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Impactos da Pandemia na Alfabetização

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2
 
FACUMINAS EAD.
CURSO DE PÓS- GRADUAÇÃO EM ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO E A PSICOPEDAGOGIA INSTITUICIONAL
FRANCISCA RODRIGUES SANTOS.
OS IMPACTOS NA ALFABETIZAÇÃO EM TEMPO DE PANDEMIA.
 NOVO PROGRESSO, PA,2022.
 
FRANCISCA RODRIGUES SANTOS.
OS IMPACTOS NA ALFABETIZAÇÃO EM TEMPO DE PANDEMIA
.
 
Trabalho de Conclusão de curso em forma de artigo Científico, apresentado á Facuminas, como requisito para obtenção do diploma do Curso de Pós-Graduação Alfabetização e Letramento em Psicopedagogia Institucional. 
 
 NOVO PROGRESSO, PA,2022.
RESUMO
 
 As transformações ocorridas com o avanço do Novo coronavírus, causador da doença denominada COVID-19, provocaram diversas mudanças, atingindo várias áreas da sociedade, seja ela econômica, social e, até mesmo, a educacional. 
 O presente trabalho intitulado: Impactos na alfabetização em tempo de pandemia causados pela pandemia, este estudo objetiva compreender os principais desafios da educação escolar durante a pandemia, demonstrando as principais dificuldades enfrentadas pela escola, mencionando os fatores que dificultam o acesso dos alunos as aulas.
PALAVRA CHAVE: pandemia, internet, alfabetização.
1 INTRODUÇÃO
 Segundo o Ministério da Saúde (2020), a covid 19 é uma doença que causa infecções respiratórias. A principal forma de contágio é o contato com uma pessoa infectada, que transmite o vírus por meio de tosse e espirros. Também se propaga quando a pessoa entra em contato com um objeto contaminado e depois toca nos olhos, nariz ou boca. Uma das ações para evitar o contágio foi a suspensão das aulas.
 No mês de março de 2020, no Brasil, as escolas de ensino público e privado precisaram ser fechadas e as aulas foram suspensas temporariamente, para combater a pandemia. A partir desse fechamento, foram criadas medidas para que houvesse a continuidade dos estudos por meio de modalidades alternativas enquanto durasse o isolamento, assim milhares de estudantes ficaram sem ir para escola, algo inédito na história recente, isso fez com que alunos e comunidade escolar tivessem sua rotina drasticamente alterada, gerando muitas dúvidas incertezas em relação aos assuntos pertinentes a vida acadêmica.
 Muitos são os desafios encontrados uma vez que para as aulas virtuais grande parte dos alunos das escolas públicas não possuem acesso à internet, celulares ou computadores, ou seja, não tem acesso aos recursos tecnológicos necessários para que as aulas sejam mais eficientes, portanto, há uma grande diferença de acesso entre os alunos das escolas públicas e privadas, fazendo com que aumente cada vez mais as desigualdades sociais
 É importante destacar que a grande maioria das escolas não estavam preparadas para aulas não presenciais, pois falta investimentos em recursos tecnológicos e muitos professores, infelizmente, tem pouco domínio para lidar com recursos tecnológicos. Principalmente aqueles que atuam na educação básica. Muitos são os desafios das instituições escolares durante a pandemia e muitas dúvidas e questionamentos quanto ao retorno das aulas presenciais
 Durante o isolamento, algumas medidas foram tomadas, no sentido de manter as atividades educacionais, algumas instituições adotaram o ensino de forma remota, em que os educadores tiveram que adaptar os seus conteúdos de forma online. Em meio às desigualdades sociais do Brasil, distintas realidades podem ser observadas a partir do que as escolas vêm realizando nesse tempo, há escolas privadas que seguem, virtualmente, com aulas online na mesma grade de horários, ou seja, mudou para o digital o que já ocorria no presencial, mas, também, há escolas públicas que não possuíam estrutura para se organizarem com a velocidade que foi exigida, cujos estudantes seguem com dificuldade ao acesso ou, até mesmo, sem nenhum acesso educacional.
 Os impactos da pandemia causada pelo coronavírus são enormes, causando inúmeros transtornos. A educação sofreu alterações em seu funcionamento, tendo que adaptar-se a formatos que pudessem contemplar os estudantes da melhor forma possível. Diversos foram os métodos adotados pelas escolas, sendo que as aulas tiveram que migrar para o modelo remoto, por vezes de maneira síncrona, por vídeo chamada, por vezes assíncrona, com vídeos pré-gravados ou, ainda, na modalidade híbrida, incluindo tanto vídeo chamadas quanto materiais disponibilizados em plataformas digitais ou de forma física, entre outros.
 
2. METODOLOGIA
 A pandemia da covid-19, provocou uma mudança repentina do ensino presencial para as aulas online e gerou reflexos na alfabetização e socialização das crianças. A partir de 2020, professores tiveram de realizar adaptações para o modelo online. O grande desafio foi se adaptar sem que o desenvolvimento de escrita e leitura das crianças fosse comprometido.
 Alfabetização é uma etapa do processo educacional e social de importância vital na formação de cidadão. Idealmente, ela ocorre por volta dos seis anos aos oito anos, e é ministrado por profissionais da educação. O processo de alfabetização é, sem dúvidas, um dos mais complexos e importantes da educação. Além disso, é através deste que se pode conquistar a prática do letramento efetivo. 
 Para que a sala de aula seja caracterizada como um ambiente alfabetizador, esta deve possuir algumas características singulares dos demais locais, como por exemplo: uma cultura letrada com livros, textos digitais ou impressos e um mundo de escritos que circulam socialmente.
A alfabetização faz parte do primeiro ciclo do ensino fundamental, devendo acontecer a partir do 1º até o 2º ano do Ensino Fundamental. A educação brasileira passou por várias mudanças, no entanto, não ocorreram apenas nos níveis de ensino, no que se refere à alfabetização, aconteceram também na forma como se passou a encarar essa etapa estudantil, que passou a ser objeto de estudo intenso por parte de professores e teóricos da educação. Sem contar o fato de que o Ensino Fundamental que antes era de oito anos, passou a ser de nove anos, incorporando a etapa da alfabetização, que antes pertencia à Educação Infantil. Essa mudança aconteceu num contexto de políticas educacionais de expansão do ensino obrigatório e da democratização da escola. Incorporando a alfabetização ao Ensino Fundamental, essa passou a ser obrigatória e a ser o 1º ano do Ensino Fundamental. Conforme cita o Ministério da Educação (MEC) sobre o ensino de nove anos:
 [...] podemos ver o ensino fundamental de nove anos como mais uma estratégia de democratização e acesso à escola. A Lei nº. 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, assegura o direito das crianças de seis anos à educação formal, obrigando as famílias a matriculá-las e o Estado a oferecer o atendimento. (BRASIL, 2007, p. 27). 
 Considerando o novo cenário educacional, a entrada aos seis anos no Ensino Fundamental, que anteriormente era aos sete anos, desafiou educadores e pesquisadores a definir claramente o que se espera da escola nos anos iniciais de escolarização. Exigindo profundas reflexões e investigações que buscassem dar conta do imenso leque de questionamentos dirigidos ao currículo, à organização das práticas e aos espaços físicos para inclusão da criança pequena na escola dos anos iniciais.
 Para Teberosky (2018), a comunidade que usa a todo momento esses escritos é chamada de alfabetizadora. Sendo assim, nos questionamos: como trabalhar em um ambiente alfabetizador no ensino remoto? Apesar das circunstâncias que permearam o ano letivo de 2020 e 2021, as escolas buscaram saídas para que não houvessem interrupções no processo de ensino aprendizagem das crianças em desenvolvimento. Manteve-secomo foco principal assegurar a continuidade das atividades educativas com os alunos através de aulas e ferramentas de alfabetização possíveis em tempos de pandemia.
 Segundo o estudo “Cenário da Exclusão Escolar no Brasil-uma alerta sobre os impactos da pandemia da covid-19 na educação”, realizado pelo UNICEF (Fundo das Nações unidas para Infância) em parceria com o Cenpec Educação, mais de 5 milhões de crianças e adolescentes não tiveram acesso á educação no ano de 2020, dos quais cerca de 40% encontram-se na faixa etária de seis a dez anos, chamada fase de alfabetização.
 O processo de alfabetização é conduzido por práticas e iniciativas pedagógicas que dentro de um escopo de trabalho docente, mobilizam objetivos específicos e planejados, por isso a interação entre estudante e professor alfabetizador é essencial nesta orientação, e muito dificilmente pode ser substituída por um adulto não formado para essa ação educativa. Por isto, um dos principais impactos da pandemia foi, como já citado, esse afastamento que propiciou o ensino da língua desvinculado de uma intencionalidade pedagógica clara. E neste cenário, os familiares se viram em um novo papel, o qual não estavam preparados para ocupar. 
Por outro lado, um reflexo positivo que a pandemia e o ensino a distância propiciou foi o estreitamento entre família e escola, onde os familiares tiveram a oportunidade de conhecer melhor o processo de aprendizagem dos estudantes, assim como puderam entender com mais clareza a função da escola e do professor. 
3 ENSINO REMOTO NA ESCOLA BÁSICA
 O modelo de atendimento remoto foi uma alternativa aplicada em momento de contingência social gerada pela pandemia. Neste cenário emergiu a vivência complexa e desafiadora, na qual os professores viveram o planejamento e aplicação de aulas remotas, os estudantes de educação básica tiveram suas aulas nesse modelo e as famílias precisaram se reorganizar, o que foi uma experiência nova para grande parcela da população.
 Nas escolas públicas, a presença de tecnologia ainda é uma realidade pouco presente, visto que o investimento em educação, nos seus vários setores, ainda é muito aquém do que deveria para que pudéssemos ter um verdadeiro avanço na educação brasileira. Além da falta de infraestrutura das próprias escolas, ainda é necessário destacar que grande parte dos alunos do nosso país não possuem acesso à internet e computador em casa, em muitos casos mesmo celulares que lhes permite o acesso.
Vídeos chamadas, grupos no WhatsApp, Google sala de aula e chamadas de voz, sabendo que não está disponível para todos, pois infelizmente nem todos tem acesso as ferramentas adequadas. (P.5). Através de vídeo aula e aulas online, trabalhando com leituras simples, livros paradidáticos, estudo de todas as famílias silábica, leitura de imagem, material de fichas de leitura e leitura coletiva e individual online. (P.8).
 A falta de equipamentos como computadores smartphones e tablets foi uma das maiores dificuldades enfrentadas para garantir atividades escolares remotas durante a pandemia. Cerca de 83% das escolas enfrentaram esse obstáculo.
 É o que mostra a pesquisa TIC Educação 2020, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (cetic.br), ligado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil. O estudo analisou a situação e realizou entrevistas com pessoas de 3.678 escolas.
 O problema da falta de aparelhos para acompanhar as aulas foi maior em escolas públicas estaduais e municipais (95% e 93%, respectivamente) do que nas particulares (58%), mas frequente nas áreas rurais (92%) do que nas urbanas (83%) e mais reportado no Norte (90%) do que no Sudeste (80%).Também foram listados como problemas enfrentados o apoio aos alunos em casa por pais e responsáveis (93%), o aumento da carga de trabalho dos professores (73%), o atendimento a alunos que vivem em áreas isoladas (70%) e a dificuldade de atividades para alunos em alfabetização e nos primeiros anos do ensino fundamental (69%). A pesquisa também apontou como desafios o atendimento de alunos com vulnerabilidade social, sem acesso à alimentação em casa (65%), a falta de conhecimentos dos professores para usar as tecnologias digitais (61%) e problemas para ofertar as aulas a alunos com deficiência (59%). 
Redon (2020) a importância da alfabetização tendo como suporte aplicativos comunicacionais, em seu trabalho a autora cita a importância do aplicativo WhatsApp, sendo como o único meio de interação com os responsáveis, estudantes e professores, se torna uma ferramenta poderosa para a realização do trabalho docente. A pesquisa de Redon (2020) se debruça sobre a alfabetização pós-construtivista no contexto pandêmico. A autora deixa claro que o viés da alfabetização na pandemia está ocorrendo em aula remota, mostra as diferenças da educação a distância e da aula remota.
 Colello (2021) coloca que a ruptura do ensino presencial para o ensino remoto foi um choque para todos os envolvidos, todos os profissionais da educação, assim como estudantes e seus familiares foram surpreendidos com a nova rotina. Colello (2021) mostra um relato de uma professora que afirma que os professores não tiveram apoio, a escola fechou e os professores foram obrigados a ensinar a distância, sem nunca ter aprendido. Esse relato dessa professora mostra que o Ensino Remoto é uma modalidade com grandes diferenças da educação a distância.
 Martins e Almeida (2020) destacam que o fluxo normal das aulas virtuais não será possível para todos os alunos. As realidades socioeconômicas dos alunos são díspares, nem todos os alunos têm a mesma situação. Os grupos sociais que não tem condições de realizar as aulas virtuais em funções da falta ou da precariedade tecnológica serão altamente prejudicados. As autoras colocam que professores perpassam por ensinar por conta própria e alunos se tornaram autodidatas como as autoras cita a propaganda do Governo sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2020, que mostra os alunos estudando por conta própria. 
 Martins e Almeida (2020) analisam que essa ótica transmita do ensino remoto não atende a todos os públicos, sendo um paliativo para quem consegue acompanhar e lidar com a situação, entretanto, nem todos possuem a mesma situação, se torna um grande problema educacional para os que não são contemplados nesse modelo. As autoras refletem do uso das ferramentas tecnológicas, indagando as aplicações gratuitas, o que pode ocorrer com os nossos dados nos diversos aplicativos utilizados para o trabalho e para o estudo na atual conjuntura. 
 Sampaio (2020) sinaliza que o cenário da pandemia provocou nos professores um grande desafio, ensinar a alfabetização em aulas remotas mudou completamente a rotina dos professores, estudantes e seus familiares.
4 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
 A alfabetização é um processo muito importante no desenvolvimento das habilidades e competências dos alunos relacionadas à representação dos códigos e símbolos da Língua Portuguesa, sobretudo, o código alfabético. De acordo com Magda Soares (2020a, p. 27), alfabetização:
é o processo de apropriação da “ tecnologia da escrita”, isto é, do conjunto de técnicas- procedimentos, habilidades- necessárias para a prática da leitura e escrita; domínio do sistema de representação que é a escrita alfabética e das normas ortográficas; habilidades motoras de uso de instrumento de escrita ( lápis, caneta, borracha...) ; aquisição de modos de escrever e de modos de ler – aprendizagem de uma certa postura corporal adequada para escrever ou para ler; habilidades para ler e escrever, seguindo as convenções da escrita, tais como: a direção correta da escrita na página ( de cima para baixo , da esquerda para direita; a organização espacial do texto na página; a manipulação correta e adequada dos suportes em que se escreve e nos quais se lê – livro , revista, jornal , papel.
 O processo de alfabetização marcará todo o percursodo aluno durante o processo educacional proporcionando momentos importantes nas relações sociais culturais, familiares e educacionais, pois alfabetizar é muito mais que decodificar códigos e símbolos, é um ato reconhecimento, pertencimento e construção de identidades, é a inserção da criança no mundo letrado. 
 Nesse contexto de alfabetização é necessário levar para sala de aula as realidades sociais para construção de metodologias que dialoguem com as especificidades de cada aluno no processo de alfabetização, e que os alunos possam se aprimorar e se aproximar de forma significativa de leitura, da escrita e das interpretações das realidades sociais que eles estão inseridos. Em entrevista para a revista Futura & Educação, Magda Soares (2020b) apresenta importantes reflexões sobre a alfabetização no contexto da pandemia do COVID19:
 Neste contexto de pandemia, que nos obriga a separar as crianças de seus professores e a descaracterizar o lócus da aprendizagem – não mais a escola, mas o lar – o professor tem de se esforçar para se manter presente por meio de um ensino a distância que possa dar alguma continuidade à aprendizagem a partir de onde o processo foi interrompido, sempre levando em consideração que a criança está em ambiente totalmente diferente do ambiente escolar, e frequentemente inadequado para a realização de atividades escolares.
 A alfabetização se inicia nos anos iniciais do ensino fundamental e o letramento pode estar presente desde a educação infantil. Alfabetizar letrando significa propiciar às crianças um ambiente alfabetizador. 
 Nos primeiros anos do ensino fundamental é fundamental um ambiente lúdico e materiais que instiguem as crianças a ler e escrever, dando a elas a possibilidade de perceber o uso da leitura e da escrita no contexto social.
 Discutir sobre a alfabetização e o letramento é uma tarefa ampla. Ela consiste em buscar fundamentar e subsidiar a prática pedagógica, em que nos encontramos inseridos em nosso cotidiano.
 Alfabetizar e letrar são práticas que precisam ser desenvolvidas juntas, como um processo contínuo que se constitui conforme a criança se desenvolve. O estímulo da oralidade desde cedo impulsiona esse processo. Isso porque a oralidade é uma produção cultural que se dá por meio da interação com as outras pessoas.
 Quando as crianças chegam na educação infantil é importante que já estejam provocadas ao processo de alfabetização e letramento, pelo estímulo da oralidade. A medida que elas crescem, percebem que tudo ao seu redor tem significado, iniciam um processo de leitura de mundo e começam a interpretar e conhecer o meio em que estão inseridas.
 Muito antes de ser capaz de ler, a criança entende e interpreta as funções dos objetos. Dessa forma, podemos dizer que antes de entrar na alfabetização e letramento, ela já vem com um amplo conhecimento de mundo, com curiosidades que devem ser estimuladas e aprimoradas pelos professores.
 Ler o mundo leva a compreensão do espaço, das coisas, dos objetos e ajuda a fazer as tarefas do dia a dia. Leitura e escrita fazem parte da linguagem que pertencem ao cotidiano das crianças e dos adultos por isso, tão essencial para inserção social.
 Alfabetizar é oferecer condições para desenvolver a leitura e a escrita, através da habilidade de codificar a língua oral em língua escrita e vice-versa. Letrar está relacionado com a prática da leitura e da escrita no contexto social.
 O letramento ligado a alfabetização nos anos iniciais do ensino fundamental envolve práticas de leitura e escrita que levam a criança a aprender a ler, escrever e interpretar essa ação.
 A alfabetização é a apropriação do sistema de escrita, ou seja, a aprendizagem e utilização do alfabeto. É por meio da aprendizagem do alfabeto que a criança inicia sua jornada no mundo da leitura e vivencia experiências que apenas a leitura é capaz de proporcionar. A leitura e a escrita inserem a criança em diversas práticas sociais e a faz enxergar o mundo de forma mais dinâmica e viver com mais autonomia.
O termo alfabetização designa o ensino e o aprendizado de uma tecnologia de representação da linguagem humana, a escrita alfabético-ortográfica. O domínio dessa tecnologia envolve um conjunto de conhecimentos e procedimentos relacionados tanto ao funcionamento desse sistema de representação quanto às capacidades motoras e cognitivas para manipular os instrumentos e equipamentos de escrita. (SOARES, 2005, p.24)
 Luz (2021) aponta que as dificuldades encontradas em relação ao ERE perpassam pela falta de infraestrutura dos estudantes, a falta de equipamentos adequados, assim como inúmeros fatores como a dificuldade de aprendizado, o déficit é maior proporcionalmente a vulnerabilidade social. As famílias que apresentaram maior vulnerabilidade social são aquelas que tem o maior problema de aprendizagem, assim como enfrentam problemas estruturais que afetam diretamente o aprendizado dos estudantes que se encontram nessa situação. 
 Giovani (2021) relata que o processo de alfabetização que vivenciou com o seu filho no ERE foi a alfabetização tradicional realizada pela professora. A autora coloca que a singularidade da alfabetização é possível realizar, como também menciona que construir a alfabetização por meio de experiências vividas possibilita uma aprendizagem com maior efetividade na alfabetização. Giovani (2021) salienta que todos os alunos deveriam aprender a alfabetização por meio dos significados e experiências dos próprios estudantes. 
 Rangel et al. (2020) colocam a importância da alfabetização e do letramento serem trabalhados em conjunto. Os autores colocam que letramento é fundamental no ato da alfabetização, deve ser ensinado desde os primeiros momentos da alfabetização. Rangel et al (2020) diferenciam alfabetização e letramento, os autores apontam que devem ser trabalhados em conjunto, por proporcionar o letramento compreender o que está em sua volta, a alfabetização se completa, torna os estudantes em indivíduos habilidosos não só no ato da escrita e da leitura, como também entende os significados dessa função.
 Rangel et al. (2020) evidenciam que por conta da pandemia que provocou o isolamento social, acarretaram uma perda significativa de qualidade no ato de ensinar. Os professores não tiveram formações adequadas para o trabalho remoto, as aulas remotas surgiram devido as situações que não foram planejadas, todo esse processo ocasionou a busca dos docentes prepararem novas metodologias para uma nova realidade posta a partir da pandemia da doença Covid-19.
 Sabendo-se então que é imprescindível alfabetizar letrando, fizemos um levantamento de autores que fizeram pesquisas de como está ocorrendo esse processo de alfabetizar remotamente.
 Silvania Sousa Felipe Luiz (2020) em seu trabalho de pesquisa intitulado como “Alfabetização na pandemia: realidades e desafios”, nos aponta alguns desafios de alfabetizar nesse cenário de pandemia, dizendo que:
Surge um conjunto de fatores que podem afetar o processo de alfabetização no período da pandemia: internet de boa qualidade, dificuldade de acompanhamento pelas famílias, falta de recursos como computador, notebooks, tablets (dos professores e dos estudantes), e pouca ou nenhuma destreza no uso das ferramentas digitais, etc. (LUIZ, 2020, p.22).
 Diante disso, segundo a autora Silvania Luiz, nos deparamos com um grande problema no que diz respeito ao acesso das crianças das escolas públicas aos recursos tecnológicos, o acompanhamento das famílias nesse processo de aprendizagem da leitura e da escrita, e, também, a dificuldade de manusear as ferramentas digitais, ou melhor dizendo, as plataformas de ensino.
 Para Machado (2020), muitos são os obstáculos diários enfrentados pelas comunidades escolares e acadêmicas, entre outras, “a indisponibilidade de equipamentos digitais (computadores, celulares e tablets) e de internet adequada para acesso às aulas pela população em situaçãode vulnerabilidade social.” 
 O que é a situação contemporânea de muitas famílias que precisam acompanhar atividades dos filhos (muitas vezes com dois ou três ou mais filhos por família). Sobre a ausência de interação escolar, sabemos da importância da aprendizagem colaborativa, sobretudo no processo de aquisição da leitura e da escrita em que o aprendizado compartilhado, a partir da heterogeneidade dos educandos, faz com que uns aprendam com os outros, propiciando uma melhor desenvoltura dos sujeitos. 
Magda Soares também apontou alguns desafios enfrentados pelos/as professores/as alfabetizadores/as neste cenário do ensino remoto, em uma entrevista concedida em setembro de 2020, ao Canal Futura, na qual disse que:
A atual pandemia veio acrescentar novos desafios, afastando as crianças das
escolas e das alfabetizadoras na fase fundamental do processo de
escolarização. Por um lado, foi interrompido o processo de alfabetização no
UESB – Campus de Jequié, jun. 2021. início do período em que a interação
alfabetizadora-criança é indispensável, pois a aprendizagem do sistema de
escrita alfabética depende da compreensão bem orientada das relações
oralidade-escrita (SOARES, 2020).
5 RESULTADOS E DISCURSÕES 
 Tratando-se de uma revisão bibliográfica, inicialmente, realizou-se o levantamento das principais obras já trabalhadas envolvendo o tema Impactos educacionais causados pela pandemia, assunto do qual trata o presente trabalho, através de pesquisas em sites de referência acadêmica e científica, como Google.
 Diante dos dados obtidos na literatura por meio de pesquisas na bibliografia disponível, certificou-se a realidade que estamos vivendo dentro do processo de aprendizagem chamado pandemia, em que o preparo dos professores não foi realizado a tempo para a situação que nos encontramos frente a este contexto no Brasil.
 Segundo Santos (2020), com a pandemia, muitas atividades foram interrompidas, principalmente, as que envolviam as relações humanas, forçando a adaptações para as quais muitas pessoas não estavam preparadas. Estados de isolamento social prolongados devido à pandemia vêm trazendo repercussões psicológicas negativas, como a confusão, o estresse pós-traumático, medo de infecção, a frustração, incluindo as situações particulares por falta de suprimentos básicos, informações insuficientes, problemas financeiros, entre outros.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 A partir dos resultados revelados, podemos inferir sobre algumas fragilidades do ensino remoto que se aguçam e debilitam o processo de aprendizagem de muitos educandos, como as fragilidades nas condições de acesso; a falta de interação escolar e o despreparo pedagógico dos pais/responsáveis. Estes impasses não são exclusivos dos alunos que se encontram no ciclo de alfabetização, mas consta a realidade de muitos alunos em diferentes níveis e modalidades da educação nacional. Entretanto, no ciclo alfabético, a discussão é ainda mais densa por se idealizar neste o vislumbre à construção da leitura e da aquisição e apropriação da escrita, princípios estes necessários ao desenvolver das mais variadas habilidades, capacidades e competências no contexto escolar e extraescolar.
 Neste diapasão, é evidente que práticas pedagógicas que evidenciem estratégias metodológicas eficazes são ainda mais urgentes para garantir a construção de conhecimentos relativos à alfabetização na idade certa. Entretanto, o cenário educacional contemporâneo encontra grandes obstáculos para assegurar estes direitos reservados aos educandos. O distanciamento do professor alfabetizador, faz com que a aprendizagem de muitas crianças se encontre “em xeque”, pois a presença pedagógica do educador qualificado, a partir dos diagnósticos e intervenções constantes, garante as estratégias. 
 Vale salientar que a proposta do ensino remoto foi a única opção que trazia uma nova ressignificação para o retorno das aulas, mesmo sabendo que se teria grandes dificuldades de adaptações; o caminho se constrói por meio de ações e práticas. É possível perceber, diante das informações trazidas nos artigos analisados e na presente realidade, o colapso que atingiu a classe trabalhadora pela força do capital, que há uma necessidade pertinente em se manter resistente. É nessa perspectiva que se faz necessário criar possibilidades de relação entre família e escola, para que o avanço no processo de ensino – aprendizado possa acontecer de maneira favorável e útil ao desempenho escolar das crianças, necessárias ao desenvolvimento alfabético. Por fim, a grande necessidade que se apresenta – que é imprescindível e indispensável – trata-se de investimentos e políticas públicas que ofereçam aos filhos e filhas da classe trabalhadora um ensino que se baseie em qualidade e significado. Recomeçar é preciso. Nesse processo, a parceria entre escola, alunos e famílias precisa ser constante, afinal de contas, por se tratar de um tempo de perdas e incertezas, precisamos nos acolher para avançar no processo de aprendizagem inicial da leitura e da escrita das crianças.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Https://revistaesquinas.casperlibero.edu.br/educacao/os-impactos-da-pandemia-da-covid-19-na-alfabetizacao.
https://www.cenpec.org.br/tematicas/alfabetizacao-e-letramento-desafios-em-tempos-de-pandemia.
https://institutoneurosaber.com.br/alfabetizacao-e-letramento-nos-anos-iniciais-do-ensino-fundamental.Freddi, nadine. Alfabetização e letramento: organizando o trabalho pedagógico. 
Soares, magda. Alfabetização e letramento: caderno do professor / magda becker soares; antônio augusto gomes batista. Belo horizonte:ceale/fae/ufmg,2005.
Ferreiro, e. Alfabetização em processo. 15. Ed. São paulo: cortez, 2004.
Ferreiro, emília & teberoksy, ana. Psicogênese da língua escrita. Trad.
Diana myriam lichtenstein, liana di marco e mário corso. Artes médicas sul, porto
Alegre/rs.1999.
Piaget, j. Psicologia e pedagogia. Rio de janeiro: florense, 1970
SOARES, Magda. Alfabetização e letramento: caminhos e descaminhos. Revista Pátio – Revista Pedagógica de 29 de fevereiro de 2004, Artmed Editora, UNESP. Disponível em:https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/40142/1/01d16t07.pdf.Acesso em: 17 jun. 2021.
Https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2021-08/pesquisa-aponta-falta-de-equipamento-como-dificuldade-no-ensino-remoto.
SOARES, Magda. Alfaletrar: toda criança pode aprender a ler e a escrever. 1. Ed. 1ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2020a. SOARES, Magda. Como fica a alfabetização e o letramento durante a pandemia? 
[Entrevista concedida a] Emy Lobo. Futura & Educação. 2020b. Disponível em: https://www.futura.org.br/como-fica-a-alfabetizacao-e-o-letramento-durante-a-pandemia.
COLELLO, Silvia M. Gasparian. A lfabetização em tempos de pandemia. Convenit Internacional 35, Cemoroc-Feusp, 2021.

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