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Mecanismos Básicos das Doenças Valores de referência – gasometria arterial Parâmetro Abaixo do VR VR Acima do VR pH Acidose 7,35 – 7,45 Alcalose PCO2 Hipocapnia 35 – 45 mmHg Hipercapnia HCO3- Acidose 22 – 28 mEq/L Alcalose BE Acidose (-2) – (+2) Alc. (excesso de bases) PaO2 Hipoxemia Calculado de acordo com a idade do pct Hiperóxia Lactato arterial Não patológico VR < 2 Hipóxia celular Distúrbios ácido-básicos Distúrbio Definição Causas Parâmetros Compensação pH PCO2 HCO3 BE Acidose metabólica Acidose por baixo bicarbonato - Diarreia - Insuficiência renal - Hiperalimentação por nutrição venosa - Acidose láctica - Cetoacidose - Intoxicação por ác. acetilsalicílico N O R M A L ou N O R M A L N O R M A L Pulmonar (rápida): hiperventilação para promover alcalose respiratória Alcalose metabólica Alcalose por alto bicarbonato - Infusão de bicarbonato em excesso - DPOC - Êmese - Drenagem nasogástrica - Adm de diuréticos - Hipovolemia - Hipocloremia - Hipocalemia N O R M A L ou Pulmonar (rápida): hipoventilação para promover acidose respiratória Acidose respiratória Acidose por alta PCO2 - Depressão do centro respiratório - Doenças neuromusculares - Traumas no SNC - Restrição da cx torácica - DPOC - Obstrução aguda de vias aéreas - Bronquite/ asma N O R M A L N O R M A L Renal (lenta): reabsorção de bicarbonato para promover alcalose metabólica Alcalose respiratória Alcalose por baixa PCO2 - Hipoxemia - Ansiedade - Febre - Dor - Lesão no SNC - Drogas estimulantes - Asma aguda - Pneumonia - EAP - Hiperventilação iatrogênica N O R M A L Renal (lenta): aumento da diurese de bicarbonato para promover acidose metabólica Distúrbios mistos Acidose + alcalose Quase todos os parâmetros alterados, mas com variações que não condizem uma com a outra Casos específicos Cetoacidose Diabética Acidose metabólica (acúmulo de corpos cetônicos) Diabetes mellitus descompensada (principalmente tipo I) N O R M A L ou N O R M A L N O R M A L Pulmonar (rápida): hiperventilação para promover alcalose respiratória OBS: emergência médica Paciente DPOC pH normal com parâmetros alterados Paciente crônico (adaptação gradual) N O R M A L N O R M A L Estado compensado OBS: diabetes insípidus: - Central: não produz ADH - Nefrogênico: não usa ADH Distúrbios de sódio Hipernatremia Hiponatremia Definição e conceitos Na plasmático > 145 mEq/L Na plasmático < 135 mEq/L Quadro clínico Assintomático ou: irritação, crise convulsiva, hemorragia subaracnóidea ou subcortical, trombose, agitação, letargia, espasmos musculares, hiperreflexia, tremores e ataxia. Assintomático ou: letargia, apatia, desorientação, câimbras musculares, anorexia, náuseas, agitação, sensório anormal, reflexos profundos deprimidos, respiração de Cheyne- Stokes, hipotermia, paralisia pseudobulbar e convulsões Classificação É sempre hiperosmolar Pseudo: Hiperlipidemia e hiperproteinemia diluindo o sódio Hipertônica: Manitol e glicose aumentando a osmolaridade Hipotônica: Sódio plasmático reduzido com hiper, hipo ou normovolemia Diagnóstico 1 – Verificar se existem causas evidentes: - Desidratação importante por diarreia - Síndromes infecciosas com perda da capacidade de beber água - Estado hiperosmolar hiperglicêmico 2 – Na ausência de causa evidente, dosar osmolaridade urinária - < 300: teste de DDAVP (positivo indica diabetes insípidos central e negativo, nefrogênico) - 300-800: DI parcial, diurese osmótica ou DI associado a hipovolemia - > 800: dosar sódio urinário (>100 indica sobrecarga de sódio por iatrogenia e <100 indica perdas extra-renais) 1 - Solicitar glicemia, perfil lipídico e eletroforese de proteínas. - Hiperlipidemia e/ou hiperproteinemia: pseudo. - Hiperglicemia e/ou história de administração de soluções hipertônicas: hipertônica. 2 - Descartando-se pseudo e hipertônica, buscar sinais clínicos de hipotônica, que pode ser hipo, normo ou hipervolêmica: - Hipervolêmica: insuficiência cardíaca com congestão, edema de MMII e retenção; hepatopatias com ascite e edema de MMII; insuficiência renal; síndrome nefrótica; - Hipovolêmica: sinais de desidratação, diarreia, êmese, uso de diuréticos, sudorese intensa ou pancreatite. Se não houver sinais evidentes: dosar sódio urinário (< 20 indica perdas extra-renais e > 20 indica perdas renais); - Normovolêmica: uso de medicações, hipotireoidismo, insuficiência adrenal, polidipsia psicogênica, pós- operatório, SSIHAD. Deve-se dosar osmolaridade e/ou densidade e sódio urinário (osm > 100 indica SSIHAD e osm < 100 indica polidipsia primária). Tratamento - Tratar a causa de base! OBS: DI nefrogênico: clorpromazina para sensibilizar o néfron - Água VO ou sonda nasogástrica ou sonda enteral - Objetivo: Na próximo de 140 - Via intravenosa: soro glicosado ou soro ao meio (SF 0,45%) - Pacientes hipervolêmicos ou edemaciados: restrição hídrica (se necessário, furosemida); - Pacientes hipovolêmicos: soluções isotônicas para repor a volemia. Se o quadro não evoluir com melhora, adm soluções hipertônicas; - Pacientes normovolêmicos: se houver manifestações do SNC, adm soluções para aumentar o Na sérico; se não houver tais manifestações, adm furosemida e tratar a causa de base; se refratário, considerar adm demeclociclina para bloquear ADH. Fórmulas - Déficit de água: ACT x (Na sérico – 140)/ 140 - Na = (Na sç–Na sérico)/ (ACT+1) - Água corporal total (ACT) = peso x 05 (mulher) ou 0,6 (homem) - Na sérico = (Na infusão – Na sérico)/ ACT +1 - Déficit de Na = ACT x (Na desejado – Na sérico) Complicação do tratamento Edema neuronal Mielinólise pontina (consequência da reposição inadequada de Na, ou seja, mais que 12 mEq/L/24h OBS - Fatores que alteram: pH, insulina, aldosterona e ag. beta-2 adrenérgicos Distúrbios de potássio Hipercalemia Hipocalemia Definição e conceitos K sérico > 5,5 mEq/L K sérico < 3,5 mEq/L Possíveis causas - Pseudo: leucocitose, hemólise e/ou plaquetose importantes - Aumento do efluxo de potássio: acidose, uso de beta-bloqueadores adrenérgicos, hipoinsulinemia, arginina, intoxicação digitálica, succinil colina - Aumento do estoque absoluto de potássio: insuficiência renal com falha no ducto coletor, adm de potássio exógeno, aumento de potássio endógeno por rabdomiólise ou outras causas, hipercatabolismo, nefropatias, fármacos retentores de potássio como amilorida e espironolactona, hipoaldosteronismo, hipocortisolismo e uretro-jejunostomia - Redistribuição de potássio: alcalose, adm de glicose, adm de insulina, adm de beta- agonistas, paralisia periódica hipocalêmica (genética) ou intoxicação por bário e tolueno - Redução dos estoques corporais de potássio: perdas renais (adm de diuréticos ou estados de secreção excessiva de mineralocorticoides) ou perdas extra- renais (diarreia de grande volume, drenagem de fístula, presença de adenomas vilosos e abuso crônico de laxativos Quadro clínico - Assintomático ou: fraqueza, arreflexia, paralisia muscular, parestesias, alterações cardíacas - OBS: o ECG avalia o risco, revelando a evolução: ondas T em tenda, desaparecimento da onda P, alargamento do QRS, até ritmo sinusoidal Arritmias, constipação ou íleo paralítico, fraqueza, paralisia franca, paralisia respiratória, predisposição a rabdomiólise e mioglobinúria, tolerância anormal ao carboidrato pela inibição da insulina Observações - Hipocalcemia, hiponatremia e acidose intensificam a hipercalemia - Hipercalemia na IRC é menos grave do que em casos agudos - Diálise de emergência em casos com probabilidadede subir potássio rapidamente como, por exemplo, rabdomiólise, síndrome do esmagamento e hemólise maciça - Analisar o uso de digitálicos (ex: digoxina) Na hipopotassemia grave, a secreção de insulina pelas células beta-pancreáticas é inibida, por isso pode haver tolerância anormal aos carboidratos e descompensar pacientes diabéticos Rabdomiólise e mioglobinúria podem levar a necrose tubular aguda Tratamento 1 – Adm gluconato de cálcio para proteger as células cardíacas e evitar arritmias (mas ele não altera níveis de potássio) 2 – Redistribuir potássio: bicarbonato de sódio, solução polarizante (insulina + glicose ou só insulina, em diabéticos) e agentes beta-2 adrenérgicos 3 – Eliminar potássio: resinas de troca iônica (sorcal), diuréticos de alça, mineralocorticoides e diálise - Tratar a doença de base - Correção do déficit de potássio: Solução de KCl 19,1%, preferencialmente por VO. Na impossibilidade da VO, máximo de 40 mEq em veias periféricas e 60 mEq em veias profundas Velocidade máxima: 20mEq/h Dose máxima: 200mEq/24h 1 ampola = 10 mL = 25 mEqs
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