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2. Assunção de divida (art. 299 – 303) Ocorre a assunção de dívida quando um terceiro (assuntor) estranho à relação obrigacional, nela ingressa, assumindo a posição do devedor originário na relação jurídica, com a anuência do credor. Patrimônio como garantia. Finalidade: nas situações de eminente insolvência, viabiliza-se o pagamento do débito por meio desse reforço no crédito. Efeito, em regra, é a liberação do devedor primitivo. O que o Código faz ao regular a assunção de dívida é garantir a solvabilidade do crédito, preservando o interesse do credor e, por essa razão, o consentimento do credor é imprescindível. Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa. Exceção: Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento. Direito potestativo de consentir ou não com a assunção: controle de legitimidade pelo Judiciário. Modalidades de assunção de dívida: I) Assunção liberatória (art. 299): a transmissão da obrigação implica em liberação do devedor originário. Com o ingresso do assuntor, o devedor fica exonerado. Assunção cumulativa: não há previsão no código. Enunciado 16 das Jornadas de Direito Civil: O art. 299 do Código Civil não exclui a possibilidade da assunção cumulativa da dívida quando dois ou mais devedores se tornam responsáveis pelo débito com a concordância do credor. - O novo devedor assume o débito conjuntamente com o devedor primitivo, ocorrendo uma ampliação do polo subjetivo da relação jurídica. - Não necessariamente importa em solidariedade passiva por força do art. 265, salvo cláusula em sentido expresso. II) Assunção expromissória/unifigurativa: celebra-se negócio jurídico diretamente entre credor e o novo devedor (expromitente), sem anuência ou participação do devedor originário. - O devedor sequer é consultado sobre a expromissão e, portanto, não se aplica o §único do art. 299. Assunção por delegação/bifigurativa: negócio jurídico trilateral, por meio do qual o antigo e o novo devedor, por meio do qual o antigo devedor transfere o débito a um novo devedor. Requisitos da assunção de dívida: (i) Consentimento do credor para fins liberatórios (art. 299) - Finalidade de satisfação do interesse do credor; - Exceção: assunção expromissória que dispensa anuência. - Impossibilidade de consentimento tácito (art. 299 §único). (ii) Validade do negócio jurídico transmissivo - Efeitos da anulação da assunção de dívida: art. 301 e enunciado 422 CJF. Exoneração do assuntor. Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação. Enunciado 422 das Jornadas de Direito Civil: A expressão "garantias especiais" constante do art. 300 do CC/2002 refere-se a todas as garantias, quaisquer delas, reais ou fidejussórias, que tenham sido prestadas voluntária e originariamente pelo devedor primitivo ou por terceiro, vale dizer, aquelas que dependeram da vontade do garantidor, devedor ou terceiro para se constituírem. Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor. Enunciado 352 das Jornadas de Direito Civil: Salvo expressa concordância dos terceiros, as garantias por eles prestadas se extinguem com a assunção da dívida; já as garantias prestadas pelo devedor primitivo somente serão mantidas se este concordar com a assunção. Outros elementos acessórios são transmitidos, como juros, cláusula penal etc. Exceções pessoais (art. 302): novo devedor não poderá opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo contra o credor. 3. Cessão de contrato ou cessão da posição contratual - Inexistência de regulação no código; - Contrato atípico (art. 425); - Ajuste de vontades por meio do qual um dos integrantes de determinado contrato é substituído por outro, sujeitando-se a todos os ônus e direitos decorrentes daquela posição contratual. Eventualmente, regulação por analogia, considerando o tratamento de uma cessão de crédito ou de débito. PARTES: Cessionário: aquele que assume a nova posição; Cedente: aquele que deixa a posição; Cedido: parte contrária do contrato. Requisitos: (i) Restringe-se aos contratos bilaterais (ii) Consentimento do cedido - Exemplo nos contratos de locação: art. 13 da lei 8245/91 Art. 13. A cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do imóvel, total ou parcialmente, dependem do consentimento prévio e escrito do locador. § 1º Não se presume o consentimento pela simples demora do locador em manifestar formalmente a sua oposição. § 2º Desde que notificado por escrito pelo locatário, de ocorrência de uma das hipóteses deste artigo, o locador terá o prazo de trinta dias para manifestar formalmente a sua oposição. § 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009) - Parte da doutrina entende pelo abuso do direito na recusa injustificada do cedido. Críticas. Autonomia negocial. (iii) Inexistência de forma específica - Caso se deseje a eficácia perante terceiros, necessidade de registro público por analogia ao art. 288.
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