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Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 ÍNDICEÍNDICE 1. TERAPIA NUTRICIONAL.................................................................................................................05 1. 1 Planejamento nutricional.....................................................................................................06 1. 2 Prescrição dietética...............................................................................................................08 1. 3 Indicações e contraindicações da terapia nutricional.............................................09 1. 4 Métodos de administração..................................................................................................10 1. 5 Monitoramento e ajustes na terapia nutricional..........................................................14 1. 6 Legislação aplicada à terapia nutricional.....................................................................16 2. IMUNOMODULAÇÃO........................................................................................................................17 3. FITOTERAPIA......................................................................................................................................19 3. 1 Uso de plantas medicinais e fi oterápicos na nutrição...........................................20 4. DIETAS HOSPITALARES E PREPARO PARA EXAMES............................................................24 4. 1 Preparo para exames............................................................................................................26 5. DOENÇAS CARENCIAIS E SAÚDE DENTÁRIA.........................................................................28 6. INTERAÇÃO DROGA-NUTRIENTE..............................................................................................29 7. DOENÇAS GASTROINTESTINAIS E GL NDULAS ANEXAS.......................................................34 7. 1 Doenças Gastrointestinais...................................................................................................34 7. 2 Doenças Hepáticas................................................................................................................39 7. 3 Doenças das vias biliares e pâncreas..............................................................................43 8. DOENÇAS DO METABOLISMO E GL NDULAS ENDÓCRINAS............................................48 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB 9. DOENÇAS CARDIOVASCULARES...............................................................................................54 10. DOENÇAS HEMATOLÓGICAS.....................................................................................................61 11. DOENÇAS ÓSSEAS.........................................................................................................................66 12. DOENÇAS REUMATOLÓGICAS..................................................................................................70 13. DOENÇAS RENAIS.........................................................................................................................77 14. TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS...................................................................................................80 15. DOENÇAS PULMONARES............................................................................................................83 16. DESEQUILÍBRIO DO PESO CORPÓREO..................................................................................86 17. DOENÇAS NEOPLÁSICAS...........................................................................................................88 18. GRANDE QUEIMADO....................................................................................................................90 19. POLITRAUMATISMO......................................................................................................................91 20. CICATRIZAÇÃO...............,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,.....................................................................................93 21. INFLAMAÇÃO..................................................................................................................................95 22. SEPSE...............................................................................................................................................97 23. SARCOPENIA..................................................................................................................................99 24. CAQUEXIA......................................................................................................................................101 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 25. DOENÇAS MEUROLÓGICAS E DISFAGIA..............................................................................103 26. PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO (CIRURGIAS DO TRATO DIGESTÓRIO, CIRURGIA DA OBESIDADE, DENTRE OUTRAS)..............................................................................................105 27. SIDA................................................................................................................................................109 28. LIPODISTROFIA.............................................................................................................................111 29. TRANSTORNOS DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR.....................................................113 30. ESTRESSE OXIDATIVO................................................................................................................115 31. INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAS..................................................................117 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ NUTRIÇÃO 05 A avaliação nutricional é uma etapa fundamental da Terapia Nutricional e deve ser realizada de forma detalhada e abrangente. É importante que o profissional esteja capacitado para coletar e interpretar informações relevantes, a fim de estabelecer um plano nutricional adequado e eficiente para cada paciente. Para isso, leva-se em conta os seguintes procedimentos na hora da avaliação nutricional: 1. Anamnese nutricional: Coleta de informações sobre o histórico alimentar do paciente, incluindo preferências, intolerâncias, aversões e hábitos alimentares. Pode ser realizada através de questionários, registros alimentares ou recordatórios de 24 horas. 2. Anamnese clínica: Levantamento do histórico clínico, incluindo doenças pré-existentes, cirurgias, medicamentos em uso e tratamentos anteriores. 3. Exame físico: Avaliação do estado nutricional do paciente por meio de inspeção, palpação, percussão e ausculta, verificandosinais clínicos que possam indicar carências ou excessos nutricionais. 4. Medidas antropométricas: Realização de medidas como peso, altura, circunferências (cintura, quadril, braço) e pregas cutâneas, para verificar o estado nutricional do paciente e possíveis alterações na composição corporal 5. Índices antropométricos: Cálculo de índices como índice de massa corporal (IMC), relação cintura-quadril e circunferência do braço, para identificar riscos nutricionais e de saúde associados. Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 6. Exames bioquímicos: Solicitação de exames laboratoriais, como hemograma, lipidograma, glicemia e dosagem de vitaminas e minerais, para avaliar o estado nutricional e identificar possíveis deficiências ou excessos de nutrientes. 7. Avaliação da ingestão alimentar: Estimativa das necessidades energéticas e de nutrientes do paciente, utilizando equações preditivas e considerando fatores como idade, sexo, peso, altura e nível de atividade física. 8. Diagnóstico nutricional: Identificação de possíveis distúrbios nutricionais e definição do estado nutricional do paciente, com base nos dados coletados e analisados durante a avaliação nutricional. 1.1) PLANEJAMENTO NUTRICIONAL O planejamento nutricional individualizado é uma parte essencial da Terapia Nutricional e tem como objetivo estabelecer um plano alimentar adequado às necessidades específicas de cada paciente, considerando fatores como idade, sexo, peso, altura, condição clínica, nível de atividade física e preferências alimentares. Para elaborar um plano nutricional eficiente e seguro, é necessário levar em conta as necessidades energéticas e a distribuição adequada de macronutrientes (proteínas, carboidratos e lipídios) e micronutrientes (vitaminas e minerais). 1. Necessidades energéticas: As necessidades energéticas de um indivíduo são determinadas com base no seu gasto energético total, que é a soma do metabolismo basal, termogênese e gasto energético relacionado à atividade física. Para estimar essas necessidades, podem ser utilizadas equações preditivas, como a de Harris Benedict ou a de Mifflin-St. Jeor, que levam em consideração o peso, altura, idade e sexo do paciente. 06 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 06 2. Distribuição de macronutrientes: A distribuição adequada de macronutrientes é fundamental para garantir o aporte adequado de energia e nutrientes essenciais para o funcionamento do organismo. As recomendações gerais para a distribuição de macronutrientes são: • Proteínas: 10-35% do valor calórico total (VCT) • Carboidratos: 45-65% do VCT • Lipídios: 20-35% do VCT No entanto, essa distribuição pode variar de acordo com as necessidades específicas do paciente, a presença de doenças ou condições clínicas particulares e o objetivo do tratamento. 1. Ajustes na distribuição de macronutrientes: Em casos de doenças ou condições clínicas específicas, como diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares ou doenças renais, pode ser necessário realizar ajustes na distribuição dos macronutrientes. Esses ajustes devem ser feitos com base nas diretrizes e recomendações específicas para cada situação, visando otimizar o tratamento e reduzir possíveis complicações. 2. Adequação de micronutrientes: Além de garantir o aporte adequado de macronutrientes, é fundamental que o plano nutricional contemple a ingestão de micronutrientes, como vitaminas e minerais, em quantidades adequadas às necessidades do paciente. A recomendação de ingestão de micronutrientes pode ser baseada nas Dietary Reference Intakes (DRIs) ou nas recomendações específicas para a população brasileira. 3. Elaboração do plano alimentar: Com base nas informações coletadas na avaliação nutricional e nas necessidades específicas do paciente, o nutricionista deve elaborar um plano alimentar que contemple a distribuição adequada de macronutrientes e micronutrientes, levando em consideração as preferências alimentares e a rotina do paciente. O plano alimentar deve ser adaptado e ajustado conforme a evolução do paciente e a resposta ao tratamento. 07 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 1.2) PRESCRIÇÃO DIETÉTICA A prescrição dietética é um processo fundamental na terapia nutricional e consiste na seleção e prescrição de dietas específicas, levando em consideração a condição clínica do paciente e suas necessidades nutricionais. O objetivo da prescrição dietética é garantir que o paciente receba uma dieta adequada, equilibrada e segura, contribuindo para a melhoria de sua saúde e bem-estar. Para elaborar uma prescrição dietética eficaz, o profissional de nutrição deve considerar os seguintes aspectos: 1. Diagnóstico nutricional: A avaliação do estado nutricional do paciente é fundamental para determinar as necessidades nutricionais e orientar a seleção da dieta mais adequada. Através da análise de dados antropométricos, bioquímicos, clínicos e dietéticos, é possível identificar deficiências ou excessos nutricionais e elaborar um plano de intervenção nutricional específico. 2. Condição clínica do paciente: A prescrição dietética deve levar em conta a condição clínica do paciente e as possíveis interações entre nutrientes e medicamentos. Algumas condições clínicas, como diabetes, doenças cardiovasculares, doenças renais, doenças hepáticas e doenças gastrointestinais, exigem dietas específicas e ajustes no aporte de nutrientes. O profissional de nutrição deve estar atualizado sobre as diretrizes e recomendações específicas para cada situação clínica. 3. Tipos de dietas: Existem diversos tipos de dietas, que podem ser classificadas de acordo com a consistência, composição nutricional, aporte energético, restrições alimentares ou indicações clínicas. Alguns exemplos de dietas específicas incluem dietas hipocalóricas, hipoproteicas, hipoglicídicas, hipolipídicas, hiperproteicas, dietas para pacientes com disfagia, dietas enterais e parenterais, entre outras. 08 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 08 4. Seleção da dieta adequada: Com base no diagnóstico nutricional e na condição clínica do paciente, o profissional de nutrição deve selecionar a dieta mais adequada às necessidades do paciente. A seleção da dieta deve levar em consideração a segurança, eficácia, tolerância e aceitabilidade pelo paciente. Além disso, deve-se considerar aspectos práticos, como a disponibilidade de alimentos, a facilidade de preparo e a adesão ao tratamento. 5. Prescrição dietética: A prescrição dietética deve ser realizada de forma clara e objetiva, contendo informações detalhadas sobre a dieta selecionada, como a quantidade e distribuição de macronutrientes emicronutrientes, a consistência, a frequência das refeições e as orientações específicas para o preparo e consumo dos alimentos. A prescrição deve ser revisada e ajustada periodicamente, conforme a evolução do paciente e a resposta ao tratamento. 1.3) INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA TERAPIA NUTRICIONAL A terapia nutricional tem como principal objetivo prevenir e tratar a desnutrição, garantir a adequada ingestão de nutrientes e melhorar a qualidade de vida dos pacientes (ABREU et al., 2016). Existem diversas indicações para a terapia nutricional, que incluem: 1. Desnutrição e risco de desnutrição: Pacientes com desnutrição ou em risco de desenvolvê-la são candidatos à terapia nutricional, visto que a desnutrição pode comprometer o sistema imunológico, a cicatrização de feridas e aumentar a morbimortalidade (ACCIOLY et al., 2009). A intervenção nutricional precoce é fundamental para prevenir complicações e melhorar o prognóstico dos pacientes. 2. Doenças metabólicas: Pacientes com doenças metabólicas, como diabetes, dislipidemias e obesidade, podem se beneficiar da terapia nutricional para o controle dos níveis de glicose, colesterol e triglicerídeos, assim como para a promoção da perda de peso e prevenção de complicações associadas (BRASIL, 2014; FALUDI et al., 2017; SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019). 09 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 3. Distúrbios gastrointestinais: Indivíduos com distúrbios gastrointestinais, como doença inflamatória intestinal, síndrome do intestino irritável, doença celíaca e intolerâncias alimentares, podem necessitar de ajustes na dieta e suplementação de nutrientes específicos para aliviar sintomas, promover a cicatrização e melhorar a qualidade de vida (ORNELLAS, 2013; PHILIPPI, 2019). 4. Insuficiência renal, hepática e cardíaca: Pacientes com insuficiência renal, hepática ou cardíaca frequentemente apresentam alterações no metabolismo e requerem dietas específicas e ajustes na ingestão de nutrientes, como proteínas, sódio, potássio e fluidos, para melhorar a função dos órgãos afetados e prevenir complicações (BARROSO et al., 2021; COZZOLINO, 2021). 5. Câncer: A terapia nutricional é especialmente importante no tratamento do câncer, uma vez que a desnutrição é comum nesses pacientes devido à menor ingestão de alimentos, alterações metabólicas e efeitos colaterais dos tratamentos (INSTITUTO NACIONAL DE C NCER, 2015, 2016). A terapia nutricional pode melhorar a tolerância a o tratamento, a recuperação e a qualidade de vida dos pacientes oncológicos. Embora a terapia nutricional seja uma importante ferramenta no manejo de diversas condições clínicas, existem algumas contraindicações que devem ser consideradas pelos profissionais de saúde. Entre elas, destacam-se: 1. Alergias alimentares: Pacientes com alergias alimentares necessitam de dietas personalizadas que evitem os alérgenos específicos, como proteínas do leite de vaca, glúten, soja, entre outros (ACCIOLY et al., 2009; BRASIL, 2021). A terapia nutricional pode ser contraindicada nesses casos, especialmente quando os produtos utilizados contêm alérgenos ou há risco de contaminação cruzada (PHILIPPI, 2019). 10 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 10 2. Intolerâncias alimentares: Pacientes com intolerâncias alimentares, como intolerância à lactose ou à frutose, podem apresentar sintomas gastrointestinais quando consomem alimentos que contêm esses açúcares (ORNELLAS, 2013; CHEMIN & MURA, 2016). Assim, a terapia nutricional deve ser cuidadosamente planejada e ajustada para evitar a ingestão desses componentes e prevenir desconforto e complicações. 3. Alimentação oral suficiente: A terapia nutricional é indicada para pacientes que não conseguem atingir suas necessidades nutricionais por meio da alimentação oral (ABREU et al., 2016). No entanto, em casos onde a ingestão oral é suficiente e adequada às necessidades individuais, a terapia nutricional pode ser desnecessária e até contraproducente, pois pode aumentar o risco de superalimentação e complicações metabólicas (BRASIL, 2014; WAITZBERG, 2017). 1.4) MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO Alimentação oral A terapia nutricional é uma abordagem que visa atender às necessidades nutricionais dos pacientes, levando em consideração sua condição clínica e capacidade de ingestão de alimentos. A alimentação oral é a forma preferencial de fornecimento de nutrientes e é classificada em diferentes tipos de dietas, como líquidas, pastosas e sólidas (ABREU et al., 2016; CHEMIN & MURA, 2016). 1. Dietas líquidas: Indicadas para pacientes com dificuldade de mastigação, deglutição ou digestão, que requerem uma dieta de fácil assimilação (ORNELLAS, 2013). As dietas líquidas podem ser classificadas em líquida clara, como água, chá, sucos coados e caldos, e líquida completa, incluindo leite, sopas cremosas e suplementos nutricionais (PHILIPPI, 2019). Essas dietas devem ser prescritas de acordo com a necessidade energética e nutricional do paciente, levando em consideração a quantidade e a qualidade dos nutrientes (BRASIL, 2014). 11 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 2. Dietas pastosas: Indicadas para pacientes com dificuldade moderada de mastigação e/ou deglutição, que necessitam de alimentos de consistência intermediária entre líquidos e sólidos (ORNELLAS, 2013). Essas dietas incluem alimentos como purês, mingaus, iogurtes e alimentos triturados, e devem ser adaptadas às necessidades individuais do paciente, priorizando a oferta de nutrientes essenciais (BRASIL, 2021; CHEMIN & MURA, 2016). 3. Dietas sólidas: Indicadas para pacientes que conseguem mastigar e deglutir normalmente, mas podem apresentar restrições específicas de acordo com sua condição clínica (ACCIOLY et al., 2009). As dietas sólidas podem ser normais, hipocalóricas, hipercalóricas, hipossódicas, entre outras, e devem ser planejadas de acordo com as necessidades nutricionais e preferências alimentares do paciente (BRASIL, 2014; PHILIPPI, 2019). Terapia nutricional enteral A terapia nutricional enteral é uma forma de alimentação que fornece nutrientes diretamente no trato gastrointestinal através de sondas, sendo indicada para pacientes que não podem se alimentar pela via oral ou que necessitam de um suporte nutricional adicional (CHEMIN & MURA, 2016; WAITZBERG, 2017). Existem diferentes métodos de administração da terapia enteral, como a administração contínua, intermitente e em bolus, e a escolha do método deve ser baseada na condição clínica do paciente e na tolerância à dieta (ABREU et al., 2016; BRASIL, 2021). Administração contínua: Consiste na infusão contínua da dieta enteral, geralmente por um período de 16 a 24 horas, utilizando uma bomba de infusão (ABREU et al., 2016). Esse método é indicado para pacientes críticos, com intolerância à administração em bolus ou intermitente, e para aqueles em ventilação mecânica ou com disfunção gastrointestinal (WAITZBERG, 2017; PIOVACARI, 2021).A administração contínua proporciona um menor risco de complicações gastrointestinais, como distensão abdominal e diarreia, e favorece a manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico (RDC nº 503, 2021). 12 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 12 Administração intermitente: Envolve a infusão da dieta em intervalos regulares, geralmente a cada 3 ou 4 horas, por um período de 30 a 60 minutos (WAITZBERG, 2017). Essa forma de administração é mais fisiológica e se assemelha ao padrão de alimentação oral, sendo indicada para pacientes estáveis e com bom trânsito gastrointestinal (ABREU et al., 2016). A administração intermitente pode ser realizada tanto com uma bomba de infusão quanto por gravidade (BRASIL, 2021). Administração em bolus: Consiste na infusão rápida da dieta enteral, em um volume de aproximadamente 250 a 500 ml, utilizando seringa ou copo medida (CHEMIN & MURA, 2016). O bolus é administrado a cada 3 ou 4 horas e é indicado para pacientes em condições estáveis, com tolerância gastrointestinal adequada e em ambiente domiciliar (WAITZBERG, 2017). A administração em bolus é mais rápida e prática, no entanto, pode aumentar o risco de complicações gastrointestinais e de aspiração pulmonar (RDC nº 503, 2021). Terapia nutricional parenteral A terapia nutricional parenteral (TNP) é uma forma de alimentação intravenosa que fornece nutrientes diretamente na corrente sanguínea, sendo indicada para pacientes que não podem se alimentar por via oral ou enteral ou que necessitam de suporte nutricional adicional (CHEMIN & MURA, 2016; WAITZBERG, 2017). A TNP pode ser administrada por duas vias: central e periférica, e a escolha entre elas deve ser baseada na condição clínica do paciente, na composição da solução nutricional e na duração prevista da terapia (ABREU et al., 2016; PIOVACARI, 2021). 13 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ Administração Central: A administração central da TNP ocorre quando a solução nutricional é infundida diretamente na veia cava superior, através de um cateter de longa permanência, como o cateter central de inserção periférica (PICC) ou o cateter de Hickman (WAITZBERG, 2017). A administração central é indicada para soluções hiperosmolares, com altas concentrações de glicose e aminoácidos, e para terapias de longa duração (ABREU et al., 2016). Esta via permite a administração de soluções com maior teor calórico e nutricional, além de reduzir o risco de complicações como flebite e trombose (CHEMIN & MURA, 2016; PIOVACARI, 2021). Administração Periférica: A administração periférica da TNP utiliza uma veia periférica, como as veias do antebraço, para infundir a solução nutricional através de um cateter de curta permanência (WAITZBERG, 2017). A administração periférica é indicada para soluções com osmolaridade mais baixa, geralmente não excedendo 900 mOsm/L, e para terapias de curta duração, com menos de 14 dias (ABREU et al., 2016; CHEMIN & MURA, 2016). Embora esta via seja menos invasiva e mais fácil de acessar, apresenta maior risco de complicações locais, como flebite e extravasamento de solução (PIOVACARI, 2021). 1.5) MONITORAMENTO E AJUSTES NA TERAPIA NUTRICIONAL A monitorização da terapia nutricional é fundamental para garantir a eficácia e a segurança do tratamento nutricional, tanto em pacientes hospitalizados quanto em terapia nutricional domiciliar (ABREU et al., 2016; CHEMIN & MURA, 2016). Essa monitorização envolve a avaliação de parâmetros clínicos, antropométricos e laboratoriais, além de ajustes no plano nutricional conforme necessário 14 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 14 1. Avaliação de Parâmetros Clínicos: A avaliação clínica do paciente deve ser realizada periodicamente, observando sinais e sintomas que possam indicar a necessidade de ajustes na terapia nutricional (. Essa avaliação pode incluir a verificação dos sinais vitais, a presença de edema, a tolerância à terapia nutricional e a avaliação da função gastrointestinal (ABREU et al., 2016; WAITZBERG, 2017). 2. Avaliação Antropométrica: A avaliação antropométrica é essencial para monitorar o estado nutricional do paciente e identificar possíveis alterações, como perda ou ganho de peso, desnutrição ou obesidade. Dentre os métodos antropométricos, destacam-se a medição do peso, altura, circunferência da cintura, circunferência do braço e a espessura das dobras cutâneas (ABREU et al., 2016; COZZOLINO, 2021). 3. Avaliação Laboratorial: Os exames laboratoriais são fundamentais para avaliar a eficácia da terapia nutricional e identificar possíveis desequilíbrios metabólicos ou nutricionais (WAITZBERG, 2017). Entre os exames que podem ser utilizados, estão a dosagem de albumina, pré-albumina, hemoglobina, glicemia, ureia, creatinina, eletrólitos (sódio, potássio, cálcio e magnésio), perfil lipídico e função hepática. 4. Ajustes no Plano Nutricional: Com base nos resultados das avaliações clínicas, antropométricas e laboratoriais, o plano nutricional deve ser ajustado conforme necessário para atender às necessidades nutricionais específicas do paciente e garantir a eficácia e a segurança da terapia (COZZOLINO, 2021; WAITZBERG, 2017). Os ajustes podem incluir a modificação da composição da dieta, a alteração da via de administração (oral, enteral ou parenteral ), a adequação do volume e da velocidade de infusão, a suplementação de nutrientes específicos ou a mudança de fórmulas nutricionais. 15 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 1.6) LEGISLAÇÃO APLICADA À TERAPIA NUTRICIONAL A RDC nº 21/2015 estabelece o regulamento técnico de fórmulas para nutrição enteral, visando assegurar a qualidade, a eficácia e a segurança dos produtos utilizados nessa modalidade terapêutica. A resolução define os critérios para a classificação das fórmulas, bem como os requisitos de rotulagem, composição, fabricação e armazenamento desses. Além disso, a RDC nº 21/2015 determina a necessidade de registro das fórmulas junto à ANVISA e a obrigatoriedade de notificação de eventos adversos relacionados ao uso desses produtos. Já a RDC nº 503/2021 estabelece os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral, abrangendo aspectos relacionados à prescrição, administração, monitorização e cuidados gerais com o paciente em terapia nutricional enteral. Essa resolução tem como objetivo garantir a adequação e a qualidade da assistência nutricional prestada aos pacientes que necessitam dessa modalidade terapêutica, reduzindo os riscos de complicações e promovendo a recuperação e a manutenção da saúde. A legislação aplicada à terapia nutricional é essencial para orientar a prática dos profissionaisenvolvidos no cuidado do paciente e garantir que a assistência prestada seja baseada em critérios técnicos e científicos atualizados. A adesão às normas estabelecidas pelas RDCs nº 21/2015 e 503/2021 contribui para a promoção de um atendimento nutricional seguro e de qualidade, favorecendo o alcance dos objetivos terapêuticos e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. 16 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 16 A imunomodulação refere-se à modulação do sistema imunológico por meio de intervenções nutricionais específicas, com o objetivo de melhorar a resposta imunológica e prevenir doenças. Diversos nutrientes desempenham papéis importantes na resposta imunológica, e sua adequada ingestão é essencial para manter a integridade e a funcionalidade do sistema imunológico (CHEMIN & MURA, 2016). Entre os nutrientes com ação imunomoduladora, destacam-se as vitaminas A, C, D e E, os minerais zinco, selênio e ferro, e os ácidos graxos ômega-3. Esses nutrientes atuam em diversos aspectos da resposta imunológica, como a proliferação e diferenciação de células imunes, a produção de anticorpos e a regulação da resposta inflamatória (ROSA & HERMSDORFF, 2020). As intervenções nutricionais para modulação do sistema imunológico incluem a ingestão adequada de nutrientes imunomoduladores por meio de uma alimentação equilibrada e variada, conforme preconizado pelo Guia Alimentar para a População Brasileira (BRASIL, 2014). Além disso, em alguns casos, pode ser necessário o uso de suplementos alimentares contendo nutrientes específicos, como a vitamina D em indivíduos com deficiência dessa vitamina, visando otimizar a resposta imunológica (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019). 17 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ A imunomodulação por meio de intervenções nutricionais tem sido aplicada em diferentes contextos clínicos, como no tratamento e prevenção de doenças crônicas, na terapia nutricional de pacientes hospitalizados e na nutrição oncológica. Nesses casos, a adequação da ingestão de nutrientes imunomoduladores pode contribuir para a melhoria da resposta imunológica, redução de complicações e promoção da recuperação e manutenção da saúde (WAITZBERG, 2017). 18 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 18 A fitoterapia é uma prática terapêutica que utiliza plantas medicinais e seus derivados na prevenção, tratamento e promoção da saúde (BRASIL, 2014). Essa abordagem terapêutica baseia-se no conhecimento tradicional e científico sobre as propriedades medicinais das plantas, e tem sido cada vez mais reconhecida e integrada à prática médica e nutricional (CHEMIN & MURA, 2016). Os conceitos básicos de fitoterapia envolvem o estudo das plantas medicinais, suas propriedades farmacológicas, a forma de preparo e administração, e as interações entre os fitoterápicos e outros medicamentos (ACCIOLY et al., 2009). Além disso, é fundamental considerar a segurança e eficácia dos tratamentos fitoterápicos, bem como as questões relacionadas à qualidade, controle e regulamentação dos produtos (ORNELLAS, 2013). A fitoterapia pode ser aplicada em diversas áreas da saúde, como na prevenção e tratamento de doenças crônicas, como a hipertensão arterial (BARROSO et al., 2021), dislipidemias (FALUDI et al., 2017) e diabetes (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019). Além disso, a fitoterapia também tem sido utilizada na atenção primária à saúde, como parte das estratégias de promoção da saúde e prevenção de doenças (BRASIL, 2021). 19 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 20 NUTRIÇÃO 3.1) USO DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS NA NUTRIÇÃO As plantas medicinais podem ser utilizadas de diferentes formas na nutrição, incluindo como complemento alimentar, como aditivo em alimentos funcionais ou como componente de fórmulas nutricionais. Além disso, os fitoterápicos podem ser usados como tratamento coadjuvante em diversas condições de saúde, como hipertensão arterial (BARROSO et al., 2021), dislipidemias (FALUDI et al., 2017) e diabetes (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019). Na área da nutrição, o uso de plantas medicinais e fitoterápicos pode contribuir para a melhoria do estado nutricional, a redução da inflamação e o fortalecimento do sistema imunológico. Além disso, alguns fitoterápicos podem ajudar a reduzir os efeitos adversos de tratamentos farmacológicos, como na terapia nutricional em unidades de terapia intensiva (TOLEDO & CASTRO, 2019) e na nutrição oncológica. O uso de plantas medicinais e fitoterápicos na nutrição também pode afetar a biodisponibilidade de nutrientes, uma vez que algumas substâncias presentes nessas plantas podem interferir na absorção, transporte e metabolismo de nutrientes (COZZOLINO, 2021). Dessa forma, é fundamental que os profissionais de saúde e nutrição estejam familiarizados com as possíveis interações entre fitoterápicos e nutrientes, a fim de planejar e implementar estratégias nutricionais adequadas (ACCIOLY et al., 2009). No âmbito da gestão de unidades de alimentação e nutrição, é importante considerar os aspectos relacionados à seleção, preparo e armazenamento de plantas medicinais e fitoterápicos, garantindo a qualidade e a segurança desses produtos (ABREU et al., 2016; SILVA JÚNIOR, 2014). Além disso, é necessário seguir as regulamentações e diretrizes específicas para a utilização de fitoterápicos na nutrição, como a RDC nº 21 (2015) e a RDC nº 503 (2021), que estabelecem os requisitos mínimos para a terapia de nutrição enteral e para a utilização de fórmulas e produtos fitoterápicos. Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 20 A seguir, são apresentados alguns exemplos: 1. Chá verde (Camellia sinensis): Rico em catequinas, o chá verde é conhecido por suas propriedades antioxidantes e termogênicas, podendo auxiliar na perda de peso e no controle dos níveis de colesterol (FALUDI et al., 2017). 2. Alho (Allium sativum): O alho possui propriedades anti-inflamatórias, antibacterianas e antioxidantes. Pode ser utilizado na nutrição para ajudar a reduzir a pressão arterial, prevenir doenças cardiovasculares e fortalecer o sistema imunológico (BARROSO et al., 2021). 3. Cúrcuma (Curcuma longa): A cúrcuma, ou açafrão-da-terra, é rica em curcumina, uma substância com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e anticancerígenas. Pode ser utilizadana nutrição para auxiliar na prevenção e tratamento de doenças inflamatórias e do câncer (INSTITUTO NACIONAL DE C NCER, 2015; 2016). 4. Gengibre (Zingiber officinale): O gengibre possui propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e gastroprotetoras, podendo ser usado na nutrição para melhorar a digestão, reduzir náuseas e vômitos, e auxiliar no tratamento de doenças inflamatórias e gastrintestinais (ROSA & HERMSDORFF, 2020). 5. Chia (Salvia hispanica): A chia é uma semente rica em fibras, proteínas, ômega-3 e minerais, como cálcio e magnésio. Pode ser utilizada na nutrição para melhorar a saciedade, regular o trânsito intestinal e auxiliar na manutenção da saúde óssea e cardiovascular (BRASIL, 2014). 6. Canela (Cinnamomum zeylanicum): A canela possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, além de ajudar na regulação dos níveis de açúcar no sangue, sendo útil na nutrição para pessoas com diabetes ou resistência à insulina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019). 21 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 7. Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia): A espinheira-santa possui propriedades gastroprotetoras e antiulcerogênicas, podendo ser usada na nutrição para auxiliar no tratamento de úlceras gástricas e gastrite (PHILIPPI, 2019). Embora os fitoterápicos sejam derivados de plantas e, muitas vezes, considerados mais naturais, eles não estão isentos de contraindicações, efeitos colaterais e interações entre si e com nutrientes. Alguns exemplos incluem: 1. Contraindicações: Algumas plantas medicinais não são recomendadas para determinados grupos de pessoas, como gestantes, lactantes, crianças, idosos e pessoas com condições de saúde específicas. Por exemplo, a erva-de-são-joão (Hypericum perforatum), utilizada como antidepressivo natural, não é indicada durante a gravidez ou lactação (ACCIOLY et al., 2009). 2. Efeitos colaterais: Mesmo sendo naturais, os fitoterápicos podem causar efeitos colaterais se consumidos em excesso ou de forma inadequada. O gengibre, por exemplo, pode causar desconforto gástrico e azia quando consumido em grandes quantidades (ROSA & HERMSDORFF, 2020). 3. Interações entre fitoterápicos: Algumas plantas medicinais podem interagir entre si, potencializando ou reduzindo seus efeitos. Por exemplo, a erva-de-são-joão pode diminuir a eficácia de outros medicamentos, como anticoncepcionais e antidepressivos (CHEMIN & MURA, 2016). 4. Interações entre fitoterápicos e nutrientes: Algumas plantas medicinais podem interferir na absorção ou metabolismo de nutrientes. Por exemplo, o chá verde (Camellia sinensis) pode inibir a absorção de ferro não heme, podendo agravar a deficiênca de ferro em pessoas predispostas (COZZOLINO, 2021). 22 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 22 5. Absorção de nutrientes: certas substâncias presentes em plantas medicinais podem formar complexos com nutrientes, dificultando sua absorção pelo organismo. Por exemplo, os taninos encontrados no chá preto e no chá verde podem se ligar ao ferro não heme, reduzindo sua absorção (COZZOLINO, 2021). Além disso, o ácido oxálico presente no espinafre e no ruibarbo pode se ligar ao cálcio, formando oxalato de cálcio, o que dificulta a absorção do cálcio (PHILIPPI, 2019). 6. Transporte de nutrientes: algumas substâncias presentes em plantas medicinais podem alterar a forma como os nutrientes são transportados no organismo. Por exemplo, a curcumina presente no açafrão-da-terra (Curcuma longa) pode interferir no transporte de vitamina D, afetando sua biodisponibilidade (COZZOLINO, 2021). 7. Metabolismo de nutrientes: certas substâncias presentes em plantas medicinais podem afetar o metabolismo de nutrientes, alterando sua função no organismo. Por exemplo, a erva-de-são-joão (Hypericum perforatum) pode aumentar a atividade das enzimas do citocromo P450, o que pode levar a um metabolismo mais rápido de certos medicamentos e nutrientes, reduzindo seus efeitos terapêuticos (CHEMIN & MURA, 2016). Dada a possibilidade de contraindicações, efeitos colaterais e interações, é fundamental consultar um profissional de saúde e nutrição antes de utilizar fitoterápicos, especialmente se a pessoa estiver fazendo uso de outros medicamentos ou apresentar alguma condição de saúde específica. O acompanhamento e a orientação adequada são essenciais para garantir o uso seguro e eficaz desses produtos. 23 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ Dietas hospitalares desempenham um papel fundamental no tratamento e recuperação de pacientes internados em hospitais e outras instituições de saúde. Essas dietas são desenvolvidas considerando o estado clínico, as condições fisiológicas e os objetivos terapêuticos de cada paciente (CHEMIN & MURA, 2016). Podem ser classificadas em quatro categorias principais: dietas normais, restritas, modificadas em consistência e terapêuticas. 1. Dietas normais: são as dietas padrão, adequadas para pacientes que não apresentam restrições específicas relacionadas à alimentação. Geralmente, incluem todos os grupos alimentares e fornecem a quantidade adequada de calorias, proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais para promover a saúde e a recuperação do paciente (CHEMIN & MURA, 2016). 2. Dietas restritas: são aquelas que impõem restrições em determinados nutrientes ou alimentos, de acordo com as necessidades do paciente. Entre as dietas restritas, destacam-se (CHEMIN & MURA, 2016): a) Hipossódicas: indicadas para pacientes com hipertensão arterial, insuficiência cardíaca ou doença renal, essa dieta restringe a quantidade de sódio para ajudar a controlar a pressão arterial e a retenção de líquidos. b) Hipoglicêmicas: recomendadas para pacientes diabéticos ou com intolerância à glicose, essa dieta tem como objetivo controlar os níveis de glicose no sangue, limitando a ingestão de carboidratos simples e priorizando carboidratos complexos e fibras. 24 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 24 c) Hipolipídicas: destinadas a pacientes com hiperlipidemia, doenças cardiovasculares ou pancreatite, essa dieta limita a ingestão de gorduras, especialmente as saturadas e trans, e prioriza o consumo de gorduras insaturadas, como as presentes em peixes, nozes e azeite. 3. Dietas modificadas em consistência: essas dietas têm como objetivo facilitar a ingestão e a digestão de alimentos, de acordo com as condições clínicas do paciente. Entre elas, destacam-se (CHEMIN & MURA, 2016): a) Pastosa: indicada para pacientes com dificuldade de mastigação ou deglutição, essa dieta consiste em alimentos triturados ou amassados, que tenham uma textura macia e homogênea. b) Blanda:recomendada para pacientes com problemas gastrointestinais, como gastrite e úlceras, essa dieta inclui alimentos de fácil digestão e evita alimentos condimentados, gordurosos e gasogênicos. c) Líquida: destinada a pacientes que necessitam de um período de repouso do trato gastrointestinal ou que apresentam dificuldades de deglutição, essa dieta consiste em líquidos e alimentos líquidos, como sopas, caldos e sucos. Dietas terapêuticas: são prescritas para pacientes com condições clínicas específicas que exigem um manejo nutricional especializado, como doenças renais, câncer e diabetes. Essas dietas são elaboradas de acordo com as necessidades e restrições individuais de cada paciente, visando promover a recuperação e o controle dos sintomas e complicações associadas à doença (CHEMIN & MURA, 2016). Algumas dietas terapêuticas incluem: a) Dieta renal: indicada para pacientes com doença renal crônica, essa dieta restringe a ingestão de sódio, potássio, fósforo e proteínas, conforme a necessidade individual. O objetivo é diminuir a sobrecarga dos rins e retardar a progressão da doença. 25 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ b) Dieta oncológica: destinada a pacientes em tratamento de câncer, essa dieta visa fornecer nutrientes essenciais para manutenção da imunidade, recuperação e cicatrização dos tecidos afetados pela doença e pelos tratamentos, como quimioterapia e radioterapia. As recomendações podem variar de acordo com o tipo e o estágio do câncer, assim como os efeitos colaterais experimentados pelo paciente. c) Dieta diabética: prescrita para pacientes com diabetes tipo 1 e tipo 2, essa dieta tem como objetivo controlar os níveis de glicose no sangue, promovendo a ingestão adequada de carboidratos, fibras, proteínas, gorduras e micronutrientes. A dieta diabética deve ser planejada considerando as preferências alimentares, o estilo de vida e os objetivos terapêuticos do paciente. 4.1) PREPARO PARA EXAMES O preparo para exames é uma etapa crucial no diagnóstico e acompanhamento de diversas condições de saúde. Algumas investigações, como endoscopias e colonoscopias, requerem um cuidado especial com a alimentação prévia ao exame para assegurar a precisão dos resultados e a segurança do paciente (ORNELLAS, 2013). Nesses casos, é comum que sejam prescritas dietas específicas, que podem envolver a restrição de alimentos ricos em fibras, como grãos integrais, frutas e legumes com casca, e a inclusão de líquidos claros, como água, chá e sucos coados. Essas medidas visam facilitar a visualização das estruturas internas do trato gastrointestinal e reduzir o risco de complicações durante o procedimento (ORNELLAS, 2013). Além disso, em alguns casos, pode ser necessário realizar um jejum, que varia em duração conforme o exame e as condições do paciente. O jejum tem como objetivo esvaziar o trato gastrointestinal, permitindo uma melhor visualização das estruturas e evitando possíveis interações entre o conteúdo gástrico e os instrumentos utilizados no procedimento (ORNELLAS, 2013). 26 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 26 O cumprimento das orientações dietéticas para o preparo de exames é fundamental para garantir a qualidade e a acurácia dos resultados obtidos. Portanto, é essencial que o paciente siga rigorosamente as instruções fornecidas pelos profissionais de saúde responsáveis pelo exame, esclarecendo quaisquer dúvidas sobre a dieta e o jejum a serem adotados (ORNELLAS, 2013). 27 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ Doenças carenciais e saúde dentária estão intimamente relacionadas, visto que a nutrição adequada é fundamental para a manutenção de dentes e gengivas saudáveis. Diversos nutrientes têm papel importante na saúde bucal, como cálcio, fósforo, vitamina D, vitamina C e flúor (ACCIOLY et al., 2009). A deficiência de cálcio e fósforo pode levar a problemas dentários, como cárie e doença periodontal, devido ao papel desses minerais na formação e manutenção do esmalte dentário (COZZOLINO, 2021). A vitamina D é essencial para a absorção de cálcio e, portanto, sua deficiência também pode afetar negativamente a saúde dentária (BRASIL, 2014). A vitamina C desempenha um papel crucial na síntese de colágeno, que é fundamental para a saúde das gengivas. A deficiência de vitamina C pode resultar em gengivite e sangramento gengival, sendo a escorbuto a manifestação mais grave dessa deficiência (PHILIPPI, 2019). O flúor é outro elemento importante para a saúde dentária, pois atua na prevenção da cárie dentária ao fortalecer o esmalte dos dentes. A água fluoretada e produtos de higiene bucal contendo flúor são estratégias comuns para garantir a ingestão adequada deste elemento (BRASIL, 2021). Para prevenir doenças carenciais e promover a saúde dentária, é fundamental manter uma dieta equilibrada, rica em alimentos naturais e minimamente processados, como frutas, legumes, cereais integrais, laticínios e carnes magras (BRASIL, 2014). Além disso, a higiene bucal adequada, incluindo escovação e uso de fio dental, e visitas regulares 28 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 28 As interações droga-nutriente são situações em que um medicamento afeta a absorção, metabolismo ou excreção de um nutriente, ou vice-versa, podendo ter impactos significativos na eficácia do tratamento e na saúde do paciente (CHEMIN & MURA, 2016). Existem diferentes tipos de interações, e é importante compreendê-las para garantir uma terapia eficaz e segura. A interação entre medicamentos e nutrientes pode ocorrer em várias etapas, como absorção, metabolismo, transporte ou excreção. Por exemplo, alguns medicamentos podem interferir na absorção de nutrientes no trato gastrointestinal, reduzindo a biodisponibilidade dos nutrientes e aumentando o risco de deficiências nutricionais (COZZOLINO, 2021). Alguns exemplos de medicamentos que podem afetar a absorção de nutrientes incluem: 1. Antiácidos: Medicamentos antiácidos, como hidróxido de alumínio e magnésio, podem interferir na absorção de fosfato, reduzindo sua biodisponibilidade. Além disso, antiácidos à base de cálcio podem diminuir a absorção de ferro quando tomados juntos. 2. Antibióticos: Alguns antibióticos, como as tetraciclinas e as quinolonas, podem formar complexos insolúveis com minerais, como cálcio, magnésio, ferro e zinco, diminuindo sua absorção. Para evitar essa interação, é recomendado tomar esses medicamentos pelo menos duas horas antes ou quatro horas depois da ingestão de alimentos ricos nesses minerais. 29 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcBhttps://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 3. Inibidores da bomba de prótons (IBPs): Medicamentos como omeprazol e lansoprazol, utilizados para reduzir a produção de ácido gástrico, podem interferir na absorção de vitamina B12 e cálcio. A redução do ácido gástrico pode dificultar a dissociação da vitamina B12 dos alimentos, enquanto a diminuição da acidez do estômago pode afetar a solubilidade do cálcio. 4. Orlistat: Orlistat é um medicamento utilizado no tratamento da obesidade, que atua inibindo a ação das lipases gastrointestinais, enzimas responsáveis pela digestão das gorduras. O uso desse medicamento pode levar a uma diminuição na absorção de vitaminas lipossolúveis, como as vitaminas A, D, E e K. 5. Metformina: A metformina, um medicamento antidiabético, pode interferir na absorção da vitamina B12, levando a uma diminuição de seus níveis séricos em pacientes em uso prolongado. Colestiramina e colestipol: Esses medicamentos são utilizados para reduzir os níveis de colesterol no sangue e podem afetar a absorção de vitaminas lipossolúveis e ácidos graxos essenciais. As interações também podem ocorrer no metabolismo de nutrientes, como no caso de medicamentos que afetam a atividade das enzimas do fígado envolvidas na biotransformação de nutrientes e outras substâncias. Isso pode levar a um aumento ou diminuição na eficácia de um medicamento, ou ao acúmulo de metabólitos tóxicos. Essas interações podem afetar a forma como os nutrientes são processados, armazenados ou excretados pelo organismo, levando a alterações no equilíbrio nutricional (COZZOLINO, 2021; ACCIOLY et al., 2009). Algumas interações medicamento- nutriente que envolvem o metabolismo incluem: 30 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 30 1. Anticonvulsivantes: Medicamentos como fenitoína, carbamazepina e ácido valproico, utilizados no tratamento da epilepsia, podem interferir no metabolismo da vitamina D e do ácido fólico. O uso crônico desses medicamentos pode levar à diminuição dos níveis de vitamina D e aumento do risco de osteoporose, além de causar deficiência de ácido fólico, especialmente em mulheres grávidas (ACCIOLY et al., 2009). 2. Diuréticos: Alguns diuréticos, como a furosemida e a hidroclorotiazida, podem afetar o equilíbrio de eletrólitos no organismo, levando à perda excessiva de potássio, magnésio e cálcio. Essa perda pode resultar em hipocalemia, hipomagnesemia e hipocalcemia, com potenciais efeitos adversos à saúde (BARROSO et al., 2021). 3. Anticoagulantes: A varfarina, um anticoagulante comum, pode ter sua ação potencializada ou inibida pela ingestão de alimentos ricos em vitamina K, como vegetais de folhas verdes. A vitamina K é essencial para a coagulação sanguínea e uma ingestão irregular pode levar a alterações na eficácia do medicamento (CHEMIN; MURA, 2016). 4. Levodopa: A levodopa, um medicamento utilizado no tratamento da doença de Parkinson, pode ter sua absorção e metabolismo afetados pela ingestão de alimentos ricos em proteínas. A competição entre a levodopa e os aminoácidos das proteínas pela absorção pode resultar em uma menor disponibilidade do medicamento, reduzindo sua eficácia (PHILIPPI, 2019). 5. Isoniazida: A isoniazida, um medicamento usado no tratamento da tuberculose, pode interferir no metabolismo da vitamina B6 (piridoxina), aumentando o risco de neuropatia periférica. Para prevenir esse efeito adverso, a suplementação de vitamina B6 pode ser indicada durante o tratamento (ROSA; HERMSDORFF, 2020). 31 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ Algumas interações droga-nutriente são bem conhecidas e podem ser gerenciadas com ajustes na terapia medicamentosa ou na dieta do paciente. Por exemplo, a ingestão concomitante de alimentos ricos em fibras e alguns medicamentos, como antibióticos, pode reduzir a absorção do medicamento, diminuindo sua eficácia (ORNELLAS, 2013). Nesses casos, é importante orientar o paciente a tomar o medicamento em horários diferentes das refeições para minimizar a interação. Além disso, existem medicamentos que podem afetar o apetite, a ingestão e a utilização de nutrientes, como no caso de corticosteroides, que aumentam o risco de desnutrição e osteoporose devido à diminuição da absorção de cálcio e ao aumento da excreção de potássio (BRASIL, 2014). Alguns outros exemplos de medicamentos que podem afetar o apetite são; 1. Alguns antidepressivos, como os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), como fluoxetina e sertralina, podem causar diminuição do apetite e perda de peso (ACCIOLY et al., 2009). Por outro lado, outros antidepressivos tricíclicos, como amitriptilina e imipramina, podem aumentar o apetite e causar ganho de peso (ROSA; HERMSDORFF, 2020). 2. Ansiolíticos: Medicamentos ansiolíticos, como os benzodiazepínicos (diazepam, alprazolam), podem afetar o apetite, levando ao aumento ou diminuição do consumo alimentar, dependendo do indivíduo e da dose utilizada (CHEMIN; MURA, 2016). 3. Corticosteroides: Medicamentos corticosteroides, como prednisona e dexametasona, frequentemente levam ao aumento do apetite e ao ganho de peso, especialmente quando usados em doses elevadas ou por longos períodos (BRASIL, 2014). 4. Estimulantes do sistema nervoso central: Medicamentos estimulantes, como metilfenidato e anfetaminas, usados no tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), geralmente causam diminuição do apetite e perda de peso (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019). 32 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 32 5. Antipsicóticos: Alguns antipsicóticos, como olanzapina e clozapina, podem causar aumento significativo do apetite e ganho de peso, aumentando o risco de obesidade e doenças metabólicas (TOLEDO; CASTRO, 2019). 6. Antineoplásicos: Alguns medicamentos antineoplásicos, usados no tratamento do câncer, podem causar alterações no apetite, levando à diminuição do consumo alimentar e perda de peso (INSTITUTO NACIONAL DE C NCER, 2015). Para evitar ou minimizar as interações droga-nutriente, é fundamental que profissionais de saúde, como médicos, nutricionistas e farmacêuticos, trabalhem em conjunto na avaliação, monitoramento e orientação dos pacientes. A educação dos pacientes também é essencial para garantir a adesão ao tratamento e a compreensão das possíveis interações entre medicamentos e nutrientes (WAITZBERG, 2017). 33 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 7.1) DOENÇAS GASTROINTESTINAIS Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) é uma condição crônica que ocorre quando o conteúdo gástrico retorna ao esôfago, causando sintomase, potencialmente, lesões na mucosa esofágica (ABREU et al., 2016). Fisiopatologia: A DRGE ocorre devido à disfunção do esfíncter esofágico inferior (EEI), que normalmente impede o refluxo do conteúdo gástrico ao esôfago. A diminuição do tônus do EEI ou o relaxamento inadequado do mesmo permite que o ácido gástrico e outros componentes reflitam para o esôfago, causando inflamação e sintomas (COZZOLINO, 2021). Causas: Vários fatores podem contribuir para o desenvolvimento da DRGE, incluindo obesidade, dieta rica em alimentos gordurosos, cafeína, álcool e tabagismo. Além disso, algumas condições médicas, como a hérnia de hiato, também podem aumentar o risco de DRGE (BRASIL, 2014). Sintomas: Os sintomas mais comuns da DRGE incluem azia (sensação de queimação no peito), regurgitação ácida, dor no peito e dificuldade para engolir. Além disso, pode haver sintomas atípicos, como tosse crônica, rouquidão, asma e dor no ouvido (ABREU et al., 2016). 34 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 34 Tratamento: O tratamento da DRGE tem como objetivo controlar os sintomas, promover a cicatrização da mucosa esofágica e prevenir complicações. As abordagens terapêuticas incluem mudanças no estilo de vida, como perda de peso, evitar alimentos desencadeantes, elevar a cabeceira da cama e evitar deitar-se logo após as refeições. No tratamento farmacológico, os medicamentos mais utilizados são os inibidores da bomba de prótons (IBPs) e antagonistas dos receptores H2 (ACCIOLY et al., 2009). Em casos refratários ou com complicações, a cirurgia antirrefluxo pode ser indicada (PHILIPPI, 2019) Gastrite e úlcera péptica Gastrite e úlcera péptica são doenças gastrointestinais que afetam o revestimento do estômago e/ou do duodeno (primeira parte do intestino delgado). Ambas apresentam inflamação e lesões na mucosa, mas com diferentes características e gravidades (ACCIOLY et al., 2009). Fisiopatologia: A gastrite é caracterizada por inflamação aguda ou crônica da mucosa gástrica, enquanto a úlcera péptica envolve a formação de lesões ulcerativas que penetram na camada muscular da mucosa. Ambas estão relacionadas a um desequilíbrio entre fatores agressivos, como ácido gástrico e pepsina, e fatores protetores da mucosa, como muco e bicarbonato (ROSA; HERMSDORFF, 2020). Causas: As causas mais comuns de gastrite e úlcera péptica são a infecção pela bactéria Helicobacter pylori e o uso prolongado de medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs). Outros fatores de risco incluem tabagismo, consumo excessivo de álcool, estresse e predisposição genética (BRASIL, 2014). Sintomas: Os sintomas de gastrite e úlcera péptica podem variar e incluir dor ou desconforto abdominal, náuseas, vômitos, azia, inchaço e perda de apetite. Nos casos de úlcera péptica, a dor costuma ser mais intensa e localizada. Complicações, como hemorragia e perfuração, também podem ocorrer, principalmente em úlceras pépticas (CHEMIN; MURA, 2016). 35 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ Diagnóstico: O diagnóstico de gastrite e úlcera péptica é baseado na avaliação dos sintomas, histórico médico, exame físico e exames complementares, como endoscopia digestiva alta (com biópsia, se necessário), testes para detecção do H. pylori e, em casos específicos, exames radiológicos (PHILIPPI, 2019). Tratamento: O tratamento de gastrite e úlcera péptica tem como objetivo aliviar os sintomas, promover a cicatrização das lesões e prevenir complicações. A abordagem terapêutica inclui a erradicação do H. pylori (quando presente), uso de medicamentos para reduzir a produção de ácido gástrico (como inibidores da bomba de prótons e antagonistas do receptor H2), suspensão ou substituição de AINEs, além de orientações sobre alimentação e mudanças no estilo de vida (TOLEDO; CASTRO, 2019). Em casos de complicações ou úlceras refratárias, a cirurgia pode ser indicada (WAITZBERG, 2017). Doença inflamatória intestinal (DII) A Doença Inflamatória Intestinal (DII) é um termo que engloba duas doenças crônicas do trato gastrointestinal, a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. Ambas são caracterizadas pela inflamação persistente da mucosa gastrointestinal, causando sintomas e complicações (ABREU et al., 2016). Fisiopatologia: A fisiopatologia da DII é complexa e envolve fatores genéticos, ambientais, imunológicos e a microbiota intestinal. A inflamação ocorre devido a uma resposta imunológica desregulada contra a microbiota intestinal, resultando em lesões na mucosa gastrointestinal (ROSA; HERMSDORFF, 2020). Causas: As causas exatas da DII ainda não são totalmente conhecidas, mas acredita- se que fatores genéticos, ambientais (como tabagismo e uso de medicamentos), dieta e a composição da microbiota intestinal possam influenciar o desenvolvimento da doença (BRASIL, 2014). 36 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 36 Sintomas: Os sintomas da DII variam de acordo com a localização e a extensão da inflamação. Os sintomas comuns incluem diarreia, dor abdominal, perda de peso, fadiga, febre e sangramento retal. Em casos mais graves, podem ocorrer complicações como fístulas, abscessos e obstrução intestinal (ACCIOLY et al., 2009). Diagnóstico: O diagnóstico da DII é baseado na avaliação dos sintomas, exame físico e exames complementares, como endoscopia digestiva (colonoscopia com biópsia), tomografia computadorizada, ressonância magnética e exames laboratoriais (CHEMIN; MURA, 2016). Tratamento: O tratamento da DII tem como objetivo controlar os sintomas, reduzir a inflamação, promover a cicatrização da mucosa gastrointestinal e prevenir complicações. As abordagens terapêuticas incluem medicamentos anti-inflamatórios, como aminossalicilatos, corticosteroides, imunomoduladores e terapias biológicas (PHILIPPI, 2019). Além disso, a terapia nutricional é fundamental para corrigir deficiências nutricionais, melhorar a qualidade de vida e reduzir a necessidade de hospitalização (VAN AANHOLT et al., 2018). Em casos refratários ou com complicações, a cirurgia pode ser indicada (WAITZBERG, 2017). Síndrome do intestino irritável (SII) A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é uma desordem gastrointestinal funcional que afeta o intestino grosso (cólon) e é caracterizada por sintomas crônicos, como dor abdominal, desconforto e alterações no hábito intestinal (diarreia, constipação ou alternância entre ambos) (ROSA; HERMSDORFF, 2020). Fisiopatologia: A fisiopatologia da SII é multifatorial e ainda não completamente compreendida. Envolve alterações na motilidade intestinal, hipersensibilidade visceral, disbiose (desequilíbrio da flora intestinal), inflamação de baixo grau, fatores psicossociais e genéticos, e alterações no eixo cérebro-intestino (CHEMIN; MURA, 2016). 37 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcBhttps://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ Causas: As causas exatas da SII são desconhecidas, mas alguns fatores de risco incluem predisposição genética, histórico de infecções gastrointestinais, estresse psicológico e sensibilidade a certos alimentos (FODMAPs - Fermentable Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides, and Polyols) (BRASIL, 2014). Sintomas: Os sintomas da SII variam entre os indivíduos, mas geralmente incluem dor abdominal, inchaço, flatulência, diarreia, constipação ou alternância entre ambos. Os sintomas costumam ser aliviados com a evacuação e podem piorar após a ingestão de certos alimentos ou durante períodos de estresse (ACCIOLY et al., 2009). Diagnóstico: O diagnóstico da SII é baseado na avaliação clínica, considerando critérios de Roma IV (presença de dor abdominal pelo menos 1 dia por semana nos últimos 3 meses, associada à mudança na frequência ou na forma das fezes), descartando outras doenças que possam causar sintomas semelhantes por meio de exames laboratoriais, endoscópicos e radiológicos, conforme necessário (PHILIPPI, 2019). Tratamento: O tratamento da SII é voltado para o alívio dos sintomas e melhoria da qualidade de vida. Envolve abordagem multidisciplinar, incluindo orientação nutricional (dieta pobre em FODMAPs, aumento da ingestão de fibras, hidratação adequada), uso de medicamentos (antiespasmódicos, laxantes, antidiarreicos, probióticos, antidepressivos), terapia cognitivo-comportamental e técnicas de gerenciamento de estresse (TOLEDO; CASTRO, 2019). O tratamento deve ser individualizado, levando em consideração a gravidade dos sintomas e as características específicas de cada paciente (WAITZBERG, 2017). 38 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 38 7.2) DOENÇAS HEPÁTICAS Hepatites virais Hepatites virais são infecções causadas por vírus que afetam o fígado, levando à inflamação e, em casos mais graves, a cirrose e câncer de fígado (ACCIOLY et al., 2009). Existem cinco tipos principais de hepatites virais: A, B, C, D e E, sendo os tipos B e C os mais comuns e graves (BRASIL, 2014). Fisiopatologia: Os vírus das hepatites se replicam no fígado, causando inflamação e destruição das células hepáticas. A resposta imunológica do organismo contra o vírus também contribui para a inflamação hepática, levando ao dano do fígado e, em casos crônicos, à cirrose e câncer de fígado (ROSA; HERMSDORFF, 2020). Causas: A transmissão dos vírus das hepatites varia de acordo com o tipo: • Hepatite A: transmissão fecal-oral, geralmente através de água ou alimentos contaminados. • Hepatite B: transmissão parenteral (sangue e fluidos corporais), sexual, vertical (mãe- filho) e por compartilhamento de objetos contaminados. • Hepatite C: transmissão parenteral, principalmente por transfusão sanguínea e uso compartilhado de seringas. • Hepatite D: ocorre apenas em indivíduos infectados com o vírus da hepatite B. • Hepatite E: transmissão fecal-oral, semelhante à hepatite A (BRASIL, 2021). 39 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ Sintomas: Muitos casos de hepatites virais são assintomáticos ou apresentam sintomas leves e inespecíficos, como fadiga, náuseas, perda de apetite e febre baixa. Alguns casos podem evoluir para icterícia (coloração amarelada da pele e olhos), urina escura, fezes claras, dor abdominal e aumento do fígado (hepatomegalia) (CHEMIN; MURA, 2016). Diagnóstico: O diagnóstico das hepatites virais é baseado na história clínica, exame físico e exames laboratoriais, como sorologia (detecção de anticorpos e antígenos) e testes moleculares (detecção de RNA ou DNA viral) específicos para cada tipo de vírus (PHILIPPI, 2019). Tratamento: O tratamento das hepatites virais depende do tipo e da gravidade da infecção: • Hepatite A: geralmente autolimitada, não requer tratamento específico, apenas suporte sintomático e medidas preventivas (vacinação, saneamento básico e higiene pessoal). • Hepatite B: em casos agudos, o tratamento é de suporte; em casos crônicos, pode ser indicado tratamento antiviral (análogos de nucleosídeos ou nucleotídeos, interferon peguilado). Hepatite C: tratamento com antivirais de ação direta (DAAs), geralmente associados em esquemas terapêuticos, que variam de acordo com o genótipo do vírus e o perfil clínico do paciente. • Hepatite D: o tratamento é semelhante ao da hepatite B crônica, com o uso de interferon peguilado. • Hepatite E: geralmente autolimitada, o tratamento é de suporte. Em casos mais graves, especialmente em gestantes, pode ser necessário tratamento antiviral com ribavirina (TOLEDO; CASTRO, 2019). 40 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ 40 Prevenção: A prevenção das hepatites virais inclui medidas como: • Vacinação contra hepatites A e B. • Saneamento básico e práticas de higiene pessoal. • Uso de preservativos durante relações sexuais. • Não compartilhamento de seringas, agulhas e outros objetos cortantes. • Rastreamento e testagem de doadores de sangue e órgãos (BRASIL, 2014). É importante ressaltar que, além do tratamento médico, é fundamental o acompanhamento nutricional para otimizar a recuperação e prevenir complicações em pacientes com hepatites virais. A dieta deve ser balanceada e rica em nutrientes, com especial atenção à ingestão adequada de proteínas e calorias, bem como à restrição de gorduras e sal em casos de cirrose e hipertensão portal (COZZOLINO, 2021; WAITZBERG, 2017). Doença hepática alcoólica Fisiopatologia: A DHA é resultado do consumo excessivo e prolongado de álcool, levando à inflamação, degeneração e necrose do tecido hepático. O etanol e seus metabólitos, como o acetaldeído, causam estresse oxidativo, inflamação e alterações na síntese e degradação de lipídios no fígado (ROSA; HERMSDORFF, 2020). Causas: A principal causa da DHA é o consumo crônico e excessivo de álcool. Sintomas: A DHA pode ser assintomática ou apresentar sintomas como fadiga, dor abdominal, icterícia, febre, ascite, encefalopatia hepática e insuficiência hepática. Diagnóstico: O diagnóstico é feito com base na história clínica, exames de sangue (como enzimas hepáticas, bilirrubina e albumina) e exames de imagem (ultrassonografia, tomografia ou ressonância magnética). Biópsia hepática pode ser realizada em casos específicos (COZZOLINO, 2021). 41 NUTRIÇÃO Kleysiane menezes kleysianemenezes@gmail.com 049.888.592-58 https://concurseirozero1.com.br/home-c/?utm_source=googleads&utm_medium=g&utm_campaign=18355047729&utm_content=143085955804_concurseirozero1&gclid=Cj0KCQiAlKmeBhCkARIsAHy7WVt9m40a9NZ86xpsP6T4ggrLDeEcpGkoeyrcm1AJDByAmzjXZqUKpfIaAlmCEALw_wcB https://www.instagram.com/concurseirozero1_oficial/ Tratamento: O tratamento inclui a abstinência total de álcool, terapia nutricional adequada, medicamentos para aliviar sintomas e complicações, e, em casos graves, transplante de fígado (WAITZBERG, 2017). Esteatohepatite não alcoólica Fisiopatologia:
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