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FACULDADE SANTO AGOSTINHO DE ITABUNA CURSO DE MEDICINA – 4º PERÍODO DISCIPLINA: SISTEMA ORGÂNICO INTEGRADO IV TIC 10 – “TRIAGEM DE ISTs NA GESTAÇÃO” 1- Resenha contendo as patologias que devem ser rotineiramente consideradas na avaliação de uma gestante. As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) são consideras um dos problemas de saúde pública mais comuns em todo o mundo. Essas patologias são transmitidas, em especial, por contato sexual sem o uso de preservativo com uma pessoa que esteja infectada. Algumas IST’s podem ser assintomáticas, logo, de difícil diagnóstico (CHAVES et al., 2020). Na gestação as IST’s podem acarretar complicações obstétricas e neonatais aumentando a morbimortalidade materno-infantil. A Sociedade Brasileira de Infectologia (2017) considera que Infecções por clamídia, gonorreia e sífilis, podem causar morte, malformações de feto e aborto. Interferindo diretamente na saúde reprodutiva e infantil, ao provocar infertilidade, gravidez de alto risco e parto prematuro, além de causar morte fetal e agravos à saúde da criança (SILVA et al., 2021). Em decorrência das alterações fisiológicas próprias da gestação como a congestão do colo do útero, o edema da mucosa vaginal e as alterações imunológicas próprias da gestação, as gestantes são mais susceptíveis às IST’s (SILVA et al., 2021). Dentre as patologias avaliadas na gestação, encontram-se o HTLV, Hepatite B e C, HIV, Sífilis, HPV, Clamídia e Gonorreia. O vírus linfotrópico de células T humanas do tipo I (HTLV I) pode ser transmitido por via sexual, sanguínea e vertical, sendo esta principalmente através da amamentação. Cerca de 5% dos portadores de HTLV I/II apresentarão quadros clínicos, como leucemia, uveíte além de outros processos inflamatórios como artrite, poliomiosite, alveolite e dermatite (CHAVES et al., 2020). O Vírus da hepatite B (HBV) pode ser transmitido por contato sexual, percutâneo, sangue e derivados e via vertical. Quando ocorre a transmissão vertical, a chance de cronicidade da infecção é de 90%, sendo bastante correlacionado com casos de hepatocarcinoma. Já o Vírus da hepatite C (VHC) pode ser transmitido por contato direto, percutâneo ou sangue contaminado e via vertical. Possui uma taxa elevada de cronicidade, e evolução para cirrose hepática e carcinoma hepatocelular. A transmissão vertical deste vírus ocorre em 2 a 10%, sendo que o conhecimento prévio da infecção materna possibilita um acompanhamento adequado para a criança infectada (CHAVES et al., 2020). O HIV pode ser transmitido por via vertical, intraútero, no momento do parto e durante a amamentação, sendo que, sem a adoção de medidas preventivas, a taxa de transmissão vertical do HIV pode ocorrer em 20 a 30 % das gestações, correspondendo atualmente a cerca de 95% dos casos de AIDS em menores de 5 anos. Segundo a Silva et al. (2021), outros fatores estão associados à transmissão vertical, podendo ser citados a presença concomitante de infecções sexualmente transmissíveis, ruptura prematura de membranas amnióticas, prematuridade, e uso de drogas ilícitas pela gestante. A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pelo Treponema pallidum possui várias possibilidades de transmissão, dentre as quais destacam-se a via sexual e a vertical. Com base nesse preceito, a sífilis pode ser adquirida ou congênita. A maioria das crianças com sífilis congênita precoce não possui sintomas ao nascimento, por isso o diagnóstico nem sempre é evidente, e dependerá da suspeita clínica para a investigação do histórico materno, além de exame detalhado da criança exposta. Considera-se tratamento adequado em gestantes de acordo com o estágio da doença (CHAVES et al., 2020). O Papiloma Vírus Humano (HPV) possui a capacidade de infectar a região genital, podendo causar lesões em pele e mucosas, sendo considerado co-fator na carcinogênese do colo uterino. Existem mais de 200 tipos virais identificados e a transmissão é por contato direto com pele lesionada ou através de relação sexual (CHAVES et al., 2020). A clamídia tem como agente etiológico a Chlamydia trachomatis, que é uma bactéria transmitida sexualmente e infecta o trato genital desde o colo até as trompas de falópio, sendo assintomática em 70 a 80% dos casos, permanecendo sem diagnóstico e tratamento. Quando ocorre durante a gestação, pode levar a trabalho de parto prematuro, ruptura prematura de membranas e baixo peso ao nascer. As repercussões neonatais devido a infecção do recém- nascido no canal do parto incluem conjuntivite e pneumonia (CHAVES et al., 2020). A gonorreia tem como agente etiológico a Neisseria gonorrhoeae, que é um diplococo que possui alta transmissibilidade, sendo o risco de aquisição pela mulher de 50% em um intercurso sexual. Na gestação, está associada a abortamento, trabalho de parto prematuro e ruptura prematura de membranas. No recém-nascido, a principal manifestação da transmissão vertical é a oftalmia gonoccócica, que já foi grande causa de cegueira, entretanto, pode apresentar manifestações sistêmicas desta infecção como artrite e sepse (CHAVES et al., 2020). Referências CHAVES et al. Cartilha infecções sexualmente transmissíveis (IST), Teresina, Piauí, 2020. SILVA et al. Infecções sexualmente transmissíveis em gestantes: uma revisão integrativa. Brazilian Journal of Sugery and Clinical Research, v. 33, n. 2, 2021.
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