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RESOLUÇÃO CFN 306/2003 – Dispõe sobre Solicitação de Exames Laboratoriais na Área de Nutrição Clínica Compete ao nutricionista a solicitação de exames laboratoriais necessários à avaliação, à prescrição e à evolução nutricional do cliente-paciente. O nutricionista, ao solicitar exames laboratoriais, deve avaliar adequadamente os critérios técnicos e científicos de sua conduta, estando ciente de sua responsabilidade frente aos questionamentos técnicos decorrentes. Considerar diagnósticos, laudos e pareceres dos demais membros da equipe multiprofissional Solicitar exames laboratoriais cujos métodos e técnicas sejam aprovados cientificamente. Importância da Avaliação Laboratorial Identificar e compreender distúrbios metabólicos em sua origem bioquímica. Compreender o grau de comprometimento metabólico. Confirmar deficiências nutricionais. Detectar deficiências subclínicas e desequilíbrios nutricionais. Avaliar o perfil metabólico e nutricional do paciente. Direcionar / focar a intervenção nutricional para onde realmente é necessária. Monitorar e individualizar a conduta nutricional. Avalia a participação dos nutrientes na função das organelas, células, tecidos e órgãos. Visão mais profunda, em nível celular, onde os nutrientes irão atuar. Deve ser feita com paciente apresentando queixas recorrentes, sem diagnóstico definido e/ou aparente, e com exames “ainda” dentro da “faixa de referência”. “Faixa de referência” não significa faixa de “normalidade”, pois é “epidemiológico” e não individual. Todos os “valores de referência” indicados servem como norte para avaliação bioquímica. A avaliação laboratorial de cada paciente deve considerar os métodos utilizados no laboratório em questão. Os valores sugeridos como “ideal” são apenas referenciais para a prática clínica do nutricionista sob a visão funcional. Olhar sob a interpretação clínica funcional do estado nutricional e de saúde, no processo de prevenção e tratamento de doenças. Quando solicitar exames bioquímicos? Mediante necessidade de complementar a avaliação e o diagnóstico nutricional e direcionar e acompanhar a conduta nutricional. NUNCA solicitar para estabelecer diagnóstico clínico! Não compete ao NUTRICIONISTA estabelecer diagnóstico clínico (de doenças). PERFIL LIPÍDICO E RISCO CARDIOVASCULAR: Breve revisão do metabolismo lipídico... Lipoproteína: contém proteína, fosfolipídio e colesterol para formar uma monocamada na superfície da partícula núcleo contendo TG e ésteres de colesterol Porção proteica das lipoproteínas apolipoproteína (apo), exerce várias funções fisiológicas no metabolismo das lipoproteínas: age como co-fatores de enzimas, ligantes de receptores de superfície celular, permitir a solubilização da macromolécula em meio aquoso. Critérios para dosagem: Estrutura química das frações lipídicas TG e colesterol – frações de > interesse clínico Densidade das partículas lipoprotéicas A densidade dos lipídios é menor do que a das ptns, as partículas maiores (mais ricas em lipídios) são menos densas dos que as menores (mais ricas em ptn) VLDL, LDL e HDL Valor do coeficiente de flutuação As lipoproteínas de maior diâmetro são as menos densas, as mais ricas em lipídios e as de maior flutuação INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS Lipoproteínas - Variam em composição, volume, densidade Classificação das lipoproteínas PERFIL LIPÍDICO: Determinações bioquímicas de: Colesterol Total HDL-colesterol (HDL-c) Triglicerídeos LDL-colesterol (LDL-c) Procedimentos para dosagem: Permanecer sentado por pelo menos 10-15 min Peso e condição clínica estável nos últimos 15 dias (ausência de doenças agudas, trauma, infecção bacteriana ou viral, perda ponderal, gestação) Evitar álcool e atividade física vigorosa por 72- 24 horas Observações: Paciente com perfil alterado devem fazer confirmação entre 7d e 2 meses da 1ª dosagem Caso a variação entre as 2 dosagens seja > que o aceitável (em torno de 5% para colesterol total, 10% para colesterol HDL e até 20% para triglicerídeos) terceira avaliação Aconselha- se ainda realizar as dosagens num mesmo laboratório, para que seja possível a comparação sem a interferência de diferentes técnicas. Aspecto do Soro : o Após centrifugação, o soro é separado e fica em repouso por 12h, quando é analisado visualmente o Límpido – normal ou colesterol elevado O colesterol é uma molécula pequena em relação ao TG, por isso a luz passa por ele e o soro fica límpido o Turvo – TG elevado Não dá para saber se o colesterol é normal ou alto o Cremoso ou Opalacente ou Leitoso – QM aumentado ou TG exageradamente alto (>500mg/dl) Toda vez que a trigliceridemia ultrapassar 500 mg/dl, existe risco aumentado de desenvolvimento de pancreatite Colesterol Total: Colesterol: componente estrutural importante da membrana celular, precursor para biossíntese de ácidos biliares e hormônios esteroides. Colesterol Total: Colesterol LDL - 60 – 70% Colesterol HDL - 20 – 30% Colesterol VLDL - 10 – 15% LDL – colesterol Maior proteína carreadora de colesterol no plasma e a molécula lipídica mais aterogência do sangue. Fórmula de Friedwald: (Fórmula antiga!) LDL = Col total – (HDL + TG/5) Essa fórmula não pode ser usada quando os níveis de TG estão acima de 400 mg/dl FORMULA USADA ATUALMENTE – MARTIN Caso não seja possível usar a fórmula dosar diretamente • Ótimo - < 50-100 mg/dl* • Desejável - 100 - 129 mg/dl • Limítrofe - 130 – 159 mg/dl • Alto- 160 - 189 mg/dl • Muito alto > 190 mg/dl * Desejável para diabéticos, portadores de DCV e pacientes e alto risco para o desenvolvimento de DCV LDL-peroxidada • Valores elevados indicam ação indesejável dos radicais livres. • LDL peroxidada é citotóxica e induz à diferenciação e adesão dos monócitos às células endoteliais, sendo associada ao processo de aterosclerose. HDL-colesterol Vários estudos sugerem existir uma forte correlação inversa entre os níveis de HDL-col e o risco de aterosclerose Protetor > 60 mg/dl HDL-lipoptn está envolvida TRANSPORTE REVERSO DO COLESTEROL Triglicerideos Após absorção são ressintetisados nas células epiteliais intestinais e combinados com o colesterol e apolipoproteínas formar QM QM são transportados via ducto torácico para a circulação. TG no plasma é indicativo de distúrbios metabólicos A hipertrigliceridemia sozinha não é fator de risco para doença coronariana. É fator de risco quando associada à hipercolesterolemia, Diabetes ou síndrome metabólica. Relação com a insulina. Aumento de insulina e glicose acarreta em acúmulo de TG no tecido adiposo, e níveis baixos aumentam a mobilização. Atenção na Resistência à insulina Glicose é fonte preferencial de energia pós prandial. Já os ácidos graxos livres são preferidos em condições de jejum (24 horas ou mais sem alimentação) Deve-se avaliar perfil lipídico de: 1. portadores de DAC ou de outras manifestações de aterosclerose, independente do sexo e da idade; 2. todos os homens e mulheres com 20 anos ou mais. 3. não é recomendada a determinação sistemática do perfil lipídico na infância e adolescência, deve ser realizado em crianças e adolescentes (2 a 19 anos), cujos parentes de 1° grau apresentem dislipidemia ou doença aterosclerótica cardiovascular antes dos 55 anos para homens e dos 65 anos para mulheres. Crianças com pancreatite aguda, xantomatose, obesidade entre outrosfatores de risco para doença cardiovascular. Eletroforese de Lipoproteínas: Eletroforese análise do perfil das lipoproteínas circulantes, técnica que possibilita a separação e a caracterização de quatro classes de lipoproteínas: HDL, VLDL, LDL e quilomícrons. Exame necessário em casos especiais constatação de ausência de lipoproteínas Demais casos não auxilia na tomada de decisões clínicas HDL – alfa lipoproteína VLDL – pré-beta lipoproteína LDL – beta lipopoproteínas Apolipoproteína A Maior componente protéico do colesterol HDL e o agente responsável pela ativação da lecitina- colesterol-aciltransferase, que catalisa a esterificação do colesterol. Essa esterificação no HDL permite uma maior concentração de colesterol no interior desta lipoproteína maior remoção do colesterol livre dos tecidos extra-hepáticos para o fígado. Sítio de síntese da Apo-A - fígado, o intestino ou ambos. Níveis diminuídos de Apo-A preditores de DAC Não é recomendada dosagem rotineira para estratificação de risco cardiovascular Valores: - Indesejável - <120mg/dl - Desejável - >120mg/dl - Baixo risco coronariano - >150mg/dl Apolipoproteína B É a apoproteína do colesterol LDL, que compreende aproximadamente 90% de sua massa. Liga-se aos receptores celulares específicos nas células periféricas e promove a retirada do colesterol LDL da circulação. fator de risco de doença coronariana e desenvolvimento de aterosclerose. Não é recomendada dosagem rotineira para estratificação de risco cardiovascular Recomendação - <150mg/dl Índices Aterogênicos: As relações que mais predispõem avaliar o risco aterogênico são: TG/HDL-c ApoB/ApoA1 Índice TG/HDL-c • Mede indiretamente a capacidade de funcionamento do HDL • TG/HDL-c ≥ 3,5, indica: Resistência insulínica, Pré- diabetes • TG/HDL-≤ 3,0, indica: risco cardiovascular Índice Apo B / Apo A-I • Ótimo preditor para risco cardiovascular. • Importante parâmetro complementar, especialmente em indivíduos normolipidêmicos. • Monitorar pacientes de alto risco ou em tratamento com hipolipemiantes. Índice de Castelli Índice de Castelli : Alguns autores usaram uma correlação entre o colesterol sérico, o HDL-col e o LDL-col como uma maneira de visualizar a influência combinada de importantes fatores de risco de doença coronariana Valores de referência Índice de Castelli I Índice de Castelli II (col. total / HDL-col) (LDL-col / HDL-col) Masc – até 5,1 Masc- até 3,3 Fem – até 4,4 Fem – até 2,9 Lipoproteína A Valores elevados parecem constituir fator de risco para aterosclerose Semelhante a LDL, com apo (a) ligada a apo B- 100 Produzida na fígado atividade pró-trombótica e pró-aterogênica Semelhança estrutural com o plasminogênio um potente fibrinolítico, prejudicando sua ação. Seus níveis são determinados geneticamente, não sofrem influências ambientais, nem dos índices das demais lipoproteínas. Níveis perigosos: acima de 30 mg/dl Não é recomendada dosagem rotineira para estratificação de risco cardiovascular Em quem dosar Lp(a) de acordo com os guidelines? Pacientes com doença cardiovascular precoce Pacientes com risco cardiovascular intermediário ou alto H. familiar de doença cardiovascular precoce ou de Lp(a) elevada Pacientes com hipercolesterolemia familiar Pacientes que recorrem eventos cardiovasculares apesar do uso de estatinas Todos os pacientes 1x na vida ? Homocisteína: É um AA sulfurado não essencial, advém do metabolismo da metionina. Os alimentos contém pouco ou nenhuma homocisteína livre. Toda homocisteína do corpo humano é derivada da metionina, de proteínas das plantas e animais Metabolismo: Remetilação: a Hcy incorpora um grupo metil pela ação da metionina sintetase que tem a B12 e folato (N5 – metil tetrahidrofolato) como co- fatores. Transsulfuração: a Hcy é transformada em cisteína pela ação de uma enzima cuja B6 é co- fator. Eliminação: se dá principalmente pelo catabolismo renal. As elevações da Hcy podem ser causadas por defeitos nas enzimas envolvidas na sua metabolização: CBS – cistationa B-sintase – sua deficiência é a mais importante do ponto de vista clínico, apresentando o pior prognóstico, já que o indivíduo evolui com níveis séricos de Hcy maiores que 400micromol/L (os níveis normais giram em torno do 10 micromol/L). MS – metionina sintase MTHFR – metilenotetrahidrofolato redutase; MAT – metionina adenosil transferase). Determinantes Fisiológicas Sexo e idade: homens têm níveis séricos maiores do que mulheres e em ambos os valores aumentam com a idade. Essa diferença entre os sexos é mais evidente na puberdade, mostrando influência hormonal Função renal: como sua eliminação se dá principalmente pelo catabolismo renal, uma função renal prejudicada elevará seus níveis séricos. Uma elevação de creatinina sérica se associa com elevação de Hcy. B12 e folato: deficiência de ambos pode levar a um moderado ou grave aumento de Hcy sérica, uma vez que ambos estão envolvidos no seu metabolismo. B6: Está fracamente relacionada com alterações dos níveis de Hcy Café: uso exagerado (> 4 xícaras/dia) está relacionado ao aumento de Hcy, por mecanismo ainda não identificado Álcool: consumo de 60 drinques/mês (2 a 3 ao dia) foi associado a elevação dos níveis de Hcy por reduzir a ingestão e depletar de vitaminas do complexo B Atenção: O fumo também foi identificado como um fator que eleva Hcy Efeitos da hiperhomocisteinemia: induz a uma disfunção endotelial, seguindo-se de ativação plaquetária e amplificação dos estados pró-coagulantes. capaz de aumentar a deposição de cálcio na placa de ateroma e aumentar a produção de radicais livres, o que gera ainda mais inflamação e agravamento do estado pró-trombótico. reduz a biodisponibilidade de óxido nítrico, reduzindo os efeitos vasodilatador e antitrombóticos induzidos por ele. é capaz de elevar tromboxanos da série par, gerando aumento da agregação e adesividade plaquetária. Sobre o sistema neurológico, a Hcy contribui para o AVC isquêmico e para demência., sendo a prevalência de hiperHcy e AVCi da ordem de 20%. Níveis elevados: risco coronariano . PROTEÍNAS DE FASE AGUDA Fibrinogênio: É uma proteína de coagulação (fator I da coagulação) produzida pelo fígado. Marcador de “inflamação” proteína de fase aguda porque sua concentração no sangue aumenta rapidamente em resposta a processos inflamatórios e neoplásicos Preditor de risco independente para doença cardiovascular Forte associação com IAM e trombose Sua dosagem indiscriminada não recomendável Fatores que ↑: Fatores genético, Tabagismo, sedentarismo, Leucocitose, DM, HAS e Obesidade, ↑ TG, ↑ LDL e ↑ glicemia Proteína C reativa Biomarcador de alta sensibilidade para DAC Proteína de fase aguda sintetizada no fígado Estímulo: INFLAMAÇÃO e INFECÇÃO Sua elevação independe de demais fatores de risco Ferritina Indicador mais sensível para a quantidade de ferro armazenada no organismo. Valores de ferritina abaixo do normal indicam diagnóstico de anemia. Valores baixos indicam carência crônica e valores elevados indicam sobrecarga de Fe. É uma proteína de fase aguda positiva - está elevada em casos de estresse metabólico, podendo mascarar diagnóstico de anemia ferropriva Valores de Referência: Recem nascidos - 25 a 200 ng/mL 1 mes - 200 a 600 ng/mL2 a 5 meses - 50 a 200 ng/mL 6 meses a 15 anos - 7 a 140 ng/mL Homens - 30 a 400 ng/mL Mulheres - 13 a 150 ng/mL VHS – Velocidade de Hemossedimentação Teste de marcador de resposta inflamatória Baixa sensibilidade e especificidade O VHS não mede a viscosidade sangüínea, mas é influenciado por proteínas plasmáticas na seguinte escala comparativa de valores: fibrinogênio(10), β-globulina(5), α e γ- globulinas(2) e albumina(1). Pode ser útil na documentação de processos infecciosos, inflamatórios ou neoplásicos, na avaliação do grau de atividade ou da extensão da doença de base e, em alguns casos, da resposta à terapêutica instituída. Ácido Úrico Representa o produto final do metabolismo das purinas É filtrado nos glomérulos e 90% são reabsorvidos pelos túbulos Seus valores plasmáticos são influenciados por fatores renais e extra-renais Outros fatores também influenciam os níveis séricos: predisposição genética, raça, sexo, idade, peso corporal, ingestão de álcool, diabetes, dislipidemia, dieta e uso de medicamentos Hiperuricemia produção excessiva e/ou da excreção renal diminuída de ácido úrico, há supersaturação de uratos e consequente propensão à sua cristalização e deposição nos tecidos Fator de risco para DCV: ↑ estado inflamatório, proteína C reativa Prevalência global da hiperuricemia ↑: alterações na dieta (maior consumo de alimentos ricos em purinas e aumento da ingestão de alimentos ricos em frutose), aumento da esperança de vida, disfunção renal subclínica, aumento na utilização de fármacos hiperuricémicos (diuréticos e ciclosporina) Vitamina D • 25(OH)D3: o melhor indicador do conteúdo corporal reflete a ingestão alimentar e a exposicão à luz solar, Seus níveis constituem um espectro contínuo de suficiência de vitamina D. • 25(OH)D ou a forma ativa 1,25(OH)2D3 promovem melhor funcionamento: células-ß sistema renina-angiotensina regulação da quantidade de gordura corporal Novos intervalos de referência da Vitamina D - Posicionamento da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), Atualização 2018. Grupos de risco para Hipovitaminose D e que se beneficiam com a manutenção de valores entre 30 e 60 ng/mL: Idosos – acima de 60 anos, Gestantes e lactantes; Indivíduos com fraturas ou quedas recorrentes; Osteoporose (primária e secundária) e Doenças osteometabólicas (raquitismo, osteomalácia, hiperparatireoidismo); Doença Renal Crônica; Síndromes de má-absorção (pós cirurgia bariátrica e doença inflamatória intestinal) Medicações que possam interferir com a formação e degradação da vitamina D (TARV; glicocorticoides e anticonvulsivantes); Neoplasias Malignas e Sarcopenia Diabetes e Obesidade Indivíduos que não se expõem ao sol ou que tenham contraindicação à exposição solar; Indivíduos com pele escura. METABOLISMO DA GLICOSE: Glicemia de jejum: Indicação principal diagnóstico de Diabetes Mellitus Exame útil também para: Monitoramento terapêutico do diabetes. Avaliação de distúrbios do metabolismo dos carboidratos. Diagnóstico diferencial das hipoglicemias (insulinomas, diabetes). Valor plasmático: Jejum limites bastante estreitos Regulação hormonal extremamente sensível: Insulina (agente hipoglicemiante) Glucagon, cortisol e catecolaminas (agentes hiperglicemiantes) Exame – jejum 08 horas (ausência de ingestão calórica). Tempo superior a este pode implicar em elevação da glicemia sem relação com diabetes. Valores (método enzimático): Normal até 99 mg/dl Intolerância à glicose 100 – 125 mg/dl Diabetes Mellitus ≥ 126 mg/dl Observações: - Glicemia casual ≥ 200 mg/dl + sintomas clássicos diagnóstico de DM - Diagnóstico de DM deve sempre ser confirmado pela repetição do teste em outro dia, a menos que haja hiperglicemia inequívoca com descompensação metabólica aguda ou sintomas óbvios de DM. Teste Oral de Tolerância a Glicose: (TOTG) Coleta: Glicemia jejum e 2h após a ingestão de 75g de glicose anidra dissolvida em água (250-300ml) ingerido em aproximadamente 5 min. Crianças se houver indicação do TOTG usa-se 1,75 grama/kg de glicose (máximo 75 gramas) Principais utilidades: Diagnóstico DM quando o paciente tem glicemia entre 100 e 125 mg/dl (diagnosticado como intolerante à glicose) Indivíduos com glicemia normal mas com pelo menos 2 fatores de risco importantes para DM. Pesquisa Padronizações para o teste: Alimentação com pelo menos 150g de HC nos 03 dias que antecedem o exame Atividade física habitual No dia do teste jejum de 8-12h (permite-se ingerir água) Não fumar ou caminhar durante o teste Medicações e intercorrências que podem alterar o teste devem ser controladas Glicose Anidra x Glicose Monoidratada Glicose anidra = 3,85 kcal/g (onde muitos arredondam para 4 o que é valido para os carboidratos de uma forma geral). Glicose monoidratada = 3,4 kcal/g - usa-se aprox. 83-85 g de dextrosol para o exame No TOTG normalmente se utiliza dextrose que é um carboidrato derivado da hidrólise enzimática do milho e que tem alto índice glicêmico. Valores de referência: Normal < 140 mg/dl Intolerância à glicose 140 - 199 mg/dl Diabetes Mellitus ≥ 200 mg/dl Curva glicêmica: Semelhante ao TOTG, porém, com tempo de observação fracionado e aumentado – usadas para estudo do metabolismo glicose. Curva glicêmica clássica: Glicemia jejum e 30/60/90/120/180 minutos após a ingestão de 75g de glicose anidra dissolvida em água (250- 300ml) ingerido em aproximadamente 5 min. Subtipos: simplificada jejum, 30, 60, 90 e 120 min ou prolongada de 4 horas jejum, 30, 60, 90, 120, 180 e 240 min. Obs.: Nos 3 dias que antecedem a prova o paciente deve ingerir uma dieta rica em carboidratos e não tomar bebida alcoólica na véspera. Jejum 70 – 99 mg/dl 30 min. 90 – 160 mg/dl 60 min. 90 – 160 mg/dl 120 min. 75 – 120 mg/dl (<140 mg/dl) 180 min. 70 – 99 mg/dl 240 min. 70 – 99 mg/dl Para obter valores em mmol/l multiplicar os mg/dl por 0,05551. Glicosúria: Geralmente ocorre quando a glicose sangüínea encontra-se em valores superiores a 160 ou 200 mg/dl Glicosúria é influenciado não só pela glicemia, mas também: o pela taxa de filtração glomerular, o pela taxa de reabsorção tubular e o pelo fluxo urinário o Glicosúria depende de um rim normal o Outras situações patológicas como queimaduras, infecções, doenças neurológicas e terapia oral com esteróides podem, também, causar glicosúria. Não se faz diagnóstico de diabetes pela glicosúria Valores de referência : níveis indetectáveis até 100 mg/dl Hemoglucoteste: Obtenção do sangue capilar e colocação em fitas reagentes acopladas em aparelhos que fornecem os resultados em poucos segundos. Usado para auto-monitorização Aparelhos, em geral, bastante acurados Indicações principais, segundo a ADA: em pacientes que usam terapia com injeções/bomba de insulina 3 ou mais vezes ao dia em pacientes que usam injeções de insulina menos freqüentes, terapias não insulínicas ou terapia nutricional somente para adequar e garantir o sucesso do tratamento para monitorar e assim, atingir o nível de glicemia pós-prandial em pacientes internados, especialmente em UTIs e em nutrição parenteral, é comum a verificação da glicemia através de hemoglucoteste. Hemoglobina glicada Formada de modo lento e gradual pela ligação da glicose, por uma reação não-enzimática, com o N terminal da cadeia beta da hemoglobina. A glicosilação da hemoglobina é contínuae praticamente irreversível Reflete as concentrações médias da glicose durante os últimos 2 a 3 meses que precedem o exame. É um marcador metabólico de longo prazo. Serve para diagnóstico e acompanhamento de DM. Valor de referência: 4,4% a 6,4% da hemoglobina total (HbA1C) Risco para DM – 5,7 a 6,4% DM - > 6,5% (repetir a dosagem) Fazer exame pelo menos 2x ao ano em pacientes controlados Fazer a cada 4 meses em pacientes cuja terapia mudou ou não está atendendo os objetivos Usar o teste pode auxiliar a decisão de mudança da terapia, quando necessário. Seguem valores meta de HbA1C. Observe que para os idosos, a meta é mais alargada, considerando a maior dificuldade de sensibilidade à insulina nessa faixa etária, além do impacto de comorbidades no controle glicêmico. A importância de uma meta mais permissiva nessa faixa etária se dá pois metas rígidas podem significar maior necessidade de insulinização ou mesmo dose de hipoglicemiante oral, aumentando o risco de eventos hipoglicêmicos. Limitações do uso da HbA1c para avaliação de controle glicêmico Frutosamina: É uma proteína glicada constituindo principalmente de albumina Reflete o controle glicêmico em torno de 1 a 3 semanas anteriores ao exame, já a meia-vida da albumina é de 14 a 20 dias Demonstra adesão ao tratamento. Não serve para controle metabólico nem para diagnóstico. Não substitui a Hemoglobina glicada É utilizada normalmente no início do tratamento, especialmente em pacientes com hemoglobinopatias, por não sofrer influência de variantes de hemoglobinas Valor de referência : 205 a 285 mcmol/L Insulina: É um peptídeo sintetizado pelas células beta das ilhotas de Langerhans do pâncreas Sua secreção é controlada pelos níveis de glicemia, estímulos nervosos e hormonais. Pode ser útil: IDOSO Sem ou pouca comorbidade 7 a 7,5% Comorbidades múltiplas 8 a 9% existência ou não de uma reserva secretória de insulina; resistência à ação da insulina insulina alta + hipoglicemia insulinoma Avaliar estratégia terapêutica a ser adotada; O uso de insulina, atual ou anterior, pode prejudicar a determinação insulina exógena em circulação, presença de anticorpos anti-insulina Valores séricos de referência: 2,6 a 25 mcU/mL Peptídeo C (Peptídeo conector): Após a clivagem da pró-insulina, o peptídeo C é secretado em proporção equimolar, junto com a insulina Sua dosagem não se altera na presença de anticorpos anti-insulina, refletindo, nestes casos, melhor que a insulina, a capacidade secretória das células beta. Principal utilização avaliação da reserva de insulina endógena, auxiliando na orientação terapêutica. Valores séricos de referência - 0,8 a 4 ng/mL Valores baixos indivíduos insulino- dependentes. Hipoglicemia factícia por níveis elevados de insulina e níveis indetectáveis do peptídeo C. Hipoglicemia valores elevados podem ser encontrados em casos de insulinoma. Índice HOMA: HOMA (Homeostasis Model Assesment) avalia a resistência a insulina, porém não tem indicações clara na prática clínica. HOMAb (avalia a função secretora da celula b) 20 x insulinemia (mU/mL) glicemia (mMol/L)- 3,5 HOMAir (avalia a resistência insulínica Insulina (mU/mL) x glicemia (mMol/L) 22,5 Obs.: Para obter valores em mmol/l multiplicar os mg/dl por 0,05551.
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