Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ACÚSTICA E ÓPTICA AULA 6 Prof. Roberto Aguilar de Souza Junior 2 CONVERSA INICIAL Nesta aula, faremos o estudo das lentes esféricas, da propagação dos raios de luz incidentes e emergentes, assim como da formação de imagens por lentes. Para isso, devemos conhecer os elementos de uma lente e os raios notáveis, respeitando a aproximação da nitidez de Gauss. Em relação ao estudo, observamos que a forma de utilização desses constituintes serviu para se ter um avanço significativo para a ciência, aperfeiçoando a compreensão tanto do micro quanto do macrouniverso TEMA 1 – LENTES ESFÉRICAS Para a correção das dificuldades visuais, são utilizados óculos ou lentes, que são invenções que auxiliam as pessoas, utilizando os meios ópticos. As lentes apresentam várias aplicações tecnológicas, sendo fundamentais em câmeras fotográficas, binóculos, telescópios, microscópios, projetores, copiadoras, entre outros. As lentes são elementos ópticos transparentes capazes de refratar a luz de forma a convergir ou divergir os raios incidentes. A palavra lente vem do latim, do termo lentis, que significada lentilha, devido ao formato da lente convergente ser semelhante a um grão de lentilha. As lentes são constituídas de material transparente, comumente de vidro, acrílico ou cristal, com um formato específico, com a finalidade de desviar os raios luminosos de acordo com a finalidade. O material que constitui a lente deve ter um índice de refração maior que o do ar (a lente deve refratar a luz incidente), porém, podem existir exceções, que são alguns casos raros. 3 1.1 Elementos geométricos Figura 1 – Elementos geométricos Fonte: Roberto Aguilar de Souza Junior. Da ilustração anterior, temos alguns elementos geométricos das lentes esféricas. • O eixo principal é a reta que une os centros 𝑪𝑪𝟏𝟏 𝒆𝒆 𝑪𝑪𝟐𝟐; • 𝒆𝒆 é a espessura da lente; • 𝑪𝑪𝟏𝟏𝒆𝒆 𝑪𝑪𝟐𝟐 são os centros de curvatura das superfícies que definem as faces das lentes; • 𝑺𝑺𝟏𝟏𝒆𝒆 𝑺𝑺𝟐𝟐 são as faces das lentes; • 𝑹𝑹𝟏𝟏𝒆𝒆 𝑹𝑹𝟐𝟐 são os raios de curvaturas das faces superfícies; • 𝑽𝑽𝟏𝟏𝒆𝒆 𝑽𝑽𝟐𝟐 são os vértices da lente em cada face; • 𝒏𝒏𝟏𝟏,𝒏𝒏𝟐𝟐 𝒆𝒆 𝒏𝒏𝟑𝟑 são os índices de refração dos meios 1, 2 e 3. Normalmente, os meios 1 e 2 são meios ópticos idênticos, formados pelo ar atmosférico que circunda a lente, tendo, portanto, o mesmo índice de refração. 1.2 Classificação das lentes As lentes são classificadas de acordo com a espessura das bordas. As bordas podem ser delgadas (finas) ou espessas. Existem seis tipos de lente esférica: plano-côncava, bicôncava, convexo- côncava, plano-convexa, biconvexa e côncavo-convexa. Os nomes são dados de acordo com as faces que apresentam, assim como ilustrado na Figura 2. 4 Figura 2 – Tipos de lentes Crédito: Sansanorth/Shutterstock. 1.3 Convergência e divergência de raios luminosos As propriedades de convergência e divergência das lentes, com relação aos raios luminosos, dependendo do tipo de lente – se possui bordas finas (bordos delgados) ou bordas largas (bordos espessos) – e do índice de refração do material de que é feita a lente, em comparação com o índice do meio onde a lente se encontra imersa. Figura 3 – Lente convexa e lente côncava Crédito: Kicky Princess/Shutterstock. 5 Quando a lente faz convergir num ponto o feixe de luz paralelo incidente, ela é denominada lente convergente. Se o feixe de luz diverge ao emergir da lente, é denominada lente divergente. Para o exemplo supracitado, temos a situação mais comum, em que o meio ambiente é o ar atmosférico e as lentes são feitas de vidro ou de outro material transparente com índice de refração maior que o ar. Caso as lentes sejam mergulhadas em um material cujo índice de refração seja maior que o índice de refração da lente, teremos o processo inverso do apresentado na imagem. Para as lentes de vidro com bordas finas mergulhadas em um meio mais refringente, os raios irão divergir; caso a lente tenha bordas grossas, os raios irão convergir. Uma mesma lente pode ser convergente ou divergente, dependendo dos índices de refração dela e do meio externo. Para que as imagens formadas pelas lentes sejam nítidas e sem deformações, utiliza-se a aproximação de nitidez de Gauss: • A espessura das lentes precisa ser desprezível em relação ao raio de curvatura das faces; • Os raios devem incidir nas lentes próximo ao eixo principal e ser pouco inclinado, praticamente paralelos ao eixo principal. Para os raios mais distantes do eixo principal, a aproximação deixa de ser válida e formam-se imagens das lentes, chamadas de aberrações cromáticas. Sendo o meio externo o ar, ou um meio em que 𝒏𝒏𝟐𝟐> 𝒏𝒏𝟏𝟏, a representação para as lentes esféricas será a seguinte (Figura 4): Figura 4 – Lentes esféricas delgadas: bordas finas e largas Fonte: Roberto Aguilar de Souza Junior. 6 1.4 Focos principais Foco principal é o foco localizado sobre o eixo principal. Há dois tipos de foco principal: o foco principal imagem e o foco principal objeto. O foco principal imagem é definido pelos raios refratados da lente ou por seus prolongamentos. Pode ser real (se estiver no mesmo lado dos raios emergentes) ou virtual (se estiver no lado contrário aos raios emergentes em relação à lente). Para lentes divergentes o foco imagem é virtual, enquanto para lentes convergentes o foco imagem é real. Nas representações, as lentes estão imersas no ar e são constituídas de material com índice de refração maior que o ar. Figura 5 – Focos principais Fonte: Roberto Aguilar de Souza Junior. O foco principal objeto está relacionado ao objeto emissor dos raios de luz que incidem sobre a lente. Pode ser real (se estiver no mesmo lado dos raios incidentes) ou virtual (se estiver no lado contrário aos raios incidentes). Para lentes divergentes, o foco objeto é sempre virtual, enquanto para lentes convergentes o foco objeto é sempre real. Nas representações, as lentes estão imersas no ar e são constituídas de material com índice de refração maior que o ar. 7 Figura 6 – Foco no objeto virtual e no objeto real Fonte: Roberto Aguilar de Souza Junior. 1.5 Raios notáveis Assim como nos espelhos esféricos, os raios apresentam um comportamento especial nas lentes, denominados raios notáveis, que são os seeguintes (Figuras 7, 8 e 9): Figura 7 – Todo raio luminoso que incide numa lente (delgada), passando pelo centro óptica, não sofrerá desvio Fonte: Roberto Aguilar de Souza Junior. 8 Figura 8 – Todo raio luminoso que incide numa lente (delgada), paralelamente ao eixo principal, emerge numa direção que passa pelo foco principal imagem 𝒇𝒇𝒊𝒊 Fonte: Roberto Aguilar de Souza Junior. Figura 9 – Todo raio luminoso que incide numa lente (delgada) numa direção que passa pelo foco principal objeto 𝑭𝑭𝒐𝒐 emerge da lente paralelamente ao eixo principal Fonte: Roberto Aguilar de Souza Junior. TEMA 2 – TIPOS DE IMAGENS EM LENTES DELGADAS Assim como acontece com os espelhos esféricos, as imagens produzidas por lentes esféricas delgadas podem ser construídas geometricamente, com base nas propriedades dos raios notáveis, basta utilizar dois raios particulares. 9 2.1 Lentes convergentes Figura 10 – Objeto além do centro de curvatura Fonte: Roberto Aguilar de Souza Junior. A intersecção dos raios refratados gera uma imagem real, menor e invertida. Figura 11 – Objeto sobre o centro de curvatura Fonte: Roberto Aguilar de Souza Junior. A intersecção dos raios refratados gera uma imagem real, do mesmo tamanho e invertida. Figura 12 – Objeto entre centro de curvatura e foco Fonte: Roberto Aguilar de Souza Junior. A intersecçãodos raios refratados gera uma imagem real, maior e invertida. 10 Figura 13 – Objeto entre o centro de curvatura e o foco Fonte: Roberto Aguilar de Souza Junior. Se o objeto for colocado sobre o foco da lente, a imagem se formará no infinito, pois não há intersecção dos raios emergentes, será uma imagem imprópria. Figura 14 – Objeto entre o foco e o centro óptico Fonte: Roberto Aguilar de Souza Junior. A imagem será virtual, direita e maior que o objeto. A construção de lentes de aumento parte desse princípio. 2.2 Lentes divergentes Considerando que as lentes côncavas (de bordas largas) tenham um comportamento divergente e que o observador se encontra na região dos raios refratados, as imagens terão sempre a mesma característica. 11 Figura 15 – Imagens formadas por lentes divergentes côncavas, de bordas largas, sempre serão virtuais, direitas e menores que o objeto Fonte: Roberto Aguilar de Souza Junior. TEMA 3 – ESTUDO ANALÍTICO DA IMAGEM Assim como nos espelhos esféricos, além da construção geométrica, devemos fazer o estudo analíticos das imagens de lentes. Para isso, devemos compreender o conceito de convergência. A convergência de uma lente é o inverso da distância focal, a medida quantitativa do seu poder de aumento ou redução. Quanto maior a convergência, maior será a capacidade de a lente desviar os raios de luz que incidem na lente. Podemos expressar a convergência C, sendo: 𝑪𝑪 = 𝟏𝟏 𝒇𝒇 Em que f é a distância focal. No SI, O foco é dado em metros e a convergência é dada em dioptria; 𝟏𝟏 𝒅𝒅𝒊𝒊 = 𝟏𝟏 𝒎𝒎−𝟏𝟏. Dioptria é o nome correto para o que chamamos de grau de uma lente. Quanto menor a distância focal, maior será a convergência da lente e quanto maior a convergência, maior será o grau da lente. 3.1 Referencial de Gauss Para determinar a posição, o tamanho e a natureza da imagem em relação a um objeto, usamos o referencial de Gauss. O referencial utilizado é constituído de um par de eixos perpendiculares entre si com origem no centro óptico. 12 Figura 16 – Referencial de Gauss Fonte: Roberto Aguilar de Souza Junior. As equações usadas para o estudo analítico das lentes são as mesmas para os espelhos esféricos. 𝟏𝟏 𝒇𝒇 = 𝟏𝟏 𝒑𝒑 + 𝟏𝟏 𝒑𝒑′ (𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆çã𝒐𝒐 𝒅𝒅𝒆𝒆 𝑮𝑮𝒆𝒆𝒆𝒆𝑮𝑮𝑮𝑮) 𝑨𝑨 = 𝒊𝒊 𝒐𝒐 = − 𝒑𝒑′ 𝒑𝒑 (𝒆𝒆𝒆𝒆𝒎𝒎𝒆𝒆𝒏𝒏𝒂𝒂𝒐𝒐 𝒍𝒍𝒊𝒊𝒏𝒏𝒆𝒆𝒆𝒆𝒍𝒍 𝒂𝒂𝒍𝒍𝒆𝒆𝒏𝒏𝑮𝑮𝒕𝒕𝒆𝒆𝒍𝒍𝑮𝑮𝒆𝒆𝒍𝒍) • Sendo A > 0: objeto e imagem têm o mesmo sinal, imagem direita. • Sendo A < 0: objeto e imagem têm sinais opostos, imagem invertida. Exemplo 1: um objeto de 16 cm de altura é colocado diante de uma lente divergente a 9 cm da lente. Sendo a distância focal f = 6 cm, determine: a. A posição da imagem; b. A altura da imagem; c. O aumento sofrido pela imagem. Resolução: a) 𝟏𝟏 𝒇𝒇 = 𝟏𝟏 𝒑𝒑 + 𝟏𝟏 𝒑𝒑′ → 𝟏𝟏 −𝟔𝟔 = 𝟏𝟏 𝟗𝟗 + 𝟏𝟏 𝒑𝒑′ → 𝒑𝒑′ = −𝟑𝟑,𝟔𝟔 𝒄𝒄𝒎𝒎 b) 𝒊𝒊 𝒐𝒐 = −𝒑𝒑 ′ 𝒑𝒑 → 𝒊𝒊 𝟏𝟏𝟔𝟔 = −𝟑𝟑,𝟔𝟔 𝟗𝟗 → 𝒊𝒊 = 𝟔𝟔,𝟒𝟒 𝒄𝒄𝒎𝒎 c) 𝑨𝑨 = 𝒊𝒊 𝒐𝒐 = 𝟔𝟔,𝟒𝟒 𝟏𝟏𝟔𝟔 = 𝟎𝟎,𝟒𝟒 13 Figura 17 – Exemplo 1 Fonte: Roberto Aguilar de Souza Junior. 3.2 Equação de Halley Além das relações usadas nas lentes e espelhos esféricos, usamos mais uma equação para as lentes, chamada de equação de Halley, também chamada de equação dos fabricantes de lentes. 𝟏𝟏 𝒇𝒇 = � 𝒏𝒏𝒍𝒍𝒆𝒆𝒏𝒏𝒂𝒂𝒆𝒆 𝒏𝒏𝒎𝒎𝒆𝒆𝒊𝒊𝒐𝒐 − 𝟏𝟏 � . � 𝟏𝟏 𝑹𝑹𝟏𝟏 + 𝟏𝟏 𝑹𝑹𝟐𝟐 � Nos espelhos esféricos, a distância focal é a metade do centro de curvatura. Para as lentes, a distância focal depende do índice de refração da lente e do meio ao redor e os raios de curvatura das faces da lente, relação dada pela equação de Halley. Para lente com uma face plana, um dos raios tende ao infinito, de modo que seu inverso tende a zero. Sendo 𝑹𝑹𝟏𝟏 = 𝑹𝑹, temos: 𝟏𝟏 𝒇𝒇 = + � 𝒏𝒏𝒍𝒍𝒆𝒆𝒏𝒏𝒂𝒂𝒆𝒆 𝒏𝒏𝒎𝒎𝒆𝒆𝒊𝒊𝒐𝒐 − 𝟏𝟏� . 𝟏𝟏 𝑹𝑹 Exemplo 2: certa lente biconvexa constituída de um material com índice de refração 1,50 tem raios de curvatura 3,00 cm e 5,00 cm. Determine a distância focal dessa lente, no ar. Resolução: pela equação de Halley, temos: 𝟏𝟏 𝒇𝒇 = � 𝒏𝒏𝒍𝒍𝒆𝒆𝒏𝒏𝒂𝒂𝒆𝒆 𝒏𝒏𝒎𝒎𝒆𝒆𝒊𝒊𝒐𝒐 − 𝟏𝟏 � . � 𝟏𝟏 𝑹𝑹𝟏𝟏 + 𝟏𝟏 𝑹𝑹𝟐𝟐 � → 𝟏𝟏 𝒇𝒇 = � 𝟏𝟏,𝟓𝟓𝟎𝟎 𝟏𝟏,𝟎𝟎𝟎𝟎 − 𝟏𝟏 � . � 𝟏𝟏 𝟑𝟑,𝟎𝟎𝟎𝟎 + 𝟏𝟏 𝟓𝟓,𝟎𝟎𝟎𝟎� → 𝟏𝟏 𝒇𝒇 = 𝟎𝟎,𝟓𝟓𝟎𝟎 . 𝟖𝟖,𝟎𝟎𝟎𝟎 𝟏𝟏𝟓𝟓,𝟎𝟎𝟎𝟎 → 𝒇𝒇 = 𝟑𝟑,𝟕𝟕𝟓𝟓 𝒄𝒄𝒎𝒎. 14 TEMA 4 – A VISÃO HUMANA 4.1 Olho humano O órgão receptor do sentido da visão é o bulbo ocular, que tem anatomia esférica, com diâmetro aproximado de 22 mm. Presos ao bulbo ocular, temos três pares de músculos destinados à orientação. Sua parede é formada por três camadas: • Esclerótica: camada exterior opaca e esbranquiçada. Na parte anterior, a esclerótica é mais abaulada e transparente, formando a córnea (possui índice de refração de 1,38); • Coroide: membrana que acompanha a camada mais externa do globo (esclerótica), cuja coloração enegrecida impede que a luz se difunda dentro do globo ocular; superfície onde se distribuem as células da retina; • Retina: cobre a superfície interna do globo, é sensível à luz; contém duas células espenicas sendo elas os cones (sensíveis as cores, situações de claridade) e os bastonetes (sensíveis aos tons de cinza, situações de pouca claridade). Essas células comunicam-se com o centro da visão do cérebro pelo nervo óptico. • Humor aquoso: entre a córnea e o cristalino com índice de refração de 1,33; • Cristalino: índice de refração variando de 1,38 a 1,41; • Músculos ciliares: ajustam o foco do cristalino por meio da contração e descontração, garantindo uma focalização nítida das imagens; • Humor vítreo: contido no globo ocular, com mesmo índice de refração do humor aquoso; • Íris: determina a cor dos olhos; • Pupila: orifício central da íris, de diâmetro variável, que permite controlar a quantidade de luz que entra no globo ocular. 15 Figura 18 – Olho humano Crédito: Peter Hermes Furian/Shuuterstock. A luz visível é a parte da onda eletromagnética que possui energia suficiente para gerar uma reação química nos fotorreceptores da retina, que será recebida e interpretada pelo cérebro. A acomodação visual é o ajuste automático da vergência do olho para a distância de algo visado que resulta da formação nítida de uma imagem sobre a reina, independentemente da distância que se encontra em relação ao olho. A adaptação visual é o movimento de contração e dilatação da íris, funcionando como regulador do diâmetro da pupila em função da quantidade de luz que entra no olho. O diâmetro da pupila pode variar de 1,5 mm a 10 mm. 4.2 Disfunções visuais As disfunções podem ou não ser passíveis de correção com o auxílio de aparelhos ópticos (óculos), o que depende de sua origem. Disfunção visual é a dificuldade de enxergar bem, ou seja, a incapacidade de enxergar com nitidez e distinguir as diferentes cores do espectro de luz visível. Os defeitos mais comuns da visão são: miopia, hipermetropia, presbiopia, astigmatismo e estrabismo. 4.2.1 Miopia O globo ocular é mais alongado que o olho normal, causando a convergência dos raios luminosos antes da retina. Pessoas míopes têm dificuldades de focalizar objetos distantes, sendo a visão para longe prejudicada. Uma pessoa com grau 6 de miopia, enxerga com clareza a uma distância de 1/6, ou seja, a sua nitidez focal é de 16,66 cm. 16 Figura 19 – Miopia Crédito: Petrroudny43/Shutterstock. A correção da miopia é feita com lentes divergentes. 4.2.2 Astigmatismo Defeito proveniente da imperfeição da simetria do sistema óptica em torno do eixo óptico, a visão fica turva, indefinida tanto para perto quanto para longe.Figura 20 – Diferença entre a visão com um olho saudável e um com astigmatismo Crédito: Timonina/Shutterstock. A correção do astigmatismo é feita com lentes cilíndricas, cujo raio de curvatura compensa a deficiência do diâmetro da córnea. 17 4.2.3 Hipermetropia O olho hipermetrope é menos alongado que o olho normal, pois a imagem é formada depois da retina. Figura 21 – Hipermetropia Crédito: Timonina/Shutterstock. A correção da hipermetropia é feita com lentes convergentes. 4.2.4 Estrabismo Consiste na impossibilidade de dirigir simultaneamente as retas visuais de ambos os olhos sobre o ponto visado. A correção é feita com lentes prismáticas, que desviam os raios luminosos provenientes dos objetos de modo que as imagens se situem sobre as linhas visuais dos dois olhos Existem mais algumas disfunções, como presbiopia, catarata, daltonismo, entre outras. TEMA 5 – INSTRUMENTOS ÓPTICOS 5.1 Instrumentos de projeção Os instrumentos de projeção fornecem imagens reais. As imagens formadas devem ser reais, pois serão produzidas em um anteparo. Podemos apresentar vários exemplos desses instrumentos, tais como o projetor de filmes, 18 em que a imagem é maior que o objeto, a máquina fotográfica que tem a imagem projetada menor que o objeto. Figura 22 – Máquina fotográfica Crédito: Mit Kapevski/Shutterstock. Os principais componentes de uma máquina fotográfica são: • Lente ou objetiva: sistema de lentes convergentes que formam a imagem; • Diafragma: regula a quantidade de luz que entra na máquina fotográfica; • Obturador: intercepta ou deixa entrar os raios; • Disparador: abre o obturador durante um determinado intervalo de tempo. O princípio do funcionamento da máquina fotográfica se baseia na formação de imagens com lentes e obedece à equação de Gauss. 5.2 Instrumentos de observação Os instrumentos de observação fornecem uma imagem final virtual. Os microscópios e lupas são instrumentos que ampliam a imagem do que está próximo. Lunetas, telescópios e binóculos nos auxiliam a enxergar o que está distante. 5.2.1 Lupa ou lente de aumento Consiste em uma lente convergente de pequena distância focal, fornece imagem virtual direita e maior que o objeto. 19 Figura 23 – Lupa Crédito: Pavlo S/Shutterstock. 5.2.2 Luneta astronômica É usada para observação de algo que está a grande distancias, como cometas, planetas e estrelas. É formada por duas lentes convergentes: a objetiva, cuja distância focal é de alguns metros, e a ocular. As imagens obtidas são invertidas em relação ao objeto observado. Figura 24 – Luneta astronômica Crédito: Abscent/Shutterstock. 20 5.2.3 Luneta de Galileu É formada por um par de lentes – uma objetiva e uma ocular. A imagem vista pelo observador é direta, pois a lente ocular é divergente. 5.2.4 Binóculo O binóculo é um instrumento óptico constituído de duas lentes lunetas de Galileu nas quais os prismas de reflexão total são usados para desviar os raios de luz que entram pelas lentes objetivas na direção das oculares, pois não estão alinhadas. Os prismas também invertem a imagem que recebem das lentes objetivas. Figura 25 – Binóculo Crédito: Nasky/Shutterstock. NA PRÁTICA Uma prática muito comum, principalmente entre as crianças, é explorar a vida dos pequenos insetos com o uso de lentes. Uma criança ganhou de presente do seu padrinho uma lente e foi correndo utilizar para observar os pequenos seres vivos de sua casa. Sabendo que a lente que a criança ganhou 21 é biconvexa de vergência +20 di e que a criança encontrou uma formiga, aproximou a lente a apenas 4 cm do inseto e percebeu que a formiga “cresceu”, o que lhe causou muita alegria: a. Determine de quanto foi o aumento sofrido pela formiga; b. Se o tamanho original da formiga fosse 3,5 cm, e a criança aproximasse a lente mais 2 cm, qual seria o novo tamanho da imagem da formiga? FINALIZANDO Nesta aula, destacamos os principais conceitos relacionados a lentes, ao olho humano e a seus eventuais distúrbios e possibilidades corretivas (sem a necessidade de procedimento cirúrgico). Utilizamos os conceitos apresentados e mostramos as características de alguns instrumentos ópticos. Os princípios da física se baseiam em conceitos fundamentais que já conhecemos e que constituem a base ampla para o desenvolvimento complexo das lentes, como também de sua aplicabilidade no cotidiano. 22 REFERÊNCIAS HALLIDAY, R.; RESNICK, R. Fundamentos de física. Rio de Janeiro: LTC, 2016. v. 4. TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. Rio de Janeiro: LTC, 2016. v. 4.
Compartilhar