Buscar

Interpretacao de Exames - Parte II

Prévia do material em texto

Interpretaçã� d� Exame� - Pa�t� II
Funçã� Rena�
→ Avaliado por: ureia, creatinina, eletrólitos,
exame de urina, PTH e vitamina D.
→ O problema não é a produção e sim a
EXCREÇÃO!
Doenças renais:
● IRA
● IRC
● Glomerulonefrite
● Pielonefrite
Insuficiência renal: condição que pode ter várias
origens.
Sistema renal: tem relação com todos os outros
sistemas.
● Elimina metabólitos (ureia, creatinina, Na..)
● Sintetiza substâncias (eritropoetina)
● Retém nutrientes (glicose)
● Mantém equilíbrio eletrolítico
Fases:
● Filtração (glomérulo - c. de bowman)
● Reabsorção (alça de henle)
● Secreção (jogado diretamente do sangue
para a urina - ex: amônia, H+, K+..)
TFG = taxa de filtração glomerular. É o melhor
marcador da função renal:
Quantidade que uma substância do plasma é
filtrada para a urina, por unidade de tempo
(ml/min/1,73 m²).
→ Tem que ser medida através de uma substância
que seja livremente filtrada pelos rins, sem ser
reabsorvida ou secretada. A única substância
capaz disso é a CREATININA.
Ureia: é filtrada nos glomérulos. Importante
marcador para pré e pós-hemodiálise. É dosada
junto com a creatinina, mas não é utilizada para
medir TFG pois quase 70% é reabsorvida pelo
organismo. Dosada no soro, sem cuidados
especiais.
Hiperuremia: ↑ da ureia plasmática.
Pré-renal: Diminuição da PA e da volemia renal.
● Diminuição do fluxo sanguíneo renal – IC,
choque, hemorragia, desidratação
● Alterações no metabolismo de proteínas –
dieta rica em proteínas
Renal: Filtração glomerular diminuída IR aguda ou
crônica.
● Glomerulonefrite
● Relação antes e após a hemodiálise
● IRA ou IRC
● Nefrite – inflamação renal e edema
● Pielonefrite
Pós-renal: Obstrução do trato urinário
● Obstrução ureteral
● Obstrução na saída da bexiga
Valor referência:
Homens = 18 a 55 mg/dL
Mulheres = 15 a 43 mg/dL
Creatinina: Vem da creatina + fosfato (músculo),
quando essa molécula é quebrada o fosfato é
usado para síntese de ATP e a creatina vira
creatinina e é lançada no sangue para ser
excretada. É proporcional à massa muscular.
Dosada em soro, evitar exercícios físicos e carne
vermelha 24 h antes do exame. Em urinas de 24h,
galão sem conservante.
Hipercreatininemia: ↑ da creatinina sérica. Indica
uma baixa na TFG.
Valor de referência: 0,6 a 1,2 mg/dL
→ Importante dosar para exames que vão utilizar
contrastes - ex: tomografias. Uma creatinina
alterada às vezes o paciente não é liberado para
fazer este tipo de exame, pois o contraste é
excretado pelos rins.
OBS: a uréia diminui mais rápido após a
hemodiálise, por isso é mais utilizada para saber
se este tratamento está funcionando, já a
creatinina demora muito mais para cair.
Taxa de filtração glomerular: precisa de peso e
altura do paciente. Quanto menor a depuração de
creatinina, menor a TFG. É um indicador muito
sensível. É calculada através de:
C = U.V/P
C = depuração (clearence) em mL/min
U = concentração da creatinina na urina (mg/dL)
V = volume urinário (mL/min)
P = creatinina sérica (mg/dL)
→ Quando a pessoa tiver insuficiência renal, os
níveis de creatinina sérica irão aumentar, ao passo
que os níveis úricos irão diminuir, o que faz com
que a depuração/clearance diminua
proporcionalmente.
Outros marcadores séricos - IRC:
↑ Potássio
↑ Fósforo
↓ Cálcio
↓ Sódio
→ Pacientes com insuficiência renal têm que evitar
alimentos com muito potássio, pois ele já fica em
excesso no organismo.
→ Ácido úrico quando aumentado pode causar
uma insuficiência renal.
PTH: paratormônio. Outro marcador
complementar. Estimulado pelos baixos níveis de
cálcio no sangue. Sua função é aumentar o Ca++
sérico. Aumenta reabsorção de Ca++ nos rins,
aumenta liberação pelos ossos e aumenta a
reabsorção intestinal (com ajuda da vit D). Estimula
produção de vit D.
Hiperparatireoidismo secundário a IRC:
secundário pois o problema é nos rins e não nas
paratireóides.
Vitamina D ativa: calcitriol.
Enzima�
→ São marcadores extremamente sensíveis para
lesões, porém falta especificidade. Por causa
disso:
● Várias enzimas são dosadas juntas (ex:
TGO e TGP)
● Dosagem de isoformas diferentes de
enzimas (CK e LDH)
Amilas�:
Saliva: digere o amido.
Pâncreas: Hiperamilasemia.
→ Pode ser dosada na urina pois é facilmente
filtrada, ou no soro.
Hiperamilasemia pancreática: pancreatite aguda.
Aumenta cedo e muito (4 a 5x) e volta ao normal
cedo. Outras causas:
● Complicações da pancreatite
● Lesão traumática do pâncreas
● Cálculo ou carcinoma pancreático
Hiperamilasemia não-pancreática: insuficiência
renal (não é excreta, então aumenta seus níveis
séricos), caxumba, tumor.
Hiperamilasúria: aumento dos níveis séricos,
dosada em urina de 24h.
Valor de referência:
Soro: 28 a 100 U/L
Urina: 1 a 17 U/L
Saliva: 80.000 a 625.000 U/L
Lipas�:
→ Mais específica para pâncreas, é dosada de
“par” com a amilase para confirmação de lesões
pancreáticas.
→ Age no intestino, produzida pelo pâncreas.
Hiperlipasemia pancreática: pancreatite aguda,
com pico em 24h. Outras causas:
● Pancreatite crônica
● Úlceras gástricas ou duodenais, obstrução
intestinal, etc.
● Obstrução do ducto pancreático
Valor de referência: 13 a 60 U/L
→ Seguir alimentação normal, evitar ingerir
alimentos com muito açúcar/carboidratos em
excesso.
F�sfatas� ácid�:
→ Maior atividade na glândula prostática. Em
mulheres: fígado, hemácias e plaquetas.
→ É utilizada para diagnóstico e monitoramento do
câncer de próstata.
Hiperfosfatasemia ácida:
● Neoplasia de próstata (principal)
● Hipertrofia da próstata benigna (é fisiológico
depois dos 40 e não indica patologias)
● Palpação retal, biópsia
● Prostatite
→ Dosado em soro, evitar relações sexuais, andar
de bicicleta ou a cavalo 3 dias antes do exame,
pois pode aumentar a próstata.
Valor de referência:
Adultos = 1,5 a 4,5 U/L
Crianças = 3,4 a 9,0 U/L
Lactat� desidrogenas� (LDH)
→ Está presente em TODAS as células do corpo.
Especificidade baixa, sensibilidade alta para
hemólise (não pode haver nem um grau de
hemólise).
→ Presente em: Miocárdio, fígado, rins, músculo
esquelético e hemácias.
Causas de aumento:
● Infarto agudo do miocárdio (IAM)
● Anemia megaloblástica
● Trauma muscular e exercícios físicos
intensos –
● Disfunções hepáticas
→ Suas frações podem ser dosadas, porém é
pouco comum.
→ Dosado em soro ou plasma com heparina.
Valores de referência:
Soro: 95 a 225
Urina: 42 a 98
Líquido cefalorraquidiano: 7 a 30
Creatinoquinas� (CK):
→ Predominante nas células musculares, auxilia
na contração.
→ Quebra a creatina em creatinina.
→ Muito presente em: músculo esquelético,
cardíaco e cérebro.
→ Possui 3 subunidades que comumente são
dosadas:
● CK-BB: cérebro (5%)
● CK-MB: coração (6%)
● CK-MM: músculo esquelético (95%)
→ Dosada em soro, não pode realizar exercícios
físicos pesados um dia antes,
Valor de referência:
Homens = 15 a 160 U/L
Mulheres = 15 a 130 U/L
Marcadore� Cardíac��:
→ Enzimas liberadas no soro após a lesão do
miocárdio
● LDH-1
● TGO
● CK-MB
● Troponina I
● Mioglobina
Mioglobina: Proteína transportadora de O2. Não é
específica para lesões do miocárdio pois também
está no músculo esquelético. Boa para
DESCARTAR diagnósticos (‘alto valor preditivo
negativo”).
CK-MB: marcador mais utilizado para diagnóstico
de IAM, é a subunidade de CK mais dosada,
porém não a mais específica.
Troponina: marcador mais específico para
infartos, pois só é encontrada no coração, onde
realiza as contrações. Não está presente no
sangue a não ser que tenha alguma lesão
cardíaca. Detecta pequenas lesões que não sejam
infarto também, coisa que a CK-MB não consegue.
Hormôni��:
Hipotálamo libera hormônios que estimulam a
hipófise a produzir os hormônios que vão agir em
glândulas-alvo, que liberam hormônios que agem
no organismo.
Esses hormônios inibem o hipotálamo ou
hipófise por controle de feedback negativo!
ex: aumento de testosterona vai diminuir o LH, pois
ele percebe o aumento e secreta menos.
→ É mais comum ter problemas nas glândulas do
que na hipófise.
→ Dosagem de hormônios da hipófise e glândulas,
do hipotálamo não é dosado.
Hormônios da hipófise: LH,FSH, LH, TSH,
Prolactina, ACTH, GH.
Hormôni�� Sexuai�:
Hipogonadismo hipergonadotrófico: primário
(estímulo das glândulas, mas elas não
respondem).
ex: Síndrome de Klinefelter e Turner, traumas,
caxumba, obesidade, idade
↑ FSH e LH
↓ Estradiol, progesterona e testosterona
Hipogonadismo hipogonadotrófico: secundário
(problema na própria hipófise, que afeta as
glândulas também).
ex: Síndrome de Kallmann, atraso mental, tumores
na hipófise, traumas, meningite tuberculosa
↓ FSH e LH
↓ Estradiol, progesterona e testosterona
LH :
Luteinizante. Em mulheres estimula a ovulação e
desenvolve o corpo lúteo, estimula produção de
progesterona. Em homens estimula a produção de
testosterona.
Dosagem: em soro, ideal início da manhã em
estado de repouso.
● Aumentado: Amenorréia, ovários
policísticos, menopausa.
● Diminuído: Hipogonadismo (de origem
hipofisária/hipotalâmica).
Dado importante para laudos: quantos dias faz da
última menstruação.
FSH :
Folículo estimulante. Em mulheres estimula a
maturação dos folículos ovarianos (o que induz a
liberação de estradiol). Em homens estimula a
maturação de espermatozóides.
Dosagem: soro, ideal início da manhã em estado
de repouso.
● Aumentado: Amenorréia, ovários
policísticos, menopausa, destruição
testicular.
● Diminuído: Hipogonadismo
hipogonadotrófico, ciclo menstrual
anovulatório.
Prolactin�:
Estimula a lactação em mulheres gestantes
(produção de leite). Em mulheres não gestantes e
homens, estimula a função gonadotrófica.
● Aumentada: Gravidez e amamentação,
ovários policísticos, infertilidade,
amenorreia, galactorreia (produção de leite
em pessoas que não estão amamentando).
● Diminuída: Ginecomastia, hipogonadismo
hipogonadotrófico.
OBS: repouso obrigatório de 30 min antes da
coleta.
Estradio�:
Faz parte do grupo estrogênio, que engloba:
estriol: saúde da amamentação
estrona: varia na menopausa
estradiol: espessamento endometrial (preparação
do útero para gravidez).
● Aumentado: Tumores ovarianos, puberdade
feminina precoce, disfunção ovariana.
● Diminuído: Ovários policísticos, amenorréia
(quando a mulher não menstrua),
infertilidade e menopausa.
Progesteron�:
Secretada pelo corpo lúteo na fase lútea. Ajuda na
nutrição do óvulo, preparação do endométrio
(nidação) e mantém a gestação em grávidas. Em
gestantes, é alta durante toda a gravidez, em
outras mulheres tem seu pico a partir da fase lútea
(período fértil).
● Aumentada: Cisto do corpo lúteo,
puberdade precoce.
● Diminuída: Aborto, anormalidade menstrual,
morte fetal, menopausa.
Anticoncepcional: basicamente uma bomba de
progesterona. Como a progesterona está alta
durante todo o período, o LH é diminuído por meio
do feedback negativo. Se tomar estrogênio junto,
FSH também estará sempre baixo. Importante
tomar sempre no mesmo dia e mesmo horário,
para não quebrar o eixo. Caso esqueça um dia, o
eixo pode quebrar e o LH pode voltar a aumentar,
causando a ovulação.
Pílula do dia seguinte: basicamente uma bomba
de progesterona 10x mais potente que o
anticoncepcional, para inibir a ovulação. NÃO É
ABORTIVO, se a mulher já ovulou, não vai
adiantar de nada!
Test�steron�:
Estimula a espermatogênese e características
sexuais masculinas. Problema pode ser na
produção ou no transporte. É transportada por:
→ Ligada a SHBG (60%)
→ Ligada a albumina (38%)
→ Livre (2%)
● Aumentada: Tumor testicular, ovário
policístico.
● Diminuída: Hipogonadismo masculino,
impotência, esterilidade.
Dosagens específicas:
● SHBG
● Testosterona livre
● SDHEA
● Androstenediona
● DHT
PSA :
Antígeno prostático específico. Pode ser dosado
total e livre, o que ajuda a diferenciar hiperplasia
prostática benigna (quando homens com > 40 anos
tem um aumento normal e fisiológico da próstata)
de um câncer de próstata. Transportado por:
→ Ligado a proteínas (85%)
→ Livre (15%)
→ Próstata neoplásica produz 10x mais PSA que a
próstata normal.
→ Pode aumentar em cânceres de mama em
mulheres.
Recomendações: abstinência sexual, não andar
de moto, a cavalo ou de bicicleta, não fazer
exercícios pesados.
→ Uma neoplasia pode não aumentar os níveis de
PSA, portanto nunca utilizar só ela como
diagnóstico.
BHCG:
Gonadotrofina coriônica humana. É dosada a
fração β, pois é a que difere entre os hormônios, o
que evita uma reação cruzada.
→ É produzido pela placenta, um dos primeiros a
serem produzidos durante a gravidez. Vai
diminuindo a partir do 3º semestre, melhor
detectado no 7º dia após a fecundação (assim que
a menstruação atrasa).
Dosagem: soro ou urina (- sensível). Pode ser
qualitativo ou quantitativo.
Aumentado em:
Mulheres não-grávidas: tumor trofoblástico
(placenta).
Homens: tumor testicular.
TSH:
Tireoestimulante. Estimulada pelo TRH. Estimula
liberação de T3 e T4, que fazem captação de iodo
pela tireoide. Regulação por feedback negativo.
Classificar ou monitorar hipo e hipertireoidismo.
Sofre MUITA influência de estresse.
● Aumentado: Hipotireoidismo, tireoidite de
Hashimoto.
● Diminuído: Hipertireoidismo, doença de
Graves.
→ Normalmente é dosado TSH e T4 livre para
avaliar tireoide.
● T3 triiodotironina
● T4 tiroxina
Dosagens específicas:
● Tireoglobulina (proteína - dosado quando
houve retirada de tumor na tireoide)
● TBG (transporte)
● T3 reverso
● TRAB (anticorpo - Doença de Graves)
● Anti-TPO (Hashimoto)
● Anti-tireoglobulina
Hipotireoidismo: anti-TPO ↑
Hipertireoidismo: TRAB ↑
T3 e T4:
Aumentados: Hipertireoidismo
Diminuídos: Hipotireodismo
Hipertireoidismo primário: glândula produz T3 e
T4 demais. Doença de Graves, tumor, tireoidite,
muito consumo de iodo.
↓ TSH ↑ T3 e T4
Hipertireoidismo subclínico: sem sintomas.
Apenas TSH aumenta. Produção um pouco
aumentada de T3 e T4, porém dentro dos valores
normais.
↓ TSH ✓ T3 e T4
Hipotireoidismo primário: problema na glândula.
Deficiência de iodo, autoimune, câncer, Hashimoto
(+ comum).
↑TSH ↓ T3 e T4
Hipotireoidismo subclínico: sem sintomas.
↑ TSH ✓ T3 e T4
Hipotireoidismo secundário: problema na
hipófise, não produz TSH suficiente.
↓ TSH ↓ T3 e T4

Continue navegando