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05/12/2022 11:09 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=3FG75hetzY%2fv4aBdFyWBXw%3d%3d&l=q4CTmWnPOb1dkXbyZ4Qr8w%3d%3d&lc=X… 1/15 Seja bem-vindo ao nosso Roteiro de Estudos da disciplina de Legislação e Rotinas Trabalhistas, com foco na preparação de pro�ssionais quali�cados para trabalharem com situações práticas que envolvam rotinas trabalhistas adequadas à legislação vigente. Isso signi�ca, portanto, preparar pro�ssionais para que se insiram dentro de determinada dinâmica empresarial e tenham aptidão para adequá-la às leis e aos regulamentos vigentes e que se relacionem com a atividade empresarial gerida. Nesse sentido, a abordagem que será empregada busca trazer uma aproximação do estudante com a teoria e sua aplicabilidade em cenários reais, tanto extrajudiciais quanto judiciais, que envolvam a legislação trabalhista. Caro(a) estudante, ao ler este roteiro, você vai: entender aspectos importantes sobre a Reforma Trabalhista; analisar os principais tópicos sobre legislação trabalhista na relação de emprego; estudar a gestão empresarial e as leis trabalhistas; conhecer as vertentes de atuação do advogado no Direito do Trabalho; analisar a organização e o funcionamento da Justiça do Trabalho; estudar sobre o assédio moral; conhecer pontos relevantes sobre benefícios previdenciários. Legislação e Rotinas Trabalhistas Roteiro de Roteiro de EstudosEstudos Autor: Me. Guilherme Pavan Machado Revisor: Ma. Vivian Cristina Konigame 05/12/2022 11:09 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=3FG75hetzY%2fv4aBdFyWBXw%3d%3d&l=q4CTmWnPOb1dkXbyZ4Qr8w%3d%3d&lc=X… 2/15 Introdução O Direito do Trabalho sofreu sérias mudanças com a vigência da Reforma Trabalhista, emblemada na Lei nº 13.467/2017 (BRASIL, 2017), tanto em questões materiais quanto processuais. Isso signi�ca dizer, portanto, que as mudanças sofridas impactam as relações de emprego e as empresas, assim como a atuação dos advogados no desempenho do seu ofício. Nesse sentido, são frequentes a necessidade de atualização e o aperfeiçoamento na legislação trabalhista, haja vista o emaranhado de alterações que surgiu a partir da Reforma. Esta disciplina, portanto, tem como um dos seus objetivos demonstrar rotinas trabalhistas adequadas a partir da Lei nº 13.467/2017, além de buscar capacitar o estudante para uma atuação extrajudicial e judicial, seja ela em favor do empregador ou do empregado, em Direito do Trabalho. Visitaremos importantes temas atrelados à gestão empresarial, à visão do trabalhador e à atuação dos pro�ssionais da gestão de pessoas e dos advogados nesses cenários de divergências trabalhistas, permitindo compreender as medidas mais adequadas de serem adotadas à luz da legalidade. A Reforma Trabalhista e a CLT A discussão sobre a Reforma Trabalhista tomou grandes arenas de debates no Brasil, sendo a política, jurídica, econômica, social e tantas outras possíveis. As alterações propostas ainda no projeto de lei foram cruci�cadas por empregados e aplaudidas por empregadores. Os debates polarizados são um importante marco para o direito brasileiro no direito do trabalho. A Reforma Trabalhista, simbolizada pela Lei nº 13.467/2017, trouxe inúmeras alterações para o Decreto nº 5.452/1943, alterando aspectos da dinâmica empresarial em relação aos direitos trabalhistas. Recentemente, a Lei da Liberdade Econômica também trouxe novas modi�cações para a Consolidação das Leis Trabalhistas. Buscando atribuir um viés prático para nosso estudo, serão apresentadas, a seguir, as principais mudanças operadas pela Reforma Trabalhista, as quais, de certa forma, implicam nos trabalhadores e nas empresas. Uma das mudanças signi�cativas diz respeito às horas in itinere . As horas in itinere são consideradas aquelas de que o trabalhador despende para se deslocar até a empresa, cumpridos alguns requisitos dispostos na Súmula 90 do TST (BRASIL, 2005), como transporte fornecido pela empresa e incompatibilidade de horários de coletivo público com linha até o local de trabalho. 05/12/2022 11:09 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=3FG75hetzY%2fv4aBdFyWBXw%3d%3d&l=q4CTmWnPOb1dkXbyZ4Qr8w%3d%3d&lc=X… 3/15 HORAS “IN ITINERE”. TEMPO DE SERVIÇO I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e para o seu retorno é computável na jornada de trabalho. II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do empregado e os do transporte público regular é circunstância que também gera o direito às horas “in itinere”. III - A mera insu�ciência de transporte público não enseja o pagamento de horas “in itinere”. IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em condução da empresa, as horas “in itinere” remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado pelo transporte público. V - Considerando que as horas “in itinere” são computáveis na jornada de trabalho, o tempo que extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo (BRASIL, 2005, on- line ). Com a vigência da Lei nº 13.467/2017, as horas in itinere não existem mais no ordenamento brasileiro, e não será remunerado o deslocamento fornecido pelo empregador, quando houver incompatibilidade de horário de coletivo urbano com a jornada de trabalho, bem como o local do labor for de difícil acesso. Há uma grande discussão no cenário jurídico sobre a aplicabilidade das disposições da Lei nº 13.467/2017 a contratos em curso quando da sua vigência em 11/11/2017, isso porque há uma corrente jurisprudencial que entende que as alterações devem ser aplicadas de imediato. Ainda com relação à jornada de trabalho, a Constituição Federal, em seu Art. 7º, a�rma a impossibilidade de exceder 8 horas diárias e 44 semanais, e a CLT repercute esse entendimento. Aqui, podemos abordar, também, a questão da hora reduzida, pois, como o próprio nome já diz, ela não equivale a uma hora normal de trabalho, que possui 60 minutos. Ela pode ocorrer em horário noturno, entre 22 horas e 5 horas da manhã; tratando-se de trabalho mais penoso e menos bené�co à saúde do trabalhador, merece redução da hora normal para 52 minutos e 30 segundos. O tempo de descanso é previsto em lei para casos em que se excedam as 6 horas diárias; esse tempo de ócio é de no mínimo 1 hora e no máximo 2. A interjornada é o intervalo que é concedido ao empregado durante a jornada de trabalho diária, de modo que ele possa ter um repouso adequado. Aproveitando o ensejo, podemos abordar aqui o adicional noturno, que é calculado, geralmente, em torno de 20% do valor da hora diurna. Ele é devido aos trabalhadores que possuem sua jornada noturna, entre 22 horas e 5 horas da manhã. 05/12/2022 11:09 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=3FG75hetzY%2fv4aBdFyWBXw%3d%3d&l=q4CTmWnPOb1dkXbyZ4Qr8w%3d%3d&lc=X… 4/15 Outra corrente, por sua vez, entende que esses contratos em curso durante o termo inicial de vigência da Reforma constituem atos jurídicos perfeitos, devendo ser aplicável a lei antiga. Por certo, não há uma posição uníssona sobre essa questão. A terceirização também foi um dos pontos controvertidos nas discussões pré-promulgação da Lei nº 13.467/2017, pois, antigamente, a terceirização era permitida apenas nas atividades-meio da empresa, não sendo possível terceirizar as suas atividades-�m. A título exempli�cativo, uma faculdade poderia terceirizar serviços de limpeza para suas dependências, mas não teria essa liberdade para terceirizar docentes. A reforma trabalhista determinou a possibilidade de terceirização de toda e qualquer atividade da empresa, inclusive àquelas relacionadas as suas atividades principais, com o objetivo de estancar essas inúmeras discussões e se adequar melhor à realidade. De agora em diante, por exemplo, uma escola poderá terceirizarseu corpo docente (atividade-�m de instituição de ensino) sem risco (PIPEK; DUTRA; MAGANO, 2017, p. 12). Ainda, Pipek, Dutra e Magano (2017) asseveram que, como analgésico da possibilidade de terceirização da atividade-�m, a lei assegura vantagens e condições iguais aos fornecidos aos empregados da tomadora, como direito à mesma alimentação. É imprescindível que o pro�ssional que atua nas rotinas trabalhistas esteja adequado à legislação vigente, e isso envolve conhecimentos de questões relacionadas a pagamento de salários, regimes de compensação de jornada e horas extras, dentre outros encargos trabalhistas aos quais a empresa deve prestar muita atenção. Outras alterações também puderam ser sentidas pelos pro�ssionais que possuem contato direto com a dinâmica empresarial, principalmente com relação às rotinas trabalhistas. Torna- se necessária, portanto, a busca constante de atualização na legislação, com o objetivo de adequar as práticas internas adotadas pela empresa em relação às nuances trabalhistas, evitando a presença de desconformidades legais e possíveis prejuízos. 05/12/2022 11:09 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=3FG75hetzY%2fv4aBdFyWBXw%3d%3d&l=q4CTmWnPOb1dkXbyZ4Qr8w%3d%3d&lc=X… 5/15 Contratação e Demissão A contratação e despedida/demissão constituem, de regra, os dois grandes eventos que marcam o início e o �m de uma relação de emprego, motivo pelo qual assume importância abordar aspectos interligados com esses dois institutos. Se quisermos conceituar contratação, podemos fazê-lo a�rmando que se trata da manifestação de vontade da empresa e do trabalhador em estabelecer uma relação contratual. Esse contrato, por sua vez, pode contemplar inúmeros aspectos; por exemplo, cargo, jornada de trabalho, remuneração e modo de desempenho do trabalho. A despedida, por sua vez, constitui em vontade do empregador em encerrar a relação contratual, podendo se dar com ou sem justa causa. Falamos em demissão, portanto, quando a vontade de sair da empresa parte do empregado. Popularmente, essa distinção é pouco usual, mas esses são os termos corretos para cada uma das modalidades de desligamento. LIVRO Reforma Trabalhista Autores : Arnaldo Pipek, Alexandre Lauria Dutra e Isabella Magano Editora : Blucher Ano : 2017 Comentário : A obra aborda a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), promulgada pelo presidente Getúlio Vargas em 1943, e explica de que maneira as alterações trazidas pela Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, conhecida como Lei da Reforma Trabalhista – apresentadas e analisadas neste livro –, foram, sem nenhuma dúvida, as mais signi�cativas e alinhadas com as necessidades de uma sociedade sedenta pela geração de novos empregos em uma economia global. Esse título está disponível na Minha Biblioteca Ânima. 05/12/2022 11:09 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=3FG75hetzY%2fv4aBdFyWBXw%3d%3d&l=q4CTmWnPOb1dkXbyZ4Qr8w%3d%3d&lc=X… 6/15 Falaremos, a seguir, de principais aspectos relacionados à contratação e ao encerramento do contrato de trabalho, com o objetivo de destacar as principais nuances. Iniciemos com a contratação. Comumente, falamos que o contrato de trabalho de determinada pessoa é “celetista”, e isso signi�ca a�rmar que é regulamentado pela CLT (BRASIL, 1943), pela legislação trabalhista, portanto. Nesse sentido, o modo de contratação para início de uma relação de emprego é aquele por tempo indeterminado, para ocupar determinada função na empresa, com remuneração mensal estabelecida e, na maioria das vezes, uma jornada de trabalho predeterminada. Uma inovação trazida pela Reforma Trabalhista nesse aspecto foi a inclusão das modalidades de trabalho intermitente e trabalho home o�ce . A primeira é considerada o trabalho prestado ao empregador, com subordinação, de maneira não contínua, e com a alternância de períodos sem atividades, podendo ser horas, dias ou meses. Na verdade, o empregador �rma contrato com o empregado para trabalho intermitente e o convoca quando necessita dos seus serviços. Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente. § 3º Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria (BRASIL, 1943, on-line ). O trabalho home o�ce , como o próprio nome já aponta, é a modalidade de contrato na qual o empregado realiza suas atividades em casa, na sua residência. A CLT dispõe sobre esse contrato no art. 75-A e seguintes, e o denomina de teletrabalho. Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo. Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar expressamente do contrato individual de trabalho, que especi�cará as atividades que serão realizadas pelo empregado (BRASIL, 1943, on-line ). Essa modalidade de contrato �rmado se conecta muito com a realidade vivenciada pelo mercado hoje, cada vez com mais experts em tecnologia, programação e codi�cação que costumam trabalhar em horários diversi�cados, muitos durante a noite. 05/12/2022 11:09 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=3FG75hetzY%2fv4aBdFyWBXw%3d%3d&l=q4CTmWnPOb1dkXbyZ4Qr8w%3d%3d&lc=X… 7/15 Podemos abordar aqui os contratos de experiência, que são tratados no Art. 445 da CLT. Eles se constituem em modalidade por prazo determinado, com período máximo de vigência de 90 dias, podendo haver prorrogações dentro desse limite. Essas são algumas modalidades de contratação a que o empregador, empregado e advogados devem estar muito atentos, principalmente nos requisitos a elas intrínsecos. No tocante ao encerramento do contrato de trabalho, podemos citar, principalmente, três modalidades: despedida sem justa causa; despedida com justa causa; e demissão a pedido do empregado. O Art. 482 da CLT é quem expressa os motivos para se realizar demissões por justa causa, são alguns deles: prática constante de jogos de azar; abandono de emprego; desídia no desempenho das respectivas funções. Nas demissões sem justa causa, o trabalhador tem direito ao recebimento das férias proporcionais com acréscimo do terço constitucional, aviso prévio, 13º salário proporcional, recolhimento do FGTS sobre o valor da rescisão, bem como a multa de 40% sobre o saldo da conta do FGTS vinculada ao empregador. Porém, independentemente do tipo de rescisão, o prazo para pagamento das verbas rescisórias está previsto no Art. 477, § 6º, da CLT, sendo de dez dias a contar do término do contrato. Com relação ao aviso prévio, ele é regulamentado pela CLT, e para aqueles trabalhadores que tenham mais que 12 meses de contrato de trabalho, ele equivale a 30 dias, conforme o Art. 487, § 3º, da CLT. Vale apontar a existência de leis especí�cas que acrescem dias ao aviso prévio, de acordo com o tempo de vigência do contrato de trabalho rescindido. Há, no arcabouço jurídico, duas modalidades de aviso prévio: trabalhado, em que o empregado efetivamente trabalha os dias do aviso; indenizado, em que o trabalhador informa que deseja o desligamento imediato, indenizando a empresa na quantidade de dias que deveria cumprir de aviso prévio. Ademais, é importante nos atentarmos para recentes mudanças e novidades em relação à rescisão contratual. Foram regulamentados, por exemplo, os Planos de Demissão Voluntária (PDV) e os Planos de Demissão Incentivada (PDI), bem como foi extinta a obrigação de homologaçãosindical das rescisões de contrato de trabalho. Ainda, existe a possibilidade de rescisão por mútuo acordo, em que há a possibilidade de pagamento de aviso prévio e a multa de FGTS em montante inferior a 40%, além de permitir que o trabalhador movimente grande parte dos valores das suas contas do fundo de garantia. É necessário apontar, ademais, um fenômeno que vem ocorrendo muito em relação às rotinas trabalhistas, que é a celebração de contratação de trabalhador mediante pessoa jurídica, buscando burlar o pagamento dos encargos trabalhistas relacionados à relação de emprego. Nesse sentido, há uma possibilidade de descaracterização do contrato realizado com pessoa jurídica, caso presentes os requisitos para reconhecimento do vínculo de emprego. E, nessa 05/12/2022 11:09 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=3FG75hetzY%2fv4aBdFyWBXw%3d%3d&l=q4CTmWnPOb1dkXbyZ4Qr8w%3d%3d&lc=X… 8/15 hipótese, haveria a necessidade de pagar os encargos não quitados durante a contratualidade e outras verbas. A título de conclusão do tópico, é crucial que se conheçam as modalidades de contratação e rescisão do contrato de trabalho tanto pelo empregador quanto pelo empregado e advogado, possibilitando maiores oportunidades, economias e até mesmo lucros. Por �m, para que seja reconhecido o vínculo de emprego, é necessário que os itens do Art. 3º da CLT sejam atendidos: subordinação, não eventualidade, pessoa física, onerosidade e pessoalidade. O Descumprimento das Leis Trabalhistas pelas Empresas Não raras vezes, a CLT é descumprida pelos empregadores, o que pode implicar consequências que podem ser prejudiciais para a continuidade dos serviços comercializados. A atuação das empresas, especialmente em matéria trabalhista, cada vez tem ganhado mais importância no atual cenário mundial. Na verdade, boas práticas na gestão com os trabalhadores têm outorgado à empresa um “certi�cado” que abre portas para negociação com fornecedores e parceiros comerciais. Ao contrário, inobservância de padrões legais e éticos com a legislação trabalhista tem levado empresas ao encerramento das atividades, aplicação de multas milionárias e até mesmo à perda de oportunidades e novos negócios no mercado econômico mundial. A gestão adequada das empresas no que toca às rotinas e legislação trabalhista é obrigação que se impõe. Um exemplo latente é o Decreto nº 9.571/2018 (BRASIL, 2018), que institui Diretrizes Nacionais para Empresas e Direitos Humanos. Essa lei estabelece uma série de normativas que as empresas de médio e grande porte devem observar no desempenho das suas atividades diárias, e muitas delas relacionadas com o trato dos seus funcionários em acordo com os direitos humanos. São muitas as consequências da não observância da legislação trabalhista e outras regulamentações, como as Normas Regulamentadoras, nas relações de trabalho, que podem impactar signi�cativamente a gestão empresarial com risco alto de passivos �nanceiros. Você já deve ter contato com empresas que assinaram Termos de Ajustamento de Conduta ou que foram autuadas e necessitam pagar multas para a União, devido a alguma irregularidade aferida. 05/12/2022 11:09 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=3FG75hetzY%2fv4aBdFyWBXw%3d%3d&l=q4CTmWnPOb1dkXbyZ4Qr8w%3d%3d&lc=X… 9/15 Mais frequentemente, ainda, visualizamos o ingresso de demandas judiciais pelos trabalhadores, para requererem seus direitos não observados na relação de emprego mantida; por exemplo, adicional de insalubridade, horas extras, equiparação salarial e tantos outros. Com relação à insalubridade, vale ressaltar que, conforme o Art. 191 da CLT, em casos em que a empresa fornece equipamentos para neutralizar exposições a agentes insalubres, não se faz necessário o pagamento desse adicional. Já com relação à periculosidade, é o Art. 193 que dispõe sobre isso, como, por exemplo: manuseio de in�amáveis, explosivos ou energia elétrica e atividades de trabalhador em motocicleta. A CLT também aborda as ausências justi�cadas, expressas no Art. 473, que autorizam a saída do trabalhador sem que haja desconto de salário. Exemplos desses eventos são: casamento, falecimento e, quando genitor, nascimento de �lhos. Além da possibilidade de prejuízo �nanceiro à empresa pela não observância da legislação trabalhista, é importante a adoção de boas práticas, com o objetivo de elevá-la a outro patamar no mercado econômico em que está localizada. Os pro�ssionais que atuam com as rotinas empresariais trabalhistas possuem extrema importância para a engrenagem empresarial, uma vez que têm a função de guia para a adoção de práticas e rotinas adequadas à legislação trabalhista e demais leis e regulamentações que se comunicam com o nicho de atuação da empresa. Isso gera para a empresa uma robustez gerencial, pautada em processos de gestão consolidados, que auxiliam o atingimento dos resultados, rentabilidade e diminuição de passivos oriundos da seara trabalhista. 05/12/2022 11:09 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=3FG75hetzY%2fv4aBdFyWBXw%3d%3d&l=q4CTmWnPOb1dkXbyZ4Qr8w%3d%3d&lc=… 10/15 Funcionamento da Justiça do Trabalho Quando o empregador age em desconformidade com os direitos trabalhistas, muitas vezes, é chamado na Justiça do Trabalho para defender-se de ação trabalhista proposta pelo trabalhador. Ademais, a jurisdição trabalhista também é faculdade do empregador, para ter resguardado em relação a alguma rotina trabalhista. Analise a seguinte hipótese: um empregado discorda do valor a receber do seu salário mensal, pois acredita que a sua remuneração seria maior. Após tratativas internas para resolver a questão, não há solução. O empregador, buscando não �car em mora com o pagamento do salário do funcionário, pode ajuizar uma ação para depositar em juízo a remuneração, para que o empregado se manifeste a respeito. É importante que o pro�ssional que atua com rotinas trabalhistas tenha conhecimento da estrutura da Justiça do Trabalho, em eventual demanda judicial. Nesse sentido, a Justiça do LIVRO Conduta Ética Sustentabilidade Autora : Marcia Cristina Gonçalves de Souza Editora : Alta Books Ano : 2018 Comentário : A autora defende que só existe um caminho para inibir a ameaça e melhorar a qualidade de vida no ambiente de trabalho: a educação permanente para a ética. Na obra, Souza explica que para desenvolver a consciência ética, é preciso despertar a mente, aplicar de forma e�caz uma política de consequências justas e avançar na oferta de canais de denúncia e�cientes e con�áveis. Esse título está disponível na Minha Biblioteca Ânima. 05/12/2022 11:09 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=3FG75hetzY%2fv4aBdFyWBXw%3d%3d&l=q4CTmWnPOb1dkXbyZ4Qr8w%3d%3d&lc=X… 11/15 Trabalho é tida como uma Justiça Especializada, com o objetivo de resolver os con�itos que são oriundos de relações de trabalho, além do cumprimento das próprias sentenças que profere. A organização hierárquica da Justiça do Trabalho encontra, no chão da sua pirâmide, as varas do trabalho, conhecidas como primeira instância. Após, hierarquicamente acima, temos os Tribunais Regionais do Trabalho (TRT), que constituem a segunda instância, sendo 24 TRTs hoje no Brasil. E, no topo da pirâmide, está o Tribunal Superior do Trabalho, sendo o órgão supremo dentro da organização da Justiça do Trabalho. Um importante aspecto quando se trata do tema Justiça do Trabalho, mais voltado à área processual, diz respeito às audiências e, na dinâmica desses atos, a �gura do preposto que, muitas vezes, é alguém que conhece as rotinas da empresa e o fato que chegou até a Justiça do Trabalho. O preposto nada mais é que o representante da empresa na audiência; ele será indicado sempre que for a pessoa que possui conhecimento dos fatos do contrato de trabalho do trabalhador que buscou a Justiça do Trabalho, bem como conheça a dinâmica interna empresarial. Valeressaltar que ele não precisa ser empregado da empresa. Neste tópico, vale explicar ainda no que consiste empregado, empregador e serviço. Empregado é toda pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a um empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Por empregador, considera-se a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. E, por �m, por serviço entende-se como o período em que o empregado está à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada. Assédio Moral e a Relação Trabalhista com Benefícios Previdenciários Neste tópico, duas questões serão trabalhadas, sendo a primeira delas relativa ao assédio moral, muitas vezes presente no bojo da empresa, e, posteriormente, outra relacionada aos benefícios previdenciários, com especial atenção ao limbo previdenciário. O assédio moral constitui em uma ofensa à vida íntima, privacidade, honra, imagem e até mesmo aos direitos de personalidade do trabalhador a partir de ato praticado pelo 05/12/2022 11:09 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=3FG75hetzY%2fv4aBdFyWBXw%3d%3d&l=q4CTmWnPOb1dkXbyZ4Qr8w%3d%3d&lc=… 12/15 empregador ou por seu funcionário, causando danos psicológicos e morais à vítima. Signi�ca dizer, portanto, que o assédio moral é um tipo de violência que não gera hematomas ou ferimentos físicos, mas afeta o psicológico do trabalhador, sua saúde mental, seu humor e sua felicidade. Portanto, temos que o assédio moral no trabalho é uma forma de agressão psíquica praticada no ambiente de trabalho, caracterizados pela prática de atos, gestos, palavras, atitudes abusivas e comportamentos humilhantes, degradantes, vexatórios, constrangedores, de maneira sistemática e prolongada, com cristalino intuito discriminatório e perseguidor, cujo objetivo é excluir a vítima da organização empresarial (CARVALHO, 2009, p. 61). Desse modo, o conceito de Carvalho (2009) é esclarecedor para a caracterização do assédio moral, sendo prática muitas vezes desconhecida pelo CEO da empresa. Por isso, é importante que as empresas adotem mecanismos que permitam que os funcionários relatem, inclusive de forma anônima, eventuais agressões que tenham sofrido, para que sejam tomadas providências pelo empregador, evitando, posteriormente, a responsabilização civil. Em relação ao direito previdenciário, um assunto que merece atenção e tem sido pesadelo para os empregadores está no limbo previdenciário, que pode ser caracterizado como o período em que o empregador e o INSS não convergem sobre a aptidão para o trabalho. Em outras palavras, consiste em período em que o trabalhador é liberado pelo INSS para voltar ao trabalho, após cessação de auxílio-doença, e a empresa, por meio do seu exame, detecta inaptidão laborativa. Surge o impasse, portanto, se o trabalhador está ou não está apto para voltar a trabalhar. Essa questão pode suscitar inúmeras dúvidas, tanto na empresa quanto no trabalhador. Os Tribunais do Trabalho têm entendido que o parecer médico do INSS se sobrepõe àquele do médico da empresa, contudo cada situação deve ser avaliada, pois a resposta pode não parecer tão simples assim. O empregador, quando se deparar com situações assim, deve possuir um procedimento interno consolidado, demonstrando uma conduta ativa e colaborativa com o trabalhador, arquivando eventual documentação produzida nesse período. É interessante aos empregadores convocar o empregado que se encontra no limbo previdenciário para dialogar, para realizar novos exames e até para reassumir outra função na empresa que respeite sua condição. 05/12/2022 11:09 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=3FG75hetzY%2fv4aBdFyWBXw%3d%3d&l=q4CTmWnPOb1dkXbyZ4Qr8w%3d%3d&lc=… 13/15 Conclusão Este Roteiro de Estudos foi organizado para que você, estudante, consiga visualizar as principais nuances da legislação trabalhista, relacionadas à gestão empresarial e à sua atuação pro�ssional. Abordamos, durante nosso estudo, importantes rotinas trabalhistas comuns a inúmeras empresas, e a importância da sua adequação à legislação vigente. Importante destacar que, a partir das alterações promovidas em 2017 na legislação trabalhista, necessário se faz observar as particularidades relacionadas à CLT (BRASIL, 1943) e sua aplicação no contexto empresarial, especi�camente em relação às rotinas adotadas pela organização. A adequação de rotinas trabalhistas à legislação vigente signi�ca atentar para leis, normas técnicas e regulamentos, e introduzi-los nas engrenagens da determinada empresa. Isso gera inúmeros benefícios, como melhor rentabilidade, assim como evita prejuízos de ordem econômica e �nanceira, principalmente. LIVRO Assédio moral organizacional Autores : Rodolfo Pamplona e Claiz Gunça Editora : Saraiva Ano : 2020 Comentário : A obra aborda uma temática delicada na doutrina, o assédio moral organizacional. Os autores explicam e discutem como o direito do trabalho passou por uma profunda transformação, seja tecnológica, ambiental, das relações, legislação e, nesse contexto, o desenvolvimento tecnológico e informacional; e de que maneira isso ajudou no aumento da produção, bem como aumentou os métodos abusivos de gestão. Esse título está disponível na Minha Biblioteca Ânima. 05/12/2022 11:09 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=3FG75hetzY%2fv4aBdFyWBXw%3d%3d&l=q4CTmWnPOb1dkXbyZ4Qr8w%3d%3d&lc=… 14/15 O pro�ssional gerencial, responsável pela condução de processo de gestão, a exemplo das rotinas trabalhistas, tem um papel que privilegia o respeito aos trabalhadores e, como consequência, promove um destacamento da empresa no seu mercado de atuação. Referências Bibliográ�cas BRASIL. Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Diário O�cial da União . Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452compilado.htm . Acesso em: 20 nov. 2019. ______. Lei n. 13.467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis n º 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a �m de adequar a legislação às novas relações de trabalho. Diário O�cial da União . Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 . Acesso em: 20 nov. 2019. ______. Decreto 9571, de 21 de novembro de 2018. Estabelece as Diretrizes Nacionais sobre Empresas e Direitos Humanos. Diário O�cial da União . Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9571.htm . Acesso em: 20 nov. 2019. CARVALHO, N. G. de. Assédio moral na relação de trabalho . São Paulo: Rideel, 2009.PAMPLONA, R.; GUNÇA, C. Assédio moral organizacional. 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Acesso em: 27 out. 2019. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9571.htm http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_51_100.html#SUM-90 http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_201_250.html#SUM-21905/12/2022 11:09 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=3FG75hetzY%2fv4aBdFyWBXw%3d%3d&l=q4CTmWnPOb1dkXbyZ4Qr8w%3d%3d&lc=… 15/15
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