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Escrevendo -RETOMAR AO MUNDO ACADÊMICO APÓS OS 40 ANOS DE IDADE (1)

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RETOMAR AO MUNDO ACADÊMICO APÓS OS 40 ANOS DE IDADE.
	
1 INTRODUÇÃO
As regras educacionais da sociedade preveem que jovens na faixa etária entre 18 a 20 anos estejam ingressando em uma instituição de ensino superior e com 30 anos já formados, estejam inseridos no mercado de trabalho. Adultos a partir de 40 anos, muitas vezes sentem-se rotulados de idosos para retomar ou prosseguir no mundo acadêmico. Questionam se está muito tarde para recomeçar e assim concretizar este sonho. Em sua maioria, tiveram que desistir dos estudos ou de um curso superior exatamente nesta faixa etária, porque fatos alheios à sua vontade, tais como situação financeira e responsabilidades com a família, os impediram de completar os estudos. A esta altura entra a questão da motivação, este clique o qual, impulsiona os indivíduos para os desafios e contribui para o enriquecimento pessoal e profissional, tornando-os pessoas mais capazes de responder a todas as atividades que fazem parte da condição humana enquanto participantes ativos na sociedade. “Que ser adulto é uma suposição de que estou concluído, de que estou crescido. Então pergunto: qual a natureza da ideia de crescer?” (CORTELA, 2013, p.18)
O aumento da longevidade e as mais recentes abordagens pedagógicas e contribuições de estudos de pesquisas da neurociência, por sua vez, trazem questões de reavaliações perante este indivíduo que ainda atuante na sociedade, com disposição pessoal, rico em competências em sua maturidade e com a preocupação do processo de envelhecimento saudável, busca avidamente estar ou ser bem-sucedido. Segundo uma necessidade ou entusiasmo, o mesmo pode ser orientado também em função de um objetivo, facultando a manutenção ou progresso de uma situação e, como tal, tudo vai depender da questão interna que leva a ação como incentivo ou impulso e como intensificar estes estados cerebrais melhorando o desempenho e uma excelente aplicação destas capacidades. 
 
A Educação é o principal contributo para o meio de desenvolvimento, porque interferem de forma continuada na construção de conhecimentos, capacidades, caráter, cultura, aspirações e objetivos. Propõe a transferência de conhecimentos gerais e insere aptidões que facilitam a interação no meio ambiente, criando autonomia e o progresso da sociedade em geral (HARRISON, 1991).
Conforme Fleury (2018, p. 08) “Acredito que um individuo com a motivação correta, clareza, objetivo, ferramentas adequadas, capaz de entender o papel da memória em sua vida torna-se pleno de atributos positivos para resignificar seus desafios e vencê-los. O ser humano aprende, desenvolve-se em qualquer faixa etária, não deve perder a oportunidade de assimilar coisas novas constantemente. Isso mantém por muito mais tempo a vitalidade cerebral e condições para que a pessoa aproveite melhor sua vida”.
 	
A procura deve ser contínua e permanente, a fim se ser possível estar-se sempre preparado para responder às necessidades da organização que representamos, mas também nos sentirmos capazes de desenvolver projetos e realizar sonhos, por isso, existem em nós mecanismos internos claramente identificados, como nos diz (PARREIRA, 1996, p. 76).
As pessoas mais atentas e preocupadas com o futuro procuram conhecimentos que as possam alicerçar e preparar para os desafios profissionais através da formação, a qual acumula diversas práticas culturais, contribuindo de forma articulada para uma cultura de cidadania histórica, social, econômica, científica e emocional, e que, inseridas numa cultura atualmente Europeia e global, atingem uma grandeza principal na formação no século XXI (BENTO & SALGADO, 2001).
A oportunidade de estar próximo ou distante se realiza nas diversificadas maneiras de o ser humano relacionar-se com outro ser humano. “Heidegger chama de solicitude, que indica as características básicas de ter consideração e de ter paciência para com o outro” (MASSINI,2008, p. 70, apud Soares e Severino , jul.2018). A autora também apresenta que outra maneira de “cuidado com o outro ” é colocar-se diante do outro, propiciando que este assuma seus próprios caminhos, cresça, amadureça e encontre-se consigo mesmo.
Ao longo dos últimos anos, com a facilitação do ensino através do sistema EAD e o acesso as novas ferramentas online de ensino. Assim com novos programas financeiros de incentivo à educação. Houve uma nova apresentação nos dados do censo da educação superior, conforme dados da assessoria de Comunicação Social do Inep (INEP,2019), houve um percentual massivo de vagas oferecidas na modalidade de ensino a distância em relação ao total de vagas disponibilizadas para o ensino de nível superior, cerca de 62,3 %, correspondendo a mais de 10 milhões de vagas. Segundo o Inep, de forma inédita, o número de alunos que optaram por cursos EAD superou a quantidade de estudantes de graduação em cursos presenciais nas escolas particulares. 
CONCLUSÃO
Com estes dados recentes e a atual população mais longeva e ativa, observa-se uma reformulação de ideias e a esperança de que nunca é tarde para retomar os estudos e principalmente a estímulo e inserção destes indivíduos neste universo.
A atualização constante, as novas ferramentas de estudos renovadas e reavaliadas, as recentes pesquisas no campo da ciência e desenvolvimento da memória e as novas didáticas de abordagens de ensino e aprendizado contribuem para novas expectativas de retorno ao mundo acadêmico, acabando com o paradigma de que existe uma idade certa para iniciar a graduação. O aumento da confiança é um reflexo claro do domínio do conhecimento. 
REFERÊNCIAS
BENTO, Luís & SALGADO T., Cristina (2001). A formação Pragmática – Um Novo Olhar.
CORTELLA, Mario Sergio; RIOS, Terezinha Azerêdo. Vivemos mais! Vivemos bem? Por uma vida plena. Papirus Editora, 2013.
FLEURY, Bruno (2018). Neurociência aplicada a técnicas de estudos: Técnicas práticas para estudar de forma eficiente.
 
INEP - INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Ensino a distância se confirma como tendência. Assessoria de Comunicação Social do Inep. Brasília, 23 out 2020. Atualizado em 11 abr 2022. Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-br/assuntos/noticias/censo-da-educacao-superior/ensino-adistancia-se-confirma-como-tendencia. Acesso em: 11 maio 2022.
MASSINI, (2008), p. 70, (apud) Soares e Severino, junho (2018). A Pratica da pesquisa no ensino superior – SciELO.
PARREIRA, A. (1996). Liderança – Tecnologia da eficácia para o desenvolvimento de pessoas e grupos. Lisboa: Edições Universitárias Lusófonas.
TAVARES, F. de C. Estudo comparado das perspectivas conceituais das salas de recursos e de apoio: evoluções e tendências. UFM/PUC-SP. In: Anais: 26ª Reunião ANPED. GT15. Educação Especial. 2004.
PINO, Angel. O social e o cultural na obra de Vygotsky. Educação & sociedade, v. 21, n. 71, p. 45-78, 2000.
MORON, Susana Inês. Subjetividade e constituição do sujeito em Vygotsky. Editora Vozes Limitada, 2017.

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