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Lourdes Laryssa Melo da Costa Lôbo – Turma 09 UPE Garanhuns – Oftalmologia 1 Arranhão na córnea (papel A4 no olho), unha, mo- tociclista que anda com a viseira aberta. Lesão eminentemente epitelial, mas pode chegar ao estroma. Quadro clínico: Dor aguda, fotofobia, sensação de corpo estranho, lacrimejamento, desconforto ao piscar, histórico de arranhadura ou trauma ocular. Hiperemia conjuntival, edema de pálpebra, BAV le- ve ou ausente. Defeito epitelial que se cora com fluoresceína, ausência de opacificação corneana subjacente (sua presença indica infecção ou infla- mação). Estruturas intra-oculares intactas. Avaliação o Biomicroscópio o Exame sob lâmpada de fenda: Utilizar corante de fluoresceína, medir o tamanho (i.e.,altura e lar- gura) da abrasão o Eversão das pálpebras para afastar a presença de corpo estranho, especialmente na presença de abrasões verticais ou lineares. Tratamento o Limpeza com retirada de CE o Oclusão o Tratamento medicamentoso: Lubrificantes Reepitelizantes (Regencel) ATB – Quinolonas 4ª geração (Ciprofloxacina, Moxifloxacina) Antifúngicos (lesão por planta) – Anfotericina Pimaricina Mecanismo do trauma – velocidade, explosão, PAF, acidente automobilístico, choque entre me- tais, estilhaço de vidro na face nas pálpebras, unha, tratamento odontológico. Material: vidro (inflama menos que o metal), metal (oxidação), madeira (endoftalmite fúngica), cerâ- mica. Podem ser necessárias 1 ou 2 gotas de anestésico tópico para controlar o blefaroespasmo e a dor. Dilatar o olho e examinar o segmento posterior à procura de um possível CEIO. Considerar USG modo B, TC da órbita ou biomi- croscopia ultrassonográfica para excluir um corpo estranho intraocular ou intraorbital. Evitar RM se houver histórico de possível corpo estranho metá- lico. A história é essencial Buscar lesões de estruturas intraoculares Quadro clínico: o BAV leve ou moderada o Pode ou não haver dor o Fotofobia o Hiperemia o Estruturas intraoculares intactas ou não. Mecanismo do trauma – tamanho do agente; velo- cidade; tempo; BAV associada? Fratura associada? Hifema? Fratura em blow-out: há comunicação do seio ma- xilar; encarceramento do reto inferior é indicação cirúrgica, ou enoftalmia por péssima estética, di- plopia. Pode haver anisocoria por perda do reflexo fotomotor, entre outras lesões. o Dor ao tentar movimentar o olho, dor local, edema palpebral, diplopia binocular, crepitação (particularmente após assoar o nariz), histórico recente de trauma. Hifema – sangue na câmara anterior Geralmente associada à contusão ocular Dor, visão borrada, histórico de trauma contuso. Verificar o mecanismo da lesão (força, velocidade, tipo e direção da lesão). Verificar o uso de óculos de proteção, bem como o horário da lesão e a ex- tensão da perda visual. Associado a lesão de íris → diálise Indicações de tratamento cirúrgico: o Impregnação: difícil resolução o PIO (> 45mmHg por mais de 4 dias) o Doença falciforme ou coagulopatias Glaucoma absoluto (Black-Ball) Pode acontecer na conjuntiva ou entrar na camada ocular Bordos não coaptados Associada a lesões penetrantes Tratamento cirúrgico: o Lesão > 1,5mm o Lesão que acomete conjuntiva, esclera e pálpe- bras. Lourdes Laryssa Melo da Costa Lôbo – Turma 09 UPE Garanhuns – Oftalmologia 2 Limpeza (não se usa degermante no olho): lavagem com gentamicina o Clorexidina pode, iodopolvidina degermante não se usa (ceratite importante). Faz-se a limpeza e o curativo sem comprimir. Pode fazer Ceftriaxona IM Entrada do agente traumático na câmara anterior ou posterior Pode estar associada à laceração Identificação do agente Intervenção precoce (cirúrgico) Quanto mais tempo decorrido, maior a chance de infecção e pior o prognóstico. Antibiótico, curativo ocular (nunca comprimir!!) e encaminhar urgente ao oftalmologista. Lesão transfixante: o Tem entrada e saída o Característica de lesão por PAF o Objeto cortante que promove lesões externas e internas, percorrendo todo o trajeto ocular Lesão esclopetária: causada pelo efeito secundário do agente (queimadura da PAF) Quadro clínico: dor, sensação de CE, lacrimejamen- to, fotofobia, hiperemia conjuntival e palpebral, edema palpebral Identificar agente envolvido o Álcali é pior que ácido (maior desnaturação pro- teica e mais impregnação) Tratamento: o Tentar verificar área acometida o Conjuntiva: melhor prognóstico Lesões extensas ou conjuntivas bulbar, tarsal e pálpebras acometidas: simbléfaro (conjuntiva tarsal faz uma sinéquia no bulbo ocular, for- mando rédeas nas pálpebras) e anquilobléfaro (colagem de uma pálpebra na outra). o Córnea: lesões mais severas; risco de úlceras; candidatos a transplante. o Irrigação copiosa e delicada utilizando-se solução salina ou solução de Ringer lactato por, pelo me- nos, 30 minutos. o Curativo oclusivo, pomada oftálmica, lubrifican- tes, ATB, corticoides o Pode usar um corticoide leve (Vigadex, 1 gota, 4x ao dia, por 5 dias) e reepitelizante. Radiação, calor ou ambos História: solta elétrica (mais comum) Quadro clínico: sensação de CE, fotofobia intensa, dor importante, dificuldade de abrir os olhos, edema palpebral. Tratamento: curativo com pomada oftálmica. o Uso abusivo de colírio anestésico pode causar ca- tarata precoce Priorizar outros traumas mais importantes Evitar piora das lesões por iatrogenia Atendimento precoce pelo especialista Evitar exposição (curativo) ATB tópico x sistêmico AINEs (exceto AAS) Corticoide a critério do especialista (pode causar aumento da PIO e catarata) Documentação escrita e fotográfica. Crise de glaucoma aguda Quadro clínico: sem trauma prévio, BAV súbita, unilateral, hiperemia, náuseas e vômitos, dor im- portante em olho e face ipsilateral, tensão ocular. Tratamento clínico: o Colírio antiglaucomatoso o Manitol 500ml, EV, rápido o Pilocarpina 4% - 4 a 6 horas o Inibidor de anidrase carbônica – acetazolamida 250mg, 8/8h (dose máxima: 750mg); reação as sulfas; repor K (slow K) Tratamento cirúrgico: o Iridotomia: cirurgia ou YAG-LASER o Acompanhamento rigoroso Diagnóstico diferencial: OVC, OACR, NOIA, neuri- tes, DR, outros glaucomas (bloqueio pupilar, faco- tópico, pseudoesfoliativo, pós-cirúrgico, traumáti- co). REFERÊNCIAS GERSTENBLITH, A. T., RABINOWITZ, M. P. Manual de do- enças oculares do Wills Eye Hospital: diagnóstico e tratamento no consultório e na emergência. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.
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