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1 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Thállius Moraes Esquadrão INSS ATOS ADMINISTRATIVOS 1) (CESPE/CEBRASPE) Manoel, chefe de determinada repartição pública, presenciou Caio, servidor público subordinado a ele, desviando dinheiro público. Ciente do fato, Manoel aplicou, de forma imediata, pena de demissão a Caio. Entretanto, este contestou a sanção, alegando que, como era servidor estável, apenas poderia perder o cargo mediante decisão judicial transitada em julgado. Alegou, ainda, que o ato administrativo que aplicou a pena possui vício de motivo e, portanto, deveria ser anulado. Com relação a essa situação hipotética, julgue o item que se segue. A alegação de Caio está correta quanto à anulação do ato, porquanto o vício de motivo está relacionado à inobservância nas formalidades essenciais à existência do ato. 2) (CESPE/CEBRASPE) A incompetência é um vício que pode comprometer os atos administrativos, sendo caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou. 3) (CESPE/CEBRASPE) A função de fato ocorre quando o agente público que pratica o ato administrativo está irregularmente investido no cargo, emprego ou função, mas toda a situação tem aparência de legalidade, o que torna o ato válido, especialmente para proteger a boa-fé do administrado. 4) (CESPE/CEBRASPE) Os atos administrativos complexos resultam da manifestação de dois ou mais órgãos, em que a vontade de um é instrumental em relação à do outro, que pratica um ato dito principal. 5) (CESPE/CEBRASPE) Na delegação e na avocação de competência administrativa, é imprescindível a existência de vínculo formal de hierarquia entre os órgãos administrativos envolvidos. 6) (CESPE/CEBRASPE) A presunção de que os atos administrativos são editados em conformidade com o ordenamento jurídico é relativa, pois admite prova em contrário por parte do interessado. 7) (CESPE/CEBRASPE) São classificados simples os atos administrativos editados a partir da vontade de um único órgão público, seja ele singular, seja colegiado. 8) (CESPE/CEBRASPE) Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, exceto quando decorram de reexame de ofício. 9) (CESPE/CEBRASPE) De acordo com a teoria dos motivos determinantes, a validade de um ato administrativo vincula-se aos motivos indicados como seus fundamentos, de modo que, se inexistentes ou falsos os motivos, o ato torna-se nulo. 10) (CESPE/CEBRASPE) As certidões emitidas pela administração pública possuem fé pública, pois um dos atributos dos atos administrativos é a sua presunção de veracidade. 11) (CESPE/CEBRASPE) Em razão do exercício da sua prerrogativa de autotutela, a administração poderá revogar seus atos administrativos válidos, com efeitos ex tunc 12) (CESPE/CEBRASPE) São irrevogáveis os atos administrativos que, instituídos por lei, confiram direito adquirido. 13) (CESPE/CEBRASPE) Comando ou posicionamento emitido oralmente por agente público, no exercício de função administrativa e manifestando sua vontade, não pode ser considerado ato administrativo. 2 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Thállius Moraes Esquadrão INSS 14) (CESPE/CEBRASPE) A administração pública poderá revogar atos administrativos que possuam vício que os torne ilegais, ainda que o ato revogatório não tenha sido determinado pelo Poder Judiciário. 15) (CESPE/CEBRASPE) Tanto a inexistência da matéria de fato quanto a sua inadequação jurídica podem configurar o vício de motivo de um ato administrativo. 16) (CESPE/CEBRASPE) Documento de entidade de direito privado cujo objetivo seja tornar pública decisão tomada pela entidade no exercício de delegação concedida por órgão da administração pública direta não caracteriza ato administrativo. 17) (CESPE/CEBRASPE) Para anular ato administrativo que tenha impacto em direito individual, a administração tem de observar o devido processo legal. 18) (CESPE/CEBRASPE) Ato administrativo constitui ato jurídico perfeito e, por essa razão, o seu questionamento judicial é vedado. 19) (CESPE/CEBRASPE) A administração pública pode revogar ato próprio discricionário, ainda que perfeitamente legal, simplesmente pelo fato de não mais o considerar conveniente ou oportuno. 20) (CESPE/CEBRASPE) A anulação de ato administrativo fundamenta-se na ilegalidade do ato, enquanto a revogação funciona como uma espécie de sanção para aqueles que deixaram de cumprir as condições determinadas pelo ato. 21) (CESPE/CEBRASPE) A cassação de um ato administrativo corresponde a extingui-lo por descumprimento dos requisitos estabelecidos para a sua execução. 22) (CESPE/CEBRASPE) Tanto a anulação como a revogação retiram do mundo jurídico atos com defeitos e produzem efeitos prospectivos. 23) (CESPE/CEBRASPE) Ato administrativo praticado fora dos padrões de legalidade e que exorbite os limites definidos e previstos em lei é denominado ato discricionário. 24) (CESPE/CEBRASPE) Ao fazer uso de sua supremacia na relação com os administrados, para impor-lhes determinada forma de agir, o poder público atua com base na autoexecutoriedade dos atos administrativos. 25) (CESPE/CEBRASPE) Situação hipotética: Um servidor público efetivo em exercício de cargo em comissão foi exonerado ad nutum em razão de supostamente ter cometido crime de peculato. Posteriormente, a administração reconheceu a inexistência da prática do ilícito, mas manteve a exoneração do servidor, por se tratar de ato administrativo discricionário. Assertiva: Nessa situação, o ato de exoneração é válido, pois a teoria dos motivos determinantes não se aplica a situações que configurem crime. 26) (CESPE/CEBRASPE) Pedro, após ter sido investido em cargo público de determinado órgão sem a necessária aprovação em concurso público, praticou inúmeros atos administrativos internos e externos. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que segue. Atos administrativos externos praticados por Pedro em atendimento a terceiros de boa-fé têm validade, devendo ser convalidados para evitar prejuízos. 27) (CESPE/CEBRASPE) O ato administrativo discricionário não é passível de controle judicial. 28) (CESPE/CEBRASPE) O ato administrativo praticado por autoridade incompetente pode ser convalidado. 29) (CESPE/CEBRASPE) Segundo a Teoria dos Motivos Determinantes, o gestor público é obrigado a tomar a atitude descrita como impositiva na lei. 3 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Thállius Moraes Esquadrão INSS 30) (CESPE/CEBRASPE) A administração pública deve anular seus próprios atos quando eivados de vício de legalidade, respeitados os direitos adquiridos. 31) (CESPE/CEBRASPE) A imperatividade do ato administrativo prevê que a administração pública, para executar suas decisões, não necessita submeter sua pretensão ao Poder Judiciário. 32) (CESPE/CEBRASPE) Ato do qual autoridade se utilize para atingir finalidade diversa ao interesse público deverá ser revogado pela própria administração pública, sendo vedado ao Poder Judiciário decretar a sua nulidade. 33) (CESPE/CEBRASPE) Caso não haja obrigação legal de motivação de determinado ato administrativo, a administração não se vincula aos motivos que forem apresentados espontaneamente. 34) (CESPE/CEBRASPE) Quando há desvio de poder por autoridade administrativa para atingir fim diverso daquele previsto pela lei, o Poder Judiciário poderá revogar o ato administrativo em razão do mau uso da discricionariedade. 35) (CESPE/CEBRASPE) A autorização é ato administrativo vinculado para a administração pública. 36) (CESPE/CEBRASPE) Um edital de licitação foi publicado e, em seguida, foram apresentadas propostas. No entanto, antes da etapa de homologação, o gestor do órgão licitador decidiu não realizaro certame, sob a alegação de que aquele não era o momento oportuno para tal. Nessa situação hipotética, ao decidir por não levar a termo o certame, o gestor praticou ato administrativo de anulação. 37) (CESPE/CEBRASPE) Por ser um ato complexo, o reconhecimento da aposentadoria de servidor público se efetiva somente após a aprovação do tribunal de contas. 38) (CESPE/CEBRASPE) No caso de vício de competência, cabe a revogação do ato administrativo, desde que sejam respeitados eventuais direitos adquiridos de terceiros e não tenha transcorrido o prazo de cinco anos da prática do ato. 39) (CESPE/CEBRASPE) São exemplos de atos administrativos normativos os decretos, as resoluções e as circulares. 40) (CESPE/CEBRASPE) A motivação do ato administrativo pode não ser obrigatória, entretanto, se a administração pública o motivar, este ficará vinculado aos motivos expostos. 41) (CESPE/CEBRASPE) Todos os fatos alegados pela administração pública são considerados verdadeiros, bem como todos os atos administrativos são considerados emitidos conforme a lei, em decorrência das presunções de veracidade e de legitimidade, respectivamente. 42) (CESPE/CEBRASPE) Na classificação dos atos administrativos, um critério comum é a formação da vontade, segundo o qual, o ato pode ser simples, complexo ou composto. O ato complexo se apresenta como a conjugação de vontade de dois ou mais órgãos, que se juntam para formar um único ato com um só conteúdo e finalidade. 43) (CESPE/CEBRASPE) Uma diferença entre a revogação e a anulação de um ato administrativo é a de que a revogação é medida privativa da administração, enquanto a anulação pode ser determinada pela administração ou pelo Poder Judiciário, não sendo, nesse caso, necessária a provocação do interessado. 4 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Thállius Moraes Esquadrão INSS 44) (CESPE/CEBRASPE) A inexistência do motivo no ato administrativo vinculado configura vício insanável, devido ao fato de, nesse caso, o interesse público determinar a indicação de finalidade. 45) (CESPE/CEBRASPE) Caso edite ato administrativo que remova, de ofício, um servidor público federal e, posteriormente, pretenda revogar esse ato administrativo, a autoridade pública deverá explicitar os motivos de sua segunda decisão, com a indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos. 46) (CESPE/CEBRASPE) A licença consiste em um ato administrativo unilateral e discricionário. 47) (CESPE/CEBRASPE) De acordo com o princípio da autoexecutoriedade, os atos administrativos podem ser aplicados pela própria administração pública, de forma coativa, sem a necessidade de prévio consentimento do Poder Judiciário. 48) (CESPE/CEBRASPE) A finalidade que um ato administrativo deve alcançar é determinada pela lei, inexistindo, nesse aspecto, liberdade de opção para a autoridade administrativa. 49) (CESPE/CEBRASPE) A competência pública conferida para o exercício das atribuições dos agentes públicos é intransferível, mas renunciável a qualquer tempo. 50) (CESPE/CEBRASPE) A imperatividade é o atributo pelo qual o ato administrativo é presumido verídico até que haja prova contrária à sua veracidade. 51) (CESPE/CEBRASPE) Ocorre anulação do ato administrativo quando o gestor público o extingue por razões de conveniência e oportunidade. 52) (CESPE/CEBRASPE) A execução, de ofício, pela administração pública de medidas que concretizem o objeto de um ato administrativo caracteriza o atributo da imperatividade. 53) (CESPE/CEBRASPE) O ato administrativo julgado inconveniente poderá ser anulado a critério da administração, caso em que a anulação terá efeitos retroativos. 54) (CESPE/CEBRASPE) O Poder Judiciário e a própria administração pública possuem competência para anular ato administrativo. 55) (CESPE/CEBRASPE) A revogação produz efeitos retroativos. 56) (CESPE/CEBRASPE) As multas de trânsito, como expressão do exercício do poder de polícia, são dotadas de autoexecutoriedade. 57) (CESPE/CEBRASPE) Quanto à discricionariedade dos atos administrativos, entende-se por oportunidade a avaliação do momento em que determinada providência deverá ser adotada. 58) (CESPE/CEBRASPE) Enquanto no ato complexo as manifestações de dois ou mais órgãos se fundem para formar um único ato, no ato composto se pratica um ato administrativo principal que depende de outro ato para a produção plena dos seus efeitos. 59) (CESPE/CEBRASPE) Ato administrativo praticado por autoridade incompetente e que apresente defeito não pode ser convalidado. 60) (CESPE/CEBRASPE) A autorização de serviço público classifica-se como um ato unilateral, discricionário e precário. 5 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Thállius Moraes Esquadrão INSS 61) (CESPE/CEBRASPE) O ato administrativo deve ser avaliado pelo seu conteúdo, não devendo ser invalidado por desobediência a requisitos de forma. 62) (CESPE/CEBRASPE) Na revogação, o ato é extinto por oportunidade e conveniência, ao passo que, na anulação, ele é desfeito por motivo(s) de ilegalidade. 63) (CESPE/CEBRASPE) Situação hipotética: Determinado contrato público foi assinado por um funcionário subordinado à autoridade competente; um ano depois, ao constatar o problema, a autoridade convalidou o ato, após certificar-se da ausência de potencial lesivo e verificar que os requisitos contratuais haviam sido preenchidos. Assertiva: Nessa situação, a autoridade competente agiu ilicitamente ao convalidar o ato, uma vez que este estava eivado de vício insanável. 64) (CESPE/CEBRASPE) Removido de ofício por interesse da administração, sob a justificativa de carência de servidores em outro setor, determinado servidor constatou que, em verdade, existia excesso de servidores na sua nova unidade de exercício. Nessa situação, o ato, embora seja discricionário, poderá ser invalidado. 65) (CESPE/CEBRASPE) Ato praticado por usurpador de função pública é considerado ato irregular. 66) (CESPE/CEBRASPE) Ato administrativo declaratório é aquele que implanta uma nova situação jurídica ou modifica ou extingue uma situação existente. 67) (CESPE/CEBRASPE) A legalidade de qualquer ato administrativo pode ser submetida à apreciação judicial. 68) (CESPE/CEBRASPE) Presunção de legitimidade é atributo universal aplicável a todo ato administrativo. 69) (CESPE/CEBRASPE) A revogação aplica-se a atos praticados no exercício da competência discricionária. 70) (CESPE/CEBRASPE) Situação hipotética: Antônio, servidor que ingressou no serviço público mediante um ato nulo, emitiu uma certidão negativa de tributos para João. Na semana seguinte, Antônio foi exonerado em função da nulidade do ato que o vinculou à administração. Assertiva: Nessa situação, a certidão emitida por Antônio continuará válida. 71) (CESPE/CEBRASPE) A competência — ou sujeito —, a finalidade, a forma, o motivo e o objeto — ou conteúdo — são elementos que integram os atos administrativos. 72) (CESPE/CEBRASPE) A administração pública pode revogar seus atos por motivos de conveniência ou oportunidade, competindo, no entanto, exclusivamente ao Poder Judiciário a anulação de atos administrativos eivados de vícios de legalidade. 73) (CESPE/CEBRASPE) Maurício, chefe imediato de João (ambos servidores públicos distritais), determinou que este participasse de reunião de trabalho em Fortaleza – CE nos dias nove e dez de janeiro. João recebeu o valor das diárias. No dia oito de janeiro, João sofreu um acidente de carro e, conforme atestado médico apresentado para Maurício, teve de ficar de repouso por três dias, razão pela qual não pôde viajar. Essa foi a primeira vez no bimestre que João teve de se afastar do serviço por motivo de saúde. Acerca dessa situação hipotética e de aspectos legais e doutrinários a ela relacionados, julgueo item a seguir. A concessão de diária é ato vinculado da administração pública. 74) (CESPE/CEBRASPE) A má-fé do destinatário, quando comprovada, afasta a incidência do prazo decadencial conferido à administração para anular o ato administrativo. 75) (CESPE/CEBRASPE) Motivação, finalidade, competência, forma e objeto constituem elementos obrigatórios do ato administrativo e requisitos de validade da sua prática, de modo que a ausência de qualquer um desses elementos implica a nulidade do ato praticado.