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Habilidades Médicas | Dr Matheus Guelssi Casos clínicos da simulação Casos clínicos das aulas do Dr Matheus. CASO 01 - teve 2x esse cenário Masculino, 68 anos, admitido na emergência com rebaixamento do nível da consciência, tem DM e HAS, não sabe referir os remédios que toma; está passando mal há 1 hora. Queixa-se demal estar e escurecimento da vista. Conduta: Anamnese: Toma remédio para DM? Comeu hoje? Tomou remédio da pressão? Tem alguma outra comorbidade? Toma algum outro remédio? Há quanto tempo está assim? Tem alergia a alguma coisa ou medicação? Teve alguma infecção recente? Teve vômito? Diarreia? Exame físico → crânio caudal 1- Cabeça - Ver pupilas, mucosa, se abre o olho, se está consciente ( pergunta se ele sabe onde está, que dia que é hoje), assim já vemos a resposta verbal 2-Tronco - Pede para o paciente apertar a mão (resposta motora). Ausculta pulmonar, cardíaca, abdominal, percussão, estímulo de dor no tórax, abdome, ver a pele 3-MMII - Ver se paciente levanta as duas pernas Ao exame físico: - Pele fria, pálida, sem estar pegajosa - SatO2: 93% (poderia colocar um cateter nasal) - PA: 90/60 mmHg - Glicemia capilar: 30 - Taquicárdico - Sem alteração de força e motora HD: hipoglicemia MANEJO -Paciente consciente → comida (suco de laranja, água com açúcar) -Paciente inconsciente → glicose 50% EV em bolus → máximo 5 ampola ( +- 20-40ml) -Avaliar de 5 em 5min com HGT - Depois das ampolas, posso fazer soro glicosado ao invés de SF -Vai avaliando o glasgow -Se saturação abaixar colocar Oxigênio Exames que poderiam ser solicitados -Hemograma, PCR, eletrólitos, Função hepática, cortisol, TSH, GH, Insulina → SEMPRE PEDIR HGT para todos os pacientes!!! → Além da hipoglicemia, o que pode causar rebaixamento? - intoxicação, diarreia, vômito, desidratação, infecção, queda, AVC (ver se o paciente tem força igual) → Hipoglicemia em paciente que usa sulfonilureia → precisa ficar em observação por 16-72h - Em caso que faz uso de dose maior do que o indicado, fazer carta para UBS para analisar a dose de insulina - Pacientes com aperto no peito, fraqueza, cefaleia, sudorese, etc → pensar em ansiedade também; CASO 02 Paciente estava almoçando e engasgou; chamou o SAMU. Antes o paciente estava tossindo e agora parou de tossir. HD: OVACE MANEJO - Pede para paciente tossir forte - Pede para abrir a boca e vê se tem algo obstruindo - Realizar a manobra de Heimlich → punho cerrado em J, debaixo pra cima (FAZ 5X A MANOBRA e observa como o paciente está; se continua igual, consciente, faz + 5x e assim por diante Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 1 Habilidades Médicas | Dr Matheus Guelssi - Se o paciente perder a consciência é que ainda está obstruído, precisa começar a compressão torácica → pegar laringo e tentar retirar com uma pinça - Hiperinsuflação também ajuda a desobstruir - Lembrar de não colocar a mão dentro da boca do paciente!!! - Se parar realizar OIT ou Crico No dia do caso clínico, não conseguiram desengasgar, evoluiu com PCR!!! CASO 03 - teve 2x esse cenário Masculino, 35 anos, veio de SAMU por causa de um acidente moto-anteparo, foi encontrado consciente, longe da moto com o capacete ainda. Chegou em prancha rígida e com colar cervical. No APH fizeram 1000mL de SF EV rápido Anamnese e exame físico: - Iniciar perguntando o nome completo, o dia, ano, se sabe onde está → paciente respondeu tudo! - Dor no peito e na nuca, não sente as pernas. - Pele fria e pegajosa, TEC lentificado - Diminuição da força em ambos os lados de MMSS, não conseguiu apertar as mãos - Não consegue elevar os braços para localizar a dor - Expansibilidade e percussão normal e simétrica - Escoriações em braços e inframamário direito - Paciente agitado →lembrar de tentar acalmar ele - Nega alergias - Hematoma em nível de T4 no dorso - FAST → negativo → nenhum sangramento → descartou choque hemorrágico - FC: 37 - PA: 70/50 mmHg - SatO2 88% e foi baixando ao longo do cenário - T: 34,3ºC - Taquipneico Exame complementar - Hb: 15 - Ht: 43,6 Hemograma normal → a partir daqui desconsiderou choque hipovolêmico HD: choque neurogênico MANEJO → ABCDE do trauma - A- paciente estava conversando - B- inspeção do tórax, expansibilidade, simétrica, palpação, ausculta e percussão - C- TEC, pele; pode fazer o FAST nesse momento, e nesse caso, seria mais interessante fazer o e-FAST; solicitar um hemograma também; sonda vesical; - D- avaliou a sensibilidade; quando viro o paciente posso aproveitar e fazer o toque retal - E- tirar as roupas, expor o paciente; mobilização em bloco se necessário; lembrar de olhar dorso do paciente - 2 acessos periféricos calibrosos - Atropina → vai parar o parassimpático ( 0,1 - 1 mg/kg até 2mg/kg) - pode ser repetida a cada 5-10 minutos (atropina em BIC só é feita depois que em bolus não fez efeito) - NOR → para aumentar a resistência; teoricamente precisa ser feita em acesso venoso central em BIC, mas em emergências, acaba sendo feita em acesso periférico (pode fazer necrose, flebite); - Volume → é atropina, NOR e volume concomitantemente, não é pra fazer um e esperar pra ver o resultado! - Dopamina (efeito inotrópico) - ajuda quando a NOR vai aumentando muito a dose; só coloca dopa quando atropina está em dose teto - Cateter nasal no máximo 5L ou máscara 15L (melhor começar com amáscara e ir diminuindo os litros depois se necessário) - TC de corpo todo - após o paciente estar estabilizado - Neurocirurgia Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 2 Habilidades Médicas | Dr Matheus Guelssi OBS - Primeiro HD do paciente com trauma é o choque hipovolêmico → FAST negativo afasta um pouco essa hipótese - Paciente não tem resistência periférica! → Só fico com o parassimpático, por isso PA baixa, a FC baixa e a temperatura não melhora - Posso tirar o colar, para avaliar a cervical, mas a minha mão tem que fazer a função do colar para estabilizar; sinal da tecla: provável fratura de processo espinhoso - Fratura de corpo vertebral só com TC - ATLS 10: paciente consciente, sem dor, orientado, glasgow 15, sem sinal da tecla de piano → posso tirar o colar (um profissional treinado e não sou eu um estudante de medicina que decido tirar o colar) - Consigo fazer IOT com o colar; se estiver difícil, tiro o colar e uso a mão para estabilizar, mas não faço hiperextensão, faço a IOT e depois coloco novamente o colar - Lembrar que na PCR eu uso o ambu; se tiver no ventilador, tira e ambuza; 2 vent a cada 6 segundos nesse caso - Lesão em nível de T4: pega diafragma; no início o paciente chega um pouco melhor e vai evoluindo, por conta do edemamedular difuso da lesão - Paciente com traumamedular acima de C3 ele geralmente chega mais rebaixado e pior - Paciente com traumamedular de cervical, provavelmente não estaria sentindo nada do tórax - Recomenda-se evitar o uso de bloqueadores neuromusculares (succinil, etc) para intubar, porque vai paralisar o diafragma e como tem lesão na coluna (T4) ele vai parar de respirar - Se ele não estabilizar, precisa intubar porque o diafragma pode parar. - No dia da simulação, fizeram no total 3000 mL de soro → paciente encharcou → fez turgência jugular e começou a crepitar. Lembrar sempre de considerar o volume feito no APH - Esse choque ocorre geralmente em vítimas de TCE grave e lesão na medula acima de T6 onde baixa a RVP e altera o tônus vagal - PAM alvo para considerar o paciente estabilizado +/- 75 - Eu vou tratar o choque neurogênico, quem vai tratar a causa do choque neurogênico é o neurologista; CASO 04 Masculino, 58 anos, com queixa de dor de cabeça desde que acordou. Enquanto aguardava atendimento sentiu uma dor de cabeça muito forte, caiu no chão e passou a apresentar salivação excessiva, mordedura de língua, além de olhos abertos com desvio e tremores generalizados. O quadro durou 2 minutos, com reversão espontânea. Após isso, foi encaminhado para emergência. Anamnese e exame físico - Já sentiu isso antes → teve uma queda da própria altura há 2 dias atrás → TCE leve - Nega comorbidades e uso de medicações - Iniciou outra crise tônico clônica - SatO2: 95%→ abaixou ao longo do cenário - FC: 120 - PA 90/60mmHg - Não conseguiram pegar acesso venoso no paciente - Pupilas isocóricas fotorreagentes - Paciente agitado Exames complementares - hemograma: normal - PCR: normal - gaso: não saiu resultado a tempo - eletrólitos: normal HD: crise convulsiva → hematoma subdural?, edema cerebral?, HIC? acidose respiratória (hipernatremia)? MANEJO Medicações para convulsão: - Midazolam IM (se ainda não tiver acesso) - Diazepam EV 0,2/kg lento - Fenitoína 20mg/kg em bolus; se tiver BIC 50mg/min -Se nao funcionar com fenitoína → prepara para IOT - Foi feito máscara O2; 15 litros - Após estabilizar → TC Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 3 Habilidades Médicas | Dr Matheus Guelssi Exames: -Solicitar HGT!!!! OBS - após diazepam emidazolam não tem como avaliar muito a consciência do paciente, porque ele rebaixa muito - mal epiléptico: crise que dura 5 minutos sem parar ou 30 minutos desde que ele não recobre o nível da consciência CASO 05 Feminino, 20 anos, apresenta dor no estômago do tipo cólica, mal estar geral e dispneia. Estava comendo frutos do mar quando passou mal. Anamnese e exame físico (Já teve isso antes? Começou depois de comer? Estava bem antes de começar a comer? Como está a boca, a pele? Tem edema, vermelhidão? Pele tá fria e pegajosa?) - Nunca tinha comido frutos do mar antes - Rubor facial, boca inchada, sensação de garganta fechada - Pele fria, cianótica, TEC lentificado, pálida - Apresenta erupção cutânea emMMSS - Não conseguiu ir ao banheiro - Dor 7/10, nega irradiação - Ausculta pulmonar: estridor difuso alto - Toma ACO - FC: 128 → 133 → 140 - SatO2: 88% → 84% - PA: 79/70 mmHg HD: choque anafilático MANEJO: - Oxigênio 15L - máscara alto fluxo - porque o paciente está instável, e aí vou diminuindo conformemelhora - Pedir 2 acessos venoso calibroso Medicações: - Adrenalina ( 1º escolha) 0,3-0,5 mg EV - para melhorar PA, FC, SAT , porque adrenalina é simpatomimética; na vida, faz-se 1 ampola e não tem teto máximo, mas preciso perceber quando entro em um choque refratário; se não conseguir um acesso, faz IM - Espera de 5-15 minuto e vê se melhora, se não - administrar a 2ª dose de adrenalina e depois de 5-15 min a 3ª dose de adrenalina - Volume: 1000ml EV rápido para melhorar PA; expansão volêmica 30ml/kg → Adrenalina é a primeira linha; segunda linha temos anti-histamínico (fenergan/prometazina- 50mg EV; histamin); corticóide sistêmico (hidrocortisona e metilprednisolona); broncodilatador ( fenoterol 5gts - para paciente grave-, ou salbutamol é o mais usado nesses casos) OBS - Choque anafilático é um tipo de choque distributivo → vasodilata → abaixa PA e aumenta FC - Choque anafilático evolui muito rápido, mas também responde rápido ao tratamento, de maneira geral - No choque anafilático, o que mais causa sintoma é a vasodilatação (faz angioedema e diminui PA) e o broncoespasmo → troca gasosa fica prejudicada - Se for choque refratário → ADR em BIC, sulfato de magnésio ou nora - Se não melhorar→ intubar - Lembrar sempre de reavaliar a cada conduta → lembrar de reavaliar VA - Sempre fazer ABCDE - Brônquio da paciente estava fechado por causa da reação alérgica → o que resolve de verdade isso é a adrenalina - Adrenalina foi diminuindo o estridor, ele não chegou a sumir - Fenergan melhora a coceira Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 4 Habilidades Médicas | Dr Matheus Guelssi CASO 06 Masculino, 35 anos, com desconforto respiratório, vítima de um TCE grave, trauma auto-moto, está internado desde domingo, está intubado; teve pneumonia associada à ventilação mecânica. Está em uso de Ceftriaxona há 1 dia. Em uso de NOR, fentanil e midazolam; Anamnese e exame físico - Negou tabagismo e comorbidades anteriormente - Febril - Sem edema MMII - Ausculta cardíaca normal - Usando musculatura acessória - Percussão pulmonar normal - MV diminuído e com roncos → indica secreção - Má perfusão, cianose de periferia - Verificado se tinha escape do ventilador - FC: 118 - FR: 39 - PA: 122/84 mmHg - Sat: 86% (foi diminuindo ao longo da simulação) Exames complementares - Hemograma: leucócitos 16k - Gaso: PCO2: 57; pH: 7,3 - Lactato: 15 - PCR: 90 - HD: tubo obstruído, tubo seletivo? , intubação esofágica? MANEJO - Nunca confiar na intubação de alguém, sempre checar! - Aspira e vê se vem secreção - Troca o tubo se a aspiração não resolveu → lembrar de pré-ventilar com ambu esse paciente enquanto pega um novo tubo - Manter ATB - Poderia colher cultura do tubo em caso de ATB empírica OBS - Não precisa necessariamente trocar o tubo, às vezes uma aspiração resolve - PA está normal por conta da droga vasoativa - Não precisa trocar o ATB Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 5