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RESUMO DE FISIOPATOLOGIA DA REPRODUÇÃO – 2° BIMESTRE DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO ➢ Sexo genotípico → XX / XY ➢ Migração de células germinativas primordiais, do endoderma do saco vitelínico para gônada indiferenciada, na terceira ou quarta semana após a fertilização. ➢ Cromossomo Y possui o gene SRY (fator de diferenciação do testículo TDF). O testículo libera testosterona e forma o ducto mesonéfrico que possui células de Sertoli (AMH hormônio anti- mulleriano). ➢ Cromossomo X faz desenvolvimento dos ductos paramesonéfricos. INTERSEXO ➢ Malformações congênitas do desenvolvimento sexual ➢ Determinação do sexo: genético (XX ou XY), gonodal (ovário ou testículo) e natureza dos órgãos sexuais acessórios (útero, oviduto, vulva, prepúcio, escroto). ➢ Ocorre em todas as espécies domesticas. HERMAFRODITA VERDADEIRO ➢ Ambiguidade genital → ovário e testículo, ovariotestis, uni ou bilateral. ➢ Ocorre geralmente em suínos, caprinos e ovinos. ➢ Tem que possuir ovário e testículo ou uma fusão dos dois. PSEUDOHERMAFRODITA MASCULINO ➢ Gônada masculina (testículo) + genitália externa feminina (vulva). PSEUDOHERMAFRODITA FEMININO ➢ Gônada feminina (ovário) + genitália externa masculina (clitóris hipertrofiado). FREEMARTINISMO ➢ Masculinização dos órgãos genitais femininos, causado por gestação gemelar (sexos masculino e feminino) e anastomose dos vasos das membranas córioalantoidianas ➢ Ocorre em todas as espécies de animais domésticos, porém em 90% dos casos em bovinos Macho produz testosterona (Wolf), AMH (impede o desenvolvimento dos ductos de Muller) e TDF (fator de diferenciação testicular) → passa esses hormônios para placenta da fêmea, pela anastomose dos vasos das membranas córioalantoidianas, e com isso ocorre a masculinização dos órgãos genitais femininos. • Andrógenos testiculares → testosterona • Gene SRY (fator de diferenciação do testículo – TDF) • Hormônio anti-Mulleriano (AMH) → inibe desenvolvimento dos ductos de Muller. Diagnóstico: ➢ Fêmea com pescoço curto e grosso, cabeça pesada e tórax mais desenvolvido, vulva pequena e com pelos longos na comissura ventral e alterações no comportamento. • Hipertrofia do clitóris, vagina com fundo cego por não desenvolver ductos de Muller (não possui oviduto, vagina cranial e útero). ➢ Palpação retal associada a ultrassonografia → gônada indiferenciada, ausência de ovidutos, aplasia ou hipoplasia de útero e glândulas vesiculares rudimentares. Prognóstico: Quanto a vida (bom), quanto a reprodução (ruim) Tratamento: Não existe, apenas profilaxia (identificar gestação gemelar e quais os sexos dos embriões). PATOLOGIAS OVARIANAS Aplasia ou agenesia = não possui Hipoplasia = desenvolvimento incompleto APLASIA OU AGENESIA OVARIANA ➢ Patologia menos comum ➢ Ausência dos ovários – uni ou bilateral ➢ Hereditária e afeta ruminantes, suínos e caninos. ➢ Sinais clínicos: Normalmente associado a outras malformações em rim ou útero por exemplo. • Bilateral → desenvolvimento deficiente do sistema genital tubular e da glândula mamaria. • Unilateral → ocorre subfertilidade. ➢ Diagnóstico: Histórico de anestro permanente ou ciclo estral irregular. Úbere com desenvolvimento inadequado • Palpação retal associada a ultrassonografia → útero e ovários. ➢ Prognóstico: Tanto uni quanto bilateral ruim ➢ Tratamento: Profilático, evitar consanguinidade e descartar animais com a anomalia. HIPOPLASIA OVARIANA ➢ Ocorre por desenvolvimento incompleto dos ovários (uni ou bilateral – parcial ou total) por desenvolvimento embrionário defeituoso, de causa hereditária ➢ Em todas as espécies domesticas (principalmente bovinos), porém é uma condição rara. ➢ Sinais clínicos: Unilateral parcial ou total / Bilateral parcial • Trato genital normal, subfertilidade e menor número de folículos primordiais. • Bilateral total → ANESTRO ➢ Diagnóstico: Histórico de anestro permanente ou ciclo estral irregular • Palpação retal associada à ultrassonografia → útero e ovários. ➢ Prognóstico: Tanto uni quanto bilateral ruim ➢ Tratamento: Profilático, descartar os animais com a anomalia. ATROFIA OVARIANA ➢ Ocorre por perda da função do epitélio germinativo do ovário, bloqueio no eixo neuro-endócrino e falta de estimulo hormonal (FSH e LH) ➢ Em todas as espécies domesticas (ruminantes é mais frequente). ➢ Pode decorrer de estresse, BEN, amamentação ou produção elevada, alimentação insuficiente, superalimentação (animal gordo), luminosidade reduzida, doenças debilitantes, verminoses, condições climáticas desfavoráveis e umidade elevada. • BEN (balanço energético negativo) ▪ BEN ou estresse → libera cortisol → hipotálamo não libera GnRH. ▪ BEN decorrente da amamentação ou produção elevada de leite ou alimentação insuficiente por exemplo. ➢ Sinais clínicos: Anestro, animal debilitado, magro, obeso ou estressado. ➢ Diagnóstico: Histórico, palpação associada à ultrassonografia (útero e ovários), diferencial para hipoplasia. ➢ Prognóstico: Bom em casos de reversão das causas ➢ Tratamento: Reversão das causas primárias (manejo), tratamento hormonal (GnRH, FSH e/ou LH) e profilaxia OVULAÇÃO RETARDADA ➢ Ovulação após o momento fisiológico e deficiência na produção de LH pela hipófise ➢ Pode ocorrer devido: Elevada produção leiteira, fotoperiodicidade inconstante, alimentação desequilibrada (beta caroteno, cobre, manganês e selênio). ➢ Ocorre em todas as espécies com fase folicular curta (mais frequente em bovinos e bubalinos). ➢ Sinais clínicos: Repetição de cio, cio prolongado, oócito liberado tardio e mais tempo dentro do ovário, fêmea não emprenha. ➢ Diagnóstico: Histórico de repetição de cio, palpação retal associada a ultrassonografia (ovários – controle folicular). ➢ Prognóstico: Bom em casos de reversão das causas ➢ Tratamento: Reversão das causas primarias (manejo), tratamento hormonal (LH / GnRH). ATRESIA FOLICULAR ➢ Regressão patológica de folículos maduros (dominates) • Atresia de folículos fase luteal = fisiológico • Atresia de folículos fase folicular = patológico ➢ Deficiência na produção de GnRH ou LH, impede a fase luteal, não ovula e ciclo estral curto ➢ Principalmente em bovinos e bubalinos • Gata → atresia folicular fisiológica ➢ Pode ser decorrente de: alimentação desequilibrada ou elevada produção leiteira. ➢ Sinais clínicos: Ciclo estral encurtado ou ciclo estral anovulatório. ➢ Diagnóstico: Palpação retal associada a ultrassonografia (ovários - controle folicular), estro e diestro. ➢ Prognóstico: Bom em casos de reversão das causas ➢ Tratamento: Reversão das causas primarias (manejo), tratamento hormonal (LH / GnRH). FOLÍCULO HEMORRÁGICO ➢ Anovulatório, causada pela falta de LH ou falta de receptores para LH ➢ Principal patologia ovariana de equinos. ➢ Sinais clínicos: Ciclos estrais regulares ou irregulares (pode ou não produzir estrógeno) ➢ Diagnóstico: Palpação retal associada a ultrassonografia, no ultrassom é possível observar presença de estrutura anecóica (preta) com redes de fibrina/coágulos (pontos ecogênicos) com tamanho que varia de 60 a 100mm. ➢ Prognóstico: Bom ➢ Tratamento: Não eficiente, ocorre regressão espontânea CISTO FOLICULAR ➢ Persistência do folículo terciário por no mínimo 10 dias ➢ Estrutura cavitária e circunscrita com mais de 2,5cm (+ de 25mm anecóico) ➢ Folículo anovulatório, sem ter sofrido luteinização ou formado corpo lúteo ➢ Hormônio em alta = ESTRÓGENO ➢ Ocorre em todas as espécies domésticas, mais comum em ruminantes e suínos ➢ Causa: Exacerbada ação do FSH, ausência de GnRH ou LH, elevada produção leiteira e alimentação desequilibrada (BEN) e hereditária ➢ Sinais clínicos: Elevados teores de estrógeno, cios contínuos, edema de genitais, relaxamento dos ligamentos pélvicos (em casos crônicos), hipersecreçãodo endométrio (inicialmente não inflamatório) → hidrometra / mucometra, ninfomania, virilismo e anestro. ➢ Diagnóstico: Histórico de cios contínuos ou ninfomania, na palpação retal associada à ultrassonografia observação de cistos no ovário por mais de 10 dias, ausência de corpo lúteo e útero e cervix aumentados de tamanho ➢ Prognóstico: Diagnóstico precoce (bom). Ruim para cistos grandes, múltiplos e persistentes. ➢ Tratamento: Regressão espontânea, reversão das causas primárias, hemorragias e aderências, LH / GnRH, profilático. • Agonista do GnRh → princípio ativo → Gonadorelina → Ex: Profertil, Conceptal (Buserelina) (2,5 a 5 ml por fêmea em caso de cisto folicular ou incremento da inseminação) CISTO LUTEÍNICO ➢ Persistência do folículo terciário anovulatório com luteinização da camada da teca interna ➢ Causa: Deficiência na liberação do GnRh ou LH, porém os níveis de LH são suficientes para luteinização ➢ Hormônio em alta = PROGESTERONA ➢ Acomete geralmente bovinos e bubalinos ➢ Sinais: Histórico de anestro, ciclos estrais anovulatórios. ➢ Diagnóstico: Palpação retal associada à ultrassonografia, observação de cisto com parede espessa e cavidade central, estrutura anecóica com mais de 2 cm e com parede luteinizada (ecogênica) ➢ Prognóstico: Bom em casos de regressão endógena (espontânea) ou exógena ➢ Tratamento: Prostaglandinas PGF2α • Prostaglandinas: Ciosin (caso tenha corpo luteo), Dinoprost, Cloprosterona, 1ml égua e 2 ml para bovinas CORPO LÚTEO PERSISTENTE ➢ Corpo lúteo que permanece além do diestro ➢ Faz alteração no endométrio → endometrite, piometra, algum conteúdo uterino. ➢ Sinais: Histórico de anestro ➢ Diagnóstico: Palpação retal associada à ultrassonografia, presença de corpo lúteo além do diestro, sem a presença de gestação. Corpo lúteo fisiológico diminui de tamanho após 15 dias ➢ Prognóstico: Bom em casos de reversão das causas e regressão endógena ➢ Tratamento: Reversão das causas primárias (útero), PGF2α (prostaglandina) • Prostaglandinas: Ciosin (caso tenha corpo luteo), Dinoprost, Cloprosterona, 1ml égua e 2 ml para bovinas OOFORITE ➢ Enfermidade pouco frequente ➢ Inflamação de um ou ambos os ovários ➢ Causa: Hematógena, peritonite, ascendente ou traumática ➢ Abscessos ovarianos → bom = isola o agente / ruim = antibiótico não chega. ➢ Ocorre em todas as espécies domésticas ➢ Sinais: Ciclo estral aparentemente normal, repetição de cio (bilateral ou unilateral) ➢ Diagnóstico: Palpação retal associada à ultrassonografia, presença de abscesso ovariano ➢ Prognóstico: Bom para unilateral (ovariectomia). Ruim para bilateral (descarte) ➢ Tratamento: Reversão das causas primárias (útero/oviduto), ovariectomia (unilateral), profilaxia NEOPLASIAS ➢ Neoplasia de células da teca: Produz andrógeno → virilismo (sinais de macho) ➢ Neoplasia de células da granulosa: Muito estrógeno → ninfomania / mais comum em equinos. ➢ Neoplasia de células luteínicas: Muita progesterona → anestro ➢ Teratomas: Desenvolvimento de estruturas/tecidos anormais no ovário (pelo, cartilagem, dente, osso...). NEOPLASIAS DAS CÉLULAS DA GRANULOSA ➢ Produção de estrógenos, uni ou bilateral, de causa desconhecida. Mais comum em bovinos, equinos e caninos. ➢ Sinais: Ninfomania, deslocamento do útero para a cavidade abdominal (gestação), alopecia (caninos / felinos). ➢ Diagnóstico: Histórico, palpação retal associada à ultrassonografia e dosagem hormonal. ➢ Prognóstico: Malignidade e metástases são raras (reservado). Reservado para unilateral e ruim para bilateral ➢ Tratamento: Descarte ou ovariectomia. PATOLOGIAS DOS OVIDUTOS – Não tem frequência APLASIA SEGMENTAR ➢ Ausência parcial de um segmento do oviduto (istimo, ampola ou infundíbulo), uni ou bilateral, causada por falha congênita do desenvolvimento fetal, hereditário (condição rara) ➢ Geralmente em bovinos e bubalinos ➢ Sinais: Hidrosalpinge (acúmulo de líquido dentro do oviduto), repetição do cio (bilateral ou unilateral) ➢ Diagnóstico: Palpação retal associada à ultrassonografia, hidrosalpinge ou aplasia segmentar ➢ Prognóstico: Ruim uni ou bilateral → hereditário ➢ Tratamento: Profilático, descarte da fêmea HIDROSALPINGE ➢ Acúmulo de líquido seromucoso no interior do oviduto, devido a malformação congênita (aplasia segmentar), processo inflamatório (salpingite) que leva a obstrução ➢ Ocorre em todas as espécies domésticas, bovinos e bubalinos mais acometidos ➢ Sinais: Repetição de cio (bilateral / unilateral) ➢ Diagnóstico: Palpação retal associada à ultrassonografia, hidrosalpinge ou aplasia segmentar ➢ Prognóstico: Ruim para aplasia segmentar, obstrução ou aderências ➢ Tratamento: Terapia ineficiente, profilaxia SALPINGITE ➢ Processo inflamatório do oviduto, destruição da mucosa, com substituição por tecido granulomatoso, ocorre a obstrução (hidrossalpinge). Ascendente pode vir de endometrite ou enucleação mecânica ➢ Pode ser uni ou bilateral e segmentar ➢ Geralmente em bovinos e bubalinos ➢ Sinais: Repetição de cio, anestro, comprometimento de ovários e/ou útero ➢ Diagnóstico: Palpação retal associada à ultrassonografia → em casos graves ➢ Prognóstico: Reservado dependendo do comprometimento envolvido e casos graves ruim ➢ Tratamento: Não tem tratamento, reversão das causas primarias (útero), profilático PATOLOGIAS DO ÚTERO MUCOMETRA / HIDROMETRA ➢ Acúmulo de massas semi-sólidas ou líquidos serosos no útero → Não muito comum ➢ Causada por malformações e alterações do desenvolvimento (não consegue drenar fluídos e secreções para fora) ➢ Ação estrogênica, cistos foliculares e ingestão de plantas estrogênicas (ex: trevo branco exclusivamente na dieta) ➢ NÃO INFLAMATÓRIO ➢ Em bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos ➢ Sinais: Anestro ➢ Diagnóstico: Palpação retal associada a ultrassonografia → útero com aumento de tamanho, presença de líquido no interior do útero (diferenciar de gestação) ➢ Prognóstico: Malformações ruim e ação estrogênica bom ➢ Tratamento: Descarte, reversão das causas primárias PROCESSOS INFLAMATÓRIOS ➢ Processos inflamatórios decorrentes de bactérias (principal), fungos e vírus (secundário) ➢ Causa: Lenta involução uterina (pós parto), distúrbios na regeneração do endométrio, anestro, atraso no retorno ao cio, maior número de serviços por concepção (repetição de cio) • Metrites → Endométrio, miométrio e perimétrio (suínos e bovinos) • Catarro genital → Endometrite e cervicite(bovinos) • Endometrites → Endométrio (éguas) • Piometras → Acúmulo de exsudato purulento no interior do útero. ➢ Fatores predisponentes: Anatômicos e mecânicos (musculatura, contração uterina), imunológicos (leucócitos e proteínas do sistema complemento), distúrbios da gestação e parturição, retenção dos anexos fetais, manejo reprodutivo deficiente (higiene), distúrbios hormonais (falta de ocitocina) ➢ Fatores determinantes: Presença de microorganismos METRITE PUERPERAL AGUDA ➢ Inflamação de todas as camadas do útero (endométrio, miométrio e perimétrio) ➢ Mais comum em suínos e bovinos ➢ Causa: Partos traumáticos sem condições higiênicas, retenção dos anexos fetais, endotoxemia (toxinas de bactérias na circulação) ➢ Sinais: Apatia, prostração, febre intensa, taquicardia e taquipnéia (sistêmica) ➢ Diagnostico: Palpação retal sem alterações evidentes, palpação vaginal: atonia uterina (cervix relaxada), fluxo sanguinolento, resquícios de anexos fetais, odor pútrido, aspecto achocolatado. CATARRO GENITAL ➢ Inflamação da camada mucosa do trato genital (cérvix, canal cervical, corpo ou cornos), no período pós-puerperal ➢ Geralmente bovinos são mais acometidos ➢ São divididas em 3 graus e suas manifestações clinicas são idênticas (secreção sero-mucosa a purulenta), respondem ao mesmo tratamento CATARRO GENITAL 1° GRAU➢ Inflamação da camada mucosa do trato genital (cervicite e endometrite pós-puerperal crônica). ➢ Sinais: Cios regulares, fluxo vaginal sero-mucoso (‘’ muco sujo’’) ➢ Diagnóstico: Palpação retal sem alterações evidentes e vaginoscopia (prolapso e hiperemia do 1° anel cervical) CATARRO GENITAL 2° GRAU ➢ Inflamação da camada mucosa do trato genital (cervicite e endometrite pó-puerperal crônica, maior envolvimento). ➢ Sinais: Cios regulares, repetição de cio, fluxo vaginal mucopurulento ressecado (vulva e membros). ➢ Diagnóstico: Palpação retal: útero flácido e sem contratilidade na massagem, ovário com corpo lúteo. Vaginoscopia: cérvix aberta e com prolapso do 1° anel cervical, secreção mucopurulenta, mucosa vaginal úmida, mucosa do fórnix hiperêmica. CATARRO GENITAL 3º GRAU ➢ Inflamação da camada mucosa do trato genital (cervicite e endometrite pós-puerperal crônica), envolvimento generalizado do endométrio e cérvix. ➢ Sinais: Ciclos estrais irregulares, fluxo vaginal purulento. ➢ Diagnóstico: Palpação retal: útero aumentado e com parede espessada, ovário com corpo lúteo. Vaginoscopia: Cérvix aberta e com prolapso do 1° anel cervical, mucosa do fórnix e cerviz hiperêmica, acumulo de secreção purulenta na vagina, mucosa vaginal úmida TRATAMENTO: ➢ Objetivo: Eliminação dos agentes infecciosos do útero, não causar danos ao endométrio e ao miométrio, não inibir os mecanismos de defesa fisiológicos, não deixar resíduos no leite e na carne ➢ Estimulação do útero → contratilidade / eliminação do conteúdo • ESTRÓGENO: Imediatamente após o parto (eliminação dos anexos fetais), após o parto favorece os mecanismos de defesa celular, relaxamento (abertura) e dilatação da cérvix • OCITOCINA: Uso até 24 horas após o parto, aumento do tônus e contratibilidade uterina • PROSTAGLANDINA (PGF2α): Faz luteólise, contratibilidade uterina, vasoconstrição (eliminação dos anexos fetais) ➢ Combate aos agentes determinantes → antissépticos / antibióticos • ANTISSÉPTICOS (diluídos): Lavagem uterina, reduz a intensidade das infecções, reduz o tamanho do útero e aumenta o tônus do miométrio, diminuição da viscosidade do catarro, Clorexidina 2 – 3%, Iodo Povidona 2 – 3%, Lugol, DMSO, Permanganato de Potássio • ANTIBIÓTICO: Por infusão uterina e ou sistêmico, realizar cultura e antibiograma. Principais: Gentamicina, Oxitetracicilina, Cefalosporina (Ceftiofur) ENDOMETRITE ➢ Inflamação da camada mucosa do útero ➢ Termo mais usado em éguas, ocorre geralmente pós cobertura ➢ Bactérias, plasma seminal e espermatozoides induzem inflamação ➢ Principal bactéria causadora: Streptococcus zooepidermicus ➢ Endometrite pós cobertura é fisiológico, porém tem que eliminar em 48 horas, caso contrário torna-se uma endometrite persistente (patológico). ➢ Pode causar subfertilidade ou infertilidade ➢ Éguas susceptíveis = aquela que não eliminam em 48 horas ➢ Éguas resistentes = eliminam entre 36 a 48 horas. ➢ Eliminação do processo inflamatório em até 48 horas por mecanismos físicos, imunológicos e sistema linfático funcional (drenam o líquidos) • Realizar citologia na 1ª vez para determinar se fêmea é susceptível ou resistente → Fase folicular no máximo de 5% de neutrófilos, em fase luteal não pode haver. Maior quantidade de neutrófilos = persistência ➢ Diagnóstico: Na palpação retal associada à ultrassonografia consistência flácida do útero, com presença de líquido no interior, realização de citologia e biopsia endometrial, cultura e antibiograma para identificação do agente ➢ Tratamento: • Lavagem uterina (lavar até o liquido entrar e sair limpo) com solução fisiológica ou Ringer Lactato (melhor/tamponante), pode associar com antissépticos, como Iodo 2 a 3% ou Clorexidina 2 a 3% • Fêmeas susceptíveis devem ser tratadas antes da cobertura (lavagem + antibiótico). Se a lavagem for feita no dia da IATF → utilizar Ringer Lactato (melhora controle de pH). • Infusão uterina (de acordo com o antibiograma) como Gentamicina, Amicacina, DMSO (usar associado a algum tamponante, pois não funciona em ph ácido) ou plasma homólogo enriquecido de leucócitos (120mL) • Fêmea susceptível e acúmulo de líquido antes da IATF → Fazer a infusão antes, antibióticoterapia 3 dias antes e 3 dias depois da IATF (uma infusão por dia) • Agentes equibólicos: Ocitocina e prostaglandina 1 a 2 ml. Promovem a contração, ambos podem ser usados antes da IATF. PIOMETRA ➢ Acúmulo de exsudato purulento no interior do útero (líquido + bactérias) ➢ Causada por distúrbios hormonais e bacterianos (estrógeno / progesterona / Escherichia coli 70% dos casos) • Estrógeno: Faz relaxamento e dilatação da cérvix e aumenta receptores para progesterona • Progesterona: Crescimento e atividade secretora das glândulas endometriais e diminuição da atividade do miométrio ➢ Mais comum em cadelas no pós cio, pela persistência do corpo lúteo (60 dias), abertura da cérvix e anatomia longa e sinuosa dos cornos uterinos ➢ Síndrome da piometra da cadela idosa: +/- 7 a 8 anos, hiperplasia endometrial cística causando piometra ➢ Síndrome da piometra da cadela jovem: Prevenção da gestação com administração exógena de e progesterona sintética ➢ Sinais: • Piometra aberta: Corrimento vaginal purulento, aspecto fluído ou espesso, coloração amarelada ou hemorrágica. • Piometra fechada: Ausência de corrimento vaginal purulento, distensão abdominal. • Depressão, vômito, diarreia, poliúria, polidipsia, temperatura alterada. ➢ Tratamento: • Fluidoterapia + OSH + antibioticoterapia - IDEAL • Fluidoterapia +PGF2α + antibioticoterapia • Fluidoterapia + Aglepristone + antibioticoterapia • Fluidoterapia + PGF2α + Aglepristone + antibioticoterapia ▪ Antibiótico: Realizar cultura e antibiograma, mais utilizado Sulfa + trimetropin (E. coli) ▪ Aglepristone ALISIN: 10mg/Kg SC nos dias 1, 2, 8, 15 e 30. Apresenta custo elevado $$$, mas melhor tratamento, pois se liga aos receptores de progesterona e dessa forma a progesterona não tem ação. ▪ PGF2α: 1µg/Kg SC nos dias 3 a 7. Em pequenos animas causa muito efeito colateral, CUIDAR! PATOLOGIAS DA VAGINA PNEUMOVAGINA ➢ Acúmulo de ar contaminado do meio ambiente ➢ Causas: Deslocamento cranial do ânus, lábios vulvares tendendo a posição horizontal ➢ Equinos → Pode evoluir para o pneumoútero ➢ Bovinos → Partos distócitos ➢ Sinais: Histórico de parto distócico, infertilidade, repetição de cio ➢ Diagnóstico: Conformação perineal, citologia → pneumoútero (eosinófilos), vaginoscopia → distensão da vagina e vaginite ➢ Prognóstico: Vulvoplastia – Reservado ➢ Tratamento: Vulvoplastia (técnica de Caslik) e profilático HIPERPLASIA VAGINAL ➢ Aumento do número de células; ➢ Edema vaginal decorrente da ação estrogênica (teto vaginal) ➢ Resposta exacerbada ao estrogênio (pró-estro, estro, cistos foliculares, neoplasias de células da granulosa) ➢ Geralmente em caninos (18 a 36 meses) → predisposição hereditária ➢ Sinais: Edema exuberante, hiperemia e queratinização da mucosa vagino-vulvar, prolapso vaginal ➢ Diagnóstico: Histórico (estágio do ciclo estral), citologia (diagnóstico diferencial para neoplasia e pólipos), presença de células intermediárias, mas principalmente superficiais. • Pólipos: Também são formados a partir de alta ação estrogênica, são neoformações não neoplásicas no início, estrutura firme que pode comprimir o meato urinário, causa secreção sanguinolenta ➢ Prognóstico: Pode evoluir para um prolapso vaginal e pode haver recidivas – reservado ➢ Tratamento: Pode regredir espontaneamente, melhor tratamento é OSH. Hormonal: GnRH ou LH, VETECOR $$$ (HCG) → induz ovulação. Progesterona também pode ser aplicada, porém causa muitos efeitos colaterais. PROLAPSO VAGINAL ➢ Exposição da mucosa vaginal ao meio externo (teto e assoalho vagina) ➢ Causas: Predisposição hereditária,hiperplasia vaginal (edema), constipação, separação forçada durante a cópula, discrepância entre o tamanho dos reprodutores, parto distócito ➢ Geralmente em caninos e bovinos ➢ Diagnóstico diferencial: Pólipos e neoplasias ➢ Prognóstico: Infecções, hemorragias e prolapso uterino → reservado ➢ Tratamento: Pode ocorrer regressão espontânea, proteção do tecido prolapsado, reposição, episiotomia (aumentar o rima vulvar, somente se necessário), utilização de solução hipertônica (sal, açúcar) ou ressecção cirúrgica → anestesia epidural, relaxa mais e facilita o procedimento PATOLOGIAS DA VULVA TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL – TUMOR DE STIKER (TVT) ➢ Neoplasia transmitida pelo coito ➢ Restrito em caninos ➢ Afeta mucosa da genitália externa, mucosas oral, nasal e conjuntival → ato de cheirar ou lamber a genitália de outros animais. Em machos mais comum na base do bulbo do pênis. ➢ Sinais: 45 a 60 dias → nódulos isolados ou múltiplos na genitália externa (“couve-flor”), secreção vulvar sanguinolenta e abundante com a evolução do processo. Fase final → neoplasia atinge a vagina, cervix e útero ➢ Diagnóstico: Histórico de cópula recente, na citologia presença de células parabasais e células com vacualização citoplasmática (característica de células neoplásicas). Pode-se encontrar também hemácias e neutrófilos. ➢ Prognóstico: Bom, pois respondem bem ao tratamento, porém reservado quando há evolução do processo ➢ Tratamento: • Regressão espontânea • Quimioterapia: Doxorrubicina → 30mg/Kg (cuidar com manuseio da urina do animal) e Vincristina → 0,025mg/Kg (aplicação com aumento do espaçamento de tempo até combater o tumor, número se sessões não pré-determinados). Associação com Ivermectina evita a resistência do animal ao medicamento. • Cirúrgico e radioterapia
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