea ➜ + exposição solar = fotossensibilização ➜ lesões cutâneas Senecio brasiliensis (maria-mole, flor das almas) Alcaloides pirrozílicos TODAS Fotossensibilização mais branda, icterícia, desidratação, inapetência, emagrecimento, urina forte, constipação. MECANISMO DE AÇÃO: Alcaloide pirrozílicos ➜ biotransformados no fígado ➜ de-hidropirrolizidinas (ativo) ➜ lesão hepática ➜ hepatopatia ➜ fotossensibilização Senna Occidentalis (fedegoso,manjerioba) Diantrona TODAS + na semente Diarreia, dor abdominal, tenesmo, fraqueza muscular, incoordenação motora, atonia ruminal, urina marrom- avermelhada (acumulo de mioglobinúria), decúbito, morte. MECANISMO DE AÇÃO: Diantrona ➜ desacoplamento dafosforilação oxidativa mitocondrial (alterações nas mitocôndrias) ➜ lesiona tecidos com maior demanda de O2 (músculo estriado e cardiaco) ➜ miopatia, cardiomiopatia degenerativa. A maioria das plantas não possuem antídoto, com exceção da trombeta de anjo (ornamental) e plantas cianogênicas (campo); Portanto, o tratamento é realizado através dos sinais e para suporte; Plantas a campo normalmente são invasoras então a profilaxia com o controle é válida. Desidratação e manutenção: realizar fluidoterapia para reposição eletrolítica; Náusea/Êmese/Vômito: utilizar antiemético (cerênia/odansentrona); Diarreia: é importante não cessar para elimação (catárticos - carvão ativado auxilia na não absorção e apressa e aumenta a evacuação intestinal e provoca purgação) Hipersalivação: utilizar atropina, porém a lavagem da mucosa oral pode ajudar, visto que a atropina pode ser desvantajosa; Lavagem da pele e mucosas: para retirar o conteúdo restante presente na cavidade oral ou quando causa dermatite de contato (água ou soro fisiológico gelado); Lavagem gástrica: realizada para diminuir a absorção e acelerar a eliminação (soro fisiológico ou água fria/carvão ativado); Indução do vômito: realizada assim como a lavagem gástrica (morfina/apomorfina/ xarope de ipeca/água oxigenada); Protetor gástrico: auxilia na irritação da mucosa gástrica (bloqueador de H2/bomba de próton); Analgesia: utilizar em casos de dor e irritação; Inflamação: anti-inflamatórios; Convulsões: anticonvulsivante (midazolam/diazepam); Monitoramento dos parâmetros vitais: principalmente em casos que afetam o sistema respiratório e cardíaco; Depressão respiratória: oxigenoterapia; QUANDO REALIZAR LAVAGEM GÁSTRICA? Quando a ingestão ocorreu em menos de 2 horas; Quando a produção de ácidos e bases; Quando apresenta depressão respiratória. Tratamentos Doença renal: fluidoterapia/ ração especifica/ tratamento; Hepatopatias: utilizar protetores hepáticos (aminoácidos e complexo B) associados ao monitoramento; Fotossensibilização: retirar os animais da exposição solar e tratar as feridas; Ação da tiaminase (samambaia-do- campo): suplementação de vitamina B1 por 3 dias - 500 a 1g/dia
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