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sistemasistemasistema cardiovascularcardiovascularcardiovascular PATOLOGIA ESPECIALPATOLOGIA ESPECIAL @nahnavet Revisando ... Composto por: Coração Sistemas vasculares Sistema linfático Artérias, arteríolas, veias, vênulas e capilares Função: manter o fluxo sanguíneo para os tecidos, distribuir oxigênio e remover o gás carbônico e os metabólitos dos tecidos, além da distribuição de hormônios e manutenção da termorregulação; Localiza-se no interior da cavidade torácica, especificamente na região do mediastino; V. cava cranial A. aorta Átrio esquerdo Átrio direito Ventrículo direito Ventrículo esquerdo Septo interatrial Septo intraventricular Valva atrioventricular direita (tricúspide) Valva atrioventricular esquerda (bicúspide/mitral) Valva semilunar aortica Valva semilunar pulmonar O sangue sai do coração por meio da artéria aorta ➔ ramifica por todo o corpo ➔ trocas de nutrientes e catabólitos ➔ sangue pobre em oxigênio retorna ao coração ➔ veias cavas ➔ átrio direito ➔ ventrículo direito ➔ artéria pulmonar ➔ pulmões ➔ processo de hematose ➔ sangue rico em oxigênio ➔ veia pulmonar ➔ átrio esquerdo ➔ ventrículo esquerdo ➔ artéria aorta. Coração saudável apresenta forma cônica, com seu diâmetro longitudinal superior ao diâmetro transversal. A espessura da parede do ventrículo esquerdo é cerca de 3x superior à do ventrículo direito (exceto nos recém -nascidos que são iguais); Apresenta um sistema especializado de atividade elétrica responsável pela contração coordenada do músculo cardíaco ➔ sistema autônomo ➔ nodos sinoatrial e atrioventricular, feixes de His e fibras de Purkinje. Alterações sem significado Rigor mortis O coração é o primeiro músculo a entrar em rigor mortis devido a sua pequena reserva de glicogênio, pelo seu trabalho ininterrupto. Coágulos sanguíneos post mortem Durante a necropsia é essencial diferenciar os coágulos post mortem dos trombos ante mortem; São coágulos lisos, brilhantes, elásticos e apresentam -se soltos, podendo ser vermelho (coágulo cruórico) ou amarelo (coágulo lardáceo); Ocorre devido a degeneração celular pela falta de oxigênio, as células liberam a enzima tromboquinase que inicia o processo coagulativo; o coagulo permanece no sistema até que bactérias ou enzimas causem sua digestão. Embebição por hemoglobina A hemólise post mortem ocorre de 12 a 24 horas ➔ libera hemoglobina ➔ impregna por difusão passiva os endoteliócitos ➔ dando origem a manchas; Essas manchas devem ser diferenciadas das hemorragias. Palidez do miocárdio Ocorre de forma difusa ou multifocal do miocárdio, comum em cães e equinos jovens, mas não se correlaciona com nenhuma alteração microscópica; Pode sugerir degeneração, necrose e/ou inflamação das camadas do coração macroscopicamente mas, a palidez deve estar associada a alterações sistêmicas, como congestão e edema pulmonares ou congestão em outros órgãos associada à anasarca (edema distribuído por todo o corpo devido ao acúmulo de fluido no espaço extracelular). Pó de giz no endocárdio Pontos brancos evidentes distribuídos difusamente no endocárdio ventricular com aspecto semelhante a pó de giz são alterações frequentemente observadas no coração de cães; A causa é idiopática (desconhecida), e não há nenhum significado patológico. Anomalias congênitas Anomalias no coração são as mais frequentes em animais domésticos; Dependem do grau da lesão e aparecimento dos sinais clínicos, que pode levar morte do animal por insuficiência cardíaca ou o indivíduo chega até a vida adulta mesmo com deficiências funcionais; Importantes alterações morfológicas ocorrem na vida fetal e neonatal do animal; As principais anomalias são: Persistência do ducto arterioso Mais comum no cão; Nos fetos o ducto arterioso é a comunicação entre a aorta e a artéria pulmonar, essa estrutura auxilia na circulação fetal, já que a falta de expansão pulmonar oferece grande resistência para o fluxo sanguíneo; quando adulto se fecha formando o ligamento arterioso; No caso da persistência esse ducto permanece aberto, ocasionando um desvio de sangue entre os lados; As sequelas irão depender do diâmetro do ducto persistente. Defeito nos septos Intraventricular: a formação dos ventrículos direito e esquerdo ocorre durante a fase embrionária, em razão do crescimento do septo interventricular que divide uma única câmara ventricular em duas; Quando não ocorre a separação destas câmaras ocorre o desvio de sangue do ventrículo esquerdo para o direito; os sinais clínicos e morte prematura variam do tamanho do orifício; Atrial: ou persistência do forame oval, existente na vida embrionária para que o sangue oxigenado flua através dele entre os átrios, que fecha após o nascimento; Quando não ocorre o fechamento ocorre o desvio de sangue do átrio esquerdo para o direito, assim como no anterior os sinais clínicos e morte dependem do tamanho do orifício. Quando ocorre anomalias no coração e nos grandes vasos, ocorre o desvio do sangue da direita para esquerda (ao contrario do que é visto nos defeitos de septos), acontecendo assim: Transposição de grandes vasos Pode afetar a artéria aorta e pulmonar, podendo ou não estar associadas a outros defeitos congênitos cardíacos; Se associado aos defeitos de septo, possibilita a mistura de sangue arterial e venoso, o que pode propiciar sobrevida ao animal. Caso contrário, o animal vem a óbito por insuficiência cardíaca. Tetralogia de Fallot Nessa condição ocorrem, simultaneamente, quatro anomalias distintas do coração. São elas: Dextroposição da aorta (deslocamento a direita do orifício aórtico); Defeito do septo intraventricular; Estenose da artéria pulmonar; Hipertrofia ventricular direita secundária (aumento da espessura das paredes do ventrículo direito secundário a outras condições); Acontece devido ao desenvolvimento inadequado do septo interventricular e ao deslocamento do septo atrial, ocasionando superposição da aorta e obstrução do fluxo sanguíneo direito; 75% do sangue é desviado dos pulmões e não é oxigenado, ocorrendo a morte logo após o nascimento. Persistência do arco aórtico direito No início da vida embrionária, os arcos aórticos são formados como estruturas pareadas, o arco aórtico esquerdo se desenvolve, o direito se atrofia; A aorta se desenvolve a partir do quarto arco aórtico esquerdo, fazendo com que ela e o ducto arterioso fiquem do mesmo lado da traqueia e do esôfago; Nesta anomalia, o arco aórtico direito é quem se desenvolve, e a aorta fica então situada à direita do esôfago e da traqueia; Quando ocorre o fechamento do ducto arterioso, por ligar a aorta à artéria pulmonar, forma um ligamento fibroso sobre o esôfago, comprimindo- o sobre a traqueia; Causa disfagia, regurgitação e dilatação da porção cranial do esôfago (megaesôfago). Traqueia Esôfago Persistência do arco aórtico Estenose vascular Estreitamento dos vasos sanguíneos de forma congênita, normalmente pela presença de tecido conjuntivo fibrinoso, o que resulta na diminuição do lúmen do vaso e consequentemente do fluxo sanguíneo; Estenose subaórtica: comum em suínos e cães da raça Boxer e Pastor alemão ➔ ocorre abaixo das válvulas semilunares aórticas, resultando em dificuldade do fluxo sanguíneo para a aorta; Estenose da artéria pulmonar: comum apenas em cães ➔ ocorre próximo à sua origem no ventrículo direito, causando hipertrofia concêntrica no VD; Coarctação da aorta: estenose da aorta em um segmento, sendo mais comum próximo ao ducto aórtico e sua gravidade depende da localização. Cistos Hematocistos: são alterações que formam pequenos cistos preenchidos com sangue nas extremidades das válvulas atrioventriculares; É uma alteração que regride espontaneamente, podendo persistir por poucos meses a 1 ano, e não causa alterações funcionais na válvula, sendo considerada achado de necropsia (mais comum em bezerros). Linfocistos: são alterações que formam cistos preenchidos com linfa. Hemorragia Alterações não específicas frequentes no coração em quadros de septicemia, toxemia ou anoxia; O tamanhoda hemorragia é variável, e podem estar localizadas em várias camadas; Sendo classificadas em: petéquias (pequenas manchas), equimoses (manchas escuras, maiores e edemaciadas) e sufusões (extravasamento de sangue para tecidos vizinhos); Carbúnculo sintomático em bovinos, doença do coração de amora em suínos e enterotoxemia por Clostridium em bezerros e carneiros são exemplos de doenças específicas em que a hemorragia cardíaca é uma alteração intensa e marcante. Hidropericárdio O saco pericárdio naturalmente possui uma pequena quantidade de fluido seroso e claro para lubrificação; Essa alteração é caracterizada pelo acúmulo excessivo de líquido dentro do saco pericárdico (transudato); Fluido aquoso, claro, transparente ou ligeiramente amarelado, pobre em proteínas e que não se coagula quando exposto ao ar; Ocorre por processos patológicos que levam ao aumento de pressão hidrostática, aumento de permeabilidade vascular, diminuição da pressão oncótica ou de drenagem linfática; Principais causas: verminoses, subnutrição, insuficiência renal crônica, insuficiência cardíaca e neoplasias. Hemopericárdio Caracterizado pelo acúmulo sangue no saco pericárdio, coagulado ou fluido pouco frequente e geralmente fatal; As causas mais comuns são: ruptura de vasos ou átrios por trauma, perfuração do coração, uremia em cães, deficiência de cobre em suínos; A morte decorre do choque cardiogênico associado à insuficiência cardíaca aguda. Alterações no coração Alterações circulatórias Petéquias Esquimoses Sufusões Exsudato: líquido com células ou restos, eliminados vagarosamente dos vasos (normal em inflamações). Transudato: líquido que passa para o espaço extracelular dos tecidos por membranas ou sob pressão. Hidropericárdio Hemopericárdio Alterações inflamatórias Os processos inflamatórios do coração são denominados, de acordo com a camada envolvida, em muitos processos mais de uma camada está envolvida. Pericardite Processo inflamatório do saco pericárdio que envolve os folhetos visceral e parietal; O tipo de pericardite é determinado pelo tipo de exsudato presente, podendo ser: Pericardite serosa: caracterizada pelo acúmulo de líquido no saco pericárdico rico em proteínas, com conteúdo hemorrágico variável e escassa fibrina; Pericardite fibrinosa: normalmente é uma evolução da serosa, na qual se tem grande quantidade de fibrina, oriunda de septicemia; Pericardite supurativa: caracterizada pela presença de pus, causada por bactérias piogênicas; Essa alteração é comum em bovinos em decorrência de reticulo-pericardite traumática causada por corpos estranhos perfurantes oriundos do retículo. Fibrinosa Supurativa Causas mais comuns: Coccidioides immitis (cães); Peritonite infecciosa felina (felinos); Reticulo-pericardite traumática, Pasteurella spp., Clostridium chauvoei (carbúnculo sintomático), Clamídia, Pleuropneumonia contagiosa bovina, Brucella abortus (bovinos); Mycoplasma spp., Streptococcus spp. (equinos); Pasteurella spp., Doença de Glasser, Pneumonia enzoótica suína (suínos). O tipo de miocardite varia pelo agente infecciosos envolvido, com extensas etiologias de vírus, bactérias, fungos, metazoários, protozoários e até pela ingestão de algas; Normalmente são de difícil identificação macroscópica, mas podem ser: supurativas; hemorrágicas; granulomatosas; linfocíticas; parasitárias; necrosante. As ocorrências mais comuns são: carbúnculo sintomático em bovinos, parvovírus canino tipo 2, febre aftosa em bezerros, encefalomiocardite em suínos. Endocardite Processo inflamatório que afeta o endocárdio, classificadas de acordo com a localização da inflamação: Endocardite valvular: afeta as válvulas, que são predispostas a sofrer um desgaste fisiológico, favorecendo a aderência e a proliferação bacteriana, podendo desencadear uma lesão vegetante ( presença de massas amareladas, friáveis e rugosas e, podendo evoluir para depósitos de fibrina apresenta um aspecto de verruga); Causas mais comuns: Streptococus spp (bovinos), Streptoccocus suis (suínos), Streptoccocus equi e Actinobacilus equuli (equinos), Staphiloccocus aureu, Streptococus spp e Escherichia coli (cães). Endocardite mural: afeta átrios e ventrículos e normalmente é uma extensão da endocardite valvular, mas também podem ser causadas por migração parasitária e uremia em cães, podendo causar ulceras e trombos. Miocardite Processo inflamatório que afeta o miocárdio, normalmente associado a doenças sistêmicas; Pode ser focal, multifocal ou difusa; Alterações degenerativas Endocardiose Também conhecida como degeneração mixomatosa ou mucoide das válvulas, é uma importante doença valvular, comum em cães principalmente de meia idade e raças pequenas e mini; Sua causa é desconhecida, mas ocorre deposição de glicosaminoglicanos concomitantemente à degeneração do colágeno da válvula, decorrente de herança poligênica; Pode acometer todas as válvulas cardíacas porém é mais comum na mitral; Apresenta espessamento nodular, de consistência firme, de coloração brancacenta ou amarelada, com superfície lisa e brilhante, localizado nas bordas livres das válvulas; Sua gravidade varia da intensidade da degeneração, podendo ser apenas um achado na necropsia mas também pode causar alterações funcionais da válvula, levando a um quadro de insuficiência valvular que possibilita refluxo sanguíneo, pode estender- se para as cordas tendíneas causando ruptura e até insuficiência cardíaca. Mineralização Caracterizada pela deposição de cálcio e outros minerais no tecido; Pode ser chamada de calcificação (sinônimo) e calcinose (quando afeta o tecido conjuntivo); Calcificação do endocárdio: caracterizada por múltiplas placas firmes, irregulares, esbranquiçadas e que rangem ao corte; Pode ser causada por uremia em cães, intoxicação por vitamina D, deficiência de vitamina E e selênio em pequenos ruminantes e refluxo cardíaco (jet lesions); Calcificação do miocárdio: caracterizado por um processo localizado, iniciado pela necrose e/ou fibrose das fibras musculares cardíacas; posteriormente, ocorre precipitação dos cristais de fosfato de cálcio intracelulares; Também chamada de doença do músculo branco, comumente causado por deficiencia de vitamina E e selênio e intoxicação aguda por monensina; Calcinose do epicárdio: ocorre na camada visceral do pericárdio seroso. Endocárdio Miocárdio Degenerações do miocárdio As fibras musculares cardíacas são suscetíveis a estas degenerações; As causas gerais podem ser específicas, devido à ingestão de plantas cardiotóxica, quadros febris de origem infecciosa, devido ao excesso de produtos tóxicos na circulação, anemia, toxemias e até mesmo idiopáticas; Degeneração hidrópica: caracterizada pelo acúmulo de água e eletrólitos no citoplasma das fibras musculares cardíacas, tornando- as tumefeita; Apresenta coloração cinza pálida; Causada por situações que alteram o equilíbrio hidroeletrolítico das células musculares cardíacas. As principais causas estão hipóxia, hipertermia e toxinas; Degeneração gordurosa: também conhecida como esteatose, caracterizada pelo acúmulo de lipídios no citoplasma das fibras musculares cardíacas; Apresenta áreas de coloração amarelada, alternando com áreas de coloração normal; Causada pela interferência no metabolismo dos ácidos graxos da célula. As causas mais comuns são anemia grave e toxemia. Alterações metabólicas Atrofia do tecido adiposo É caracterizada pela aparência gelatinosa do tecido adiposo localizado no epicárdio; Ocorre em quadros de caquexia e anorexia em que os depósitos de tecido adiposo são mobilizados para a produção de energia; Normalmente esta associada a edema. Gota úrica visceral Caracteriza pelo acúmulo de urato em pericárdio e outros órgãos; Normalmente ocorre devido a insuficiência renal pela incapacidade dos rins na excreção de urato, promovendo a deposição desses cristais em vários locais, incluindo o pericárdio. Mas também já foi descritoem quadros de desidratação, deficiência de vitamina A, excesso de cálcio na dieta e micotoxinas. Cardiomiopatias Cardiomiopatias são alterações resultantes de distúrbios cardiovasculares, normalmente afetando o miocárdio; Dilatação Caracterizada pela dilatação das quatro câmaras cardíacas, de modo que o formato característico do coração é perdido; Ocorre pela diminuição da capacidade contrátil do miocárdio e aumento do volume diastólico final; É principal causa de insuficiência cardíaca em cães e gatos; A cardiomiopatia dilatada felina afeta gatos de meia idade e tem sido associada à deficiência de taurina; A cardiomiopatia dilatada canina afeta cães jovens a adultos, geralmente machos, de raças de grande porte, de causa desconhecida mas associada a uma tendência familiar; A cardiomiopatia dilatada bovina é mais rara e é associado a um gene autossômico recessivo afetando apenas algumas raças. Hipertrofia Caracterizada pelo aumento de volume do músculo cardíaco (miocárdio); Ocorre quando a síntese de proteínas musculares é maior que a taxa de degradação natural dessas mesmas proteínas, causando uma sobrecarga funcional, gerando uma resposta adaptativa; Afeta os ventrículos e não decorre de outras doenças cardíacas e/ou vasculares; Pode ser classificado de acordo com sua fase: inicial, estável e degenerativa; E de acordo com a localização que sofreu hipertrofia: unilateral direita (ocasionada por dirofilariose, estenose de artéria pulmonar, hipertensão pulmonar), unilateral esquerda (ocasionada por estenose aórtica, hipertensão sistêmica) bilateral (ocasionada por cardiomiopatia hipertrófica congênita). Comparativo Normal Dilatado Hipertrófico Neoplasias Neoplasias primárias do coração é considerada uma alteração rara nos animais domésticos, exceto pelo hemangiossarcoma em cães e pelo neurofibroma em bovinos. Já as neoplasias secundárias (metastáticas) são relativamente comuns, sendo o linfoma e os carcinomas as mais frequentes; Rabdomioma: neoplasia benigna oriunda de fibras musculares estriadas primárias do coração e comum nos suínos, normalmente são achados no abate ou necropsia; Hemangiossarcoma: neoplasia maligna de células endoteliais; Neoplasia primária do coração mais frequente em cães e geralmente localiza- se no átrio direito; Observa- se uma massa sem limite preciso, vermelha, friável e com coágulos sanguíneos no seu interior, podendo causar hemopericárdio e tamponamento cardíaco; Linfossarcoma: neoplasia maligna de linfócitos com origem em qualquer tecido linfoide, principal neoplasia secundária que acomete o coração, sendo frequente em bovinos e cães; Observa -se formação de uma ou mais massas nodulares delimitadas ou difusas, de coloração brancacenta e consistência friável, localizadas na parede atrial ou ventricular Alterações proliferativas Hemangiossarcoma Linfossarcoma Hiperplasia x HipertrofiaHiperplasia x Hipertrofia Hiperplasia: aumento do número de células; Hipertrofia: aumento de tamanho das células; Os dois podem ocorrer juntos. Alterações nos vasos sanguineos O sistema vascular sanguíneo é dividido em sistema arterial, microcirculação (capilares) e sistema venoso; Formam dois circuitos, um responsável pela circulação sistêmica (transporta sangue oxigenado a todos os órgãos do organismo) e outro, pela circulação pulmonar (transporta sangue venoso até os pulmões, onde é reoxigenado); As artérias são vasos eferentes que diminuem de calibre à medida que se ramificam e têm por função transportar o sangue, nutrientes e oxigênio aos tecidos; Os capilares, por suas paredes ocorre o intercâmbio metabólico entre o sangue e os tecidos; As veias são os vasos aferentes do coração, transportam o sangue dos tecidos de volta ao coração; A organização básica das artérias e veias consiste em túnica íntima, túnica média e túnica adventícia Alterações inflamatórias Arterite Consiste na inflamação das artérias; Pode acontecer por diversas doenças infecciosas, imunomediada ou tóxicas; As mais comuns são: Arterite viral ➔ células endoteliais são primariamente atingidas ➔ pode levar a vasculite imunomediada ➔ necrose fibrinoide, edema e infiltração linfo- histioplasmocitária. Ex: arterite viral equina; peste suína; peritonite infecciosa felina; Arterite bacteriana ➔ lesiona o endotélio ➔ ação tóxica do lipopolissacarídio ou de endotoxinas citotóxicas, ou indiretamente no processo inflamatório pela liberação de prostaglandinas e radicais livres. Ex. Erysipelotryx rhusiopathiae (suíno). Arterite parasitária ➔ ocorre normalmente pela migração larval ➔ variam de acordo com o vasos afetado; mas podem migrar para vasos importantes, como aorta e renal ➔ podem causar trombo, aneurismas e rupturas. Ex. Strongylus vulgaris (equino); Dirofilaria immitis (cão), etc. Arterite micótica ➔ alguns fungos têm afinidade pelas artérias, que pode causar arterite micótica trombótica e necrosante. Ex. Aspergillus spp. (todas as espécies). Flebite Consiste na inflamação das veias, causando uma lesão vascular frequentemente por trombose (tromboflebite). Pode originar -se em infecções sistêmicas (peritonite infecciosa felina), extensões de infecções locais (hepatite supurada), causas iatrogênicas, (contaminação de injeções intravenosas). A onfaloflebite é um processo inflamatório que envolve os componentes do cordão umbilical, comum em bezerros pela contaminação bacteriana do umbigo após o parto e pode ocasionar septicemia, poliartrite e abscessos hepáticos. Vasculite Afeta os vasos de forma generalizada, não somente as artérias e podem ter diversas etiologias. Dilatação e ruptura Aneurisma Dilatação localizada e permanente da parede de um vaso arterial, mais comum em artérias elásticas; Dilatação ➔ causa enfraquecimento ➔ evolui para trombose ou ruptura arterial; As causas são associadas a inflamação ou alterações degenerativas. Flebectasia Dilatação generalizada de vasos venosos, pouco comum em animais domésticos. Varicocele Dilatação localizada da parede de um vaso venoso, também pouco comum. Rupturas vasculares Podem decorrer de traumatismos e raramente são espontâneas, ou por obstrução e inflamações; A ruptura acontece geralmente dentro do saco pericárdico, e a morte ocorre rapidamente por tamponamento cardíaco; A ruptura de grandes vasos em outras localidades tem como consequência hemorragia nas cavidades corporais, a qual leva à morte por choque hipovolêmico. Entre as causas frequentes de trombose em animais domésticos estão: estrongilose em cavalos, dirofilariose em cães, trombose da aorta caudal em casos de cardiomiopatia felina e canina e trombose da veia cava caudal de bovinos com abscesso hepático. Trombo Formação patológica ante mortem de coágulo sanguíneo aderido à parede vascular; Fatores que contribuem para ocorrência (tríade de Virchow): Lesão endotelial é a causa principal de trombose, pois a exposição do colágeno da íntima leva à aderência de plaquetas e ativação da cascata de coagulação; Alteração do fluxo sanguíneo, como no caso de estase venosa, é um fator predisponente à trombose, mas não isoladamente; A lentidão pode causar hipoxia e, consequentemente, lesão endotelial; A turbulência sanguínea também predispõe à trombose; Alterações de hipercoagulabilidade, como aumento dos fatores pré -coagulantes ou plaquetas ou diminuição dos fatores anticoagulantes, também predispõe à trombose. Coagulação intravascular disseminada (CID); Os trombos recém -formados são massas de fibrina firmes, amareladas ou avermelhadas, aderidas intimamente no vaso e, nos casos das doenças parasitárias, os vermes são encontrados em seu interior. Pode evoluir para oclusão parcial ou total do lúmen, mineralização (+ tempo) e migração (êmbolos); Trombose e Embolismo Êmbolo Fase evolutiva da trombose, partes do trombos podem se desprender e formar êmbolos que obstruirão outros vasos distantesde menor calibre; Também podem ser formados por corpos estranhos que se deslocam pelo sangue; Consequências da embolia são obstrução e isquemia tecidual (infartos), formação de abscessos ou processos inflamatórios tromboembólicos (como pneumonia ou nefrite tromboembólicas) nos casos dos êmbolos sépticos e metástases nos casos de êmbolos neoplásicos. Trombo Êmbolo Alterações degenerativas Arteriosclerose Caracterizada pelo espessamento da parede das artérias, apresentando perda da elasticidade e proliferação de tecido conjuntivo na túnica íntima (fibrose com discreta calcificação); A etiologia é pouco conhecida; parece estar relacionada com a maior turbulência sanguínea visto que afeta mais as ramificações arteriais. Aterosclerose Caracterizada pelo acúmulo de depósitos de lipídios, tecido fibroso e cálcio (ateroma) nas paredes musculares e elásticas de artérias de grande e médio calibre; Causando estenose do lúmen; Causadas por altos níveis de colesterol (hiperlipidemia), associadas a diabetes mellitus. Neoplasias As neoplasias vasculares sanguíneas têm origem nas células endoteliais que revestem os vasos. Podem ser classificadas como benignas ou malignas; Hemangioma: neoplasia benigna das células endoteliais caracterizada pela formação de espaços sanguíneos revestidos por células diferenciadas; Sua classificação varia com a dimensão desses espaços, podendo haver ou não trombos; Hemangiossarcoma: neoplasia maligna das células endoteliais e é menos frequente; Afeta a irrigação de órgãos normalmente; Observa -se massa neoplásica sem limites precisos, friável, de coloração avermelhada, com coágulo sanguíneo no seu interior. Linfangiectasia: dilatação dos vasos linfáticos; Decorrente de anomalias congênitas, obstrução linfática por neoplasias ou processos inflamatórios, excesso de fluido intersticial da área drenada por esses vasos. Alterações proliferativas Alterações linfáticas Os vasos linfáticos se encontram distribuídos em grande parte dos tecidos, uma via pela qual os líquidos contidos nos espaços intersticiais fluem para o sangue; Ao contrário do sangue, circula em uma única direção, dos órgãos para o coração; Os capilares linfáticos são semelhantes aos capilares sanguíneos, contudo são total ou parcialmente desprovidos de lâmina basal; Linfangite: inflamação dos vasos linfáticos e, geralmente, é secundária a outras doenças, mas pode ser também de origem primária. Os principais agentes envolvidos em quadros de linfangite são: bactérias, fungos e parasitas;
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