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TUTORIA 03 - M03 - P5 @gabrielholandac OTITE E AMIGDALITE ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Objetivos: ● Compreender a amigdalite, resgatando sua etiologia, fisiopatologia, fatores de risco, quadro clínico e complicações ● Elucidar a otite média, compreendendo sua etiologia, fisiopatologia, fatores de risco, quadro clínico e complicações ● Explicar o diagnóstico da otite e amigdalite ● Discutir o manejo da otite e amigdalite Otite média ● Otite média aguda (OMA) é o surgimento rápido de sinais e sintomas de inflamação do mucoperiósteo da orelha média de etiologia viral ou bacteriana Fatores de risco Fatores ambientais ● IVAS ● Creche e escolas ● Tabagismo passivo ● Uso de chupeta ● Aleitamento materno ● Tamanho familiar, condições socioeconômicas e etc Fatores do indivíduo ● Primeiro episódio de OMA antes dos 6 meses de idade ● Anormalidades craniofaciais ○ Fenda palatina não corrigida, Down e etc ● Predisposição genética ● Alergias ● Refluxo gastroesofágico Etiologia ● Pode ser viral ou bacteriana ● Infecções virais quase sempre são complicadas por infecções bacterianas secundárias ● RN: bacilos gram-negativos ○ E. coli e S. aureus ● Crianças < 14 anos ○ S. pneumoniae, M. catarrhalis, H. influenzae ● Pacientes > 14 anos ○ S. pneumoniae, estreptococos A beta-hemolítico e S. aureus Patogênese ● A tuba auditiva (TA) é o órgão responsável pela ventilação da orelha média ● Durante o repouso encontra-se fechada e se abre pela contração do músculo tensor do véu palatino na deglutição ou bocejo ● A diferença entre a criança e o adulto é a horizontalização da tuba na criança ○ Facilidade maior para progressão de vírus e bactérias da rinofaringe ● OMA geralmente é desencadeada por um processo infeccioso associado a um grau de disfunção da TA e do sistema imunológico ● Geralmente precedida em 3-4 dias por IVAS ○ Vírus agem como copatógenos, predispondo à infecção bacteriana ● Com a progressão e instalação da infecção ocorre o aumento da pressão dentro da orelha média, distendendo a membrana timpânica e causando a dor ○ Edema pelo processo inflamatório e secreção purulenta ● Produção de gases das bactérias pode causar abaulamento inicial de membrana timpânica ○ Mantido pelo acúmulo de secreção purulenta Quadro clínico ● Principal sintoma é otalgia associada à perda auditiva ● Febre, náuseas, vômitos e diarreia ○ Não são específicos para otite se houver IVAS associada ● Lactentes podem apresentar irritabilidade ou dificuldade para dormir Complicações ● Propagação local causando mastoidite aguda, petrosite ou labirintite ● Meningite por disseminação intracraniana ● Abscesso cerebral, empiema subdural, abscesso epidural, trombose do seio lateral e hidrocefalia ● Paralisia facial pode ocorrer se houver extensão para o canal falopiano do nervo facial Diagnóstico ● Sempre diagnosticada pela otoscopia associada à sintomatologia ● Alterações na membrana timpânica (MT) ○ Mudanças de translucidez, forma, cor, vascularização e integridade ● Principal achado é o abaulamento da membrana ● Presença de nível hidroaéreo sugere reabsorção da secreção - melhora do quadro ● A cor vermelha em uma MT pode indicar a fase inicial e viral da OMA ● Alteração de cor (esbranquiçada ou amarelada) é mais sugestiva de OMA bacteriana ● Na MT normal, podem-se observar vasos sanguíneos no cabo do martelo, não deve ser confundido com a vascularização radial da MT sugestiva de um processo inflamatório ● Otorreia no conduto auditivo significa a drenagem espontânea do processo da orelha média Tratamento ● Miringotomia pode ser feita por um especialista ○ Abaulamento da membrana timpânica, principalmente se houver dor grave ou persistente, febre, vômitos ou diarreia ● Analgésicos - dipirona, paracetamol, ibuprofeno ● Adultos ○ Vasoconstritores intranasais - fenilefrina 0,25% 3 gotas 3/3h ○ Descongestionantes sistêmicos - pseudoefedrina 30 - 60 mg VO 6/6h ○ Antihistamínicos - clorfeniramina 4mg VO 6/6h por 7 - 10 dias ● Antibióticos ○ Iniciar imediatamente se < 6 meses, presença de otorréia, sintomas graves, acometimento bilateral ou OMA recidivante (≥ 4 episódios em 6 meses) ○ Se gravidade menor deve-se acompanhar por 48 - 72h e tratar com antibiótico se não houver nenhuma melhora Faringoamigdalite ● Infecção aguda da faringe, tonsilas ou ambas Etiologia ● Costuma ser viral, geralmente causa por vírus do resfriado comum ○ Adenovírus, rinovírus, influenza, coronavírus e vírus sincicial respiratório ○ Menos comuns: EBV, HSV, CMV e HIV ● Causa bacteriana em 30% dos pacientes ○ Estreptococo beta-hemolítico A (SBHGA), S. aureus, S. pneumoniae, M. pneumoniae e C. pneumoniae ○ Causas raras: coqueluche, fusobacterium, difteria, sífilis e gonorreia ○ SBHGA ocorre mais frequentemente entre 5 - 15 anos, sendo raro antes dos 3 anos Quadro clínico ● Dor ao deglutir, podendo ser sentida nas orelhas ○ Crianças muito novas não se queixam da dor, mas se recusam a comer devido à dor ● Febre alta, cefaléia, mal-estar, indisposição GI, halitose e voz abafada ● Tonsilas se apresentam edemaciadas e hiperêmicas, associada ou não a exsudato purulento e saburra na língua Complicações ● Complicações supurativas locais ○ Abscesso peritonsilar e celulite ● Glomerulonefrite ● Febre reumática ○ Complicação inflamatória aguda, não supurativa da infecção faríngea por estreptococos do grupo A ○ Causando combinações de artrites, cardites, nódulos subcutâneos, eritema marginado e coreia de sydenham ○ O diagnóstico baseia-se na aplicação dos critérios modificados de Jones relacionados com dados de história, exame e testes laboratoriais ○ O tratamento inclui ácido acetilsalicílico ou outros anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), corticoides durante cardites graves e antimicrobianos para erradicar infecção estreptocócica residual e prevenir a reinfecção Diagnóstico ● Avaliação clínica ● Teste rápido para descartar SBHGA ● Coriza e tosse geralmente indicam causa viral e placas nas tonsilas sugerem bacteriana ● Critérios de Centor modificado para uso de ATB - paciente com 2 ou mais critérios são testados ou tratados empiricamente com ATB ○ História da febre ○ Exsudatos tonsilares ○ Ausência de tosse ○ Linfadenopatia cervical anterior dolorosa ● Mononucleose infecciosa é sugerida por adenopatia cervical ou generalizada posterior, hepatoesplenomegalia, fadiga e mal-estar por > 1 semana; petéquias no palato mole e exsudato tonsilar espesso Tratamento ● Gargarejo com água e H2O2 1:1 ● Tratamentos de suporte são hidratação e repouso ● Analgésicos sistêmicos ou tópicos ○ Pastilhas e sprays - benzocaína, fenol, lidocaína ○ Dipirona, paracetamol ● AINES sistêmicos ○ Nimesulida 100mg 12/12h ● Corticoides ○ Dexa 10mg IM ● Antibioticoterapia ○ Penicilina V 250 - 500mg VO 2x/dia/10d - se SBHGA ■ <27kg = 250mg, >27kg = 500mg ○ Amoxicilina + clavulanato - 500/125 mg 8/8h/10d ■ Crianças 18,75 mg/kg duas vezes ao dia ○ Deve ser interrompido se as culturas forem negativas Tonsilectomia ● Considera se houver tonsilite recorrente por SBHGA ○ > 6 ep/ano, > 4 ep/ano por 2 anos ou >3 ep/ano por 3 anos ○ Infecção aguda grave e resistente a ATB https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/herpes-v%C3%ADrus/mononucleose-infecciosa
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