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TC Correto MOVIMENTO E CORPOREIDADE UM QUESTIONAMENTO SOBRE O MOVIMENTO CORPORAL NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO

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14
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CURSO: PEDAGOGIA
MOVIMENTO E CORPOREIDADE: UM QUESTIONAMENTO SOBRE O MOVIMENTO CORPORAL NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO
ANDREIA MARIA SANTANA RIBEIRO
CARLA TORMIN PEIXOTO
GABRIELA DIAS DE ASSIS
UNIP
ASSIS – SP
2018
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CURSO: PEDAGOGIA
MOVIMENTO E CORPOREIDADE: UM QUESTIONAMENTO SOBRE O MOVIMENTO CORPORAL NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO
ANDREIA MARIA SANTANA RIBEIRO
CARLA TORMIN PEIXOTO
GABRIELA DIAS DE ASSIS
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do titulo de Licenciatura em Pedagogia.
Orientadora: Profª Valéria Aparecida de Souza Siqueira
UNIP
ASSIS – SP
2018
MOVIMENTO E CORPOREIDADE: UM QUESTIONAMENTO SOBRE O MOVIMENTO CORPORAL NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Paulista, Campus Assis/SP, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia analisado pela seguinte comissão examinadora da UNIP EAD sob a orientação da Professora Valéria Aparecida de Souza Siqueira.
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA:
___________________________________/__/__
___________________________________/__/__
___________________________________/__/__
UNIP
ASSIS – SP
2018
FICHA CATALOGRÁFICA
Autorizamos a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.
ASSIS, Gabriela Dias; PEIXOTO, Carla Tormin; RIBEIRO, Andréia Maria Santana. 
MOVIMENTO E CORPOREIDADE: UM QUESTIONAMENTO SOBRE O MOVIMENTO CORPORAL NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO
Universidade Paulista – Unip – EAD - Campus Assis – SP, 2018,
43p.
Orientadora: Profª Valéria Aparecida de Souza Siqueira 
Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Paulista - Unip
1. Corporeidade. 2. Movimento.
CDD: 
Biblioteca da Unip
AGRADECIMENTOS
Quero agradecer:
Primeiramente a Deus, que me deu forças para que eu chegasse até aqui, pois sem ele eu nada seria;
Ao Célio, meu esposo, que, pacientemente e carinhosamente me incentivou a continuar nessa trajetória quando pensei em desistir, dizendo que eu era capaz e que iria conseguir; 
Aos meus irmãos, Aniele, André e Helton, que me apoiaram desde o primeiro momento em que decidi me graduar;
Aos meus queridos filhos, Pietro e Lorena. Foi pensando neles que tive ânimo em seguir em frente para me tornar uma pessoa melhor;
À Maria José e ao Olávo, sogra e sogro, que, todas as vezes que precisei ir à faculdade cuidavam dos meus filhos com todo amor e carinho;
Às colegas Carla Tormin Peixoto e Gabriela Dias de Assis, que sempre estiveram dispostas a me ajudar quando me deparei com as dificuldades;
À Professora e Orientadora, Valéria Aparecida de Souza Siqueira, por toda orientação e dedicação na elaboração deste trabalho.
Andréia
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, pois sem Ele eu não estaria aqui para a realização deste trabalho;
Aos meus pais Ermano Pereira Peixoto e Celiza Tormin Peixoto (In memoriam), por me ensinarem a ter respeito e amor ao próximo;
À minha irmã Marcia Tormin Peixoto Freitas, pelo companheirismo e incentivo nas horas mais difíceis;
Aos meus filhos Amanda Tormin Martins Vieira e Guilherme Tormin Martins Vieira, pois cada jornada tem sido em prol de um futuro melhor para eles;
Às colegas Andréia Maria Santana Ribeiro e Gabriela Dias de Assis, que em meio às correrias do dia a dia, sempre estavam juntas buscando melhorar nosso trabalho;
À professora e orientadora, Valéria Aparecida de Souza Siqueira, que com todo o seu conhecimento, buscou nos orientar durante a elaboração deste trabalho. 
Carla Tormin Peixoto
AGRADECIMENTOS
Agradeço às minhas colegas de grupo Andreia Maria Santana Ribeiro e Carla Tormin Peixoto, pois em meio às dificuldades se mantiveram resistentes e determinadas a concluírem com louvor este trabalho;
Ao meu esposo Daniel Bartolomei Vieira, que diariamente estivera ao meu lado me apoiando e me encorajando, bem como por acreditar em mim e confiar em minha capacidade;
À minha mãe Sueli Pereira Dias de Assis e meu pai Nilson Pedro de Assis que me incentivaram e me ampararam a concluir esta graduação;
À todas as pessoas que de alguma forma contribuíram direta ou indiretamente nesta etapa da minha vida.
Gabriela Dias de Assis
Dedico este trabalho aos meus pais, Hélio e Clarice, pois são meu alicerce, incentivadores dos meus sonhos, estão comigo em todos os momentos e foram minha inspiração nessa nova trajetória de desafios e conquistas
Andréia
Dedico este trabalho aos meus filhos, Amanda e Guilherme, minha razão de viver e incentivo para buscar um futuro melhor e, assim, ser exemplo de superação e determinação.
Carla
Dedico este trabalho a mim mesma, por meu esforço, foco, determinação e perseverança na conclusão deste labor.
Gabriela
"Libertar o movimento espontâneo é libertar o nosso Eu autêntico, é deixá-lo ir ao encontro do mundo, descobrindo sua verdade".
– Maria Augusta Salin Gonçalves
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA	15
2.1 CORPO E MOVIMENTO	15
2.2 COMPREENSÃO DA CORPOREIDADE	17
2.3 EDUCAÇÃO INFANTIL	20
2.4 ESCOLA	23
2.5 BRINCADEIRAS	25
2.5.1 DE 0 A 1 ANO	26
2.5.2 DOIS ANOS	27
2.5.3 TRÊS ANOS	29
2.6 CONSCIENTIZAÇÃO DOS EDUCADORES	30
2.7 OBJETIVOS	33
2.7.1 OBJETIVO GERAL	33
2.7.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS	33
3 METODOLOGIA	33
4 ANÁLISE DA PESQUISA	35
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS	36
REFERÊNCIAS	39
RESUMO
Este trabalho discute a importância do corpo e movimento, através das brincadeiras e demais interações que desenvolvem as capacidades motoras da criança, principalmente na Educação Infantil, mostrando a ludicidade para a aprendizagem, construção do conhecimento e melhoria de convívio social e cultural onde a criança está inserida. Através do levantamento bibliográfico de diversos autores que estudam o tema, percebeu-se que o movimento é essencial para o desenvolvimento infantil, porém a corporeidade não é algo estimulado adequadamente nos métodos de ensino da atualidade onde se focam em metodologias mais tradicionalistas a inovadoras. A conclusão, nesse aspecto é que deve haver mudança e revisão das práticas pedagógicas, inclusive mudanças no que diz respeito à formação continuada de professores e gestores para que haja mudança desta realidade em benefício do desenvolvimento infantil. 
Palavras-chave: Corpo. Movimento. Criança. Educação. Desenvolvimento.
ABSTRACT
This work discusses the importance of the body and movement, through games and other interactions that develop the child's motor skills, especially in Early Childhood Education, showing the ludicity of learning, knowledge construction and improvement of social and cultural life where the children is inserted. Through the bibliographical survey of several authors who study the theme, it was perceived that the movement is essential for the development of children, but the corporeity is not properly stimulated in current teaching methods, which is focused on more traditional methodologies over innovative ones. The conclusion in this regard is that there should be a change and revision of pedagogical practices, including changes in the continuing education of teachers and school managers, so that this reality can be changed to the benefit of children development.
Keywords: Body. Movement. Children. Education. Development.
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho pretende discutir a importância do corpo e movimento através das brincadeiras e demais interações que desenvolvem as capacidades motoras da criança, principalmente na Educação Infantil, mostrando que este é um caminho lúdico para a aprendizagem, para a construção do conhecimento e para um melhorconvívio social e cultural da criança. 
Procurou-se evidenciar também os aportes das brincadeiras para a ampliação das habilidades infantis, em todos os aspectos, seja o físico, o cognitivo, o psicológico, o afetivo e também o social.
O que se tem observado nos últimos anos nas práticas de ensino da primeira infância, é que o movimento corporal tem se tornando uma das principais vítimas na escola. A criança é, normalmente, reprimida, não podendo se mexer ou sair do lugar, sendo constantemente impedida de utilizar seus movimentos para se expressar e se comunicar, o que gera prejuízos no desenvolvimento e aprendizagem dela.
Estudos e propostas pedagógicas apontam para uma necessidade emergencial de mudança e revisão das práticas pedagógicas, inclusive, mudanças também acerca da formação continuada de professores e gestores. Este é, portanto, o problema que balizou tal estudo.
Faz-se necessário, então, desenvolver propostas onde o sistema educacional agregue, ainda mais, a corporeidade no cotidiano escolar para que a criança melhore sua psicomotricidade através de estímulos e projetos educativos fiscalizados e instruídos. 
Assim, buscou-se conscientizar o educador sobre a importância da corporeidade em sua prática pedagógica, possibilitando à criança diferentes formas de vivenciar seu movimento, o seu “Eu”, contemplando assim as brincadeiras do contexto social no qual está inserida. O educador pode dessa forma, então, reconhecer todos os benefícios que o lúdico traz para o desenvolvimento integral de uma criança.
Para tanto, foi realizado um levantamento bibliográfico dos autores que abordam o tema do movimento e corporeidade como um dos meios que auxiliam no desenvolvimento integral da criança na primeira infância, especificamente no ambiente escolar.
Na primeira parte do trabalho, procurou-se relacionar os autores e as abordagens que eles têm para o assunto, estabelecendo um embasamento teórico fundamentado para a discussão posterior. Ainda nesta primeira parte, estabeleceram-se os objetivos gerais e específicos que pautaram o tema escolhido.
Em uma segunda etapa do trabalho, discutiu-se a importância da metodologia científica e pesquisa em diversas fontes, sendo definida uma metodologia para se alcançar os objetivos propostos.
Por fim, discutiu-se a situação atual da aplicação do movimento e da corporeidade nas escolas por parte dos professores, e apresentaram-se algumas propostas para alteração deste quadro, que foge do ideal defendido pelos autores abordados na primeira etapa quanto à aplicação de atividades que contribuem para o desenvolvimento integral da criança através das ferramentas do movimento e corporeidade.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2.1 CORPO E MOVIMENTO
O ser humano, em sua constituição corporal, possui movimentos que são adquiridos e desenvolvidos ao longo de sua trajetória individual. São gestos adquiridos durante a infância, junto do convívio com a família, com a sociedade e no meio em que vive.
O corpo é uma máquina misteriosa que, desde a antiguidade até os dias de hoje, é alvo de estudo, pois possui inúmeros significados de expressão corporal. Cada expressão e gesto traduz um sentimento, uma fala, uma forma de se manifestar, e é pensando nesse aspecto que neste trabalho serão abordados os movimentos e a corporeidade, buscando mostrar como a necessidade de expressão é importante para o desenvolvimento da criança.
Dentre os diversos conceitos de movimento, de acordo com o dicionário, podem-se destacar a ação de deslocar ou deslocar-se; a ação de mover, de mudar, de ir de um lugar para outro; a ação de agitar algo ou parte do corpo; dar motivo a algo. Já corporeidade significa qualidade, propriedade do que é corpóreo (material); corporalidade. É a maneira pela qual o cérebro reconhece e utiliza o corpo como instrumento que se relaciona com o mundo. 
Sendo assim, movimento e corporeidade passam a ser os meios pelos quais a criança irá se mover através de comandos cerebrais, expressando e dando sentindo aos movimentos corporais.
O corpo humano é regido por movimentos que são governados pelo cérebro, que passa por grandes mudanças durante a infância. Dessa forma, o corpo se torna lugar de toda experiência sensorial psicomotor da criança. De fato, o movimento é a principal linguagem da criança, sua forma de expressão mais utilizada (SOARES, 2015 apud WALLON, 2005).
Desde que a criança nasce, ela traz consigo uma linguagem corporal para conhecer a si mesma, para relacionar-se com os pais, para movimentar-se e descobrir o mundo; essas descobertas feitas com o corpo deixam marcas que, com o tempo, se aprimoram e se transformam nos aprendizados afetivos incorporados.
De acordo com Freire (2002) a criança começa a tomar consciência de seu próprio corpo através de seus movimentos. Assim, os gestos podem e devem ser usados nos processos de aprendizagem, já que corpo e mente são partes integrantes de uma pessoa, portanto, tais partes não deveriam ser dissociadas no desenvolvimento desde a infância (FREIRE, 2002).
A descoberta do próprio corpo não apenas contribui para a motricidade, ou seja, capacidade de se movimentar, mas também para o desenvolvimento de outros aspectos, como a autoconsciência, a individualidade e a independência para amadurecer cognitivamente (BAECKER, 2001).
O corpo é explorado pela criança desde seus primeiros meses de vida, e é o principal responsável por absorver todas as informações, pois todo o aprendizado passa por ele. A criança é um ser em desenvolvimento, reporta a vivência e a compreensão, e constrói o conhecimento a partir de interações com outras pessoas e com o meio em que vive. Uma criança que conhece a si mesma e ao seu corpo adquire domínio sobre seus movimentos e em sua relação com o mundo externo.
Henri Wallon, em sua teoria sobre o desenvolvimento humano, nos remete que o desenvolvimento intelectual envolve muito mais do que um simples cérebro. Em uma de suas teorias, ele enfatiza que motricidade é a primeira forma de manifestação do ser humano, onde as primeiras manifestações são afetivas. Wallon foi o primeiro a levar não só o corpo da criança, mas também as emoções dela para dentro da sala de aula. Nas palavras dele, “Do ato motor à representação mental, graduam-se todos os níveis de relação entre o organismo e o meio”. (WALLON, 1975)
As crianças, antes mesmo de falar, apropriam-se do seu próprio corpo para mostrar o que quer com gestos ou com outros movimentos que ilustram o que estão pensando naquele momento.
Como nota Freire (2002), faz parte da vida da criança experimentar situações onde corpo e movimento estarão presentes em inúmeras circunstâncias. Dessa forma, torna-se interessante aproveitar tais ocasiões para desenvolver o aprendizado através da corporeidade.
2.2 COMPREENSÃO DA CORPOREIDADE
Com o início das civilizações, a forma do homem estar no mundo foi se modificando, e assim começou a se exaltar o intelecto e a se relegar o corpo até o ponto de uma total desvalorização de um e o endeusamento de outro, no caso do intelecto (mente). A respeito disso, Freitas (1999, p. 35) diz:
[...] que o homem é antes de tudo um ser corporal. Afirmar que o corpo é condição essencial da humanidade pode parecer ridículo em sua obviedade, porém vemos, ao longo da história, e ainda bastante encravado no pensamento contemporâneo, o quanto o corpo foi renegado, rebaixado, na construção de um homem abstrato, feito de ideias, sentimentos, valores.
Historicamente, os estudos sobre corporeidade constituem um campo teórico ainda recente e em pleno desenvolvimento, e como a infância não foi o escopo de atenção destes estudos, a educação ainda não concebeu a problemática da corporeidade como centro de suas discussões.
Foucault (2013), em seus estudos, retrata como era o poder disciplinar e controlador sobre o corpo nas escolas dos séculos XVIII e XIX, algo que se percebe que ainda impera nos dias atuais, onde as crianças seguem rotinas rígidas e são conduzidas à realização de atividades que visam prepará-las para a sistematização da futura jornada escolar.A essa obediência passiva, Foucault denomina “corpos dóceis”, ou seja, aqueles que recebem com naturalidade o que é transmitido, sujeitando-se a uma educação fragmentária (MOREIRA, 1995).
No campo da filosofia, existem reflexões a respeito do estudo do corpo e, consequentemente, da própria alma. Assim como afirmava Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), o homem é feito de matéria e a alma se relaciona com os sentidos, os quais são essenciais ao conhecimento. Platão (428 a. C. – 347 a.C.), reforçava que há a separação do corpo (mortal) e da alma (imortal), que se opõe ao movimento e, consequentemente, à corporeidade. Sendo assim, “o corpo, no idealismo, é um corpo secundário, ilusório, que depende, acima de tudo, da alma e do espírito. É um corpo dualista, privilegiado pelas ideias acima da matéria”. (BUENO, 2003, p.18).
Já a corporeidade está voltada não só apenas para as questões biológicas do homem. A partir de estudos e leituras mais aprofundadas, viu-se que a corporeidade vai além desta dimensão. Com o olhar de educadores, pode-se compreender que a corporeidade é a forma com que este interage com as coisas e pessoas.
Acredita-se que a concepção de corporeidade tem, no ser humano, o principal foco, o qual utiliza o cérebro para reconhecer e tornar o corpo um instrumento relacional com o mundo. Todas as características que definem uma pessoa são, por aspectos da corporeidade do homem, assim como a cultura, a política, a religião, as ideologias, singularidades que podem diferenciar uma pessoa da outra, onde a identidade singular de cada sujeito pode se assemelhar em determinados grupos de pessoas. Um bom exemplo dessa semelhança são os povos e as civilizações.
Como abordado anteriormente, os filósofos gregos, como Platão e Sócrates, foram os pioneiros nos estudos sobre corpo e mente. Sócrates quebrou a unidade do ser, dividindo o corpo em perecível, e a alma em imortal, enquanto Platão considerava a alma eterna, pura e sábia, ao passo que o corpo, para ele era imortal, impuro e degradante.
Somente no século XX, a partir de uma corrente filosófica, que o corpo foi visto em união com a mente, mudando radicalmente na forma de a filosofia perceber a corporeidade. Essa corrente filosófica mostra que um só pode existir pelo outro, ou seja, não é possível falar em corpo sem falar em consciência, e não é possível sentir e vivenciar os dramas e paixões sem o corpo. (GALLO, 1997)
A partir deste ponto, pode-se considerar que a corporeidade, como visão histórica e social do sujeito, tem uma ligação direta e profunda com a Educação. Contudo, a educação como construção social, permite que os homens troquem conhecimentos propiciando a socialização e a transformação dos saberes já existentes. De acordo com Freire (1979), “A educação, portanto, implica uma busca realizada por um sujeito que é homem. O homem deve ser sujeito de sua própria educação. Não pode ser o objeto dela. Por isso, ninguém educa ninguém”.
Para Queiroz (2001) "Corporeidade é corpo vivenciado". Disso entende-se que a corporeidade vivida pelo sujeito expressa a percepção que o corpo tem do mundo, do outro e das coisas, no contexto que influenciam suas ações e os gestos que o conduzem a tomar atitudes dialógicas. Entretanto, existem situações que podem conduzi-lo a direções completamente opostas ao diálogo consigo e com o mundo.
A corporeidade se relaciona aos aspectos integrais do corpo. Corpo e corporeidade se fundem dependendo da referência, pois o corpo é movido por intenções provenientes da mente, e a corporeidade é a maneira pelo qual o cérebro reconhece e utiliza o corpo como instrumento, e também a capacidade do individuo sentir e utilizar o corpo como ferramenta da manifestação e interação com o mundo. A corporeidade do individuo evolui com a idade, pois o corpo é moldado pela cultura de cada individuo, bem como a maneira de cada um ser e agir no seu respectivo meio.
Trazer a corporeidade para a educação significa, então, trazer as vivencias para o processo educativo. Assim, “corporeidade não é a fonte complementar de critérios educacionais, mas seu foco irradiante primeiro e principal". (ASSMANN, 1996).
2.3 EDUCAÇÃO INFANTIL
A Educação Infantil é um espaço privilegiado para que a criança viva intensamente a corporeidade dela, experimentado a liberdade de expressão dos movimentos. Lopes (2012, p. 16-17), ainda, pontua, “com o advento da evolução, humana, surgem nelas nossa fixação nas cidades que construímos. Decorrência disso, afluem as relações sociais e o pensamento coletivo, e daí as divisões”.
O resultado da intensificação das relações sociais, do pensamento coletivo e das divisões decorrentes, não teve um resultado positivo na consideração do corpo sendo desenvolvido junto com a mente. Ao relegar o corpo em detrimento da mente, criou-se um desequilíbrio. Para recuperar esse equilíbrio, muitos estudiosos se aprofundaram no assunto, como pontua Nicolau e Dias (2003, p. 176): “O movimento é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana”.
O RCNEI (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil) aponta que a necessidade da criança em movimentar-se tem de ser incorporado no planejamento das aulas, e que não se pode olhar esse movimento apenas como desordem ou bagunça, como decorre abaixo:
[...] um grupo disciplinado não é aquele em que todos se mantêm quietos e calados, mas sim um grupo em que os vários elementos se encontram envolvidos e mobilizados pelas atividades propostas. Os deslocamentos, as conversas e as brincadeiras resultantes desse envolvimento não podem ser entendidos como dispersão ou desordem, e sim como uma manifestação natural das crianças. Compreender o caráter lúdico e expressivo das manifestações da motricidade infantil poderá ajudar o professor a organizar melhor a sua prática, levando em conta as necessidades das crianças. (BRASIL, 1998, p. 19).
O ensino infantil é essencialmente multidisciplinar e, sendo assim, a inserção de atividades na educação infantil que estimulam o movimento das crianças fazem com que elas explorem interações sociais com o ambiente que as cerca, tais como noções de espaço, distância, quantidade, tamanho e relação entre objetos, noções estas que são de extrema relevância para o seu desenvolvimento por completo. Assim, é perceptível que o ato de brincar está intimamente ligado ao movimento, pois não há brincadeiras sem movimento, principalmente na primeira infância.
O ideal é que o conhecimento de mundo seja transmitido para a criança através das artes visuais, da linguagem oral, da escrita, na natureza, da sociedade, da matemática, da música e do movimento, conforme diz o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (Brasil, 1998), indicando ainda que a construção do conhecimento deve ser feita de forma integrada entre estes temas.
As propostas pedagógicas devem envolver brincadeiras e, a interação social e as práticas, devem compreender a educação infantil, bem como a educação de outras faixas etárias. Utilizar e desenvolver métodos que estimulem as habilidades de expressão corporal, para uma educação direcionada à formação integral do ser humano, através da criação de projetos pedagógicos, utilizando o lúdico como principal ferramenta.
O professor precisa trazer a corporeidade para o centro da educação, vivenciando o processo educativo. A qualidade da corporeidade depende, como em todas as funções neurológicas, da qualidade e desenvolvimento das relações neuronais estabelecidas entre as áreas sensoriais e motoras do cérebro. A maioria destas relações é estabelecida durante a primeira infância, com o outro e com o meio, e são decisivas para formação humana.
É preciso ampliar a visão de mundo, saindo da abstração, para aprimorar a qualidade de vida, e esta só é obtida com a recuperação da vivência da corporeidade, como enfatiza Assmann (1995) "A corporeidade apresenta-se como a forma mais autêntica do corpo humano ser representado no mundo vivido".
Paradoxalmente, os trabalhos de Benjamin (1984) e Vigotsky (1989) entre outros, apontam para os elementos,jogos, brincadeiras e movimento, como os suportes da formação da cultura infantil. A criação e recriação da cultura no mundo da criança passa pela possibilidade de transformar o universo da brincadeira das mais diferentes formas, sendo inconcebível para tal, a negação do movimento corporal, que não está descolado e nem pertence a um “domínio especial” psicomotor, assim como muitos afirmam.
Além disso, a inculcação, ou seja, a proposição da cultura cognitivista na educação infantil é uma produção liberal e, muitas vezes, responsabiliza os professores por não reconhecerem os valores da ludicidade, da brincadeira e do movimento corpóreo como importantes em um determinado currículo. A ação pedagógica libertadora “Envolve o movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer. A prática e a teoria não podem ser compreendidas como fatores isolados, diferentes, distantes”. (Freire 1968, p. 38), pois todo trabalho realizado em uma teoria deverá ser executado na prática, e a responsabilidade é do professor como o mediador de todo conteúdo. A questão a ser explorada é: que se existe um eixo movimento e corpo em um plano de atividade a ser executado, deve-se colocá-lo em prática.
Partindo de uma perspectiva psicogenética, a teoria de desenvolvimento de Wallon assume que o desenvolvimento da pessoa se faz a partir da interação do potencial genético, típico da espécie, e de uma grande variedade de fatores de acordo com os ambientes em que se encontram. O foco da teoria é essa interação da criança com o meio, uma relação complementar entre os fatores orgânicos e socioculturais.
Quando se fala em ambientes, é possível recordar que:
Estas revoluções de idade para idade, que não são improvisadas por cada indivíduo. São a própria razão da infância, que tende para a edificação do adulto como exemplar da espécie. Estão inscritas, no momento oportuno, no desenvolvimento que conduz a esse objetivo. As incitações do meio são, sem dúvida, indispensáveis para que elas se manifestem e quanto mais se eleva o nível da função, mais ela sofre as determinações dele, muitas atividades técnicas ou intelectuais são à imagem da linguagem, que para cada um é a do meio (Wallon, 1995, p. 210)
2.4 A ESCOLA 
Antes mesmo da chegada à escola, o corpo da criança é primeiro brinquedo dela. Quando ingressa no universo escolar, em diversas situações lá, ela é impelida de utilizar dos movimentos para se expressar e se comunicar. Isso salienta o papel da escola na primeira infância ser, justamente, a interface entre a criança e as diferentes formas de linguagem existentes, e também porque a educação infantil é um ensino essencialmente multidisciplinar, o que expõe ainda mais as crianças a tais situações de descoberta de novas expressões e formas de comunicação.
A escola deve pensar que o espaço da sala de aula é essencialmente um espaço de integração, para que os alunos possam construir de forma sistemática os valores e conhecimentos significativos para a sua vida pessoal e para a vida em sociedade. 
Ao descobrir o corpo na educação infantil, a criança passa a entender as funções que o corpo lhe proporciona, e são essas atitudes integradas ao corpo possibilitam a construção da sua personalidade e da sua identidade. Ou seja, a criança realmente se descobre.
É indiscutível que o exercício físico é muito necessário para o desenvolvimento mental, corporal e emocional do ser humano, e em especial da criança. O exercício físico estimula a respiração, a circulação, o aparelho digestivo, além de fortalecer os ossos, músculos e aumentar a capacidade física geral, dando ao corpo um pleno desenvolvimento.
Utilizar o próprio corpo e a aprendizagem para se obter um movimento corporal saudável são práticas que deveriam ser cultivadas por toda a vida escolar. O uso do corpo permitirá que essa lembrança seja prazerosa e a criança poderá contar com um aprendizado significativo. 
É muito importante que a experiência do processo de aprendizagem seja compartilhada com o corpo orgânico, não se restringindo à ação verbal. A criança tem necessidade de falar, atuar, constatar, controlar, corrigir e descobrir para depois interiorizar conceitos.
A infância é um período muito intenso de atividades, pois as fantasias ocupam quase todo o tempo da criança. A primeira infância é um período que pode e deve ser vivido intensamente. As produções físicas ou intelectuais são, portanto, corporais, dando interações do indivíduo com o mundo.
O processo de aprendizagem do pré-escolar é, essencialmente, lúdico. A criança aprende brincando. Por isso, essa atividade se reveste de muita seriedade, pois ao brincar, a criança vai assumindo e entendendo sua realidade, seu meio social, sua linguagem, bem como seus usos e costumes. Enfim, brincando, a criança inicia-se na socialização.
A essa educação do corpo passa a assumir um papel significativo na história das ideias pedagógicas, sendo o ser humano o elemento fundamental de toda a educação, pois quando se fala em corporeidade e aprendizagem, se fala sobre os fatores que concorrem para uma aprendizagem integral, a complexidade da aprendizagem e a individualidade do sujeito inserido no planeta que, em geral, merece ser cuidadosamente pensada, estudada e pesquisa, trazendo à tona novos conceitos no espaço escolar.
Quanto à parte cognitiva, se a criança possuir bom controle motor poderá explorar o mundo exterior, fazendo experiências concretas que ajudam ampliar seu repertório de atividades e ajuda-la a solucionar problemas. Assim, a criança adquire várias noções básicas para seu desenvolvimento intelectual, o que permitirá também tomar conhecimento do mundo que a rodeia e a ter domínio da relação corpo e meio.
Para Freire (1991) a aprendizagem formal, está presente de corpo inteiro. Pois o ser que pensa é também o ser que age e que sente. O sujeito realiza-se e se constrói, movido pela intenção, pelo desejo, pelos sentidos, pela emoção, pelo movimento e pela expressão corporal. A forma de a criança lidar com sua corporeidade, e os regulamentos e controle corporal não são universais e constantes, mas esta é uma construção social que a criança vai aprendendo com o passar do tempo.
A expressão no conjunto das manifestações corpóreas se dá com dançar, o jogo, a luta, entre outras, sendo que as mesmas constituem-se de físico, afetivo, social e cognitivo. A corporeidade passa por fases, sendo essas fases relacionadas à idade, aos estímulos ou aos treinamentos, e também a movimentos involuntários.
A forma de a escola controlar e disciplinar o corpo está ligada as práticas escolares, e estas tendem a perpetuar a forma de internalização das relações do homem com o mundo, que consiste na supervalorização das operações cognitivas e no progressivo distanciamento da experiência sensorial direta. A escola pretende não somente disciplinar o corpo, mas também os sentimentos, as ideias e as lembranças a ele associadas.
Segundo Gonçalves (2001, p. 153) "libertar o movimento espontâneo é libertar o nosso ‘Eu’ autêntico, é deixá-lo ir ao encontro do mundo, descobrindo sua verdade". Com isso, a linguagem corporal antecede a fala e, a partir, do momento que se faz um movimento, ele não se repete, pois cada movimento tem sua autenticidade.
Diante disso, o Referencial Curricular para a Educação Infantil (RCNEI) reforça que:
O movimento para criança pequena significa muito mais do que mexer partes do corpo ou deslocar-se no espaço. A criança se expressa e se comunica por meio dos gestos e das mimicas faciais e interage utilizando fortemente o apoio do corpo. A dimensão corporal integra-se ao conjunto da atividade da criança (BRASIL, 1998, p. 18).
2.5 BRINCADEIRAS
No Brasil, as preocupações com as brincadeiras associadas ao desenvolvimento da criança na educação infantil aparecem especialmente a partir do século XIX. 
Nos últimos quinze anos, pesquisas sobre Educação Infantil no Brasil apresentaram avanços em relação à temática. Entretanto, no cotidiano das instituições é perceptível que professores possuem dificuldades consideráveis em pensarno movimento e na corporeidade em sua totalidade.
A criança deve ser estimulada, dentro da sala de aula através de atividades pedagógicas sob orientação, assim como afirma o autor Baquero quando menciona Vygosky, no que se refere a aprendizagem escolar: 
A brincadeira cria para as crianças uma "zona de desenvolvimento proximal" que não é outra coisa senão a distância entre o nível real de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou em colaboração com outro companheiro mais capaz” (VYGOTSKY, 1988 apud BAQUERO,1998, p. 133).
Ou seja, Vigotsky defende que a brincadeira tem grande relevância no desenvolvimento infantil, e explica que a “zona de desenvolvimento proximal” é o intervalo entre o nível em que a criança está em seu desenvolvimento, o que ela consegue fazer sozinha, quais problemas ela consegue resolver sem a mediação de alguém e o nível de desenvolvimento onde a criança amplia seu potencial para solucionar problemas e empasses por meio da ajuda do outro, tendo por intermédio as brincadeiras e atividades multidisciplinares.
2.5.1 Crianças de 0 a 1 ano
O primeiro conteúdo a ser trabalhado é a exploração dos sentidos e a sua motricidade, principalmente através da estimulação corporal, de modo que, enquanto ainda não senta, não engatinha, não anda, a criança vai descobrindo o seu corpo por meio do toque e das massagens em cada parte minuciosa do corpo do bebê (dos pés a cabeça, rosto, orelhas, dedos, mãos e pés, joelhos, braços, solas dos pés, costa e barriga)
São as experiências vivenciadas com afeto na hora do banho, da troca de fraldas, na hora do sono, da alimentação, das brincadeiras, pelo contato direto do corpo do adulto com o corpo do bebê de maneira afetuosa é que será possível o desenvolvimento das habilidades motoras.
A partir de um ano, já com certa maturidade biológica, é necessário ampliar os estímulos da criança através de atividades de empilhar e encaixar brinquedos e objetos.
Nessa etapa, a criança já apresenta autonomia para ações como engatinhar, andar, segurar objetos, encaixar, empilhar e controlar suas necessidades fisiológicas. Aqui, é evidenciada a necessidade, por parte do adulto, de um planejamento de atividades que assegurem à criança as condições para que ela possa se organizar e realizar com sucesso as atitudes que sua maturidade lhe permite.
As atividades que estimulam o desenvolvimento motor, como os passeios, e as brincadeiras na areia, permitem à criança ganhar forma, força, agilidade e segurança, de modo a torná-las cada vez mais segura de si e autônoma, estando permanentemente estimulada a evoluir em direção a novos desafios e novas conquistas. Conforme posiciona-se Rapoport (2012):
[...] na medida em que os bebês estiverem andando mais firmemente, é fundamental que eles estejam em contato com a areia para brincarem de fazer castelos, bolos de aniversário, comidinhas casinhas, encher e esvaziar os baldes de areia quantas vezes forem necessárias. Além disso, a sensorialidade causada pela textura e temperatura da areia junto ao corpo das crianças é outra experiência fundamental: a sujeira causada por estes momentos é muito pequena perto da alegria e da importância que esta vivência propicia. Em relação às sujeiras, é preciso que se deixe bem claro o papel que elas têm junto a vida sensorial, emocional e cognitiva das crianças.
2.5.2 Crianças de 2 Anos
Nessa fase, a necessidade é de estimular nos bebês o prazer pelos alimentos, objetivando explorar o sabor, a textura, a consistência, a temperatura, a forma e a cor dos alimentos. Estes são estímulos que causam encantamento, trazendo saúde e desafiando-o para novas descobertas.
A construção da oralidade passa pela conquista da fala, porém não está condicionada apenas a ela. Mesmo antes do aparecimento da fala, a boca cumpre diversas funções na vida do bebê. Serve para a alimentação assim como para receber informações das coisas e do mundo, sendo ainda o órgão que auxilia as manifestações de desejos e necessidades em forma de choro, silêncio, balbucios e risadas.
A atitude descrita acima contribui para a estimulação e para o desenvolvimento da linguagem oral das crianças. As canções e as histórias também são recursos muito importantes para o desenvolvimento da linguagem oral nessa faixa etária.
As canções servem para embalar o sono, para acompanhar uma sessão de massagem, para a hora do banho, para as brincadeiras no chão, no pátio, nos passeios no colo, a pé ou de carrinho pelo pátio da instituição.
Podem ser cantadas e acompanhadas de instrumentos musicais, de palmas, de estalar de dedos e de pequenas coreografias de acordo com a letra ou ritmo das canções.
As canções enfatizam a fala e convidam as crianças a uma viagem sonora para além das palavras, apresentando-lhes os ritmos e as entonações. Ao cantar, a voz fica muito mais evidente, chamando a atenção das crianças que naturalmente procuram reproduzi-las.
Os CDs e DVDs, contendo músicas cantadas por crianças ou adultos são importantes recursos para trabalhar os momentos musicais.
Assim, é importante trabalhar com as narrativas orais que envolvam a animação de brinquedos, bichos de pelúcia, objetos de referência e de apego das crianças (como a chupeta, roupas e calçados, mamadeira). O trabalho com fantoches de mão ou de dedo sempre desperta e capta a atenção e o interesse das crianças.
Trabalhar, ainda, com as narrativas orais nos momentos da rotina de refeições, repouso e banho são propostas interessantes, pois tornam estas bastante agradáveis. É possível também estabelecer a “hora da história”, quando, junto às crianças, usa-se os elementos mencionados acima, que são capazes de desenvolver pequenas narrativas e que podem, ainda, dramatizar a leitura da história que está sendo lida a partir um livro de papel ou pano.
Organizar as crianças para ouvirem a história, sentar-se, abrirem o livro, e começarem a contar a história, aos poucos, torna-se um ritual com um significado cada vez mais prazeroso para as crianças.
2.5.3 Crianças de 3 Anos
Nesta fase, a criança se interessa por todas as cores, sendo que as que mais chamam a atenção dela são as cores que mais marcam as superfícies. Portanto, é conveniente ter disponíveis cores que contrastem com os papéis, variando-se as cores e também os papéis.
Para as atividades desenvolvidas com o uso de tintas, é recomendável a confecção de tinturas a partir da gema de ovo ou grude de maisena e pigmentações comestíveis (anilina, essências), além de pasta dental e líquidos coloridos (suco de frutas de garrafa ou tinta extraídas de vegetais, como a beterraba e o espinafre). Outros materiais não tóxicos que podem ser oferecidos são as argilas, massas de farinha ou de serragem apropriadas para modelar e deixar marcas (RAPOPORT, 2012).
Nas pinturas, é comum aparecerem as marcas das mãos, isto é, a criança se utiliza do próprio corpo para carimbar o papel. É interessante que o educador amplie as possibilidades e o desejo de carimbar, oferecendo-lhes diversas texturas, como buchas de papel, tecidos, esponjas, rolhas, etc.
Nesta faixa etária também são muito importantes as atividades de encaixar e empilhar, pois estas servem para desenvolver e aguçar o movimento de pinça, isto é, o movimento que une o polegar opositor ao dedo indicador, movimento este que só os seres humanos possuem.
Esse movimento – o de pinça – e o telencéfalo altamente desenvolvido permitem aos seres humanos armazenar informações, relacioná-las, processá-las e entendê-las.
Este movimento, combinado com o desenvolvimento desta parte do cérebro, permitiram que o homem realizasse projetos e invenções que oportunizou conforto, segurança e prazer. Daí a necessidade de estimular as crianças desde pequenas a dominar esse movimento, de modo que possam descobrir as inúmeras possibilidades reveladas por ele.
Os jogos de encaixar e empilhar oferece à criança a descoberta destas inúmeras possibilidades.Os jogos de empilhar e encaixar para esta faixa etária devem se apresentar em um formato mais complexo, cruzando formas e sons, figuras e cores, e assim por diante. Um exemplo para se trabalhar jogos de encaixar e empilhar que cumprem estas necessidades são aqueles dos jogos de madeira.
Além dos jogos de encaixe e empilhamento, também existem os jogos de enroscar e desenroscar (fazendo uso de tampas de potes grandes, com as quais as crianças não corram o risco de engasgar ao levá-las à boca), e abrir e fechar (caixas de tamanhos e formas de fechar diversos, jogos industrializados com chaves e fechaduras, lancheiras, bolsas, mochilas, latas de bis coito). Esses jogos são muito importantes para que a criança desenvolva a motricidade fina.
2.6 CONSCIENTIZAÇÃO DOS EDUCADORES
A escola, local de aprendizagem, socialização e de transformações do cotidiano, deve acompanhar os processos de evolução para que se possam inserir os alunos no ambiente cultural. O profissional da educação tem a responsabilidade de se preparar e de ter uma formação acadêmica antes do seu ingresso como professor e agente de transformação. Assim como diz a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) nº 9.394/1996, Título VI (Dos Profissionais da Educação), no seu artigo 62º e com nova redação dada pela Lei nº 13.415/2017:
A formação de docentes pra atuar na educação básica far-se-á nível superior, em curso de licenciatura plena, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal (BRASIL, 2017).
O pedagogo deve ter como propósito o trabalho consciente da importância e utilidade da psicomotricidade na escola, deve saber conduzir e orientar o professor, para que possa ajudá-los dentro do processo de ensino e aprendizagem. O professor deve ser estimulado a desenvolver projetos, pesquisas e saber reconhecer que cada um tem sua aprendizagem e, assim, levar conhecimentos e valores.
Como nos enfatiza o RCNEI (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, 1998) as instituições de educação infantil devem favorecer um ambiente físico e social onde as crianças se sintam protegidas e acolhidas, e ao mesmo tempo seguras para se arriscar e vencer desafios. Quanto mais rico e desafiador for esse ambiente, mais ele lhes possibilitará a ampliação de conhecimentos acerca de si mesmas, dos outros e do meio em que vivem.
O trabalho com movimento contempla a multiplicidade de funções e manifestações do ato motor, propiciando um amplo desenvolvimento de aspectos específicos da motricidade das crianças, abrangendo uma reflexão acerca das posturas corporais implicadas nas atividades cotidianas, bem como atividades voltadas para a ampliação da cultura corporal de cada criança.
Quando o professor se conscientizar de que a educação pelo movimento é uma peça fundamental na construção pedagógica, que permite à criança resolver mais facilmente os problemas atuais de sua escolaridade e a prepara para sua existência no mundo adulto, essa atividade não ficará mais relegada ao segundo plano, sobretudo se o professor constatar que esse material educativo constituído pelo movimento é, por vezes, um meio insubstituível para afirmar certas percepções e para desenvolver formas de atenção determinantes para a inteligência.
Os movimentos corporais devem ser valorizados pelos professores da Educação Infantil, tendo sempre que levar em conta que toda e qualquer atividade potencializa o desenvolvimento intelectual, social e moral dos alunos, e faz com que seja possível enxergar de que modo a escola e o professor estão contribuindo para isso.
Pois, como já dizia Paulo Freire (1997) na quarta carta, “Das qualidades indispensáveis ao melhor desempenho do professor e professoras progressistas”, de seu livro “Professora sim, tia não”, nenhum profissional pode agir corretamente se não abraçar seu trabalho intensamente.
De acordo com Tardif (2002) que ressalta os saberes docentes como sendo provedores de alguém que trabalha no intuito de realizar um objetivo qualquer, o conhecimento adquirido pelo docente está ligado com sua personalidade e com seu profissional, além da interação com os alunos e profissionais que fazem parte do quadro escolar.
O professor deve se atentar a sua ação educativa, que envolve seu desenvolvimento profissional e pessoal. No que se refere ao âmbito pessoal, deve desenvolver sua vida como docente, estimulando seu pensamento reflexivo e critico. No profissional, produzindo qualificação de pesquisadores, de professores que tenham pensamentos reflexivos, e projetar a escola, para que seja um espaço de trabalho e formação (NÓVOA, 1992).
A formação dos professores é fundamental para a democratização das pessoas, o que faz com que haja investimento para a sua formação. O ato de educar exige dos docentes uma permanente atividade de formação e aprendizagem – dinâmica e não estática – que ocorrerá ao longo da carreira profissional do educador. Diante do atual contexto, o desafio dos professores é justamente compreender a sua realidade no desenvolvimento da sua ação educativa e, assim, adquirir uma atitude reflexiva acerca do seu ensino (GOMES, 2013; IMBERNÓN, 2005; GARCIA, 1991).
2.7 OBJETIVOS
2.7.1 Objetivo Geral
O presente estudo acerca do tema movimento e corporeidade têm como objetivo conscientizar os professores sobre a importância da liberdade do movimento corporal no cotidiano escolar, onde a falta de um currículo escolar mais diversificado afetará todo o desenvolvimento da criança, pois as mesmas necessitam de mais brincadeiras, mais interação com o meio em que estão inseridas, não sendo pautados apenas em mediar conhecimentos cognitivos. 
2.7.2 Objetivos Específicos
Comprovar que o uso das brincadeiras e outras interações que demandam de movimento, tal qual a música, o teatro e a dança, como forma de ensino e com a aplicação de metodologias, contribuem para a aprendizagem da criança e a formação de caráter social e cultural.
As brincadeiras têm por base conceder à criança valores, conhecimentos sobre seu corpo, autonomia e liberdade de expressão, para que ela seja capaz de viver em uma sociedade diversificada que se encontra em constante processo de transformação. 
3 METODOLOGIA
A pesquisa bibliográfica trata-se do levantamento, seleção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisado, seja esta feita em livros, revistas, jornais, boletins, monografias, teses, dissertações, material cartográfico, com o objetivo de colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito sobre o mesmo (LAKATOS e MARCONI, 1987, p. 66)
Segundo Cervo e Bervian (1976) qualquer tipo de pesquisa em qualquer área do conhecimento, supõe e exige pesquisa bibliográfica prévia, quer para o levantamento da situação em questão, quer para a fundamentação teórica ou ainda para justificar os limites e contribuições da própria pesquisa.
Ao se utilizar a pesquisa bibliográfica como recurso metodológico para a realização do presente trabalho, logo de inicio percebeu-se que se tratava de um grande desafio, por este ser um meio de realizar levantamento de publicações já construídas. Assim, procurou-se utilizar diferentes autores com o intuito de analisar cada pensamento e ampliar o conhecimento a cerca do tema proposto.
Como um dos objetivos dessa pesquisa é o de colocar o pesquisador em contato direto com todo o material já escrito sobre ele, a pesquisa bibliográfica é, portanto, importante e necessária em um trabalho acadêmico, pois exige habilidades como resumir, sintetizar uma informação de um texto, comparar com outra, selecionar, avaliá-la, discutir o que a informação lhe trouxe, relacioná-la com outras informações e com outros autores.
Para realização deste trabalho, foi utilizada a pesquisa bibliográfica, onde foi feita a releitura de alguns autores que abordam este tema, bem como, consulta a artigos, teses e dissertações diversas.
Utilizou-se também para a efetiva pesquisao RECNEI – Referencial Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998) que reforça a função multidisciplinar desta linguagem.
Para o desenvolvimento das etapas da pesquisa utilizamos como busca as palavras chaves: 
a.	Surgimento da preocupação quando se trata de corporeidade
b.	Qual importância da corporeidade no desenvolvimento humano
c.	Corporeidade na Educação Infantil
d.	Inibição do movimento por parte do professor
e.	Importância do movimento do corpo na primeira infância
f.	O que fazer para tornar efetivo a corporeidade nas escolas
Os principais materiais bibliográficos utilizados foram:
a.	Livros 
b.	Artigos
c.	Teses
d.	Dissertações
4 ANÁLISE DA PESQUISA
Toda bibliografia levantada foi de extrema valia para ampliação do conhecimento para a elaboração deste trabalho, pois foi através da leitura releitura, concordância, discordância e análise do pensamento dos diversos autores abordados, de relevância para o tema, que chegou-se ao cerne da efetiva pesquisa. Para a concretização dessa foram resgatadas as ideias que tratam do corpo, do movimento, da corporeidade, da educação infantil e do brincar para o desenvolvimento integral da criança.
A referida pesquisa remeteu que de acordo com os grandes filósofos, pensadores e estudiosos renomados sobre o “movimento e corporeidade”, essa preocupação da formação de uma pessoa por completo vem sendo analisada e discutida há séculos, pois se pode reafirmar com base nos estudos destes que não se desenvolve apenas a cognitividade quando se fala no desenvolvimento por completo, e que o movimento e corporeidade fazem parte desse desenvolvimento infantil que o ser humano carrega por toda a vida.
Também, que essa concepção do movimento e corporeidade nasce junto com a criança e que desde os primeiros meses de vida se conhece e reconhece pessoas conforme se movimenta, pois o meio em que esta criança está inserida é relevante para tal desenvolvimento.
Com a chegada dessas crianças à escola, inclusive e principalmente na primeira infância, elas precisam ser incentivadas a continuar com o movimento e o uso do corpo para se expressar e se comunicar.
O que se tem visto nos dias atuais é a inibição desta linguagem corporal e, consequentemente, distanciando-a do cotidiano escolar, pois tal abordagem é vista por muitos educadores como um método que atrapalha o ensino e a aprendizagem, e nesse entendimento, com uma abordagem mais tradicionalista a inovadora, deixam-na de lado, e priorizam tão somente a cognitividade.
Assim, apenas media-se o que se deve aprender em sala de aula e se deixa de lado a utilização do próprio corpo e movimento como uma ferramenta de ensino e desenvolvimento em sua integralidade.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi através de observações durante os estágios curriculares que se chegou à conclusão que os alunos são impedidos de promover seus próprios movimentos, pois, frase corriqueira: “aluno bom é aluno quieto”.
E, conversando com professores a respeito do impedimento em relação à movimentação corporal que decidiu-se abordar o assunto sobre o quão importante é a primeira infância para o desenvolvimento completo da criança, considerando que, nesta fase, o estimulo é fundamental.
Atividades que estimulam o movimento das crianças fazem com que elas explorem interações sociais e interações com o ambiente que as cerca, como ter noções de espaço, distância, quantidade, tamanho e relação entre objetos. Assim, é perceptível que o ato de brincar está intimamente ligado ao movimento, pois não há brincadeiras sem movimento, e nem desenvolvimento sem o mesmo, principalmente na primeira infância.
O ideal é que o conhecimento de mundo seja transmitido para a criança através das artes visuais, da linguagem oral, da escrita, na natureza, da sociedade, da matemática, da música e do movimento, conforme diz o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (Brasil, 1998), indicando ainda que a construção do conhecimento deve ser feita de forma integrada entre estes temas.
Pretendeu-se enfatizar através de conscientização, a contribuição do lúdico para o aprendizado dos alunos, discutindo que eles necessitam aprender das mais diferentes formas. 
Inserir atividades diversificadas que estimulam o corpo da criança, a transforma. Por exemplo, ao dançar, utiliza-se o corpo para experimentar diversas sensações, e descobre-se inúmeras possibilidades de novos movimentos, de se conectar consigo mesmo e de encontrar formas de se sentir bem com seu próprio corpo, algo corroborado por Garaudy (1980).
As crianças fazem sua descoberta de mundo e das pessoas ao redor por meio do contato físico e de suas ações. É fundamental incentivar as crianças a vivenciar, a sentir e a entender sua corporeidade em uma relação com o meio e com o mundo. Elas absorvem e aprendem com todos os sentidos que a descoberta do seu próprio corpo possa lhe oferecer. 
Mediante o conhecimento do seu corpo, a criança passa a desenvolver, assim, capacidades motoras básicas como andar, correr, pular, descobrir e reconhecer suas sensações, seus movimentos, suas possibilidades e seus limites. 
A criança deve vivenciar as mais variadas percepções e emoções para que descubra seus limites e interações com o meio para que assim amplie sua linguagem quando nos referimos à sua linguagem corporal. Desta forma a criança irá gradativamente incorporar essas vivências e tomar consciência de seu corpo.
Assim, a necessidade de trabalhar o corpo e o movimento como é proposto neste trabalho, tem a função de mostrar a importância de incentivar as crianças a descobrir o mundo através do estímulo corporal, e linguagens que geram expressões próprias, por meio de um trabalho que crie possibilidade de integração do corpo com a mente.
A vida é ligada ao movimento, conforme os autores estudados remetem, existindo, porém, regras que determinam a movimentação e o controle do corpo, ou seja, técnicas de disciplinamento. O corpo, por meio de seus gestos, sua espontaneidade e sua vitalidade nos revela a maneira como um povo se comporta, se relaciona ou se expressa.
Ademais, o modo de como a cognitividade é desenvolvida acaba por deixar de lado métodos que envolvam movimento e corporeidade, sendo estes vistos como obstáculos no dia a dia e justificados por prejudicarem o processo de desenvolvimento e aprendizagem. Dessa forma, diversos fatores psicopedagógicos e motores não são levados em consideração como parte essencial do processo de aprendizagem, sendo que, o papel da escola na primeira infância é justamente a de ser a interface entre a criança e as diferentes formas de linguagem.
As preocupações com o corpo e movimento não são recentes na Educação Infantil. Recomendações sobre a educação corporal são reconhecidas desde as primeiras sistematizações pedagógicas, especialmente a partir da Idade Moderna.
Assim, os estudos e propostas pedagógicas estudadas aprontam para uma necessidade emergencial de mudança e revisão das práticas pedagógicas, inclusive, mudanças também no que diz respeito à formação continuada de professores e gestores, onde possam entender numa perspectiva ampla a fundamental importância da corporeidade no desenvolvimento infantil
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CASA CIVIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nova redação do Art 62º. Lei nº 13.415 de 16 de fevereiro de 2017. Brasília, 2017.
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