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MODULO 7. RACIONALISMO VERSUS EMPIRISMO 
O filósofo René Descartes relata, em seu Discurso do método, que após o término
seus estudos no renomado colégio europeu, o La Fleche, concluiu decepcionado
que não foi possível adquirir um "conhecimento claro e seguro" das coisas
necessárias para a vida. Apesar do contato com excelentes mestres e do acesso a
todo conhecimento científico produzido até então, Descartes julgava, que se
encontrava ainda, envolvido por muitas dúvidas e erros. Essa sua decepção refere-
se ao conteúdo dos ensinamentos e não propriamente ao colégio e aos seus
mestres. Isso porque não via no conhecimento adquirido algo de realmente útil
para a vida. Tinha admiração pela exatidão e evidência das matemáticas e achava
que a mesma era digna de fundamentar algo mais elevado do que as artes
mecânicas.
A insatisfação com o conhecimento adquirido até então, fez com que Descartes
empregasse boa parte de seu tempo em viajar, em conhecer outros povos, outros
costumes, formas de raciocínios, pois achava que assim poderia tirar melhor
proveito, do que se ficasse restrito aqueles conhecimentos produzidos por
especialistas de gabinete.
Como o objetivo de René Descartes é obter um conhecimento verdadeiro, no qual
não reste nenhuma possibilidade de incerteza, passa a utilizar a dúvida como
método, levando esta as últimas consequências. Duvida do senso comum, dos
sentidos que às vezes enganam, dos raciocínios, dos pensamentos, enfim, de tudo
o que havia entrado no seu espírito até então. Mas por mais que duvidasse de
tudo, não podia duvidar que ele que duvidava, não fosse alguma coisa, ou seja, no
mínimo algo que duvida, algo que pensa.
“E, notando que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que
todas as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capazes de a abalar,
julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulo, como o primeiro princípio da Filosofia que
procurava”. DESCARTES, René. Textos Selecionados. 3a ed. São Paulo: Abril
cultural, 1983, p. 46. (Coleção Os Pensadores)
O racionalismo de Descartes valoriza a razão no processo de conhecimento e
defende que as pessoas possuem algumas idéias inatas, ou seja, idéias que já
nascem com a pessoa, portando, que são independentes da sua experiência com
o mundo exterior.
Jonh Locke, representante do empirismo, no seu Ensaio acerca do entendimento
humano, critica a teoria das idéias inatas de Descartes. Ele concebe que a alma é
como uma lousa sem inscrições, como uma lousa em branco, e, dessa forma, o
processo de conhecimento só se inicia na relação com os objetos, na experiência
sensível.
Vamos ver um texto do próprio Locke sobre esse assunto.
“Suponhamos que a mente é, como dissemos, um papel em branco, desprovida de
todos os caracteres, sem quaisquer idéias; como será suprida? De onde lhe provém
este vasto estoque, que a ativa e que a ilimitada fantasia do homem pintou nela com
uma variedade quase infinita? De onde apreende todos os materiais da razão e do
conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da experiência. Todo o nosso
conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o próprio
conhecimento.” LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo:
Abril cultural, 1973, p.165. (Coleção Os Pensadores)
Dessa forma, os racionalistas, de um modo geral, priorizam a razão no processo do
conhecimento e aceitam a existência de ideias inatas, independentes da
experiência. Já os empiristas, de um modo geral, enfatizam o papel da experiência
sensível para aquisição do conhecimento. O conhecimento depende e resulta da
soma e associação das sensações exteriores na percepção, ou seja, o sujeito na
aquisição do conhecimento tem uma relação mais passiva com o mundo. 
Veja o exercício respondido, leia o(s) texto(s) indicado(s) abaixo e depois
responda os exercícios propostos.
Leitura básica
Texto: A metafísica da modernidade (Capítulo 14).
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena P. Martins.
Filosofando: Introdução à Filosofia. 4a ed. São Paulo: Moderna, 2009.
 
Leitura Complementar
Texto: A razão. (Capítulo 4 da Unidade 2) CHAUI, Marilena. Convite à filosofia.
13ª ed. São Paulo: Ática, 2003. 
 
Texto: Meditações metafísicas, de René Descartes. Texto: Descartes: Meditações
metafísicas: Das coisas que se podem colocar em dúvida; O argumento do cogito
(Capítulo Descartes).
MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia: dos Pré-socráticos a
Wittgenstein. 4a ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005.
 
Exercício
Locke critica as idéias inatas de Descartes, afirmando que a alma é como uma
tabula rasa. O que isso significa para o entendimento da teoria do conhecimento na
modernidade?
 
I Significa dizer que o conhecimento só começa após a experiência sensível.
II Significa que não existem idéias inatas.
III Enquanto Descartes enfatiza o papel do objeto, Locke enfatiza o papel do
sujeito.
IV As soluções apresentadas por Locke criaram a corrente filosófica chamada
racionalismo.
Assinale alternativa que possui a(s) afirmação(ções) correta(as):
A) Apenas I e II
B) Apenas II
C) penas III
D) Apenas II e IV
E) Apenas IV
 
Comentário da alternativa correta:
Locke é empirista e critica a teoria das idéias inatas de Descartes. Dessa forma,
para Locke o conhecimento só começa após a experiência sensível e, portanto,
não existem idéias inatas.

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