Exercícios Literatura Infantojuvenil - UNIDADE 2 - A literatura Infantojuvenil e o processo de formação do sujeito leitor

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Exercícios Literatura Infantojuvenil - UNIDADE 2 - A literatura Infantojuvenil e o processo 
de formação do sujeito leitor 
 
Questão 1 (Incorreta) 
Respondida 
“Quer percebamos claramente ou não, o caráter da coisa organizada da obra literária 
torna-se um fator que nos deixa mais capazes de ordenar a nossa própria mente e 
sentimentos; e, em consequência, mais capazes de organizar a visão que temos do 
mundo.” 
CANDIDO, Antonio. Direitos Humanos e literatura. In: FESTER, A. C. R. (Org.).Direitos 
humanos e... São Paulo: Ed. Brasiliense, 1989. 
À respeito da “força da palavra organizadora”, avalie as seguintes afirmativas, em 
verdadeiro (V) ou falso (F): 
I.A literatura propõe a superação do caos no qual estamos imersos, ao estabelecer, 
através da linguagem, modelos de coerência. 
II.O hábito da leitura nos torna mais atentos, fazendo com que não nos esqueçamos dos 
nossos compromissos. 
III.Por estar subordinada às normas gramaticais, a literatura é indissociável da 
organização estrutural da língua. 
IV.Para lermos efetivamente um texto literário, precisamos organizar nossos próprios 
pensamentos previamente. 
 V, F, V, V. 
 V, F, V, F. 
 V, F, F, F. 
 F, F, F, V. 
 V, F, F, V. 
A literatura recolhe as ideias de uma existência caótica e as dispõe dentro de uma 
estrutura de linguagem a qual irá propor sentidos e estabelecer modelos de coerência. 
Segundo Antonio Candido, esta é a primeira função humanizadora da literatura. 
 
Questão 2 (Correta) 
Respondida 
Desde cedo, as crianças podem e devem ser apresentadas aos diversos gêneros, incluindo 
poemas, contos e outros disponíveis no espaço escolar, porque: 
 no contato com o gênero narrativo a criança selecionará as histórias que se 
parecem com sua realidade e daí por diante lerá apenas esse tipo de obra. 
 no contato com diferentes gêneros literários a criança aprenderá a compreender 
suas potencialidades de leitura e que estratégias precisa acionar para bem fazê-
la. 
 as crianças não precisam de interação para desenvolver sua habilidade leitora e, 
assim sendo, ser ou não apresentada a diferentes gêneros não fará diferença. 
 no contato com diferentes gêneros a criança escolherá aquele de que mais gosta, 
sem, contudo, desenvolver suas potencialidades de compreensão. 
 o papel de construção das potencialidades de compreensão é pessoal e não cabe 
à escola interferir na construção dessa habilidade inata. 
Cada gênero literário exige determinadas estratégias de leitura para que se possa fazer a 
fruição do mesmo. Ao contrário do que se pensa, isso não se dá de forma automática, 
mas como consequência da aprendizagem que permite conhecer as potencialidades de 
cada leitor. Para cada gênero há necessidade de diferentes estratégias. 
 
Questão 3 (Incorreta) 
Respondida 
A disfunção 
Se diz que há na cabeça dos poetas um parafuso de a menos 
Sendo que o mais justo seria o de ter um parafuso trocado do que a menos. 
A troca de parafusos provoca nos poetas uma certa disfunção lírica. 
Nomearei abaixo 7 sintomas dessa disfunção lírica. 
1. A aceitação da inércia para dar movimento às palavras. 
2. Vocação para explorar os mistérios irracionais. 
3. Percepção de contiguidades anômalas entre verbos e substantivos. 
4. Gostar de fazer casamentos incestuosos entre palavras. 
5. Amor por seres desimportantes tanto como pelas coisas desimportantes. 
6. Mania de dar formato de canto às asperezas de uma pedra. 
7. Mania de comparecer aos próprios desencontros. 
Essas disfunções líricas acabam por dar mais 
importância aos passarinhos do que aos senadores. 
BARROS, Manoel de. Poesia Completa. São Paulo: Leya, 2010. 
A partir do poema citado e, sobre a função da literatura, avalie as afirmativas a seguir. 
Depois, marque a alternativa correta. 
I – Ao fugir da construção convencional da língua, o texto literário causa estranhamento 
no leitor, exigindo deste maior tempo e esforço de leitura. Este prolongamento da 
percepção, por sua vez, desperta os sentidos do leitor, sensibilizando-o. 
II – Ao fazer “casamentos incestuosos entre palavras”, o poeta mostra que o desvio da 
norma culta da linguagem é um “pecado” e que, portanto, deve ser evitado. 
III – Ao dizer que as “disfunções líricas acabam por dar mais importância aos passarinhos 
do que aos senadores” o poeta sugere que a poesia sempre propõe uma inversão de 
valores sobre o que é e o que não é importante. 
IV – O poema de Manoel de Barros, ao propor uma citação numerada de sete sintomas 
da “disfunção lírica”, remete ironicamente a uma organização característica de textos 
informativos. 
 Estão corretas apenas as alternativas I e IV. 
 Estão corretas apenas as alternativas I, III e IV. 
 Apenas a alternativa I está correta. 
 Estão corretas as alternativas III e IV. 
 Estão corretas apenas as alternativas I e III. 
Ao brincar com a linguagem, muitas vezes infringindo as normas da língua culta, o poeta 
propõe uma nova relação com a língua. Impossibilitado de ler um poema como este com 
fluência, o leitor é obrigado a explorar novos sentidos na tentativa de estabelecer uma 
coerência dentro do texto lido. Assim se dá a sensibilização do leitor pela literatura. 
 
Questão 4 (Correta) 
Respondida 
Censura moralista 
 
Há tempos que a leitura está em pauta. E, diz-se, em crise. Comenta-se esta crise, por 
exemplo, apontando a precariedade das práticas de leitura, lamentando a falta de 
familiaridade dos jovens com livros, reclamando da falta de bibliotecas em tantos 
municípios, do preço dos livros em livrarias, num nunca acabar de problemas e de 
carências. Mas, de um tempo para cá, pesquisas acadêmicas vêm dizendo que talvez não 
seja exatamente assim, que brasileiros leem, sim, só que leem livros que as pesquisas 
tradicionais não levam em conta. E, também de um tempo para cá, políticas educacionais 
têm tomado a peito investir em livros e em leitura. 
 LAJOLO, M. Disponível em: . Acesso em: 2 dez. 2013 (fragmento). (Questão adaptada de 
ENEM 2014. Disponível em: . Acesso em: 19 fev. 2017). 
Os falantes, nos textos que produzem, sejam orais ou escritos, posicionam-se frente a 
assuntos que geram consenso ou despertam polêmica. No texto, a autora 
 ressalta a importância de os pais incentivarem os jovens às práticas de leitura. 
 critica duramente as pesquisas tradicionais que atribuem a falta de leitura à 
precariedade de bibliotecas. 
 afirma que as políticas educacionais não são eficazes no combate à crise da 
leitura. 
 questiona a existência de uma crise de leitura com base nos dados de pesquisas 
acadêmicas. 
 afirma que a crise da leitura se deve à falta de incentivos e ao desinteresse dos 
jovens por livros em geral. 
CORRETA! 
 
Questão 5 (Correta) 
Respondida 
Leia com atenção as seguintes declarações de duas escritoras renomadas: 
Texto 1 – Cecília Meireles 
Cecília Meireles refletiu sobre a literatura infantil nas primeiras décadas do século XX. Sua 
contribuição foi muito importante, pois defendeu o valor literário das obras oferecidas às 
crianças e a formação de uma biblioteca clássica da infância, sugerindo a supremacia de 
certas obras e descolando delas a necessidade de um objetivo pedagógico ou 
moralizante: 
"O certo, porém, é que os livros que têm resistido ao tempo, seja na Literatura Infantil, 
seja na Literatura Geral, são os que possuem uma essência de verdade capaz de satisfazer 
a inquietação humana, por mais que os séculos passem. São também os que possuem 
qualidades de estilo irresistíveis cativando o leitor da primeira à última página, ainda 
quando nada lhe transmitam de urgente ou de essencial". 
PAIVA, S. C.; OLIVEIRA, A. A. A literatura infantil no processo de formação do leitor. 
Cadernos da Pedagogia. São Carlos,v. 4, n. 7, p. 22-36, jan-jun. 2010. 
Texto 2 – Marina Colasanti 
A escritora Marina Colasanti, em entrevista à Folhinha, afirma: 
“A produção de livros sofre de duas doenças. Uma é o descréditoda inteligência infantil 
por parte dos adultos. Eles acreditam que qualquer coisa pode ser publicada e que a 
criança não vai perceber que o livro é ruim. O outro problema é que a literatura infantil 
tem um pé amarrado na educação, como se ela servisse para carregar conhecimentos, 
princípios morais, como uma cápsula que tivesse outra coisa dentro. E isso envenena a 
literatura. 
As grandes obras são grandes porque escaparam disso. Por exemplo, o [Lewis] Carroll, 
que era um educador, não colocou nada de educativo na "Alice". Fez um baita sucesso. 
Toda a produção do [Carlo] Collodi é extremamente educativa, menos uma: "Pinóquio", 
que é uma obra genial. Esse envenenamento pela educação é um problema não só do 
Brasil. A literatura é formadora e ensina por si, e não por ensinamentos embutidos”. 
MOLINERO, Bruno. “Livro para criança não precisa ser educativo, diz vencedora do 
Jabuti”. Folha de S. Paulo, 03.01.2015. Acesso em: 22 mai. 2017. 
Sobre as declarações das duas escritoras a respeito da Literatura Infantil, analise as 
seguintes afirmações: 
I- Cecília Meireles e Marina Colasanti concordam que a Literatura Infantil não necessita 
de ensinamentos embutidos com objetivos pedagógicos ou moralizantes. 
II- Cecília Meireles e Marina Colasanti concordam que os livros de Literatura Infantil que 
resistem ao tempo e fazem sucesso não estão vinculados a princípios educativos. 
III- Marina Colasanti afirma que a grande Literatura é aquela que possui uma essência de 
verdade capaz de satisfazer a inquietação humana. 
IV- Cecília Meireles afirma que os adultos acreditam que qualquer coisa pode ser 
publicada e que a criança não vai perceber se o livro é ruim. 
Agora, assinale a alternativa que apresenta a resposta CORRETA: 
 As afirmativas I e III estão corretas. 
 As afirmativas I e IV estão corretas. 
 As afirmativas II e III estão corretas. 
 As afirmativas I e II estão corretas. 
 As afirmativas II, III e IV estão corretas. 
A afirmativa I está correta porque as escritoras concordam que a Literatura Infantil não 
precisa embutir princípios moralizantes ou pedagógicos para cativar o leitor e se tornar 
um sucesso. A afirmativa II está correta porque as escritoras afirmam que a grande 
Literatura que resiste ao tempo não está vinculada a princípios educativos.