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Resumão de psiquiatria

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PSIQUIATRIA 
• Empatia: ressonância afetiva. 
• Compaixão: desejo de tentar aliviar o sofrimento do outro. 
• Angústia: sentimento indefinido de dor ou incômodo mental. 
• Dor: condição física. 
• Sofrimento: dor da alma. 
TRANSFERÊNCIA E CONTRATRANSFERÊNCIA 
Nomeados por Freud, são processos similares que se diferenciam com relação à direção. Cada um desses processos 
experiencia o outro de modo inconsciente como se esse fosse alguém do passado. 
• TRANSFERÊNCIA: é um fenômeno universal, generalizado em nossas vidas diárias e que acontece no 
inconsciente. É um processo no qual a pessoa projeta em indivíduos da sua vida atual pensamentos, 
comportamentos e reações emocionais que se originam em outros relacionamentos significativos (projeção 
inconsciente do paciente em relação ao médico, podendo incluir sentimentos de amor, ódio, ambivalência e 
dependência. 
• Quanto maior o apego atual, como em uma relação significativa entre pessoa e médico, mais provável será a 
ocorrência de transferência. Frequentemente vista como um fenômeno negativo, a transferência pode, na 
verdade, ajudar a criar a conexão entre a pessoa e o médico. Em geral, os médicos ficam intimidados pelo conceito 
do processo, cuja origem está na teoria psicanalítica, pois o veem como algo misterioso, que deve ser evitado. 
• Goldberg observou que "Muitos médicos intuitivamente e de forma bem-sucedida usam as manifestações de 
transferência positiva sem necessariamente se darem conta; manifestações de transferência negativas e hostis 
por parte da pessoa podem, entretanto, ser mais problemáticas". 
 
• CONTRATRANSFERÊNCIA: é a projeção do médico com relação ao paciente. 
ANAMNESE PSIQUIÁTRICA 
IDENTIFICAÇÃO 
• Nome, idade, gênero/sexo, orientação/sexualidade, cor, estado/nacionalidade, grau de instrução, estado civil, 
religião, ocupação, endereço e contatos, mora com quem? 
QUEIXA PRINCIPAL 
• Qual a expectativa deste atendimento? Palavras do paciente, entre aspas. 
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL 
• Quando começou a doença? Como começou? Instalou-se de forma súbita ou progressiva? Alguma coisa 
desencadeou a doença? Algo fez prever seu surgimento? Houve alguma alteração nos interesses, hábitos, 
comportamento ou personalidade? Como evolui a doença? Que previdências tomou? Já esteve internado? Quanto 
tempo? Já esteve em tratamento? Como foi? Quais os resultados? 
Lara Mattar | Psiquiatria | Medicina UFR 
Todos os diagnósticos psiquiátricos se 
baseiam na exclusão de causas orgânicas. 
• Que sente atualmente? Já se desorientou na rua? Perdeu consciência? Tem dificuldades de memória? Vertigens, 
tonteiras? Ouve vozes que outras pessoas não ouvem? Sente-se cismado, perseguido, olhado, observado? Sente-
se culpado, arruinado, sem futuro? Agride ou xinga as pessoas, quebra objetos em casa? Sai sem destino? Recusa-
se a comer? A se higienizar? Sente-se forte e capaz? Tem pensamentos, tendências suicidas ou homicidas? 
Envenenam sua comida? 
HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA 
• Viroses infantis; convulsões; doenças sistêmicas; cirurgias; acidentes; doenças atuais, sintomas, datas, duração; 
doenças sexualmente tranmissíveis; etc 
HISTÓRIA PESSOAL 
• Nascimento e desenvolvimento 
• Escolaridade 
• Puberdade e adolescência 
• Trabalho 
• Relações pessoais 
• Sexualidade 
• Hábitos e uso de substâncias 
HISTÓRIA FAMILIAR 
• Família de origem (parentalidade e fratria) 
• Conjugalidade 
• Filhos 
EXAME PSÍQUICO 
• Descrito de forma direta ou indireta. 
APRESENTAÇÃO E ATITUDE 
• Tipo constitucional. Aspecto externo (modo de vestir, higiene, penteado etc). Mímica facial (triste, alegre, ansioso, 
temeroso, desconfiado, etc). Gesticulação (ausente, exagerada, etc). Modo de caminhar (tenso, largado, 
amaneirado, etc). Atitude para com o entrevistador e outras pessoas (cooperativa, submissa, arrogante, 
desconfiada, irritada etc), impressão geral. 
TIPOS DE ATITUDE 
• Cooperante 
• Oposição 
• Hostil (agressiva) 
• Fuga 
• Suspicaz (suspeita) 
• Querelante (briga) 
• Jocosa 
• Dócil 
• Formal 
• Introspectiva 
• Sexualizada 
• Simuladora (finge) 
• Sedutora 
• Amedrontada 
• Submissa (só concorda) 
• Passiva 
• Expansiva 
• Desinibida 
• Falante 
• Dissimulada (esconde) 
• Manipuladora 
• Apática 
• Gliscróide/viscosa 
• Cordial 
• Reinvidativa (só pede) 
• Arrogante 
• Invasiva 
• Evasiva (foge) 
• Esquiva 
• Contida/inibida 
• Irônica 
 
Súmula psíquica: resumo do exame psíquico. 
Não pode conter informações novas. 
OBS: Síndrome maniforme (exaltação do humor): nem toda mania é bipolar! Pode ser induzida por substâncias. 
CONSCIÊNCIA 
• É o todo momentâneo da vida psíquica. É o estado de estar desperto, mas, além disso, é a capacidade de entrar 
em contato com a realidade, perceber e conhecer os objetos. O sonho, fenômeno associado ao sono, pode ser 
considerado uma “alteração normal” da consciência. 
ESTADO DE CONSCIÊNCIA 
» Nível*: quantitativo → lucidez, sonolento ou obnubilado (simples ou oniroide = sonhos), torpor, estupor e coma 
o Escala de Glasgow 
o Escala de Ramsay (se estiver sedado) 
Sem lucidez, alguns âmbitos das funções psíquicas não podem ser acessados. Comum pós-ictal (crise convulsiva). 
» Campo: qualitativo → conteúdo da consciência naquele momento 
o Crepuscular: estreitamento com preservação da atividade motora global 
o Dissociação: perda da unidade do eu, divisão do psiquismo. Perda funcional sem lesão orgânica 
o Estado hipnótico/hipnoidal: ato sugestivo, atenção concentrada, fora da realidade concreta 
• Importante: a alteração de apenas uma função psíquica pode não ser patológica. 
DELÍRIO*: alteração do pensamento. 
DELIRIUM: síndrome orgânica que cursa com flutuação do estado de consciência. Distúrbio infeccioso, metabólico. 
 
CONSCIÊNCIA DO EU 
• Sente que seus pensamentos ou atos são controlados por forças exteriores? Sente-se hipnotizado, enfeitiçado? 
Seus pensamentos são tomados bruscamente de você? Sente que os seus pensamentos lhe são impostos por 
forças exteriores? Sente-se possuído por eletricidade ou outra força? Sente que não existe? É capaz de influenciar 
o pensamento dos outros? É capaz de saber o que estão pensando? Quem é você? 
• Consciência da UNIDADE do eu: eu único, indivisível. Quando simultaneamente percebe-se mais de um (sou 
fulano, sou Deus), denomina-se fragmentação da unidade do eu. 
• Consciência da IDENTIDADE do eu: eu contínuo, o mesmo na sucessão do tempo. Critério de exclusão de 
transexualidade. Testar orientação autopsíquica com nome, idade, profissão. 
• Consciência da EXISTÊNCIA do eu: percepção de estar vivo e com vitalidade, consciente de sentidos vitais. 
• Consciência dos LIMITES do eu: relação eu-mundo, consciência corporal. 
• Consciência da ATIVIDADE do eu: autonomia (eu como sujeito) vs. forças externas atuando sobre o eu. 
ATENÇÃO (PROSEXIA) 
• Corresponde à direção da consciência. Tem como funções: seleção, vigilância (detecção de sinal), sondagem, 
divisão (distribuição). 
• Pode ser: 
» Voluntária ou involuntária 
» Interna (focada no próprio pensamento) ou externa 
» Sustentada ou seletiva (flutuante) 
• Componentes da atenção: 
» Tenacidade: foco da atenção, concentração. Hipo/hiper/normotenaz. 
» Vigilância: mobilidade da atenção, capacidade de mudá-la em diferentes situações. Hipo/hiper/normovigil. 
» OBS: Tendência compensatória ⇾ O indivíduo hipertenaz tende à hipovigilância e vice-versa. 
• Classificações globais da atenção: hipoprosexia, hiperprosexia (mania), aprosexia e normoprosexia. 
• Distração: sinal de superconcentração (labilidade da atenção, instabilidade da atenção voluntária). 
• Rigidez da atenção (fixação), oposto da distração. 
ORIENTAÇÃO 
• Integração das áreas de atenção, percepção e memória. É a capacidade de situar-se quanto a si mesmo (orientação 
autopsíquica) e quanto ao ambiente (orientação alopsíquica). A orientação alopsíquica é dividida em orientação 
temporal e espacial. Distinguem-se vários tipos de desorientação, segundo a alteração de base que a condiciona: 
desorientaçãotorporosa, por de memória, por apatia e/ou desinteresse profundo, desorientação esquizofrênica, 
oligofrênica e dissociativa. 
• Quanto ao objeto que se refere (orientado, parcialmente orientado ou desorientado): 
» Autopsíquica: consciência do eu ⇾ Qual seu nome? Quando nasceu? Onde nasceu? 
» Alopsíquica: tempo-espaço ⇾ Onde está? Que ano estamos? 
• Quanto à origem da desorientação: 
» Confusional: paciente com delirium (somente essa possibilidade) 
» Amnéstica: memória 
» Apática: depressão maior, desinteresse 
» Delirante: dupla orientação / Sd. Capgras, secundário a quadro de delírio (conteúdo do pensamento) 
» Déficit intelectual 
» Estreitamento da consciência 
MEMÓRIA (MNESE) 
• Função psíquica fundamental para percepção (gnosia) e orientação. Define-se pela capacidade de registrar, 
manter e evocar fatos passados, e está intimamente relacionada com o nível de consciência, atenção e interesse 
afetivo. 
• Processo mnêmico: fixação ou registro (aquisição ou codificação) > conservação ou retenção (manutenção em 
latência) > evocação. 
• Lei da regressão mnêmica ou Lei de Ribot: a perda de memória ocorre da mais recente para a mais antiga, da 
mais complexa para a mais simples, da menos organizada para a mais organizada e da menos significativa para a 
mais significativa. 
• Classificação quanto à intensidade: hipermnésia, hipomnésia, amnésia. 
• Classificação quanto ao tempo: anterógrada (curto prazo), retrógrada (longo prazo) e retroanterógrada. 
» O que comeu hoje? Onde você nasceu ou se casou? Falar 1-5 algarismos e pedir pra repetir agora e após 3 min. 
» Ex: mania com hipermnésia retrógrada (lembra de coisa demais) e hipomnésia anterógrada (porque não 
consegue fixar a memória pela falta de atenção). 
• Classificação quanto à extensão e conteúdo: memória generalizada (tudo), lacunar (algumas coisas) e seletiva 
(coisas específicas, comumente traumáticas). 
• Outros termos: 
» Alomnésia: ilusão da memória = distorção de algo que já ocorreu. 
» Paramnésia: alucinação da memória. Ex: fabulação ou confabulação (criar) = criação de algo que nunca ocorreu. 
» Deja vu (já visto) ou jamais vu (nunca visto). 
AFETIVIDADE 
• Composto de: avaliação subjetiva, crenças cognitivas, processos fisiológicos e expressão corporal. Pesquisa-se as 
relações interpessoais e ligações afetivas familiares e com família ampliada, o interesse pelo mundo e fatos atuais, 
o investimento libidinal e desejos. Intensidade do humor e afetos? Indiferença, labilidade, ambivalência ou 
incontinência afetivas? Euforia, tristeza, irritabilidade? Observar comportamento. 
• Humor: estado de ânimo ou tônus afetivo, estado emocional basal, composto por um conjunto de afetos. 
» Intensidade do humor: eutimia (variação normal), hipertimia, hipotimia, atimia/apatia. 
o Elevação do humor é sempre hipertimia. 
® Hipomania > mania > mania com sintomas psicóticos. 
o Rebaixamento do humor (anedonia) pode ser hipertimia (sofrimento intenso) e hipotimia (indiferente). 
® Levemente rebaixado > moderadamente rebaixado > gravemente rebaixado (ex. ideação suicida). 
• Emoção/afeto: estado afetivo súbito, curta duração/intensidade. Avaliado empiricamente (ressonância afetiva). 
» Labilidade afetiva: alternância de gargalhadas e choro 
» Incontinência afetiva: começa a rir ou chorar e não para 
» Embotamento/aplainamento afetivo: não modula humor, o afeto quase não se altera, hipomimia facial 
» Rigidez afetiva: estado catatólico, afeto imutável 
» Paratimia/inadequação afetiva: está feliz com situação ruim ou ao contrário (coringa) 
» Ambivalência afetiva: adora e odeia situação ao mesmo tempo 
» Anedonia: incapacidade de sentir prazer 
SENSOPERCEPÇÃO 
• Sensação: oriundo de alterações nos órgãos receptores gerados por estímulos internos ou externos ao corpo. 
• Percepção: transformação dos estímulos sensoriais em fenômenos perceptivos conscientes. 
• O principal tipo de alteração de sensopercepção é alucinação auditiva, mas também pode ser de visão, olfato, 
paladar e tato. Por vezes, o componente histriônico é superior ao psicótico. Em geral, as alucinações são intimistas, 
persecutórias e superficiais. 
• Imagem: perceptiva (fora de si) x representativa/fantástica (imaginação). Elementos para diferenciar alucinação 
verdadeira de pseudoalucinação: corporeidade, localização, nitidez, frescor sensorial, estabilidade e vontade. 
• Alterações quantitativas: hiperestesia, hipoestesia, anestesia, analgesia, macropsia e micropsia. 
• Alterações qualitativas*: 
» Ilusão (distorção do estímulo que existe por sono, desatenção). Ex: ver cobra no lugar do estetoscópio. 
o Catatímica: por ansiedade (Ex. antes de uma prova, o paciente ouve seu nome a partir de um som). 
o Onírica (obnubilado): entre sono e vigília (Ex. antes de dormir, o paciente acha que sentiu algo o tocando). 
o Desatenção 
» Pareidolia: ver formas em objetos através da criatividade (Ex. visualizar formas de animais em nuvens). 
» Alucinação* (principal tipo, é a criação de um estímulo que não existe). 
o Verdadeira. Pode ser patológico ou fisiológico (hipnopômpica e hipnagógica). 
® Hipnopômpicas: quando ocorre do sono para vigília. 
® Hipnagógicas: quando ocorre da vigília para sono. (Lembrar de hipnótico = indo para o sono) 
® Também pode ser: cinestésica (sensação de movimento externo), sinestésica (ouvir cores e ver 
sons) e cenestésica (movimentos internos ao corpo). 
o Pseudo-alucinação: caráter de imagem representativa, e não perceptiva. 
o Alucinose: lesão neurológica, alucinógeno (intoxicação), estimulação cortical, aura epiléptica, enxaqueca. 
• Importante! Diferenciar delírio (alteração do conteúdo do pensamento) de alucinação (alteração da 
sensopercepção) 
Acontece de você olhar para uma pessoa e achar que é outra? Você já teve a impressão de ver pessoas onde só 
existem sombras ou uma disposição especial de objetos ou pessoas? Você sente zumbidos nos ouvidos? Estes 
zumbidos se parecem com vozes humanas? O que dizem estas vocês? Dirigem-se a você ou comentam de você? 
Falam bem ou mal de você? Xingam? Tem tido visões? Como são? Vê pequenos animais correndo na parede? Vê 
fios? Sente pequenos animais no seu corpo? Tem sentido cheiros estranhos ou incomuns? 
PENSAMENTO 
• Curso: velocidade do pensamento. Aceleração, alentecimento, interrupção/bloqueio do pensamento. 
• Forma: na normalidade, encontra-se nexo associativo (agregado, organizado). Pode haver desagregação 
(incoerente, vago, desorganizado), exemplos: fuga de ideias (muda de assunto a todo instante), prolixidade, 
descarrilhamento (esquizofrenia), minuciosidade, perseveração, concretismo (ao pé da letra) e obsessivo. 
• Conteúdo: é o tema. Na normalidade, encontra-se autobiográfico (responde sobre a própria vida). Alteração: 
Delírio (juízo falso da realidade, com certeza subjetiva absoluta). Pode ser primário ou secundário (transtornos do 
humor); sistematizados (enraizados) ou não sistematizados (solúveis). Temas mais frequentes: ciúme, erotomania 
(relações assimétricas), culpa, ruína, místico, religioso, persecutório, sexuais, etc. 
» Tem pensamentos dos quais não consegue se livrar? Quais? Quando está andando nas ruas, as pessoas te 
observam? Elas fazem comentários a seu respeito? Existe alguém que lhe queira fazer mal? Envenenam sua 
comida? Tem alguma missão na Terra? Você é forte e poderoso? É rico? Frequenta rituais religiosos? Algum 
espírito ou entidade costuma "encostar" em você? Este ser fala com você? Você fala com Deus e Deus com 
você? Como? 
» Obs: pensamento deliróide = alteração do pensamento é secundário à alteração do humor. 
LINGUAGEM 
• Quantitativas: afasia, agrafia, alexia, hipoprosódia, hiperprosódia, mutismo, logorreia, oligolalia, hipofonia, 
taquilalia, bradilalia, latência de resposta aumentada ou diminuída. 
• Qualitativas: paralalia (repete o que outro falou), mussitação (sussurro), neologismo (nova palavra ou novo 
sentido a palavra existente), estereotipia (som sem finalidade comunicativa), solilóquio (falar sozinho), coprolalia(palavrões), glossolalia (falar em línguas), maneirismo (rebusca e exagera comunicação que possui função de 
comunicação social), pedolalia (infantilizado), prosódia (falar cantando), disartria (má articulação), parafrasia 
(palavras impropriamente empregadas, mas de sentido aproximado), ecolalia (repete últimas palavras). 
INTELIGÊNCIA 
• Inteligência é a capacidade para aprender a partir da experiência, usando processos metacognitivos para melhorar 
a aprendizagem, e a capacidade para adaptar-se ao ambiente circundante, que pode exigir diferentes adaptações 
dentro de diferentes contextos sociais e culturais. Não será avaliada formalmente pelo psiquiatra, pois isso 
compete ao psicólogo. De forma indireta, pode-se avaliar na entrevista psiquiátrica e em testes 
neuropsicométricos. 
Avalia-se, na entrevista psiquiátrica, por meio da observação de sua capacidade de usar e compreender conceitos, 
metáforas e analogias, a adequação de seus juízos e raciocínios, a extensão de seu vocabulário, o seu desempenho 
escolar ou profissional, como lida com os problemas do dia a dia e sua conduta social. 
• Raciocínio 
• Planejamento. Ex.: se tivesse que lavar uma escada, começaria de baixo para cima ou de cima para baixo? 
• Resolução de problemas 
• Abstração (capacidade de compreender ditados populares). 
• Categorização. Ex.: qual a diferença entre lago e rio? Qual a semelhança entre avião e ônibus? 
• Compreensão de ideias complexas. Ex.: o que pesa mais, 1 kg de chumbo ou algodão? 
• Aprendizagem a partir da experiência 
VONTADE E IMPULSO 
• O processo volitivo contempla 4 etapas: 
» Intenção ou propósito 
» Deliberação (ou análise) 
» Decisão 
» Execução 
• Em situações de volição alterada, essas etapas são abandonadas, passando-se ao ato. 
• Ato impulsivo (impulso, propósito e faz) X compulsivo (compulsão, pensamento obsessivo/intrusivo, repetitivo). 
• Descontroles volitivos: autoagressivos e heteroagressivos. Ex.: frangofilia (quebrar objetos), pirofilia (colocar fogo). 
PRAGMATISMO 
• Capacidade de colocar em prática, de realizar de forma eficaz, aquilo que se deseja ou que foi planejado. 
• Exemplo: na depressão, é comum que o indivíduo se encontre hipopragmático. 
PSICOMOTRICIDADE 
• Apraxia 
• Hipocinesia/acinesia/hipercinesia (inquietação, agitação e furor) 
• Ecopraxia (paciente imita qualquer movimento) 
• Estereotipias (mantém movimento repetido, aleatório e sem finalidade) 
• Alterações da vontade: 
» Hipobulia/abulia 
» Hiperbulia 
• Flexibilidade cerácea 
• Maneirismos (ato exagerado com intenção de comunicação) 
• Intercepção cinética (interrupção aleatória durante movimento) 
• Perseveração motora (mantém movimento repetido, mas tem certa finalidade) 
EXEMPLO DE SÚMULA PSÍQUICA 
B.S.J, 20 anos, solteira, estudante de psicologia, natural de Pedra Preta e residente em Rondonópolis. 
QP: Dificuldades para concentrar nos estudos e insônia há 3 meses. 
HDA: Paciente que há 1 ano começou com ́ćrises de pânico (sic)``, desde sua mudança para cidade de Rondonópolis, 
onde reside sozinha, por conta dos estudos. Relata sintomas de taquicardia, sudorese, falta de ar, tremores e 
sensação iminente de morte. Os episódios acontecem numa frequência de 3-4 vezes por mês, com piora da 
intensidade nos últimos 3 meses. Refere ainda que está na metade do curso e apresenta uma ” ṕreocupação 
excessiva`` (sic) em relação ao futuro profissional, além do medo de não ser uma boa profissional. Relata alteração 
do sono, com piora há 3 meses, sendo um sono não reparador, em que acorda várias vezes pela noite com 
pensamentos de preocupação em relação às finanças e seu desempenho acadêmico. Além disso, percebeu 
dificuldades para se concentrar nas aulas ou em qualquer outra atividade, como impaciência para assistir séries; um 
cansaço acentuado e uma irritabilidade aumentada com eventos antes toleráveis, como nas visitas que realiza à casa 
dos pais nos fins de semana. Nunca realizou nenhum tratamento de saúde mental e não faz psicoterapia. Vem em 
busca da prescrição de um fármaco que ajude na questão da insônia e reconhece que seu comportamento tem 
trazido prejuízos para sua rotina; 
Exame psíquico: paciente examinada por mim comparece sozinha ao ambulatório de psiquiatria, bem vestida, com 
roupa bem passada e cabelos bem cuidados, mas com olheiras e um rosto com aparência de cansaço. Apresentei-
me como médica e ela logo se assentou no banco frente a minha mesa e antes que eu perguntasse o motivo da 
consulta ela já me disse que precisava da minha ajuda porque não estava conseguindo dormir. Estava bem disposta 
a contar o que estava acontecendo. Apresentava-se bem acordada e ativa e soube responder adequadamente 
perguntas sobre seu nome, idade e profissão. Soube também dizer corretamente o dia, mês, ano e onde nós 
estávamos. No entanto, às vezes quando eu falava, pude perceber que embora quisesse muito minha ajuda, a 
paciente não conseguia se concentrar na minha fala, inclusive tive que repetir algumas coisas mais que uma vez. 
Sempre que passava alguém na porta, ela desviava o olhar para a saída. Disse para que ela repetisse três palavras: 
casa, vaso, tijolo e ela repetiu. Mas após alguns minutos, quando perguntei novamente as palavras, ela só conseguiu 
dizer ́ćasa``. Soube me dizer bem o nome das escolas pela qual passou em pedra preta, o ano da aprovação no 
vestibular e a sua nota no enem e sobre dificuldades na aprovação, embora eu não tenha feito esse último 
questionamento. Contava a história de forma rápida, relativamente compreensível, mas muito longa e com 
dificuldade de chegar ao ponto central. O volume da voz era alto. Foi difícil interromper sua fala para continuar com 
as perguntas. As falas tinham como tema principal a autocobrança por não ter conseguido estudar o suficiente, ou 
por não ter tirado a nota desejada. Relatava não ter mais paciência para assistir filmes, séries ou coisas demoradas 
e por isso, não tinha mais vontade de fazer essas coisas que antes gostava muito. Junto com esse quadro, apresentou 
diminuição do apetite, perdendo 6 kg em 3 meses. Além disso, algo que ela relatava ser um grande incômodo era a 
incapacidade de cumprir com as tarefas diárias que tinha planejado. Disse que os dias não eram mais produtivos e 
se sentia frustrada por não conseguir fazer o mínimo e acompanhar sua turma. Nesse momento começou a chorar 
e fazer várias perguntas como: será que vou ser uma boa profissional? Como vou conseguir ajudar outros se não 
controlo nem a minha própria ansiedade? Como vou me formar se não consigo nem estudar? Até que parou de falar 
e apenas continuou com o choro. 
® Aparência: bem cuidada 
® Atitude: cooperativa e confiante 
® Estado de Consciência: lúcida 
® Consciência do eu: Consciência de existência do eu: sem alterações; Consciência da atividade do eu: sem 
alterações; Consciência da unidade do eu: sem alterações; Consciência da identidade do eu: sem alterações 
Consciência dos limites do eu: sem alterações. 
® Atenção: hipotenaz e hipervigil 
® Sensopercepção: não foi observado alterações. 
® Memória: hipomnésia de fixação, memória de evocação sem alterações. 
® Linguagem: verborrágico com latência da resposta diminuída. Hiperfonia 
® Pensamento: Curso: acelerado. Forma: prolixo. Conteúdo: autocobrança 
® Inteligência: sem alterações 
® Conação: hipobulia e anorexia 
® Pragmatismo: hipopragmático 
® Afetividade: Humor:??? Ansioso. Afeto: tristeza e irritabilidade 
® Orientação alopsíquica: orientada em tempo e espaço. 
® Prospecção: medo em relação ao futuro. 
® Consciência de morbidade: presente. 
LEI 10.216 
• Dispõe sobre a proteção e os direitos de pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo 
assistencial em saúde mental. 
• Modelo hospitalocêntrico X paradigma da atenção psicossocial (nível comunitário). 
• RAPS: Instituída pela Portaria nº 3.088, é composta por equipamentos como CAPS, Serviços Residenciais 
Terapêuticos, Centros de Convivência e Cultura, Unidades de Acolhimento, Leitos deatenção integral (em hospitais 
gerais e CAPS III). 
» Objetivos gerais da RAPS: 
o Ampliar o acesso à atenção psicossocial da população em geral; 
o Promover o acesso das pessoas com transtornos mentais e om necessidades decorrentes do uso de 
crack, álcool e outras drogas e suas famílias aos pontos de atenção; 
o Garantir a articulação e integração dos pontos da atenção das redes de saúde no território, qualificando 
o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção às urgências. 
• CAPS: Instrumento ordenador do cuidado. Nem sempre executa o cuidado. 
MODALIDADES DE INTERNAÇÃO PSIQUIÁTRICA 
• Voluntária 
• Involuntária: realizada a partir de pedido de terceiro, em que o paciente apresente critérios clínicos médicos. 
» Notificação deve ser enviada ao MP em até 72 horas; 
» O paciente deve implicar risco de morte para si ou para terceiros. 
• Compulsória: determinação judicial 
DELIRIUM 
• Síndrome orgânica com diferentes etiologias: condição médica geral, induzido por medicamentos, intoxicação por 
substâncias, abstinência de substâncias (delirium tremens = abstinência de álcool), doenças do SNC (epilepsia), 
doença sistêmica (ex. falência cardíaca). 
• Ocorre declínio agudo nos níveis da consciência e global da cognição, em especial a atenção (flutuação no nível 
da consciência e cognição). 
• Perturbação da sensopercepção (ilusão, alucinose), atividade psicomotora anormal (hipoativo ou hiperativo) e 
prejuízo do ciclo sono vigília. 
• Apresenta-se classicamente repentino em horas ou dias, curso breve e instável e a melhora é rápida quando o 
fator causal é identificado e eliminado, variando caso a caso. 
• Outras denominações: psicose de UTI, estado confusional agudo, insuficiência cerebral aguda, encefalite, 
encefalopatia, estado metabólico tóxico, toxicidade do SNC, síndrome encefálica orgânica. 
• As características fundamentais de delirium incluem consciência alterada, como nível reduzido de consciência, 
atenção alterada, prejuízo nos outros domínios cognitivos, que pode se manifestar como desorientação e 
diminuição da memória, inicio relativamente rápido (horas a dias), curta duração (dias a semanas), com frequência 
de oscilações acentuadas e imprevisíveis quanto a gravidade e outras manifestações no decorrer do dia, piores à 
noite (confusão noturna), e que podem variar de períodos de lucidez a prejuízo cognitivo e desorganização graves. 
• Características clínicas associadas incluem desorganização de pensamento, perturbações de percepção, como 
ilusões e alucinações, hiper/hipoatividade psicomotora, alterações no ciclo sono-vigília, alterações de humor e 
outras alterações da função neurológica (ex: instabilidade autonômica, espasmos mioclônicos e disartria) 
 
• Fatores predisponentes (manejo essencial para reduzir futuros episódios e morbimortalidade associada a eles) 
» Idade > 65 anos 
» Sexo masculino 
» Demência, prejuízo cognitivo 
» História de delirium 
» Depressão 
» Dependência funcional 
» Imobilidade 
» História de quedas 
» Baixo nível de atividade 
» Prejuízo de visão/audição 
» Desidratação 
» Desnutrição 
» Uso de fármacos psicoativos 
» Uso de anticolinérgicos 
» Abuso de álcool 
» Doenças graves 
» Doença renal ou hepática 
» AVC 
» Doença neurológica 
» Perturbações metabólicas 
» HIV 
» Fraturas ou traumatismos 
» Doenças terminais 
» Cirurgias 
 
• Fatores precipitantes (deve-se direcionar maior atenção) 
» Fármacos/drogas: sedativo-hipnóticos, narcóticos, anticolinérgicos, abstinência de álcool ou outras drogas 
» Doenças neurológicas primárias: AVC, hemisfério não dominante, sangramento craniano, meningite, encefalite 
» Doenças intercorrentes: hipóxia, choque, anemia, febre, desidratação, hipoalbuminemia, desnutrição, infecção 
» Cirurgias: ortopédica, cardíaca, ponte cardiopulmonar prolongada, cirurgia não cardíaca 
» Ambientais: internação unid. intensiva, uso de contenções físicas, cateter urinário, dor, estresse, privação son 
 
• Bateria de exames laboratoriais 
» Eletrólitos 
» Índices renais e hepáticos 
» Glicose 
» Hemograma e leucograma 
» Função tireoidiana 
» Sorologia para sífilis e HIV 
» EAS 
» ECG 
» EEG 
» RX torácica 
» Sangue e urina para drogas 
» Adicionais: cultura (sangue, urina, LCR), concentrações de B12 e ác. fólico, TC por RNM do cérebro, exame LCR 
CARACTERÍSTICA DEMÊNCIA DELIRIUM 
INÍCIO Lento Rápido 
DURAÇÃO Meses a anos Horas a semanas 
ATENÇÃO Mantida Oscilante 
MEMÓRIA Memória recente prejudicada Memória recente e imediata prejudicadas 
FALA Dificuldade de encontrar palavras Incoerente (lenta ou rápida) 
CICLO SONO-VIGÍLIA Sono fragmentado Perturbação frequente (troca dia e noite) 
PENSAMENTO Empobrecidos Desorganizados 
CONSCIÊNCIA Inalterada Rebaixamento ou flutuação do nível 
VIGILÂNCIA Geralmente normal Hipervigilante ou vigilância reduzida 
 
• Medidas ambientais 
» Iluminação durante o dia 
» Um paciente por quarto 
» Ambiente silencioso 
» Relógios e calendários disponíveis 
» Encorajar visitas e engajar cuidadores 
» Encorajar uso de objetos familiares 
» Evitar trocas de leitos e quartos 
 
• Medidas clínicas 
» Estimular alimentação e hidratação 
» Uso de aparelhos auditivos e óculos SN 
» Exceções fisiológicas presentes 
» Auxiliar na independência funcional 
» Manejar desconforto da dor 
» Avaliar qualidade e quantidade de sono 
» Evitar cateteres e dispositivos invasivos 
 
• Tratamento farmacológico 
FÁRMACO EFEITOS COLATERAIS 
Haloperidol (AT) Efeitos extrapiramidais, QTc prolongado, mais comum 
Risperidona (AA) Preocupação com EP, dados limitados sobre uso para delirium 
Olanzapina (AA) Síndrome metabólica, mortalidade mais elevada em pct com demência 
Quetiapina (AA) Maior sedação 
Lorazepam Evitar em idoso! (Exceto delirium tremens = abst. alcoólica = diazepam) 
devido depressão respiratória e agitação paradoxal. 
MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL 
• Novo modo de produzir saúde em que duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada, criam 
uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica. 
• Na horizontalização decorrente do processo de matriciamento, o sistema de saúde se reestrutura em dois tipos 
de equipes: equipe de referência e equipe de apoio matricial. 
• O matriciamento deve proporcionar a retaguarda especializada da assistência, assim como um suporte técnico-
pedagógico, um vínculo interpessoal e o apoio institucional no processo de construção coletiva de projetos 
terapêuticos junto à população. Assim, também se diferencia da supervisão, pois o matriciador pode participar 
ativamente do projeto terapêutico. 
• O matriciamento constitui-se numa ferramenta de transformação, não só do processo de saúde e doença, mas de 
toda a realidade dessas equipes e comunidades. 
• Matriciamento não é: 
® Encaminhamento ao especialista 
® Atendimento individual pelo profissional de saúde mental 
® Intervenção psicossocial coletiva realizado apenas pelo profissional de saúde mental 
QUANDO SOLICITAR UM MATRICIAMENTO? 
• Nos casos em que a equipe de referência sente necessidade de apoio da saúde mental para abordar e conduzir 
um caso que exige, por exemplo, esclarecimento diagnóstico, estruturação de um projeto terapêutico e 
abordagem da família. 
• Quando se necessita de suporte para realizar intervenções psicossociais específicas da atenção primária, tais como 
grupos de pacientes com transtornos mentais. 
• Para integração do nível especializado com a atenção primária no tratamento de pacientes com transtorno mental, 
como, por exemplo, para apoiar na adesão ao projeto terapêutico de pacientes com transtornos mentais graves e 
persistentes em atendimento especializado em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). 
• Quando a equipe de referência sente necessidade de apoio para resolver problemas relativos ao desempenho de 
suas tarefas, como, por exemplo, dificuldades nas relações pessoais ou nas situações especialmente difíceis 
encontradas na realidade do trabalho diário. 
SÍNDROMES PSICÓTICAS 
• Também chamadade síndrome delirante-alucinatória, pois ocorre perda de contato com a realidade. 
• É caracterizada por sintomas típicos de alucinações, delírios, pensamento desorganizado e comportamento 
claramente bizarro, como fala e risos imotivados. 
DIAGNÓSTICOS SINDRÔMICOS 
• Esquizofrenia 
• Episódio maníaco com sintomas psicóticos 
• Episódio depressivo com sintomas psicóticos 
• Transtorno esquizofreniforme 
• Transtorno esquizoafetivo 
• Transtorno delirante e transtorno delirante compartilhado 
• Transtorno psicótico breve (< 30 dias) 
• Induzidas por substâncias: 
» Causas farmacológicas de mania: anfetamina, captopril, ciclosporina, cimetidina, cocaína, isoniazida, Ldopa. 
» Causas farmacológicas de depressão: metildopa, propranolol, corticóides, amantidina, opiáceos, ampicilina, 
metoclopramida, salbutamol. 
» Condições médicas: TCE, AVC, tumores cerebrais, distúrbios metabólicos, epilepsia, AIDS, deficiência de B12, 
neurossífilis, intoxicação por metais pesados. 
» Substâncias: alucinógenos, alcaloides de beladona, PCP, abstinência de álcool ou barbitúricos. 
ESQUIZOFRENIA 
• Transtorno clínico heterogêneo, definido, inicialmente, como “demência precoce”, entidade nosológica, a partir 
de outras descrições antigas: “hebefrenia”, “catatonia” e “demência paranoide”. 
• Bleuler postula “processo de doença cerebral”, com sintomas primários no pensamento (bloqueio e dissociação 
das ideias), gerando alteração do pensamento, afeto e sensopercepção, diferente da demência senil. 
• “Schisms”: cisões mentais ou presença de cisões entre pensamento, emoção e comportamento. 
PSICOSE: incapacidade de distinguir a realidade da fantasia; teste de realidade limitado, com a criação de nova 
realidade (em oposição à neurose = delirium, causa orgânica). 
• Psicoses exógenas e orgânicas (intoxicações, delirium) X psicoses endógenas e funcionais (enfoque psiquiátrico). 
• Os quatro ‘As’ de Bleuler: 
» Associações (frouxidão dos nexos associativos) 
» Afeto (perturbações, aplainamento) 
» Autismo (autorreferência, voltado para si) 
» Ambivalência 
SINTOMAS DE 1ª ORDEM 
• Percepção delirante 
• Alucinações auditivas (comentam e/ou comandam) 
• Eco ou sonorização do pensamento (escuta o próprio pensamento) 
• Difusão ou transmissão do pensamento 
• Roubo ou extração do pensamento 
• Vivências de influência do pensamento ou corporal (impostos de fora) 
SINTOMAS DE 2ª ORDEM 
• Perplexidade 
• Outras alterações de sensopercepção 
• Influencias de pulso e vontade 
• Empobrecimento afetivo 
• Intuição delirante 
EPIDEMIOLOGIA E FATORES DE RISCO 
• Prevalência de 1%, semelhante entre os gêneros 
• Homens tem pico de início mais cedo, entre 10-25 anos. Mulheres tem pico bimodal, ou seja, maior entre 25-35 
anos e menor na meia-idade (5ª ou 6ª décadas) 
• Condições médicas com alta taxa de mortalidade (não diagnosticadas) 
• Risco de suicídio (sociais, funcionais afetivos, crises) 
• Tabagismo 
• Incidência em filhos de pais esquizofrênicos é 2 vezes mais alta em cidades do que comunidade rural 
• Genética (espectro de alelos de risco), embora a maioria não tenha HF de psicose 
• Adversidades perinatais (infecções, hipóxia, desnutrição etc) 
DESENVOLVIMENTO E CURSO 
• Início: varia de insidioso (fase pré-mórbida) a abrupto (crise com ou sem pródromos - trema/apofania/apocalipse) 
• Insidioso: traços de personalidade, queixas somáticas inespecíficas de dores e fraquezas, mudanças gradativas de 
comportamento em suas atividades, experiências perceptivas estranhas, discurso incomum, afeto anormal dentre 
outros pródromos. 
• Prognóstico favorável em 20% dos quais pequena porção tem recuperação completa. 
• A maior parte evolui cronicamente com pioras e remissões de sintomas após as crises, ou ainda apresentam 
deterioração progressiva. 
• Quanto mais precoce o inicio, pior prognóstico. 
• Ausência de insight (consciência de morbidade) 
MODELO DIÁTESE-ESTRESSE 
• Hipótese da dopamina: postula que há um excesso da atividade dopaminérgica (causa ou consequência?) 
• Não indica se a hiperatividade dopaminérgica decorre de liberação excessiva de dopamina, do excesso de 
receptores de dopamina, da hipersensibilidade destes à dopamina ou a uma combinação de todos. 
GRUPO DE SINTOMAS 
• Sintomas positivos ou produtivos: pode usar todos, mas priorizar típicos 
» Alucinações auditivas, visuais ou outras 
» Ideação delirante 
Não há sintomas patognomônicos na psiquiatria! 
A dose do tratamento de crise > dose de manutenção 
 
» Comportamento e ideias bizarras 
» Agitação psicomotora 
» Neologismos e parafasias (fonêmica: faca, vaca) 
• Sintomas negativos: evitar antipsicóticos típicos 
» Distanciamento, embotamento ou aplainamento (perda da ressonância afetiva) 
» Isolamento ou retração social 
» Alogia ou empobrecimento do pensamento e linguagem (cognição) 
» Hipo ou abulia e hipo ou apgragmatismo 
» Lentificação psicomotora 
• Síndrome desorganizada (esquizofrenia hebifrênica) 
» Pensamento desorganizado (afrouxamento até salada de palavras) 
» Comportamentos desorganizados de incompreensíveis a bizarros 
» Afeto inadequado e ambivalente 
» Afeto pueril 
• Declínio cognitivo 
• Sintomas psicomotores (sintomas catatônicos, por exemplo) 
DIAGNÓSTICO SEGUNDO DSM-5 
• Dois dos quesitos abaixo (pelo menos um entre 1, 2 ou 3), presentes durante 1 mês (ou menos se tratado). 
» 1) Delírios 
» 2) Alucinações 
» 3) Discurso desorganizado 
» 4) Comportamento desorganizado ou catatônico 
» 5) Sintomas negativos (retraimento, embotamento afetivo, expressão emocional diminuída) 
• Disfunção sócio-ocupacional 
• Duração de 6 meses de disfunções sociais com pelo menos 1 mês dos quesitos 
• Excluído transtorno esquizoafetivo ou do humor (ex. TAB, depressão) 
• Excluído psicose por substâncias ou condição médica geral 
• Se há transtorno global do desenvolvimento (autismo ou outro), o diagnóstico de esquizofrenia requer delírios e 
alucinações presentes pelo menos 1 mês (ou menos, se tratados) 
TIPOS DE ESQUIZOFRENIA 
• Paranoide: Predominam sintomas positivos. O quadro é dominado por delírios paranoides, relativamente 
estruturados. Mostram-se desconfiados, reservados e com maior propensão de comportamento agressivo. Mais 
comum no homem, entre 15-25 anos, e nas mulheres entre 20-30. Na 5ª década há um novo pico de incidência. 
• Hebefrênica ou desorganizada: Sintomas afetivos e alterações do pensamento são predominantes. Ideias 
delirantes podem estar presentes, mas não são organizadas. Alguns pacientes podem apresentar episódios graves 
de agressividade. Existe um contato muito pobre com a realidade. Inicia na adolescência. 
• Catatônica: Predomínio de sintomas motores e alterações de atividade, que podem ir desde um estado de cansaço 
e acinético (ficam da forma que o cuidador o deixa) até a excitação (estupor/furor catatônico). 
• Indiferenciada: Habitualmente, apresenta desenvolvimento insidioso com isolamento social e comprometimento 
do desempenho laboral e intelectual. Observa-se certa apatia e indiferença ao mundo exterior. Preenche critérios 
para esquizofrenia, mas não se enquadra em nenhum dos anteriores. 
• Residual: Nessa forma existe um predomínio de sintomas negativos. Os doentes apresentam isolamento social, 
embotamento afetivo e uma pobreza de conteúdo do pensamento. É o fim evolutivo de alguns cursos da doença. 
Mais comuns em pacientes idosos. 
O diagnóstico não se dá antes de 6 meses! 
EXAME PSÍQUICO 
• Aparência: adequada, bizarra, extravagante 
• Atitude: cooperante, oposição, hostil, suspicaz, querelante, reivindicativa, evasiva, inibida, gliscróide, submissa, 
amaneirada, alucinatória, etc 
• Consciência: lúcida/clara, estupor, sonolento 
• Consciência do eu: identidade, unidade, existência, limites, atividade 
• Atenção (proxesia): tenacidade, vigilância 
• Orientação: autopsíquica, alopsíquica, desorientação apática, desorientação delirante 
• Memória: amnésia/hipomonésia/hiperminésia retrógrada/anterógrada, generalizada/lacunar/seletiva 
• Inteligência: compatívelcom escolaridade, déficit 
• Humor: hipotimia/atimia Afetividade: labilidade afetiva, rigidez afetiva, paratimia, ambitimia 
• Pensamento: curso, forma e conteúdo aceleração/ alentecimento/ interrupção, desagregação, descarrilhamento, 
perseveração, concretismo, ideação delirante ( X deliróide) 
• Linguagem: mutismo, mussitação, laconismo, latência de resposta, ecolalia, palilalia, estereotipia verbal, 
neologismos, solilóquios, glossolalia 
• Sensopercepção: alucinações (X ilusões) auditiva/auditivo-verbais, visuais, olfativas e gustativas, cutâneas e táteis, 
cenestésicas (viscerais), cinestésicas (movimento) 
• Psicomotricidade: agitação/hipercinesia, hipocinesia, acinesia/estupor, ecopraxia, estereotipias, flexibilidade 
cerácea, maneirismos (gestos, mímicas, vocalizações), interceptação cinética (roubo), perseveração motora 
• Conação: hipobulia, ambitendência, negativismo 
• Pragmatismo: hipopragmatismo e apragmatismo 
• Prospecção: planos presentes e adequados e exequíveis ou inadequados e inexequíveis, sem planos para o futuro. 
• Consciência de morbidade: geralmente comprometida 
TRATAMENTO 
ADESÃO AO TRATAMENTO 
• Prevenção de crises e hospitalizações 
• Orientação no apoio familiar e psicoeducação 
» Tipo de intervenção psicológica feita de forma sistemática e estruturada que busca promover uma ampliação 
do conhecimento do paciente e das pessoas próximas a ele a respeito de sua condição de saúde mental. 
» Importante para melhor conhecimento a respeito da doença, promoção da aceitação familiar, 
desenvolvimento de expectativas realistas, reconhecimento de sinais precoces de recaídas e mudanças 
sintomatológicas e garantir maior adesão ao tratamento. 
» Abordagem cognitiva: melhorar insight, compensar déficits em progressão nas funções cognitivas, 
treinamento de habilidades sociais (atividades ocupacionais, sociais, autocuidado). 
• Melhora da funcionalidade dos pacientes 
• Identificação e construção de rede de apoio e laços sociais 
ABORDAGEM FARMACOLÓGICA (NEUROLÉPTICOS) 
• Antipsicóticos de 1ª geração (típicos): ótimos para sintomas +, mas agravam -. 
» Fenotiazinas 
o Alifáticas: clorpromazina, levomepromazina (bastante sedativos devido baixa potência, ou seja, afinidade 
por receptor de dopamina) → se quero resolver sintomas positivos, preciso de alta dose. 
o Piperidínicas: tioridazina 
o Piperazínicas: flufenazina, trifluoperazina, periciazina, popotiazina 
Potência: afinidade por 
receptor de dopamina (precisa 
de pouca qtde para sedar e 
controlar sintomas positivos. 
» Tioxantenos: Zuclopentixol 
» Butirofenonas: Haloperidol, Penfluridol, Pimozida → pouco efeito sedativo (para isso, utiliza-se um atípico) 
» Ortopramidas: Sulpirida 
• Antipsicóticos de 2ª geração (atípicos): maior efeito sedativo 
» Risperidona 
» Paliperidona 
» Olanzapina 
» Clozapina → indicação: se não respondeu a 2 antipsicóticos diferentes. Aumentar 25/25 mg a cada 2 dias, 
devido risco de aplasia de medula óssea. Realizar HMG, bioquímica, função hepática e renal semanalmente. 
Deve-se ter no mínimo leucócitos > 3.500 e segmentados > 2.000. Se abaixo, interromper imediatamente. 
» Ziprazidona 
» Aripiprazol 
» Quetiapina → 25-100 mg: sedação | 100-300 mg: humor (depressão, TAB) | 300-800 mg: ação antipsicótica. 
• Formas de Administração: sempre considerar latência de resposta! 
o Oral (comprimido/líquido) 
o Intramuscular (imediata/depósito se veículo oleoso) → nunca fazer depósito se paciente nunca usou medicação 
o Endovenoso → evitar ao máximo, devido efeitos cardíacos (intervalo QT) 
MECANISMO DE AÇÃO 
• Bloqueio receptor de dopamina (D2) 
• Vias dopaminérgicas 
» Túbero-infundibular (hipófise - hormônios). Prolactina. 
» Nigro-estriatal (sistema extra-piramidal). Movimentos involuntários. 
» Mesolímbica e mesocortical (sistema límbico e córtex pré-frontal). 
 
EFEITOS COLATERAIS 
• Bloqueio D2 - sintomas extrapiramidais (comuns em homens jovens que usam antipsicóticos típicos) 
» Agudos: distonia (m. face), parkinsonismo, acatisia (inquietação), hiperprolactinemia → biperideno 
» Tardios: discinesia tardia (“mastigando” por dessensibilização receptor → reduzir dose ou até associar BZD) 
• Bloqueio M1 - xerostomia, retenção urinária 
• Bloqueio H1 - sedação 
• Bloqueio alfa1 - hipotensão ortostática 
• Bloqueio 5-HT2 - ganho de peso 
SÍNDROME NEUROLÉPTICA MALIGNA (SNM) 
• Idiossincrasia (1 a 2% das pessoas que usam neurolépticos) 
• Diagnóstico: 
» Febre alta 
» Diaforese (sudorese profusa) 
» Rigidez muscular intensa (não resolve com biperideno) 
» Instabilidade autonômica do SNC (FR, FC, PA se mantém em flutuação) 
» Exame de sangue: leucocitose e elevação da CPK total (destruição muscular) 
• Suspender antipsicóticos imediatamente (pode evoluir para rabdomiólise e lesão renal). Após estabilização, pode-
se introduzir antipsicótico atípico lentamente. 
• Dependendo da gravidade, deve-se enviar para hospital clínico e monitorizar. 
 
Contraindicação permanente 
ao uso de antipsicóticos típicos! 
ELETROCONVULSOTERAPIA 
• Não é eletrochoque (forma de punição). • Possibilidade em casos refratários. 
AVALIAÇÃO CLÍNICA PERMANENTE 
• Função cardiovascular 
• Síndrome metabólica 
• Função hematológica (clozapina) 
• Avaliação oftalmológica (pigmentação de retina) 
• Funções hepática, renal, pancreática, tireoidiana e outras hormonais 
ABORDAGEM À IDEAÇÃO SUICIDA 
• O suicídio pode ser definido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, 
de forma consciente e intencional, mesmo que ambivalente, usando um meio que ele acredita ser letal. Também 
fazem parte do que chamamos de comportamento suicida: os pensamentos, os planos e a tentativa de suicídio. 
 
MITOS SOBRE O SUICÍDIO 
 
• A proporção entre sexos com relação à tentativa de 
suicídio é 3 mulheres / 1 homem. No entanto, a 
proporção que morre é de 1/3. 
• O maior fator de risco é a tentativa prévia de 
suicídio. 
 
 
Abordagem pode ser direta (o que te impede de se matar?) ou 
eufêmica (você já pensou que a vida não vale a pena ser vivida?). 
FATORES DE RISCO 
• Tentativa prévia de suicídio 
• Doença mental 
• Desesperança, desespero, impulsividade, desamparo 
• Idade (15-35 anos e acima de 65/75 anos) 
• Gênero (3:1 mulheres/homens tentam e 1:3 conseguem) 
• Doenças clínicas não psiquiátricas (neurológicas, CAs, HIV, doenças crônicas) 
• História familiar 
• Estressores da vida (desemprego, rejeição, luto) 
• Profissão (médicos, veterinários, farmacêuticos, químicos e agricultores) 
 
AVALIAÇÃO E MANEJO 
• Ao exame físico: 
» Ambivalência entre viver ou morrer 
» Rigidez (ideias inflexíveis) 
» Impulsividade 
• Ter um lugar adequado onde uma conversa tranquila possa ser mantida com privacidade razoável. 
• O próximo passo é reservar o tempo necessário para o paciente deixar de se achar um fardo e precisa-se estar 
preparado mentalmente para lhes dar atenção. 
• A tarefa mais importante é ouvi-las efetivamente pois pode reduzir o nível de desespero suicida. 
COMO SE COMUNICAR? 
• Ouvir atentamente, ficar calmo. 
• Entender os sentimentos da pessoa (empatia). 
• Dar mensagens não-verbais de aceitação e respeito. 
• Expressar respeito pelas opiniões e valores da 
pessoa. 
• Conversar honestamente e com autenticidade. 
• Mostrar preocupação, cuidado e afeição. 
• Focalizar nos sentimentos da pessoa. 
Suicidabilidade: ter tentado suicídio, ter familiares que tentaram ou se 
suicidaram, ter ideias e/ou planos de suicídio. 
O QUE FAZER? 
• Ouvir, mostrar empatia, ficar calmo 
• Ser afetuoso e dar apoio 
• Leve a situação a sério e verifique risco 
• Pergunte sobre tentativas anteriores 
• Explore outras saídas além do suicídio 
• Pergunte sobre o plano de suicídio 
• Ganhe tempo, faça um contrato 
• Identifica formas de apoio emocional 
• Remova meios, se possível 
• Tome atitudes, conte a outros, consiga ajuda 
• Se o risco é grande, fique com a pessoa 
COMO NÃO SE COMUNICAR? 
• Interromper muito frequentemente 
• Ficar chocadoou muito emocionado 
• Dizer que você está ocupado 
• Colocar paciente em posição de inferioridade 
• Fazer comentários invasivos e pouco claros 
• Fazer perguntas indiscretas 
• Ignorar a situação 
• Falar que vai ficar tudo bem 
• Desafiar a pessoa a continuar em frente 
• Fazer o problema parecer trivial 
• Dar falsas garantias 
• Deixar a pessoa sozinha 
• Jurar segredo → Código de Ética prevê sigilo salvo risco de morte para a pessoa ou terceiros 
PERGUNTAS IMPORTANTES 
• Você tem planos para o futuro? 
• A vida vale a pena ser vivida? 
• Se a morte viesse, ela seria bem vinda? 
• Você está pensando em se machucar, se ferir? 
• Você tem algum plano específico para morrer? 
• Você teve alguma tentativa recente? 
INCLUIR NO RACIOCÍNIO CLINICO 
• Há meios acessíveis para cometer suicídio? (Armas, andar onde mora, remédios ou inseticidas). 
• Qual a letalidade do plano e a concepção da letalidade pelo paciente? 
• Qual a probabilidade de resgate/como foi o resgate? 
• Alguma preparação foi feita? (Carta, testamento ou acúmulo de comprimidos). 
• Quão próximo o paciente esteve de completar o suicídio? O paciente praticou anteriormente o ato ou já tentou? 
• O paciente tem habilidade de controlar seus impulsos? 
• Há fatores estressantes recentes que tenham piorado as habilidades de lidar com as dificuldades ou de participar 
no plano de tratamento? 
• Há fatores protetores? Quais os motivos para o paciente se manter vivo? 
• Qual a visão do paciente sobre o futuro? 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO 
BAIXO RISCO: A PESSOA TEVE ALGUNS PENSAMENTOS SUICIDAS, MAS NÃO FEZ NENHUM PLANO. 
• Manejar: 
» Escuta acolhedora para compreensão e amenização de sofrimento; 
» Facilitar a vinculação do sujeito ao suporte e ajuda possível ao seu redor - social e institucional; 
» Tratamento de possível transtorno psiquiátrico. 
• Encaminhar: 
» Caso não haja melhora, encaminhe para profissional especializado; 
» Esclareça ao paciente os motivos do encaminhamento; 
» Certifique-se do atendimento e agilize ao máximo, tendo em vista a excepcionalidade do caso; 
» Tente obter uma contrarreferência do atendimento. 
MÉDIO RISCO: A PESSOA TEM PLANOS, MAS NÃO PRETENDE COMETER SUICÍDIO IMEDIATAMENTE. 
• Manejar: 
» Total cuidado com possíveis meios de cometer suicídio que possam estar no próprio espaço de atendimento; 
» Escuta terapêutica que o possibilite falar e clarificar para si sua situação de crise e sofrimento; 
» Realização de contrato terapêutico de não suicídio; 
» Investimento nos possíveis fatores protetivos do suicídio; 
» Faça da família e amigos do paciente os verdadeiros parceiros no acompanhamento do mesmo. 
• Encaminhar: 
» Encaminhar para o serviço de psiquiatria para avaliação e conduta ou agendar uma consulta o mais breve 
possível; 
» Peça autorização para entrar em contato com a família, os amigos e/ou colegas e explique a situação sem 
alarmar ou colocar panos quentes, informando o necessário e preservando o sigilo de outras informações 
sobre particularidades do indivíduo; 
» Oriente sobre medidas de prevenção, como: esconder armas; facas; cordas; deixar medicamentos em local 
que a pessoa não tenha acesso etc. 
ALTO RISCO: A PESSOA TEM UM PLANO DEFINIDO, TEM OS MEIOS PARA FAZÊ-LO E PLANEJA FAZÊ-LO 
PRONTAMENTE; OU TENTOU SUICÍDIO RECENTEMENTE E APRESENTA RIGIDEZ QUANTO À UMA NOVA 
TENTATIVA; OU TENTOU VÁRIAS VEZES EM UM CURTO ESPAÇO DE TEMPO. 
• Manejar: 
» Estar junto da pessoa. Nunca a deixar sozinha; 
» Total cuidado com possíveis meios de cometer suicídio que possam estar no próprio espaço de atendimento; 
» Realização de contrato de “não suicídio”; 
» Informar a família da forma já sugerida. 
• Encaminhar: 
» Encaminhar para o serviço de psiquiatria para avaliação, conduta e, se necessário, internação. Caso não seja 
possível, considere o caso como emergência e entre em contato com um profissional da saúde mental ou de 
emergência. Providencie ambulância e encaminhe a pessoa ao pronto-socorro psiquiátrico, de preferência. 
URGÊNCIA/EMERGÊNCIA 
• O manejo do paciente na urgência/emergência terá três objetivos: 
» Reduzir o risco imediato; » Manejo fatores predisponentes; » Acompanhamento. 
• Vigilância 24 horas deve ser estruturada por alguém da equipe de saúde ou cuidador até a reavaliação médica. 
• Utensílios que podem ser usados para machucar (facas, instrumentos pontiagudos, remédios, cintos e cordas) 
devem ser retirados do acesso do paciente, assim como a bolsa do mesmo deve ser revistada para avaliar a 
presença destes. Portas, inclusive do banheiro, não devem ser trancadas. 
• A transferência de pacientes entre instituições deve ser feita de ambulância, e não pelos familiares; 
• Os pacientes com alto risco de suicídio e frágil suporte social devem ser internados em instituição especializada; 
POSVENÇÃO DO SUICÍDIO 
• O luto do suicídio descreve o período de ajustamento à uma morte por suicídio que é experimentado por membros 
da família, amigos e outros contatos do falecido que são afetados pela perda. 
• Nos EUA, os indivíduos afetados são descritos "sobreviventes de suicídio" ou "sobreviventes de perda por suicídio". 
• Estima-se que 60 pessoas sejam intimamente afetadas em cada morte por suicídio, incluindo família, amigos. 
 Estabilizadores de humor são úteis (Ác. valproico, lítio, topiramato). Cuidado com benzodiazepínicos para adolescentes, efeito paradoxal de desinibição. 
TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE 
Per Sonare: Conjunto de traços psíquicos, constituindo no total das características individuais, em sua relação com 
o meio, incluindo todos os fatores físicos, biológicos, psíquicos e socioculturais de sua formação, conjugando 
tendências inatas e experiências adquiridas no curso de sua existência. [...] relativamente estável ao longo da vida 
do indivíduo e relativamente dinâmico, sujeita a determinadas modificações, dependendo de mudanças existenciais 
ou alterações neurobiológicas.” 
O QUE É PERSONALIDADE 
• Temperamento: particularidades psico-fisiológicas inatas ou iniciais, determinadas por fatores genéticos ou 
constitucionais precoces (endócrinos ou metabólicos). 
• Caráter: o modo como o indivíduo equacionou, consciente e inconscientemente, o seu temperamento com as 
exigências e expectativas nas relações (reações finalmente exibidas pelos indivíduos). 
• Temperamento e Caráter podem desenvolver-se no mesmo sentido ou em sentidos opostos 
• Ex: “Um indivíduo com caráter exibicionista e teatral esconde um temperamento tímido e fóbico, ou um caráter 
agressivo e audaz encobre um temperamento medroso e angustiado.” 
EIXOS OU DIMENSÕES DIAGNÓSTICAS (MULTIAXIAL): 
• Axis I Clinical Disorders Other Conditions That May Be a Focus of Clinical Attention 
• Axis II Personality Disorders Mental Retardation 
• Axis III General Medical Conditions 
• Axis IV Psychosocial and Environmental Problems Axis V Global Assessment of Functionin” 
GRUPO A → ESQUISITICE E/OU DESCONFIANÇA 
• Paranóide 
» Desconfiança constante 
» Sensivel as decepções e as críticas 
» Rancoroso, arrogante 
» Culpa os outros 
» Reivindicativo 
» Sente-se prejudicado nas relações 
• Esquizoide 
» Frio (indiferente) 
» Distante, sem relações íntimas 
» Esquisito (estranho) 
» Vive no seu próprio mundo, solitário 
» Não se emociona (imperturbável) 
• Esquizotípica 
» Ideias e crenças estranhas e de auto-referência 
» Desconforto nas relações interpessoais 
» Pensamento vago e excessivamente metafórico 
» Aparência física excêntrica 
GRUPO B → IMPULSIVIDADE E/OU MANIPULAÇÃO 
• Borderline 
» Relações pessoais muito instáveis 
» Atos autolesivos repetitivos 
» Humor muito instável 
» Impulsivo e explosivo 
» Graves problemas de identidade 
» Sentimentos de vazio e aborrecimento crônico 
• Sociopática 
» Irresponsável, inconsequente 
» Frio, insensível 
» Sem compaixão 
» Agressivo, cruel 
» Não sente culpa ou remorsos 
» Não aprende com a experiência 
» Mente de forma recorrente 
» Aproveita-se dos outros 
Muitos respondem muito bem a benzodiazepínicos (especificamentediazepam) 
• Histriônica 
» Dramatiza, é muito teatral 
» Sugestionável e superficial 
» Necessita de atenção 
» Manipulador 
» Infantil e pueril 
» Erotiza situações não comumente erotizáveis 
GRUPO C → ANSIEDADE E/OU CONTROLE 
• Ansiosa 
» Dificuldade em se descontrair 
» Preocupa-se facilmente 
» Teme situações novas 
» Atento a si próprio 
» Muito sensível à rejeição 
» Extremamente inseguro 
• Anancástica/obsessiva 
» Rígido, metódico, minucioso 
» Não tolera variações ou improvisações 
» Perfeccionista e escrupuloso 
» Segure regras muito rigorosamente 
» Controlador (de outros e de si) 
» Indeciso 
• Dependente 
» Depende extremamente dos outros 
» Necessita muito agradar 
» Desamparado quando sozinho 
» Sem iniciativa e sem energia 
» Sem autonomia pessoal 
TRATAMENTOS 
• Farmacológicos 
• Psicoterapia → mais importante 
• Psicoeducação → informar sobre traços, se não houver certeza diagnóstica 
TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR 
• É a principal causa de incapacidade em todo o mundo e contribui muito para a carga global de doenças/suicídio. 
• 1 homem para 1,5-3 mulheres. A prevalência em indivíduos de 18-29 anos é 3x maior que em indivíduos > 60 anos. 
COMO DIFERENCIAR O LUTO DE UM EPISÓDIO DEPRESSIVO MAIOR? 
"Ao diferenciar luto de um episódio depressivo maior (EDM), é útil considerar que, no luto, o afeto predominante 
inclui sentimentos de vazio e perda, enquanto no EDM há humor deprimido persistente e incapacidade de antecipar 
felicidade ou prazer. A disforia no luto pode diminuir de intensidade ao longo de dias a semanas, ocorrendo em 
ondas, conhecidas como "dores do luto". Essas ondas tendem a estar associadas a pensamentos ou lembranças do 
falecido. O humor deprimido de um EDM é mais persistente e não está ligado a pensamentos ou preocupações 
específicos. A dor do luto pode vir acompanhada de emoções e humor positivos que não são característicos da 
infelicidade e angústia generalizadas de um EDM. O conteúdo do pensamento associado ao luto geralmente 
apresenta preocupação com pensamentos e lembranças do falecido, em vez das ruminações autocríticas ou 
pessimistas encontradas no EDM. No luto, a autoestima costuma estar preservada, ao passo que no EDM 
sentimentos de desvalia e aversão a si mesmo são comuns. Se presente no luto, a ideação autodepreciativa 
tipicamente envolve a percepção de falhas em relação ao falecido (p. ex., não ter feito visitas com frequência 
suficiente, não dizer ao falecido o quanto o amava). Se um indivíduo enlutado pensa em morte e em morrer, tais 
pensamentos costumam ter o foco no falecido e possivelmente em "se unir" a ele, enquanto no EDM esses 
pensamentos têm o foco em acabar com a própria vida em razão dos sentimentos de desvalia, de não merecer estar 
vivo ou da incapacidade de enfrentar a dor da depressão.” 
LUTO EDM 
Vazio e perda. Humor deprimido e incapacidade de antecipar visões 
positivas do futuro, incluindo alegria e felicidade. 
A disforia pode diminuir ao longo de dias e semanas, 
aparecimento em “ondas”, associados a lembranças do 
falecido. 
Humor deprimido persistente e não relacionado a 
pensamentos ou lembranças específicas. 
Dor pode vir acompanhada de humor positivo. Infelicidade e angústia generalizados. 
Autoestima preservada. Em alguns casos, percebe-se a 
autodepreciação, porém, referente a falhas associadas 
ao falecido. 
Sentimento de desvalia e aversão a si mesmo. 
Pensamento de morte para poder se “unir” ao falecido. Sentimento de morte para acabar com a própria vida, 
devido ao sentimento de desvalia. 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: 
• Cinco ou mais dos critérios abaixo (sendo pelo menos um dos dois primeiros) e que representem uma mudança 
em relação ao funcionamento anterior, com sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo funcional ao 
indivíduo, que não sejam atribuíveis aos efeitos fisiológicos de uma substância ou outra condição médica. 
• Humor deprimido ou rebaixado 
• Perda de interesse ou prazer (anedonia) 
• Humor deprimido ou rebaixado 
• Perda de interesse ou prazer (anedonia) 
• Perda (típica) ou ganho significativo de peso (atípica) 
• Insônia (típica, sobretudo intermitente ou terminal) ou hipersonia (atípica) 
• Agitação ou retardo psicomotor 
• Fadiga ou perda de energia 
• Sentimentos de inutilidade ou culpa (deliróides ou não) 
• Capacidade cognitiva reduzida (atenção, pensamento, ...) 
• Pensamentos recorrentes de morte 
 
CLASSIFICAÇÃO CID-10 
• Episódio Depressivo leve, moderado, grave; 
» Com ou sem sintomas psicóticos; 
» Com ou sem sintomas somáticos; 
• Síndrome Catatônica. 
 
EXCLUIR 
• Não incluir sintomas devidos a outra condição médica; 
• Transtorno Esquizoafetivo, Esquizofrenia, transtornos 
delirantes; 
• Nunca houve episódio maníaco ou hipomaníaco. 
OUTROS TRANSTORNOS DEPRESSIVOS 
• Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor 
• Transtorno Depressivo Recorrente 
• Transtorno Depressivo Persistente (Distimia) 
• Transtorno Disfórico Pré-menstrual 
• Transtorno Depressivo Induzido por Substância/Medicamento 
• Transtorno Depressivo Devido a Outra Condição Médica (ex.) 
 
TEMPO: por no mínimo 2 semanas com sintomatologia presente diariamente. 
 
 
 
COMORBIDADES: 
• Transtornos de Ansiedade 
• Transtornos por uso/abuso de Substância 
ATENÇÃO: 
• Depressão “Unipolar” X Depressão Bipolar 
• Abordagem à ideação/ tentativa de suicídio 
 
 
Tipos de insônia: intermitente, terminal 
(depressão), inicial (ansiedade). 
 
 
 
EXAME PSÍQUICO 
• Apresentação, atitude 
• Funções cognitivas (Memória, Atenção, Orientação) 
• Humor, afeto e sentimentos 
• Fala, linguagem 
• Pensamento 
• Sensopercepção 
• Vontade e pragmatismo 
• Prospecção 
TRATAMENTO 
• Ampliação da rede de apoio e de cuidados (família de origem, nuclear e ampliada) 
• Psicoterapias e psicoeducação 
• Farmacoterapias 
• Psicoterapias 
» Abordagem Psicodinâmica: Regressão do ego: autoestima perturbada e conflitos não resolvidos 
» Abordagem Cognitiva: Pensamento distorcido: disforia devido a visões negativas aprendidas de si próprio, dos 
outros e do mundo) 
• Abordagem Interpessoal (elos ou relações sociais significativas ausentes ou insatisfatórias) 
ANTIDEPRESSIVOS 1ª GERAÇÃO (NÃO-IMAO) 
• Inibem recaptação de NE, 5-HT e DA 
• Bloqueiam M1, H1, alfa1-adrenérgico 
• L-triptofano à 5-hidroxi-triptamina (5-HT) 
• Apresentação oral 
» Tricíclicos (Heterocíclicos) ADT 
» Amitriptilina (Tryptanol®) 
» Nortriptilina (Pamelor®) 
» Clomipramina (Anafranil®) 
» Imipramina (Tofranil®) 
INDICAÇÕES E RISCOS 
• Bloqueios M1 (ação anticolinérgica muscarínica): 
xerostomia, constipação, retenção urinária, Î pressão 
intraocular, visão borrada 
• Bloqueio H1 (ação anti-histamínica): sonolência, 
aumento de peso 
• Bloqueio alfa1-adrenérgico: hipotensão ortostática, 
tontura 
ANTIDEPRESSIVOS ISRS 
• Fluoxetina (Prozac®) 
• Fluvoxamina (Luvox®) 
• Sertralina (Zoloft®) 
• Citalopram (Cipramil®) 
• Escitalopram (Lexapro®) 
• Paroxetina (Aropax®): ganho peso 
INDICAÇÕES E RISCOS 
• Não associar IMAO ou L-triptofano 
• Efeitos gastrintestinais, sexuais, biorritimo 
• Paroxetina (Aropax®) 
• Inibem recaptação 5-HT e um pouco de NA e DA 
 
ANTIDEPRESSIVOS IRSN 
• Venlafaxina (Efexor®) 
• Desvenlafaxina (Pristiq®) 
• Duloxetina (Cymbalta®) 
 
INDICAÇÕES E RISCOS 
• Tempo de Tratamento 
 
 
 
TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR 
• O risco de suicídio é 15 vezes maior que o da população em geral. 
• Transtorno bipolar tipo I: mania. • Transtorno bipolar tipo II: hipomania. 
DIAGNÓSTICO 
TRANSTORNO BIPOLAR TIPO I 
• Para diagnosticar transtorno bipolar tipo I, é necessário o preenchimento dos critérios a seguir para um episódio 
maníaco. O episódio maníaco pode ter sido antecedido ou seguido por episódios hipomaníacos ou depressivos 
maiores. 
A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal 
e persistente da atividade ou da energia, com duração mínima de uma semana e presente na maior parte do dia, 
quase todosos dias (ou qualquer duração, se a hospitalização se fizer necessária). 
B. Durante o período de perturbação do humor e aumento da energia ou atividade, três (ou mais) dos seguintes 
sintomas (quatro se o humor é apenas irritável) estão presentes em grau significativo e representam uma mudança 
notável do comportamento habitual: 
• Autoestima inflada ou grandiosidade. 
• Redução da necessidade de sono (p. ex., sente-se descansado com apenas três horas de sono). 
• Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando. 
• Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados. 
• Distratibilidade (i.e., a atenção é desviada muito facilmente por estímulos externos insignificantes ou irrelevantes), 
conforme relatado ou observado. 
• Aumento da atividade dirigida a objetivos (seja socialmente, no trabalho ou escola, seja sexualmente) ou agitação 
psicomotora (i.e., atividade sem propósito não dirigida a objetivos). 
• Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para consequências dolorosas (p. ex., envolvimento 
em surtos desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros insensatos). 
C. A perturbação do humor é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social 
ou profissional ou para necessitar de hospitalização a fim de prevenir dano a si mesmo ou a outras pessoas, ou 
existem características psicóticas. 
D. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento, 
outro tratamento) ou a outra condição médica. 
NOTA: Um episódio maníaco completo que surge durante tratamento antidepressivo (p. ex., medicamento, 
aletroconvulsoterapia), mas que persiste em um nível de sinais e sintomas além do efeito fisiológico desse 
tratamento, é evidência suficiente para um episódio maníaco e, portanto, para um diagnóstico de transtorno tipo l. 
NOTA: Os Critérios A-D representam um episódio maníaco. Pelo menos um episódio maníaco na vida é necessário 
para o diagnóstico de transtorno bipolar tipo I. 
• A ocorrência do(s) episódio(s) maníaco(s) e depressivo(s) maior(es) não é mais bem explicada por transtorno 
esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante ou transtorno do espectro da 
esquizofrenia e outro transtorno psicótico com outras especificações ou não especificado. 
 
TRANSTORNO (AFETIVO) BIPOLAR II 
• Para diagnosticar transtorno bipolar tipo II, é necessário o preenchimento dos critérios a seguir para um episódio 
hipomaníaco atual ou anterior e os critérios a seguir para um episódio depressivo maior atual ou anterior: 
• Episódio Hipomaníaco 
A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal 
e persistente da atividade ou energia, com duração de pelo menos quatro dias consecutivos e presente na maior 
parte do dia, quase todos os dias. 
B. Durante o período de perturbação do humor e aumento da energia e atividade, três (ou mais) dos seguintes 
sintomas (quatro se o humor é apenas irritável) persistem, representam uma mudança notável em relação ao 
comportamento habitual e estão presentes em grau significativo. 
C. O episódio está associado a uma mudança clara no funcionamento que não é característica do indivíduo. 
D. A perturbação no humor e a mudança no funcionamento são observáveis por outras pessoas. 
E. O episódio não é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou 
profissional ou para necessitar de hospitalização. Existindo características psicóticas, o episódio é maníaco. 
F. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento ou 
outro tratamento) ou a outra condição. 
NOTA: Um episódio hipomaníaco completo que surge durante tratamento antidepressivo (p. ex., medicamento, 
eletroconvulsoterapia), mas que persiste em um nível de sinais e sintomas além do efeito fisiológico desse 
tratamento, é evidência suficiente para um diagnóstico de episódio hipomaníaco. 
Recomenda-se, porém, cautela para que 1 ou 2 sintomas (principalmente aumento da irritabilidade, nervosismo ou 
agitação após uso de antidepressivo) não sejam considerados suficientes para o diagnóstico de episódio 
hipomaníaco nem necessariamente indicativos de uma diátese bipolar. 
ESTABILIZADORES DE HUMOR 
CARBONATO DE LÍTIO 
• Facilita liberação de NA 
• Diminui formação de DA 
• Aumenta liberação de 5-HT em hipocampo 
• Aumenta GABA em pacientes deprimidos, normalizando 
• Aumenta Glutamato 
• Indicações e riscos: 
» Protetor e bioquímica 
• Níveis séricos na crise entre 0,8 e 1,2 mEq/L e na manutenção entre 0,6 e 0,8 mEq/L. 
• Efeitos colaterais: acne, aumento apetite, diminuição memória, gosto metálico e boca seca, tremores finos, 
polidipsia e poliúria, exacerbação da psoríase. 
• Intoxicação pelo lítio 
» Gastrointestinais: náuseas, vômitos, abdominal, boca seca e diarreia profusa, dor 
» Sistema Nervoso Central: tremores, disartria, ataxia, alteração do nível de consciência, vertigens, letargia ou 
excitação, hiperreflexia, nistagmo e convulsões. 
» Renais: oligúria ou anúria. 
» Cardivasculares: arritimias musculares e fasciculações. 
OUTROS: DEPAKENE, DEPAKOTE

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